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quarta-feira, 18 de junho de 2025

O Benfica Somos Nós - S04E59 - Boca...

Falar Benfica #211

No Princípio Era a Bola - Um Mundial de Clubes para provar que a realidade dos principais clubes brasileiros é bastante idêntica à dos principais clubes portugueses

Visão: React - Cristóvão Carvalho...

Martín Anselmi não passa disto


"Trocar Rodrigo Mora por Eustáquio foi a prova (serão precisas quantas mais?) de que o argentino não entende a dimensão do clube que representa. Villas-Boas vai arriscar perder mais uma época?

A expectativa de ver algo de refrescante e novo no depressivo FC Porto de 2024/25 durou escassos 15 minutos no jogo frente ao Palmeiras. É certo que a condição física dos azuis e brancos para este Mundial-que-não-se-percebe-bem-se-é-o-fim-de-uma-época-ou-o-início-de-outra está longe de ser a melhor, também é verdade que a equipa de Abel Ferreira está a meio da temporada e, naturalmente, tem esses índices noutros patamares, mas servirá isso de desculpa?
Não. Não podemos esconder que a herança de Anselmi não foi a melhor e ainda perdeu Galeno e Nico González num piscar de olhos, recebendo os desconhecidos William Gomes e Tomás Pérez, mas continuam a ser muitas as dúvidas e poucas as certezas sobre a capacidade que o argentino terá para dar a volta ao texto.
Apesar de bom falante e de ter um discurso honesto, Anselmi continua sem entender a realidade do clube que representa. Trocar Rodrigo Mora, um raio de luz no breu que é esta equipa, por Eustáquio, a 15 minutos dos 90', não cabe na cabeça de ninguém e mostra que é maior o medo de perder do que a ambição de ganhar. Num clube como o FC Porto, isso simplesmente não funciona, caro Martín.
Diante do Palmeiras, era grande a curiosidade para perceber se a entrada do talentoso Gabri Veiga serviria para contagiar o resto da equipa, mas a estreia do ex-Al Ahli, um brutal investimento da SAD para a nova época, soube a pouco.
Sobretudo porque, incompreensivelmente, o treinador lhe pediu para cair para a meia-esquerda sendo ele um 8/10 puro, e, por isso, andou sempre alheado do centro do jogo. De ser infiel às ideias não podemos acusar Anselmi, mas até ao mais fervoroso adepto do argentino custará perceber qual será, afinal, essa ideia, já que o técnico insiste num sistema desenquadrado da realidade do plantel que tem. Como na época passada, a equipa do FC Porto surgiu em campo completamente partida, sem ligação entre setores e só uma grande exibição de Cláudio Ramos impediu que a sonolenta exibição dos dragões se traduzisse em derrota na estreia no Mundial de Clubes.
Lembro-me, num passado não muito distante, de ver o FC Porto de Sérgio Conceição, com muito menos recursos do que alguns tubarões do futebol europeu, a com eles ombrear nas fases mais adiantadas da Liga dos Campeões. Agora, o seu treinador orgulha-se de «competir e lutar» até ao fim. É curto e André Villas-Boas saberá disso. E também da exigência dos adeptos, que se habituaram a ganhar e não só a competir..."

A luz interior de João Félix


"Neste momento, o rendimento de João Félix nem sequer justifica a sua presença na Seleção. Voltar ao Benfica também não é uma garantia de sucesso, mas é o caminho mais óbvio para renascer.

Se João Félix regressar ao Benfica, será apenas no final de agosto. Não vejo outro cenário, e mesmo esse é, por esta altura, muito especulativo. João Félix é um jogador cujo salário está muito acima da realidade financeira do Benfica e, tendo contrato com o Chelsea até 2031, é expectável que o clube inglês procure ofertas de compra ou, no limite, aceite um empréstimo, desde que o clube de destino assuma a totalidade ou grande parte do seu ordenado.
Recentemente, numa intervenção num congresso organizado pela Associação Nacional de Dirigentes de Futebol, Futsal e Futebol de Praia, Deco destacou dois pontos importantes sobre João Félix. Por um lado, reconheceu a sua boa época no Barcelona (44 jogos, 24 como titular, 10 golos e 6 assistências). Por outro, apontou que Félix é um jogador que «pede um lugar no 11 demasiado cedo» e «desiste fácil nos maus momentos». Isso é absolutamente verdade. O talento de João Félix e o seu sorriso nos picos altos desvanecem-se quando passa para o banco e começa progressivamente a ter menos protagonismo. Se este padrão continuar, será difícil justificar a sua convocatória para o Mundial de 2026, caso Portugal se qualifique.
Aliás, Félix já perdeu espaço na Seleção, onde outras opções mais competitivas e motivadas têm ganhado destaque. Num futuro próximo, nomes como Rodrigo Mora poderão assumir-se como referências da equipa nacional. Félix tem, portanto, de fazer uma escolha de carreira: ou volta a tentar a sua sorte num clube dos 'Big-5', ou regressa ao Benfica, onde não é garantido que vingue, mas dá-lhe mais possibilidades de isso acontecer. Há ainda a questão financeira. Faz sentido o Benfica suportar 7 ou 8 milhões de euros brutos anuais em salário (bem menos do que o futebolista ganha no Chelsea, mas será o limite para os encarnados) para garantir Félix por um ano? A compra do passe nem sequer parece ser uma possibilidade realista. Além disso, existe o risco inerente a este regresso, tanto para o jogador como para o Chelsea.
Uma coisa é Félix não vingar num clube como o Milan; outra, bem diferente, é regressar ao Benfica, clube que o projetou, e também não corresponder às expectativas, algo que pode afetar ainda mais o seu valor de mercado. Embora por razões de ordem física, o caso de Renato Sanches é um exemplo claro: o regresso ao Benfica não trouxe benefícios nem para o jogador, nem para o Benfica e PSG, e Sanches acabou por se tornar um ativo ainda mais desvalorizado. A gestão de expectativas, o planeamento estratégico e o apoio contínuo são elementos fundamentais para que Félix, voltando ao Benfica, possa ser bem-sucedido, porque carinho já ele tem garantido das bancadas da Luz."

