Últimas indefectivações

quarta-feira, 16 de julho de 2025

Pré-época: Dia 2...

Dia 2

Visão: Richard Rios...

Terceiro Anel: Bola ao Centro #140 - Iniciam-se os trabalhos com caras novas!

Pré-época em marcha


"Já começaram os trabalhos relativos à pré-temporada 2025/26, e o plantel do Benfica conta com mais um reforço. Estes são os destaques da BNews.

1. Contratação
O lateral-direito Dedic, proveniente do Salzburgo, assinou pelo Benfica até 2030. "Estou muito feliz, mal posso esperar por começar", afirma.

2. Exames médicos no primeiro dia
Veja as melhores imagens do dia.

3. Transferências
Álvaro Carreras passa a ser jogador do Real Madrid, e Bajrami é emprestado ao Lucerna.

4. Juniores iniciam a pré-época
A época 2025/26 começa a ganhar forma para os Juniores do Benfica.

5. Contributo internacional
Christy Ucheibe esteve ao serviço da seleção nacional feminina de futebol da Nigéria.

6. Reforço no voleibol
Valerii Todua, central internacional ucraniano, passa a ser jogador do Benfica.

7. XI Torneio Fundação Benfica
Terminou a 11.ª edição do torneio de futsal no âmbito do projeto da Fundação Benfica "Para ti Se não faltares!".

8. Astro do basquetebol em ação
O antigo jogador do Benfica e agora na NBA ao serviço dos Boston Celtics, Neemias Queta, apadrinha a II edição do Neemias Queta Training Camp realizado no Pavilhão do Quinta dos Lombos.

9. Nota de condolências
António Faria, glória do atletismo benfiquista, faleceu aos 93 anos."

Isto sim é um PROJETO DESPORTIVO!


"Vamos lá quebrar as amarras mentais que nos travam a devolução da grandeza mundial que apenas está ao nosso alcance a nível nacional…quanto mais tarde pior!
O nosso modelo está desgastado, ultrapassado!
Há muito que devíamos ter partido para outra realidade, mas somos travados/barrados por estatutos desadequados e mentalidades tacanhas!
O Benfica merece mais, esta foto podia ser nossa, mas somos impedidos!
E se isto vos choca, não é muito diferente da gestão do aclamado presidente Jorge Brito, já que era ele, do seu bolso que investia forte e feio para irmos a finais europeias.
Descurou todo o resto, infra-estruturas, crescimento sustentado do clube, etc etc…mas levou-nos às finais europeias que tanto apregoam…Luís Filipe Vieira com outro modelo, também nos levou lá e até nos deu um Tetra, mas percebeu depressa que o modelo se torna insustentável quando se quer dar o salto.
O salto é apenas possível com abertura aos mercados de capitais.
Podem não gostar do que digo, mas é a minha opinião, mais ou menos válida do que a dos puristas!
As décadas de 60/70 já lá vão há muito, é só vislumbramos algo similar com um mecenas e com um homem com visão de futuro…sem isso nada feito!
Agora é preciso ter coragem para ir mais além, salvaguardando sempre o clube, mas ir mais além…não tardará muito para os nossos rivais seguirem esse rumo…depois será tarde para nós!"

🚨 INACREDITÁVEL!!


"➡️ O clube que controla por completo o futebol português, através do Conselho de Arbitragem, Liga Portugal e Federação Portuguesa de Futebol, clama por imparcialidade.
➡️ O clube em que um dos seus jogadores que agrediu barbaramente um colega de profissão.
➡️ Dois outros seus jogadores que utilizaram uma linguagem ofensiva de forma reincidente, chegando ao ponto de a imprimir numa camisola.
Para esta agremiação, tudo isto se resolvia passando uma esponja por cima. E com alguns retoques de cosmética, lá se esquecia o assunto. Ao jeito do outro senhor que lá vai...
É este o futebol imparcial que tanto gostam. O tal da verdade desportiva que tanto apregoam. Só se for a "verdade desportiva" deles!
Na Premier League as penalizações teriam sido bem maiores. Mas para o Sporting, que quer estar acima de qualquer lei (atira a pedra e esconde a mão), as penalizações foram injustas. Tudo isto é claro como a água. O objetivo é conseguir vantagens a preparar a nova época. Não foi suficiente a forma como conseguiram ganharam o campeonato e taça - de uma forma ESCANDALOSA! Querem continuar a trilhar o mesmo caminho, num vale tudo descarado e sem vergonha.
É nisto que querem transformar este produto. E têm no comando o novo BARÃO, em substituição do outro."