Mundial de Clubes: choque tático entre estilos diferentes


"Levantar a taça do Mundial de Clubes é entrar na história do futebol como o melhor entre os melhores. Num torneio que reúne 32 das equipas mais competitivas do planeta, vencer é afirmar um projeto desportivo consolidado, uma estrutura de excelência e uma mentalidade vencedora. Mais do que um troféu, é o reconhecimento da capacidade de gestão, talento e superação.
Esta competição representa uma grande oportunidade de visibilidade e receita, especialmente para as equipas de fora da Europa. Porém, traz fortes riscos de sobrecarga física e conflitos com o calendário.
Os europeus chegam bem estruturados, enquanto outras regiões enfrentam questões de ritmo, profundidade e viagens longas. As contratações mostram investimento direto no torneio, enquanto os estilos táticos refletem tradições regionais — desde o futebol de posse europeu até os blocos organizados dos demais continentes.
Será importante também olhar para as equipas que estão presentes e os treinadores que no banco poderão marcar a diferença nos jogos. Do lado europeu, Guardiola (Manchester City), Xabi Alonso (Real Madrid) Simeone (Atlético Madrid) e Luis Enrique (PSG); nas equipas sul‑americanas Abel Ferreira (Palmeiras), Renato Gaúcho (Fluminense) Marcelo Gallardo (River Plate) e Miguel Ángel Russo (Boca Juniors); na Ásia/África/Oceânia Simone Inzaghi (Al Hilal) e Paul Posa (Auckland, interino).
Estes são alguns dos nomes que estão ao leme das equipas em campo e que terão a responsabilidade de apresentar um futebol eficaz e vencedor ao longo do torneio. O Mundial de Clubes de 2025 será palco de um choque tático entre estilos diferentes: controlo total, organização europeia, intensidade sul-americana e flexibilidade. Cada técnico traz a sua filosofia, e os confrontos entre eles poderão definir o vencedor.
Durante esta competição, existirão alguns riscos como a sobrecarga de calendário, ou seja, a proximidade com o encerramento da temporada cria risco elevado de lesões e fadiga. O Mundial de Clubes traz prestígio e oportunidades comerciais, mas também agrava problemas crónicos do calendário. Com um calendário sobrecarregado, deslocações longas, climas adversos e um nível elevadíssimo de competitividade, as equipas enfrentarão um verdadeiro teste à sua preparação física, organização tática e gestão do plantel.
A temporada 2025/2626 começará, para muitos jogadores, sem pré-época, sem férias e com risco físico elevado — obrigando técnicos, departamentos médicos e dirigentes a planearem de forma extremamente cuidadosa.
Terá também um impacto negativo em torneios de seleções (2026), já que a sobrecarga acumulada entre 2024 e 2025 coloca em risco a preparação e integridade física para o Mundial-2026, que começa menos de 12 meses após este novo Mundial de Clubes e trará uma consequência: federações e seleções terão de adaptar calendários e reduzir compromissos internacionais em 2025.
As equipas competentes, especialmente os grandes clubes, estão a preparar-se com estruturas alicerçadas em ciência desportiva: gestão de carga, recuperação ativa, adaptação ao ambiente e rotatividade. Tudo isso para garantir o máximo desempenho sem sobrecarregar os jogadores no torneio. Embora o torneio caia na off-season, as equipas estruturaram um cronograma claro: férias curtas (7 a 10 dias), seguidas por pré-época adaptada, com foco em carga leve, condicionamento geral e progressão até ao primeiro jogo . Tendo em conta tudo isto, torna-se importante também falar de combater situações como o jet lag e para isso a adaptação gradual de horário, controlo de luz e sono estratégico são cruciais — quanto mais longa a viagem, mais tempo de aclimatação é necessário.
O desgaste acumulado: clubes como Man. City, Real Madrid, Bayern e grandes sul-americanos chegam bem carregados de jogos. Isso aumenta riscos de fadiga, lesões e queda de rendimento precoce e obviamente é necessário um equilíbrio entre planeamento logístico (instalações, sono, treinos), pelo que a estratégia de descanso/rotação será decisiva para manter o nível durante o torneio.
Atletas que participaram recentemente em provas internacionais de seleções chegam sem o descanso necessário para uma nova competição de alto nível. Isso compromete não só a forma física, mas também o foco mental. A sobreposição de calendários coloca em risco a integridade física dos atletas e o próprio espetáculo e o que vai acontecer durante a temporada 2025/2026 não será bonito de se ver relativamente ao risco individual e quebra de performance de equipas com objetivos muito vincados, pois vão ter os seus jogadores constantemente em competição num período de tempo em que não terão o descanso necessário.
Para este evento em concreto, o Bayern, por exemplo, planeou quem regressa primeiro, quem folga mais ou chega depois aos treinos pré-Mundial.
Embora os números exatos variem por clube, algumas equipas chegam muito mais sobrecarregadas, como por exemplo o Manchester City, já que alguns jogadores passaram os 70 jogos na temporada europeia recente. Equipas como Real Madrid, Bayern ou PSG somam em média 70 jogos, incluindo ligas, Taças e Champions, clubes sul-americanos de Libertadores (Palmeiras, River Plate ou Boca Juniors) frequentemente disputam 55/65 jogos, entre provas estaduais, nacionais e continentais. Já as equipas asiáticas e africanas têm calendário mais leve (entre 40/55 jogos) e as da Concacaf (Inter Miami, Los Angels FC ou Seattle Sounders) variam entre 30/45 jogos, por disputarem menos competições ao mesmo tempo.
Outro fator a ter em conta são as temperaturas que se fazem sentir durante este Mundial de Clubes. Miami e Los Angeles terão previstas temperaturas acima de 30 graus, com sensação térmica elevada durante os jogos da tarde, e Atlanta, Orlando, Charlotte, Nashville, entre outras cidades do sul, também devem registar temperaturas entre 28°e 32° e normalmente o perigo da humidade acaba por ter de ser tido em conta.
Destaco a ausência neste torneio de Jorge Jesus, que, em 2019, foi vice-campeão do mundo de clubes com o Flamengo e que até há pouco tempo estava no Al Hilal, assim como destaco a presença de quatro treinadores portugueses: Abel Ferreira (Palmeiras), Bruno Lage (Benfica), Miguel Cardoso (Sundowns) e Renato Paiva (Botafogo).
Desejo sorte a Benfica e FC Porto nesta competição e que consigam atingir o maior sucesso, à imagem do que Seleção Nacional recentemente colocou em prática."

Mundial de clubes


"Dois colossos do futebol mundial frente a frente no calor abrasador de Miami!
Jogo duro, muito duro da parte dos argentinos, mas nada de anormal, basta ver alguns jogos da liga Argentina para perceber que é assim que se joga…admira-me não escolherem o Sonceição para treinar por aquelas bandas…seria rei das “Américas” rapidamente.
Equipas em fase totalmente distintas na temporada, um Benfica em fim de temporada, com uma mini interrupção após findar a época e com diversos jogadores a regressarem das seleções na fase final do apronto…frente a uma equipa que não tem tanto disso além daquilo que frisei atrás..
Mesmo assim fomos capazes, após um primeira parte horrível, que terminou 2-1, de resgatar 1 ponto mesmo com 10 elementos…acaba por dizer muito do futebol Sul Americano…nem as suas principais equipas conseguem superar as duas principais equipas da Liga NOS…
De resto, uma partida dentro daquilo que eu estava à espera, excepto a excessiva permissividade do árbitro perante tanto anti-jogo e disputas a roçar a violência da parte dos atletas do Boca…além da parte de dar 5 minutos de desconto, quanto estávamos novamente 10x10 e o Boca mostrava que não conseguia mais…faz parte!
Já agora…ficou um penalti claríssimo por assinalar sobre Pavlidis que foi anulado com algo que ninguém percebeu…se falta ou offside…a realidade é que ninguém sabe e repetições do lance são zero!
Vamos ao próximo jogo que este já faz parte da história!"

Zero: Afunda - S05E72 - OKC a uma vitória; A troca de Bane e a hegemonia do Benfica

Empate em jogo inaugural


"O destaque nesta edição da BNews é a partida do Benfica frente ao Boca Juniors (2-2) a contar para a fase de grupos do Campeonato do Mundo de Clubes.

1. Lutar até ao fim
O treinador do Benfica, Bruno Lage, enaltece a reação às adversidades: "Fomos a melhor equipa em campo. Sinto que podíamos ter vencido o jogo. Tivemos várias oportunidades para o fazer. Ficámos com menos um homem, mas não se notou a diferença, a equipa continuou a controlar o jogo e é pena não termos feito os golos que merecíamos."