A falta de vergonha elevada ao expoente máximo!


"O comunicado do Sporting CP deve envergonhar muitos sportinguistas, mas é nisto que o Sporting se tornou, o justo herdeiro de Jorge Nuno Pinto da Costa e dos seus esquemas ardilosos, que passam desde a comunicação (manipulação da mesma), até ao controlo dos centros de decisão!
Tudo isto foi feito, verdade seja dita, sobre a alçada de alguns benfiquistas, os “verdadeiros benfiquistas” que não tiveram pejo de se colar as estes indivíduos com fins meramente eleitoraristas!
Sim, não esqueço nem perdoo nenhum dos que se colocaram ao lado de Porto e Sporting a quando dos casos dos emails e vouchers e utilizaram isso como arma de arremesso contra o próprio clube porque apenas pensaram em poder e não na defesa do clube, são uma vergonha igual a sapos e tripeiros!
Verdade seja dita, que nem hoje, passados anos, condenações em tribunal para os ladrões de emails, zero condenações para o clube e seus dirigentes, tiveram a dignidade e humildade de se retratarem publicamente e pedirem desculpa a todos os Benfiquistas que não lhes disseram “amém”!
Além disso conseguiram criar um clima separatista no clube e olhem, há sim que cortar a direito com quem não olha a meios para atingir os fins!
Sobre os sapos, desde o regime proteccionista de António Oliveira Salazar que não se assistia a tanta hipocrisia e pouca vergonha junta!
Há 5 anos que são protegidos, ajudados dentro e fora do campo, quer seja pela banca, quer seja por juizes de roupão que seja por VAR ou árbitros corruptos!
No entanto tem a real lata de se alegarem como lesados, são o novo cancro do futebol português e tenho nojo de alguém que os tenha como exemplo! Tenho dito!"

... mas o Varandas é que é bom a negociar!!

Rúben ❤

Vieirismo: o Benfica sete palmos abaixo da terra


"Sete Palmos de Terra, Six Feet Under no original, é uma das grandes séries de televisão dos últimos 20 anos. Nela seguimos os Fisher, família proprietária de uma agência funerária californiana, e as suas vidas de negócios purgativos, de desencontros e desamores.
Todos os episódios arrancam da mesma forma. Há rostos desconhecidos, a certeza de uma morte mais ou menos trágica e a entrega do incauto cadáver aos cuidados da Fisher & Sons, até ser sepultado… sete palmos abaixo da terra.
É aí, nesse ponto escuro e irrespirável, que passaremos a encontrar o bom nome do Sport Lisboa e Benfica, no improvável cenário (quero acreditar) da reeleição de Luís Filipe Vieira.
O vieirismo e a doença que lhe é associada, a vieirite, corroem os fundamentos básicos da instituição. Enterram-lhe a honra, esmagam-lhe a grandeza, afrontam-lhe a essência e a beatitude dos pais fundadores.
O cadastro do proto-candidato é admirável.
Em outubro de 2024, o antigo presidente das águias foi formalmente acusado pelo Ministério Público de corrupção ativa. O documento probatório garante que Vieira, ao lado do inseparável Paulo Gonçalves, terá desviado muitos milhões do Benfica para auxiliar os depauperados cofres do… Vitória de Setúbal.
A troco de quê? É isso que ainda se determina em sala de audiências.
Em maio de 2025, o mesmo Vieira – omnipresente em tribunais e processos judiciais – esteve no Tribunal Central Criminal de Lisboa a responder à teoria do MP, que o envolve num esquema de pagamentos fictícios a uma empresa informática externa ao Benfica. O famoso Saco Azul.
O Estado terá sido lesado em 500 mil euros, o clube da Luz provavelmente em mais.
Se isto é um homem habilitado a presidir à maior instituição desportiva do país, então a distopia que habitamos em 2025 supõe-se irreversível. Não restará a Vieira e respetiva entourage um pingo de tino?
A memória é curta, por contraponto ao currículo de Vieira com a Justiça. Um floreado riquíssimo de processos perturbadores.
Detido pela Polícia Judiciária em julho de 2021, e alimentado a frango frito nos calabouços, o antigo dirigente já lidava por esses dias com a Operação Lex, o Mala Ciao, os Vouchers, os Emails e o indescritível E-Toupeira – se não se recordam deste delírio judicial, há AQUI esta versão para totós, básica e acessível.
O rol de façanhas deste senhor é admirável. Não é uma opinião, é um facto sustentado por investigações fundamentadas do Ministério Público português.
Uma pessoa sensata, equilibrada, estaria envergonhada e a suplicar por sossego. Mas Vieira é de casta distinta, a mesma de um antigo primeiro-ministro.
Inverte o espelho e acusa o acusador, dobra o dedo e aponta-o em direção contrária, usa a vitimização e o berro para argumentar contra o bom senso e o facto puro e duro.
O Benfica vive dias decisivos, tem muitos nomes credíveis na corrida à presidência e não precisa deste regresso a um passado de tiques autoritários e de relações perigosas com a banca, a política e os mais diversos agentes desportivos.
Se isto é um homem com lugar no futebol português, façam ao nosso campeonato o devido elogio fúnebre e levem-no à agência funerária mais reconhecida de Hollywood.