2. Reações dos jogadores
Otamendi releva que "tentámos chegar à vitória"; Di María frisa que "a mentalidade é tentar ganhar sempre"; Florentino destaca a "reação do caráter que temos"; Aursnes salienta que há que "continuar a acreditar"; Trubin refere que "queríamos mais golos"; e Dahl considera que "temos de fazer melhor nos jogos que se seguem".

3. Ângulo diferente
Veja, de outro ângulo, os dois golos do Benfica frente ao Boca Juniors.

4. Sempre presentes
Leia a reportagem sobre o apoio ao Benfica em Miami.

5. Tetracampeões
Com o basquetebol benfiquista no jantar após a conquista do tetracampeonato.

6. Tricampeonato em análise
O treinador dos Juvenis de futebol, Pedro Faria, e o capitão de equipa, Miguel Figueiredo, em entrevista à BTV sobre o título alcançado.

7. Outro tri em análise
João Faria Rodrigues, treinador dos Iniciados de futebol do Benfica, e Martim Gomes, avançado membro do plantel, abordam o título ganho em entrevista à BTV.

8. Título na formação
As Infantis de voleibol do Benfica são campeãs nacionais."

Zero: Mercado - E se Gyökeres fosse para o Real Madrid?

5 minutos: Diário...

Terceiro Anel: Diário...

Zero: Tema do Dia - Cinco pontos sobre o durinho jogo entre Boca e Benfica

Observador: Três Toques - O jogador que se casou... e nunca mais saiu

Zero: Ataque Rápido - S06E44 - Portugueses vs Sul-americanos: duelos analisados com Arthur Quezada

DAZN: F1 - Análise ao GP do Canadá...

Rabona: WHAT IS GOING ON in the Club World Cup?

ESPN - Futebol no Mundo #461 - Primeiros jogos do Mundial de Clubes - Goleadas de Bayern e PSG

TNT - Melhor Futebol do Mundo...

Afinal sola na cabeça é vermelho!


"Boca Juniors 2 - 2 Benfica

Com a "besta negra" Bayern no grupo e admitindo que os neozelandeses perdem os três jogos, este pode ser um jogo decisivo para o apuramento
Vamos jogar fora em campo neutro, os adeptos do Boca tomaram conta do estádio...

05 Benfica por cima. Renato, surpresa no onze, a falhar a primeira jogada de perigo, na área do Boca, remate de primeira ao lado. Podia - e devia - ter feito melhor.
15 temperatura elevada, jogo em ritmo morno, Benfica vai dominando, Boca não sai lá de trás.
18 Bruma no ferro, bela abertura de Di María, Marchesin - lembram-se dele? - sem hipóteses, o Bruma afinal estava fora de jogo, não ia valer, mas seria o corolário da superioridade do Benfica até esta altura do jogo.
21 eles vão lá pela primeira vez e... toma lá: Otamendi deixa-se antecipar depois do Dahl ter perdido um duelo aéreo e o Florentino ter levado uma cueca. Em três duelos não ganhámos um.
25 o Boca, motivadíssimo, a surfar o um-zero...
27 e vai o segundo para o Boca, assim não, parecemos uns anjinhos a defender
34 Trubin no chão, truque de time out para o Bruno Lage dar indicações à equipa? Bem precisam... Se estiver lesionado, o Samu está no Europeu de sub-21, na Florida está o André Gomes, gosto do miúdo, fez bela época na equipa B, grandes exibições, defesas impossíveis, merece oportunidades, mas ainda não vai ser desta, o Trubin está apto. 40 eles entram com tudo, dão fruta se for necessário, nós parece que estamos na pré-época - será que não estamos? -, desde o segundo golo que não conseguimos pegar no jogo, perigo na área deles zero, mas nós é que temos que ir atrás do resultado. Pavlidis parece que não está nos dias dele, vá, marca aí um golo para me calares!
44 Otamendi no chão, é penálti, a repetição não deixa dúvidas, tinha a posição ganha, o gajo do Boca não joga a bola, só dá nele, árbitro chamado pelo VAR, vai ser penálti, só pode... é penálti! Vamos Di María! Mas que classe, Marchesin para um lado e a bola a entrar devagarinho no outro, juntinho ao poste: um-dois, reentrámos no jogo.
45 deu 6 minutos de compensação, mais do que justificados, aliás, assim é que está certo, não percebo a diferença de critérios da FIFA para a UEFA e para a nossa ligazinha 46 lá vai o Aursnes para defesa direito, assim não dá...
55 não mudou nada no nosso jogo... nem no deles
61 até que enfim os turcos para o jogo! Saem Bruma e Renato, que não estavam a dar nada à equipa
63 o tempo útil deste jogo deve ser de gargalhada, o tempo que vai estando parado devia obrigar a segunda parte a ter mais uns 15 minutos, agora é o Marchesin no chão, há mais de 5 minutos que não se joga em Miami, não se lhes pode tocar que vão logo para o chão, percebe-se por que é que o futebol na América do Sul não passa da cepa torta, fitas atrás de fitas
70 Belotti já meteu mais um deles no chão, mais uma paragem, entretanto o VAR chamou o árbitro, o Belotti vai para a rua, está visto, deu com a bota na cabeça do adversário, no estádio Nacional valeu tudo, pisão na cabeça do Belotti que nem amarelo deu ao Matheus Reis, aqui não se brinca às arbitragens, isto não é arbitragem à Luís Godinho + Tiago Martins...
75 agora é que o Trubin tinha que ir para o chão para o Lage dar indicações à equipa, está tudo desarticulado, o empate já não será mau num jogo destes à sul-americana, sem futebol
77 olhó prestianni! Mostra lá o que vales, miúdo
83 confusão na área, um do Boca vai para o chão, Kokcu marca o canto, mais uma bela assistência, O-TA-MEN-DI de cabeça, que bem! Dois-dois!!! Um castigo para o anti jogo deles
85 e agora o Carreras ia marcando em jogada individual, sacana do Marchesin, ouvem-se os nossos SLB, SLB, SLB
88 vermelho direto para eles, que entrada nojenta, este Figal não fez outra coisa se não dar cacete, até que enfim!
90 5 minutos? Isto é de gargalhada!!! Ainda não acredito, os locutores dizem que deve ser 15 e enganaram-se a meter no grafismo 5... afinal nos torneios da FIFA também se anda a brincar aos critérios?
90+5 acabou mesmo aos 90+5, bela porcaria de jogo, a segunda parte não existiu, não teve futebol, o empate foi um mal menor depois de termos estado a perder 0-2 e com um a menos largos minutos"

Sem soluções para a agressividade do Boca, o eurocentrismo também escorregou com o Benfica


"Na estreia das duas equipas no Mundial de Clubes, o Boca Juniors usou as armas que tem, levou o jogo para uma arena de Taça Libertadores e impôs ao Benfica um empate (2-2) que pode baralhar as contas da passagem aos oitavos de final. Na 2.ª parte, pouco se jogou em Miami, num pobre espectáculo de futebol. Tal como o FC Porto, os encarnados começam a competição a perder pontos para uma equipa sul-americana