PS1: recordam-se do ‘Rei dos Frangos’? Amigo de Vieira há mais de 50 anos, acompanhou o camarada atrás das grades no processo de há quatro anos. Em dezembro de 2019, o empresário de aviário era o maior acionista da SAD do Benfica e reforçou a fortuna pessoal ao comprar ações a um euro para vendê-las a cinco. Tudo através da Oferta Pública de Aquisição (OPA) lançada sob os bons auspícios do velho companheiro de negócios. De forma resumida, o MP considerou que Vieira e o senhor das aves concertaram posições num «esquema ardiloso» para quintuplicar um investimento aparentemente normal. Não era. A CMVM concordou e chumbou a operação. Mais um exemplo do amor platónico e eterno de Vieira pelo Sport Lisboa e Benfica.

PS2: Vieira ainda enfrenta o risco de expulsão da condição de sócio do Benfica. Em setembro de 2019, o então presidente e alma sacrossanta, incensada por acólitos despidos de todos e quaisquer preconceitos, apertou o pescoço a um associado numa AG do clube. O episódio consta da ata oficial da magna reunião. Do alto do trono tudo lhe parecia inferior e vago. Talvez pela cegueira provocada pelo poder excessivo.

PS3: não me esqueço da obra construída e dos títulos conquistados pelo Benfica na era-Vieira. É com a velha estratégia vieirista que os benfiquistas pretendem voltar a vencer?"

As eleições do Benfica ‘são’ em agosto


"Perante o cenário em presença, é contraditório que não se veja em Rui Costa um sentimento de urgência para dar a Bruno Lage, mal abram os trabalhos no Seixal, o novo plantel já fechado...

A verdadeira campanha eleitoral para as eleições do Benfica, marcadas para 25 de outubro próximo, iniciar-se-á apenas em setembro. Até lá, surgirão candidatos, cada um procurará encontrar o seu espaço (grande potencial de eficácia nas ações de proximidade de Noronha Lopes), mas nenhum ousará, sob pena de cometer ‘hara-kiri’, comprometer a preparação da nova época, responsabilidade exclusiva de Rui Costa, sob pena de ser apodado de divisionista e inimigo da causa comum, cujo lema é ‘E Pluribus Unum’.
E porquê setembro, e não imediatamente? Porque o mês de agosto será dedicado à competição, e quem der sinais de não estar a remar a favor dos interesses do Benfica, será inapelavelmente ostracizado. De 31 de julho, data da Supertaça Cândido de Oliveira, até 27 de agosto, quando se saberá se o Benfica entra ou não na fase de grupos da Champions, diz a história dos encarnados que a ordem será unida, e quem a subverter conhecerá penalização. E como não será estranho que o clube da Luz chegue à quarta jornada da I Liga (31 de agosto), só com vitórias (Rio Ave e Tondela em casa; e Estrela da Amadora e Alverca, fora), será sobretudo a questão da Champions a ser detonador ou retardador das escaramuças eleitorais.
Portanto, na fase inicial do processo pré-eleitoral, Rui Costa, pode dizer-se, terá a faca e o queijo na mão, ou seja, dependerá das escolhas que fizer (e pelos vistos serão substanciais no que respeita ao plantel) para ter a favor ou contra a sua recandidatura os humores e amores do eleitorado benfiquista. Aliás, ao dia de hoje, é o presidente benfiquista que tem na mão o ás de trunfo (refazer o plantel e esperar bons resultados), estando por saber se o jogará bem ou mal. Só depois de conhecido o desfecho desportivo do mês de agosto será possível a todos os candidatos alinharem os discursos: se a época estiver a correr mal desportivamente, apontarão a esse capítulo; caso contrário visarão a situação económica e, genericamente a falta de liderança e o ‘vieirismo’. Ou seja, para já Rui Costa é dono e senhor da ‘ação’, e os restantes candidatos preparar-se-ão para a ‘reação’.
Por tudo isto, devia haver, nas hostes do atual presidente, um sentimento de urgência, que até agora não transpareceu, para colocar à disposição de Bruno Lage, mal abram os trabalhos no Seixal, o plantel com que será atacada a fase inicial – como se viu crucial – da temporada. Com a Supertaça no primeiro dia de agosto, e a primeira-mão da terceira pré-eliminatória de acesso à Champions marcada para cinco ou seis do mesmo mês, Rui Costa não pode esperar pelos últimos dias do mercado (quando, muitas vezes, se fazem os melhores negócios) para definir quem vai para a selva com Bruno Lage. Este sentimento de urgência, que tem raízes desportivas, mas, não há como escondê-lo, também eleitorais, não tem parecido presente numa administração que precisa de requalificar o meio-campo, o centro do ataque e as alas. Se este trabalho não estiver concluído pelo menos até ao fim desta semana, Rui Costa arrisca-se a desbaratar o maior capital que possui, o da ‘ação’, dando argumentos a quem sabe que terá tantas mais hipóteses de vir a ser presidente do Benfica, quanto o atual recandidato falhar no campo desportivo."

José Manuel Delgado, in A Bola

Benfica no mercado: fuga para a frente ou talvez não…


"As ambições dos encarnados, a análise de Mário Branco antes de chegar à Luz e os números que parecem contrariar o novo diretor geral

Há um pouco menos de um mês, Mário Branco, novo diretor geral do Benfica, ainda longe de saber que iria ocupar o cargo, concedeu entrevista ao podcast Final Cut, da agência Sports Tailors, que só irá para o ar agora, onde previa um mercado na Luz «limitado economicamente», pelas dúvidas do apuramento, ou não, para a fase de liga da UEFA Champions League — as águias têm de passar duas pré-eliminatórias, a última das quais com conclusão a 26 ou 27 de agosto, ou seja, menos de uma semana antes do fecho desse mercado de verão.
E no entanto, com as eleições de outubro no horizonte, a SAD encarnada aposta forte no reforço da equipa. É certo que, oficialmente, ainda só chegaram dois laterais-esquerdo, Samuel Dahl, adquirido em definitivo após seis meses de empréstimo (por 9 milhões de euros), e Rafael Obrador (€5 M), já para compensar a anunciada saída de Álvaro Carreras.
Mas o lateral-direito Dedic também está contratado ao Salzburgo, por 10 milhões, e para o meio-campo e ataque vão surgindo nomes de peso, três deles alvos de forte interesse e nenhum deles barato: Enzo Barrenechea, médio mais defensivo, do Aston Villa; e João Félix e Thiago Almada, criativos de Chelsea e Botafogo — embora me pareça improvável que possam vir os dois, até porque no caso do argentino o Benfica enfrenta concorrência de peso do Atlético de Madrid (quanto ao português, parece não haver mesmo, tirando as águias, clube que o queira e que ele próprio queira...).
Para não falar que depois das saídas de Belotti e Arthur Cabral deve ter de chegar mais um ponta de lança e é bem provável que também seja contratado um central, caso se confirme a saída de António Silva.
Está o Benfica a comprometer o seu futuro financeiro com uma espécie de fuga para a frente? Há três semanas, Mário Branco diria que sim. Hoje, provavelmente não o faria.
Em primeiro lugar, a necessidade de reforçar a equipa para conseguir entrar na Champions justifica, provavelmente, o risco. Mas mais que isso, o Benfica tem, neste momento, capacidade para investir.
Na época passada, impulsionado pelas vendas de João Neves, Marcos Leonardo e David Neres, teve saldo positivo no mercado de 85 milhões de euros. Este ano, contabilizando os valores de Kokçu já neste exercício, tratando-se de empréstimo encapotado, e os de Carreras, que será oficializado esta semana, talvez já esta segunda-feira, no Real Madrid, o Benfica já vai em 95 milhões de euros de vendas, e Florentino e António Silva também estão na porta de saída. Por isso, sim, Mário Branco terá falado cedo demais."