Por esta altura, os jogadores do Benfica já deviam estar todos, parafraseando o que em tempos disse Juan Roman Riquelme, presidente do Boca Juniors, a “descansar, comer asado, pasarla bien”. Um dos eternos 10 do futebol argentino, que no Hard Rock Stadium de Miami surgiu sentado a uma cadeira de distância de outro camisola 10, Rui Costa, sabe do que fala. O corpo não aguenta tudo, a cabeça precisa de pousar. A FIFA opta por não ouvir e tenta montar um lindo show. Infantino, sentado entre Riquelme e Rui Costa, faz metaforicamente de parede entre o que já foi o senso comum no futebol, quando ele era assunto de craques e não de suits.
Não será o cansaço o único culpado da perda de pontos do Benfica, mas não ajuda, seguramente. Sem frescura mental, para mais depois de um final de época dececionante, será sempre mais difícil ter o discernimento para reagir à agressividade de um adversário bem mais arejado de pernas e que quis levar o encontro para a arena de uma fase de grupos da Taça Libertadores. Conseguiu-o, quase sempre. Cada um usa as armas que tem e o Benfica pareceu, a tempos, até ingénuo. A 2.ª parte foi quase sempre um oximoro futebolístico, feito de paragens, expulsões, gente jogada no chão, até o empate do Benfica trazer, por fim, um vislumbre de jogo - e uma importante prova de vida num duelo que era, para as duas equipas, o mais perto de uma final, contando que o encontro com o Auckland City será uma formalidade e que Bayern será o favorito ao 1.º lugar do grupo.
No onze de Bruno Lage para a estreia no Mundial de Clubes terá pesado o pesada que vai a época. Bruma e Renato Sanches foram titulares, Aktürkoğlu e Orkun Kökçü ficaram no banco. Sem Tomás Araújo, Samuel Dahl surgiu à direita. E se os 10 primeiros minutos foram de superioridade conceptual, com uma oportunidade perdida por Renato Sanches logo aos 6’ e várias outras aproximações à baliza, rapidamente o Benfica se emaranhou na estratégia xeneize, com muita luta a meio campo, ciladas e pouco futebol.
Aos 21’, na primeira chegada à área defensiva do Benfica, depois de várias tentativas de jogo direto, o Boca marcou. Dahl perdeu o duelo aéreo e, na direita, as pernas de Florentino serviram de túnel à malandrice de Lautaro Blanco. Miguel Merentiel antecipou-se a Otamendi na área e assim, numa sucessão de erros, se sofre. A vantagem seria rapidamente rentabilizada pelo Boca, equipa de arranques e momentos, de sangue fervilhando nas veias, quando o ex-Sporting Battaglia cabeceou para a baliza após canto e mais um lance pelos ares que Dahl não conseguiu ganhar.
Entre o calor de 30 graus, os 40 mil argentinos nas bancadas - onde, mais uma vez, se viram muitas cadeiras azul turquesa vazias - e o choque, o Benfica passou um mau bocado. Pavlidis, tantas vezes o primeiro homem da pressão encarnada, vagueava em campo. A ligação entre a linha média e o último terço foi esmorecendo. O penálti marcado por Angel Di María antes do intervalo atenuou a falta de respostas a uma forma de estar em campo a que o Benfica já não está habituado, nem nos terrenos mais esconsos do país.
Ainda assim, a superioridade tática e de qualidade individual pedia mais à equipa de Bruno Lage. A meia-conferência em jeito de palestra por parte de Luís Nascimento ao intervalo, totalmente american way of life, prometia mais atitude e “um avançado lá para dentro”. Entrou Belotti para o lugar do desastrado Dahl, Aursnes baixou para a lateral direita. Mas ter dois homens no ataque pouco vale quando se continuam a perder as mesmas segundas bolas, quando os níveis de agressividade do adversário não têm resposta eloquente. O jogo entrou então no domínio onde o Boca se sente confortável, da fisicalidade, das paragens, das escaramuças dramáticas para o relógio correr mais depressa. Um jogo também pode ser uma espécie de peça de teatro.
Quase nunca o Benfica conseguiu desviar-se da matreirice argentina e Belotti acabou expulso quando tentou igualar, de alguma forma, a atitude do rival. Ainda com quase 20 minutos para jogar, o Benfica via-se com menos um para a batalha, numa fase em que o ritmo competitivo era risível e tudo muy sudamericano. Curiosamente, seria com menos um que o Benfica se encontraria novamente. O golo de Otamendi, aos 84’, de cabeça após canto, lance repetido até à exaustão pelos encarnados esta época, desesperou os argentinos. Figal seria expulso após entrada de talhante sobre as pernas de Florentino e os cinco minutos de compensação dados pelo árbitro mexicano soou a partida de mau gosto, numa fase em que a equipa de Bruno Lage conseguia finalmente pôr a bola no chão e jogar. Apitar para o final do jogo em pleno contra-ataque da equipa portuguesa já pareceu da esfera do esotérico.
Talvez a equipa de arbitragem estivesse extenuada e aborrecida, em iguais doses, com um jogo em que futebol houve pouco. O Mundial de Clubes também será isto: equipas com menos recursos irão utilizar os expedientes que tiverem à sua disposição. Perante os desequilíbrios latentes, não se pode dizer que não seja justo. Equipas com qualidade superior terão de encontrar soluções para desatar esses nós. O Benfica, claramente, não chegou lá, foi demasiadas vezes um elemento passivo nas operetas do rival. E Portugal tem, para já, as duas equipas que desafiam o eurocentrismo."

Observador: Sem falta - BOC - SLB: “Foi das piores coisas que já vi”

Boca Juniors-Benfica, 2-2 A análise de Pedro Henriques à arbitragem: trabalho desastroso


"Especialista de A BOLA atribui nota 1 ao juiz mexicano

Positivo
As intervenções do VAR no penálti a favor do Benfica e na expulsão de Andrea Belotti

11' Ayrton Costa acerta com o braço no pescoço de Di María e em simultâneo Miguel Merentiel carrega-o por trás. O árbitro deveria ter assinalado livre direto e punido com amarelo aquele braço e mão no rosto.
17' Mais uma entrada duríssima e em simultâneo de três jogadores do Boca Juniors sobre Renato Sanches — nem livre direto nem ação disciplinar. Portanto, tudo errado em termos de análise e controlo disciplinar.
21' Golo legal de Miguel Merentiel, pois na construção da jogada, quando Carlos Palacios assiste de cabeça Lautaro Blanco este está a ser colocado em jogo por António Silva.
23' Battaglia entra de forma negligente sobre Florentino e ato continuo a bola sobra para Di María, que ia com perigo na direção da baliza adversaria. Ora, o árbitro erra duplamente, pois interrompeu o jogo e não deu a lei da vantagem que se impunha e não deu o amarelo ao jogador do Boca.
29' Há uma falta clara de Carlos Palacios sobre Samuel Dahl, pois acertou-lhe em cheio com a mão esquerda na cara, o jogador do Benfica tem o seu pé esquerdo no interior da área, mas o que conta é o local do contacto (rosto) e esse está fora.
34' A entrada negligente e fora de tempo de Aursnes sobre Ayrton Costa era passível de livre direto e amarelo. Mais um erro. 38' Renato Sanches, sem bola, dá uma peitada em Kevin Zenon e este responde-lhe. Comportamentos antidesportivos passiveis ambos de cartão amarelo.
43' Bem o VAR na sua intervenção, pois é muito claro e óbvio o penálti cometido por Carlos Palacios sobre Otamendi, ao entrar de forma imprudente em salto e com o joelho na coxa esquerda e com o pé direito no gémeo, acabando por derrubar o central encarnado.
45' Herrera no banco é expulso por palavras ofensivas e atos injuriosos e grosseiros.
66' Cartão amarelo a Carlos Palacios por demorar na reposição de bola em jogo. 68' Cartão amarelo bem mostrado a Carreras por má entrada (rasteira) negligente sobre Battaglia.
72' O VAR muito bem na intervenção que fez, para reverter o amarelo mostrado a Belotti. A entrada de pé direito alto acertando com a sola e pitons na cabeça/nuca de Ayrton Costa enquadra-se no uso excessivo de força que põe em risco a segurança e a integridade física do seu adversário; conduta violenta penalizada com cartão vermelho. O árbitro já perdido nas suas decisões e erros acumulados só salvos pelo VAR, esqueceu-se de fazer conforme o protocolo manda, que é fazer o gesto a anular o amarelo e só depois mostrar o vermelho.
76' Mais um erro grosseiro do árbitro que assinalou um fora de jogo a Akturkoglu que aconteceu depois de uma entrada a varrer em tackle de Jorge Figal sobre Pavlidis na área do Boca e que com as repetições mostram um muito claro e óbvio penálti que ficou por assinalar.
83' Amarelo bem mostrado a Pavlidis por protestos.