E todos ficaram felizes: Gyokeres, Sporting, Arsenal, Benfica e FC Porto...


"A confirmar-se a saída de Gyokeres para o Arsenal por 70+10 milhões de euros, será a quinta transferência mais elevada da história das equipas portuguesas. E recorde para os cofres do Sporting

Pronto: e foram (todos) felizes para sempre. Arsenal fica com Gyokeres, Gyokeres fica com o Arsenal, Sporting fica com 70+10 e, por fim, Benfica e FC Porto ficam com o sueco a 1600 quilómetros de distância. O grande vencedor desta quase interminável novela é Frederico Varandas. O presidente dos leões começou por parecer estar a jogar roleta russa: cinco balas e um buraco e a disparar. Agora, mês e meio mais tarde e 100 golos depois, sai por cima.
Sai Gyokeres e o Sporting quer o tricampeonato. Não vai ser fácil. Nunca o foi. A última vez que os leões ganharam três campeonatos seguidos foi em 1952, 1953, 1954. Ainda o antigo Estádio José Alvalade não estava de pé. Pode o Sporting, sem o sueco, chegar ao tri? Pode, claro. Há quatro anos, em 2020/2021, foi campeão com Tiago Tomás e, a partir de janeiro, com Paulinho. Mas com Pedro Gonçalves, o BOLA de Prata. Eusébio saiu do Benfica no final de 1974/1975 e, nos dez anos seguintes, os encarnados ganharam cinco campeonatos: 1976, 1977, 1981, 1983 e 1984. Gomes saiu do FC Porto no final de 1988/1989 e, na década seguinte, o FC Porto venceu oito campeonatos: 1990, 1992, 1993, 1995, 1996, 1997, 1998 e 1999. Eusébio, Gomes e Gyokeres serão eternos nos corações vermelhos, azuis e verdes, mas não foram insubstituíveis. O Sporting atacará o tri com Harder, Pedro Gonçalves e, provavelmente, Luis Suárez. O novo, não o velho.
Ninguém sabe se chega, até porque cada campeonato é uma espécie de melão, pois que só depois de aberto se saberá se está ponto a ser consumido. Tal como só depois de a bola começar a rolar saberemos quem estará mais perto de ser campeão. Até porque a lenda de que o campeão em título é sempre favorito para a época seguinte não passa disso mesmo: lenda. O FC Porto não foi pentacampeão porque tinha sido tetracampeão e não foi tetracampeão porque era tricampeão e não foi tricampeão porque era bicampeão, nem foi bicampeão porque era campeão. Foi porque foi mais forte entre 1994 e 1999. Tal como o tetracampeonato do Benfica. Aconteceu porque, entre 2013 e 2017, porque o Benfica foi mais forte. Tal como o Sporting entre 1950 e 1954. ganhou o tetra porque foi mais forte. E em 2025/2026 o mais forte vencerá, de novo, o campeonato.
A confirmar-se a saída de Gyokeres para o Arsenal por 70+10 milhões de euros, será a quinta transferência mais elevada da história das equipas portuguesas, apenas superada pelas de Enzo Fernández do Benfica para o Chelsea (121M), João Félix do Benfica para o Atlético Madrid (120M), Darwin Núñez do Benfica para o Liverpool (75+25M) e Rúben Dias do Benfica para o Manchester City (72M). Gonçalo Ramos saiu por 65M do Benfica para o PSG, o mesmo valor de Bruno Fernandes do Sporting para o Man. United. Será, pois, recorde para os cofres leoninos."

The Seleção Podcast #103 - As Navegadoras Bow Out of EURO 2025

TNT - Melhor jogador do Mundial...