Negativo
Falharam o árbitro e o VAR num penálti claro e óbvio cometido sobre Vangelis Pavlidis

85' Amarelo bem mostrado a Ayrton Costa por uma entrada negligente sobre Pavlidis.
88' Cartão vermelho direto bem mostrado pelo árbitro a Jorge Figal por conduta violenta o jogador do Boca. De longe, com ímpeto e malicia cravou de sola os pitons do seu pé direito na perna direita de Florentino.

A nota do árbitro — 1"

Boca Juniors-Benfica, 2-2 Otamendi tira, Otamendi dá, mas Carreras dá sempre e não desliga


"Mais uma jornada de afirmação da qualidade do espanhol, tanto nos momentos defensivos como nos defensivos. Diante do Boca Juniors, foi o mais consistente e faltou sobretudo mais gente que jogasse à sua altura. Dahl, por exemplo, foi aposta para esquecer

O MELHOR DO BENFICA
ÁLVARO CARRERAS (7) — A mais do que provável saída de Carreras neste mercado será não a perda de um lateral, mas de uma das peças mais influentes de toda a equipa. Cada vez mais consistente a defender, o espanhol é daqueles que mais facilmente 'liga' com os colegas, descobrindo linhas de passe como se fosse um criativo e um dos bons. Muito bem em todo o encontro, talvez ligeiramente melhor na primeira parte, em que conseguiu ser mais 'construtor' do que o responsável pelo cruzamento, de tantas vezes que foi chamado ao último terço, nos segundos 45 minutos, para fazê-los. Tentou assistir Renato Sanches para o 1-0, logo aos 5 minutos, com o médio a acertar mal na bola, e foi o mais esclarecido de toda a equipa durante os 90 minutos. Não há no plantel encarnado jogador mais determinante.

TRUBIN (6) — Nada poderia fazer perante o desvio de Merentiel para o 1-0, precisamente na primeira vez que os argentinos pisaram a sua área. Menos ainda no segundo remate certeiro xeneize, de cabeça, por Battaglia. Teve ainda uma saída certeira a um cruzamento e nada mais.

DAHL (4) — Lateral de pé trocado, não conseguiu contribuir para a profundidade sobre a direita e foi depois exposto nos dois golos argentinos, em duelos aéreos. Lage ganhou pouco com a aposta, ao contrário do que tinha acontecido com o sueco como médio interior em certos momentos da época passada. Saiu ao intervalo.

ANTÓNIO SILVA (6) — Corte importante aos 27 minutos, quando os encarnados pareciam afundar-se. Tentou jogar na antecipação, ganhando alguns lances e perdendo outros, e também ligar com o ataque através do passe, nem sempre da melhor forma. Ainda assim, evitou os erros graves.

OTAMENDI (7) — As responsabilidades do primeiro golo serão certamente divididas também por Dahl e Florentino, mas é o capitão quem se distrai no momento de ser o bombeiro de serviço, permitindo que Merentiel se antecipasse e finalizasse. Impositivo, quis igualar a energia colocada em campo pelos compatriotas, e acabou por conquistar o penálti que alavancou a recuperação das águias, confirmada por si próprio, de cabeça, já com a equipa reduzida a dez. Intermitente, mas em crescendo.

AURSNES (4) — Defensivamente, deixou-se bater nas costas por Battaglia, no 2-0. Depois, não lhe foi fácil segurar a bola, com o ataque em matilha ao portador levado a cabo pelos argentinos. Tentou alguns movimentos nos meios-espaços, entre central e lateral, todavia não conseguiu criar problemas. Não fazendo uma exibição fulgurante, tentou ser um facilitador. Na segunda parte, passou a ser o lateral direito. Já devia ter saudades. Contudo, não acertou tecnicamente no cruzamento quando poderia ter sido muito importante.

FLORENTINO (4) — Muito ativo nos primeiros 5, 10 minutos, quando a pressão alta incomodou e muito a saída do Boca de perto de Marchesín, mas demasiado macio na abordagem a Lautaro Blanco no primeiro golo. Sentiu o momento e teve muitos problemas para se recompor, sobretudo, porque as águias não voltaram a acertar na pressão de uma forma coletiva. Ainda assim, tirou o vermelho a Figal nos instantes finais.

RENATO SANCHES (6) — Falta-lhe a explosão de 2016, que o teria protegido de alguns duelos físicos, porém cresceu desde então na qualidade de passe, que colocou em campo em vários momentos, com ou outro erro na tentativa de verticalizar o jogo. Aos 5 minutos, acertou mal na bola na primeira jogada perigosa do encontro, que poderia ter valido o 1-0. A melhor notícia terá sido, no entanto, ter feito os minutos que lhe pediram, sem lesões. Saiu os 61 minutos para entrar Kokçu.

DI MARÍA (6) — Muito vigiado. Também muitas vezes no chão, mais do que as em que realmente sofreu falta, e algumas bolas perdidas. Lançou Bruma no remate ao poste em que ficaram dúvidas se haveria mesmo fora de jogo, foi todo ele classe no penálti e apresentou-se para ser o farol do costume. Baixou no 2.º tempo.

PAVLIDIS (5) — Estava tão confiante que, na primeira vez em que a bola lhe chegou, tentou fintar três. Dispôs de uma grande oportunidade, aos 31 minutos, em que mais uma vez o árbitro assinalou fora de jogo no limite (estaria mesmo?), mas Marchesín saiu rápido e fez a mancha. Não teve mais chances para atirar à baliza.

BRUMA (4) — Acertou no poste aos 19 minutos, depois de tirar Advincula da frente, em jogada anulada por alegado offside. Foi-se esgotando e acabou por sair, aos 61, para dar lugar a Akturkoglu. Continua pouco ligado ao processo da equipa, apesar de nem ter começado mal a partida.

BELOTTI (1) — Entrada muito dura sobre Ayrton Costa, ao levar os pitons à nuca do central, ainda que com a bola por perto, resultou na sua expulsão, sancionada pelo VAR. Até aí nada acrescentou de relevante ao encontro. Pior o Benfica com dois avançados do que com um. Muito pior.

KOKÇU (6) — Belo pontapé de canto a dar o empate a Otamendi.

AKTURKOGLU (4) — Não conseguiu desequilibrar.

PRESTIANNI (5) — Nunca entra mal nas partidas. Há muito a justificar mais minutos e outros contextos.

BARREIRO (-) — Pouco tempo em campo."

Boca Juniors-Benfica, 2-2 Benfica foi mais equipa mas não saiu feliz


"Desconcentrações na primeira parte impediram melhor resultado na estreia no Mundial de Clubes. Águias demoraram muito a mandar no jogo e tiveram dificuldade em encontrar caminhos para o golo

MIAMI — A equipa do Benfica entrou finalmente em campo no Mundial de Clubes frente ao Boca e teve de enfrentar vários desafios que se adivinhavam. O primeiro foi calor intenso e humidade que causam constrangimento, sobretudo a uma equipa que não está habituada a este clima tropical e trabalha há poucos dias com o plantel completo, depois de se juntarem os jogadores internacionais. O segundo foi conseguir encontrar forma de não se sentir condicionada pelo apoio fantástico dos adeptos do Boca. O estádio foi dos argentinos. Viam-se algumas zonas nas bancadas com adeptos benfiquistas, mas não tiveram forma de fazerem-se ouvir a não ser no momento dos golos dos encarnados. A fama dos hinchas do Boca é grande e merecida.
Mas o Benfica entrou melhor no jogo, com futebol pausado, procurando tirar proveito dos desequilíbrios do Boca, que entrou com maior intensidade que as águias, mas a ser menos equipa. Em consequência desse melhor posicionamento, o Benfica rondou com mais perigo a baliza de Marchesín. Logo aos 6' Renato Sanches rematou com perigo e aos 18' Bruma acertou no poste esquerdo. O jogo parecia encaminhado e os comandados por Bruno Lage com a estratégia estudada e bem aplicada. O que certamente não estava nos planos foi o golo de Miguel Merentiel, aos 21'. Lautaro Blanco fez um túnel a Florentino, no flanco esquerdo do ataque, e cruzou para a área, entre Trubin e Otamendi, zona onde se antecipou Merentiel.
O golo do Boca desconcentrou a equipa do Benfica e abriu espaço para os argentinos crescerem. O segundo golo, apenas 6 minutos depois, marcado de cabeça por Battaglia, novamente ajudado por passividade dos defesas, tornou tudo pior. Se as bancadas eram dos argentinos, no relvado eles também ganharam ascendente. Pavlidis gozava de pouco espaço, Di María ia sendo alvo de marcações sem piedade, estava difícil para a equipa acompanhar o ritmo do Boca. Mas as águias reagiram, nem sempre bem, mas reagiram, e um penálti cometido sobre Otamendi e convertido por Di María, já em período de compensação, devolveu a esperança ao Benfica. A primeira parte fechou com muitas emoções fortes, duelos intensos e os argentinos sempre a procurar desestabilizar emocionalmente os jogadores do Benfica, sobretudo Di María e Otamendi, além de Renato Sanches, que não resistiu e ainda se envolveu em picardias.
Bruno Lage sentiu que era preciso mexer, dar companhia a Pavlidis, e lançou Belotti para a segunda parte. Para entrar o ponta de lança italiano, saiu Dahl e Aursnes voltou a ser lateral-direito. Com Belotti, as águias ganharam presença na área e maior capacidade de pressão na saída de bola do adversário, que reagiu com a agressividade que colocou sempre no jogo, mas teve de recuar metros. A equipa estava por cima no jogo e Lage refrescou-a com Kokçu e Akturkoglu. As mudanças trouxeram energia diferente, mas faltavam lances de golo iminente. A expulsão de Belotti complicou mais a tarefa.
Quando o jogo estava algo pachorrento, entre o Boca a resistir e o Benfica a tentar sem conseguir, e o capitão Otamendi subiu e de cabeça, após pontapé de canto, empatou o jogo. Ele, adepto do River Plate, capitão do Benfica, evitou a vitória do Boca Juniors. Uma pequena ironia que permite ao Benfica continuar a acreditar na qualificação para os oitavos de final."

Análise tática ao Boca Juniors-Benfica, 2-2


"O jogo entre Boca Juniors e Benfica, realizado no dia 16 de junho de 2025, foi o embate inaugural da equipa de Bruno Lage no Mundial de Clubes, disputado em Miami no Hard Rock Stadium. Este jogo marcou o segundo encontro oficial do Grupo C e foi importante para as aspirações da equipa portuguesa na competição. Neste sentido, torna-se importante destacar que o Bayern venceu o Auckland City por 10-0, detendo os 3 pontos na tabela classificativa.
O Benfica, orientado por Bruno Lage, optou por um sistema tático inicial de Gr+3+4+3 com algumas variantes ao longo do jogo devido aos problemas provocados pelo adversário, mas também pelo resultado ao intervalo e pela expulsão de Belotti. Neste sentido, a equipa benfiquista demonstrou alguns momentos de boa capacidade de assumir o jogo e controlo da posse de bola, mas os argentinos com bastante eficácia na finalização e intensidade nos duelos. Assim, torna-se importante salientar as diferenças no sistema tático inicial de ambas as equipas.

Organização Ofensiva - Etapa de Construção

Em momento de organização ofensiva, mais especificamente na etapa de construção, a equipa do Benfica entrou com a capacidade de domínio da posse de bola e do jogo posicional, a conseguir iniciar esta etapa em zonas intermédias do terreno com o adversário a posicionar-se mais baixo. Neste sentido, observa-se uma construção curta com os centrais a deterem a capacidade de progressão com bola, posicionando-se a 3 (2 DC + 1 lateral) com 2 médios, muitas vezes paralelos (Renato Sanches e Florentino) em mobilidade interior para procurar linhas de passes e ligações interiores. Além disso, na primeira dinâmica, Bruma na esquerda e S. Dahl ou D María na direita (trocas posicionais) oferecem a largura à equipa encarnada. Assim, a equipa orientada por Bruno Lage procurava colocar mais 3 jogadores entrelinhas, designadamente o PL, Pavlidis, o médio Aursnes e o extremo (ou lateral) com trocas constantes posicionais entre Dahl e Dí Maria. Neste caso, as dinâmicas de construção incidiam em Álvaro Carreras, que permanecia mais baixo a auxiliar na etapa de construção, enquanto S. Dahl projetava-se no terreno. No entanto, no corredor direito, sendo S. Dahl um jogador canhoto e posicionando-se aberto, a sua tendência era a procura de zonas interiores com movimentações de fora para dentro.

Organização Ofensiva - Etapa de Criação


No momento de organização ofensiva, mais especificamente na etapa de criação, os encarnados procuravam alternar duas dinâmicas, mas sempre com o objetivo de ter o domínio da posse de bola e a circulação constante nos 3 corredores. Se, na primeira dinâmica, a construção era realizada a 3 (2 DC + 1 lateral) com mobilidade interior de 2 médios e a largura a ser oferecida por Bruma na esquerda e S. Dahl na direita, na segunda era da responsabilidade de Renato Sanches a quebra na largura na linha dos 2 DC para procurar assumir o jogo associativo e realçar as suas características de transporte de bola para zonas mais avançadas, bem como realizar passes verticais para os jogadores dentro do bloco. Porém, nesta dinâmica, o elemento que oferecia largura era alterado, isto é, posicionava-se Álvaro Carreras para o corredor esquerdo e na largura, mas também o extremo do lado da bola posicionava-se mais por dentro para atrair o adversário e, simultaneamente, ser opção para o jogo interior, assim como libertar o corredor para Álvaro Carreras. No entanto, torna-se importante referir que os jogadores dentro do bloco mantinham-se para oferecer de forma regular ligações interiores. Deste modo, o técnico Bruno Lage procurou surpreender com a constante mobilidade e trocas posicionais de Bruma e Di María entrelinhas para ser solução e atrair os adversários, enquanto Álvaro Carreras procurava receber por fora.
Este movimento era característico quando Di María detinha a posse de bola no seu corredor, realizava movimentação interior de fora para dentro e procurava explorar o lado contrário. Porém, ocorreu com regularidade a variação do centro de jogo por parte dos médios de modo a explorar a largura e profundidade no campo. Ainda assim, os encarnados conseguiam criar mais perigo quando procuravam combinações interiores com Di María, Bruma, Pavlidis por dentro, a mobilidade e as trocas posicionais ou de corredor eram ações que o Benfica procurava para criar desequilíbrios na estrutura defensiva do adversário. No entanto, e com o resultado negativo, Bruno Lage na segunda parte fez uma alteração e, por consequência, a alteração do sistema, com Aursnes a recuar para lateral direito e a entrada de Andrea Belotti para PL, passando a assumir 2 PL no ataque encarnado. Todavia, com esta alteração, o Benfica criou menos situações de ataque e perigo, além de ter permanecido menos tempo no meio campo ofensivo. De referir que, na segunda parte, o jogo perdeu qualidade e intensidade devido a muitas paragens provocadas pelos jogadores argentinos.

Organização Ofensiva - Etapa de Finalização

Na etapa de finalização, a equipa encarnada chegava a zonas de finalização com 4 jogadores para atacarem e preencherem as zonas pretendidas. Assim, as dinâmicas aconteciam através de combinações interiores com Di María + Bruma em mobilidade e trocas + Pavlidis com capacidade de apoio, mas também através de combinações no corredor com o extremo por fora e o lateral em movimentação de rutura interior. Além disso, o Benfica deixava 1 médio a garantir o apoio e a cobertura no corredor e outro a garantir o equilíbrio defensivo no corredor central. Assim, torna-se importante destacar que este momento verificou-se com maior frequência na 1.ª parte do jogo. Neste sentido, Álvaro Carreras oferece projeção ofensiva e chegada a zonas de cruzamento com boas tomadas de decisão aliadas à sua velocidade e, para tirar aproveitamento disso, os encarnados chegavam com 4 jogadores, nomeadamente o PL, Pavlidis, para o ataque a zonas de 1.º poste, aliado à movimentação de trás para a frente dos médios, Renato Sanches e Aursnes para surgir na zona do coração da área e, ainda, o surgimento com o extremo contrário, na imagem, Di María.

Organização Defensiva - Bloco Médio

No momento defensivo frente ao Boca, o Benfica optou por um bloco médio No momento defensivo frente ao Boca, o Benfica optou por um bloco médio Em momento de organização defensiva, a equipa atuou com maior regularidade num bloco médio num sistema tático de 4+4+2, com o 1.º momento de pressão a ser realizado de forma passiva por parte de Pavlidis e Aursnes e com a pressão a ser orientada de dentro para fora de modo a forçar o condicionamento e pressão aos corredores laterais. Além disso, a equipa encarnada procurava impedir os jogadores adversários de jogar dentro do bloco, tendo a capacidade de saltar na pressão e obrigar a passes recuados ou circulação desde trás. Neste momento, os encarnados procuravam a compactação defensiva e as coberturas defensivas, realizando pressão ativa nos corredores quando os argentinos queriam assumir a posse de bola. Porém, torna-se importante salientar que em certos momentos do encontro, o meio-campo do Benfica encontrava-se desprotegido, assim como o lado direito de S. Dahl devido ao pouco compromisso defensivo por parte dos avançados da equipa. Neste seguimento, sempre que os argentinos exploravam o lado direito, conseguiam descobrir situações de superioridade numérica devido a alguma falta de disponibilidade defensiva da equipa. Assim, surge ao minuto 21 o golo de Miguel Merentiel, através de uma situação de perda de duelo aéreo, permitindo espaço nas costas do lateral e alguma passividade na linha defensiva na movimentação para o golo.

Transição Ofensiva

Em transição ofensiva, era notória a capacidade dos encarnados de procurar constantemente as movimentações de ataque ao espaço do PL em momentos de recuperação de bola. Deste modo, os médios, Renato Sanches e Florentino, eram os impulsionadores do passe para o PL, Pavlidis, procurar e realizar a movimentação de ataque nas costas da linha defensiva adversária. Neste sentido, caso a recuperação fosse realizada em zona intermédia, ambos os médios procuravam rapidamente a variação do centro de jogo, mas também o passe vertical de forma a quebrar linhas e acelerar rapidamente o jogo, sendo uma característica forte de Renato Sanches. Porém, caso não existisse esse espaço, ocorria o passe em segurança e a circulação retomava. Assim, estas movimentações de ataque ao espaço por parte do PL aconteciam de dentro para fora, mas também em ruturas entre o espaço de DC – lateral em zonas mais próximas da baliza adversária. Tal como foi observado, com a mobilidade de Bruma e a atração de jogadores pelo corredor central, em momento de recuperação de bola, a equipa encarnada tentava aproveitar a velocidade de Bruma, quer pelos corredores laterais, quer pela movimentação de rutura entre DC – lateral.

Transição Defensiva

Em transição defensiva, torna-se importante destacar a entrada no jogo bastante forte por parte dos encarnados, conseguindo posicionar a equipa muito alta no meio-campo ofensivo para permitir um melhor rendimento no ataque organizado, bem como no aumento da capacidade para assumir o jogo. Contudo, após perda da bola no último terço ofensivo, a equipa comandada por Bruno Lage, fruto desse posicionamento muito ofensivo permitiu algum espaço nas costas da linha média que era passível de exploração por parte da equipa do Boca Juniors. Além disso, torna-se importante salientar que foi observada alguma falta de equilíbrio defensivo com situações de inferioridade numérica, nomeadamente de 3 contra 2, mas também alguma dificuldade para recuperar de imediato a posse de bola após a perda e, consequentemente, anular a transição ofensiva do adversário.

Esquemas táticos ofensivos

Nos esquemas táticos ofensivos, a equipa encarnada conseguiu originar o maior perigo, sendo que ambos os golos foram marcados de bola parada (penálti e canto). Neste sentido, ocorreram algumas alterações neste momento com a variação do batedor e do tipo de canto (aberto ou fechado). Assim, Di María assumiu algumas vezes o canto fechado e a tentativa de canto direto. Porém, foi através de canto de pé aberto que o Benfica chega ao golo do empate. Desta forma, os comandados de Bruno Lage colocaram 5 jogadores dentro de área com movimentações do 2.º para o 1.º poste, com Otamendi a tornar-se referência na bola aérea. De referir também a alteração nos jogadores de equilíbrio defensivo, isto é, a colocação de 2 ou 3 jogadores para as 2.ªs bolas, e também para impedir a possibilidade de transição ofensiva pela parte dos argentinos e, ainda, um jogador mais recuado para garantir a segurança defensiva.

Esquemas táticos defensivos

Em esquemas táticos defensivos, os vermelhos e brancos adotaram uma estrutura com 5 jogadores na zona, 3 na marcação individual e ainda 2 na entrada da área para as 2.ªs bolas e também para a possibilidade de transição ofensiva pela parte do Benfica. De referir que, se existisse a ameaça do adversário para a execução do canto curto, também colocavam um elemento para impedir essa realização. Assim, torna-se importante destacar que o Benfica não permitiu lances de perigo ao adversário em situações de bola parada."

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5 minutos: Boca...

BI: Live - Boca...

Na elite


"Estamos, por direito próprio na grande prova de clubes organizada pela FIFA. Estamos, por direito próprio, na elite do futebol mundial.
Não foram convidados: conquistámos o direito de lá estar, graças aos resultados obtidos, nos últimos anos, nas competições europeias.
Recordo que estivemos por 2 temporadas consecutivas nos quartos de final da Champions League - algo que não acontecia deste Eusébio -, voltámos depois aos quartos de final, mas da Liga Europa (perdendo por penáltis em Marselha), e nesta temporada, com um novo formato, chegámos aos oitavos da prova principal, depois de 4 vitórias fora de casa, e de algumas exibições inesquecíveis.
Nas 4 épocas, fomos invariavelmente o clube português que mais longe chegou na Europa. O ranking não mente: 15.º lugar, primeiro clube fora dos chamados 'Big Five'.
Ora, isto é algo que muitos benfiquistas parecem desvalorizar. Nestes tempos de crítica corrosiva, insistente e destrutiva, só importa o que se faz mal, aquilo que se perde. Não se valorizam os êxitos. Passa-se por cima deles apressadamente, numa busca desenfreada pelo próximo fracasso, para então encher as redes sociais de insultos. O futebol deixou de servir para tornar as pessoas contentes (ou tristes). Passou a ser instrumento para soltar frustrações e azedume. Para vilipendiar, acusar, odiar, insultar, quando não mesmo agredir.
O Benfica perdeu o Campeonato na derradeira jornada, tendo sido fortemente penalizado pelas arbitragens. Perdeu a Taça de Portugal no último minuto, depois daquilo a que todo o que país desportivo assistiu. Fez uma excelente Champions. Ganhou a Taça da Liga. Vai agora disputar o Mundial.
Obviamente que este balanço não chega para nos fazer felizes. Mas, caramba, justifica assim tanto barulho, tanta crítica, tanto ataque a tudo e a todos?"

Luís Fialho, in O Benfica

Génese de um nome


"Como e quando começou a equipa feminina de Voleibol do Benfica a ser conhecida como 'As Marias'?

O nome é definidor, porque destrinça e identifica. Abundantes são os substantivos, por ser tão vasta a realidade e tão único aquilo que nela existe. Escreveu Saramago que os nomes são tão variados como as cores.
No desporto, aplicam-se nomes e fenómenos geracionais de multicampeões, para os destacar. No Benfica, foram exemplo a Dream Team do basquetebol, os Papoilas Rubras do Andebol feminino ou, no caso agora exposto, as Marias do Voleibol.
A origem é simples. Uma curiosidade explicada pelo nome, tão representativo do feminino, marca tão singular do mundo cristão, e não só. É 'expressão e reflexo da mentalidade'. O jornal do Benfica notou: 'Um nome bem português que fica bem no clube mais português de Portugal'.
No momento da conquista do primeiro Campeonato Nacional, em 1966/67, o Voleibol feminino contava então 16 anos no Benfica. Entre as 14 campeãs nacionais, com idades compreendidas entre os 19 e os 32 anos, apenas Godoberta Andrade não tinha Maria como primeiro nome.
A conquista possibilitou a inscrição da equipa na Taça dos Clubes Campeões Europeus de Voleibol feminino. A primeira prova seria em Budapeste (Hungria), frente ao Upjest, na 1.ª mão dos oitavos de final. Para a deslocação, o treinador José Magalhães selecionou 10 atletas: Maria Adelaide, Maria da Graça e a irmão Maria Esperança, Maria José, Maria Leonor, Maria Luísa, Maria Madalena, Maria Margarida e duas Marias Teresas.
Dez Marias. Assim ficou notado em 18 de Janeiro de 1968 no jornal O Benfica. Foi em Março, na edição de dia 12, nas vésperas dos quartos de final - nos quais o Benfica se apurou por desistência das húngaras -, que o jornal refere, pela primeira vez, as 'célebres Marias do Benfica'. Foi esta a génese do nome, até à primeira suspensão da secção em 1979, identificava a equipa feminina de Voleibol do Benfica.
Profundamente amadora, a equipa que pagava os seus próprios equipamentos e transportes ocupou as capas dos jornais e, apesar dos resultados, foi aplaudido. Era o 'amor ao desporto', como sublinhou Madalena Canha. Nas épocas seguintes, as Marias continuariam a participar em provas internacionais, legando, com o seu nome tradicional, uma história à modalidade que, escreveu-se n'A Bola, 'tantas tradições tem dentro do Benfica'. Conheça-a na área 3 - Orgulho Eclético, no Museu Benfica - Cosme Damião."

Pedro S. Amorim, in O Benfica

O jogo da infância


"Toda a gente joga à bola na infância porque este objecto simples e fascinante invade todos os espaços informais e intersecta a vida humana duma maneira omnipresente. Como a música e outras expressões da comunicação humana, o desporto, e em particular os jogos com bola, é tão intuitivo que nos parece natural, e desafia permanentemente a tentar. E como faz isso com todos, também acaba por nos interligar e ajudar a construir e cimentar relações sociais.
Aqui chegados, começamos a perceber que há muito mais numa bola que o simples jogo, assim como também há muito mais no jogo que a competição pela vitória. Foi por isso que o mundo do futebol se encheu de símbolos e heróis, de rituais iniciáticos e momentos de afirmação e celebração. Dos clubes aos países, o futebol insufla bandeiras como mais nada parece fazê-lo. O Benfica que o diga, com milhões de adeptos em Portugal e no mundo, e movimentar massas, a encher estádios, a exigir bom futebol e a espalhar mística dizendo bem alto que o Benfica é grande, diferente, único e fenomenal.
Todos estes milhões jogaram em pequenos, e quase todos deixaram de o fazer, acompanhando o futebol na condição de adeptos, a ver da bancada e a discutir a tática. Mas todos crescem e envelhecem, e todos, sem excepção, precisam (e querem) de um envelhecimento ativo,, saudável e socialmente reconhecido. Até há pouco anos, isso passava pela prática de atividades físicas alternativas ao futebol, por ser inadequado. A Fundação Benfica teve o privilégio de iniciar a modalidade de walking football em Portugal no âmbito de um projeto europeu envolvendo outros grandes clubes. Hoje, o futebol a andar é uma realidade nacional, e as estruturas federativa e associativas já o incorporaram no futebol português.
Que orgulho fazer parte de uma fundação num clube capaz de querer e fazer futebol social a este nível. Que Benfica extraordinário!"

Jorge Miranda, in O Benfica