SportTV: MotoGP - S04E11 - A resignação

SportTV: Mercados - Gyökeres no Arsenal sim ou não?

Zero: Mercado - Os milhões de Gyökeres

5 Minutos: Diário...

Terceiro Anel: Diário...

Zero: Tema do Dia - CR7 e mais desafios: Jorge Jesus no Al Nassr

Observador: E o Campeão é... - Ainda há laranja para espremer em Gyökeres?

Zero: 5x4 - S05E41 - Um campeão do mundo para fechar a temporada

O Comunicado


"O comunicado do Sport Lisboa e Benfica a propósito da arbitragem da final da Taça de Portugal suscitou, como seria de esperar, reações. Algumas legítimas, outras puramente oportunistas. Entre as mais cínicas está a narrativa de que se trata de um texto “eleitoralista”, feito apenas para manter Rui Costa na presidência após outubro de 2025. Nada mais conveniente — e desonesto — do que atacar o mensageiro para evitar encarar a mensagem.
Vamos aos factos. O comunicado do Benfica não nasceu do nada. Nasceu de factos reconhecidos, sem margem para dúvidas, erros gravíssimos da equipa de arbitragem liderada por Godinho e por Tiago Martins, com impacto direto no resultado da final da Taça. O Benfica foi lesado — e perdeu um título. Isto não é interpretação. É constatação.
Reduzir esta reação institucional a uma jogada eleitoral é insultar a inteligência dos adeptos, e relativizar a gravidade de um erro que manchou a integridade da competição. Se é “eleitoralista” exigir consequências para árbitros que, segundo a própria estrutura que os tutela, falharam de forma determinante, então sejamos todos “eleitoralistas”. De preferência com voz firme, como fez o Benfica.
A crítica fácil vem ainda acompanhada de uma ideia delirante: “Se não tivesse havido o 1-1, haveria comunicado?” Como se o impacto de um erro deixasse de existir porque o resultado foi favorável. O que está em causa não é um golo ou uma jogada isolada. É o valor da verdade desportiva, que não pode ser posta entre parêntesis só porque se suspeita de cálculo político.
O comunicado foi tudo menos vago. Fez perguntas concretas, exigiu respostas.
Estas não são questões de campanha. São exigências de um clube que foi lesado e que se recusa a normalizar o erro. O Benfica tem o dever de falar, de pressionar, de levar o caso até às últimas instâncias. E é bom que o faça. O contrário seria uma traição ao seu próprio estatuto, à sua história e aos seus sócios.
A narrativa do “eleitoralismo” é mais do que desonesta. É cúmplice de uma mentalidade doente, que prefere silenciar o incómodo a corrigir o que está mal. Atacar o Benfica por exercer o seu direito — e obrigação — de se defender, é querer um clube domesticado, servil, decorativo. E esse Benfica, não contem comigo para o legitimar. Andam há tantos anos a defender esta ideia e agora fazem precisamente o contrário? Porventura, o eleitoralismo estará aí mesmo."

15

Centralização em fora de jogo?


"A centralização dos direitos televisivos no futebol português, prevista para estar concluída até à época 2028/29, continua envolta em incertezas e resistências. Apesar de ser considerada uma transformação estrutural determinante para a sustentabilidade do futebol nacional, o processo tem enfrentado obstáculos significativos, tanto políticos como institucionais.
A recente contestação do Benfica, que pediu a suspensão imediata do processo, expôs publicamente as tensões entre clubes, Liga e Governo, num momento em que a Liga Portugal tenta avançar com negociações junto de operadores televisivos e plataformas de streaming, nacionais e internacionais.
A centralização é vista como uma oportunidade para aumentar a competitividade da Liga, reduzir desigualdades entre clubes e maximizar receitas coletivas. No entanto, a resistência de alguns clubes, habituados a negociar individualmente os seus direitos, revela o conflito entre interesses imediatos e a visão de longo prazo.
A Liga tem promovido reuniões com a Autoridade da Concorrência, a AICEP e entidades internacionais, mas o prazo legal de 30 de junho de 2026 para concluir o processo parece cada vez mais difícil de atingir.
A experiência internacional mostra que a centralização pode ser um motor de crescimento. Em Espanha, a La Liga aumentou as suas receitas televisivas em mais de 30% após a centralização, permitindo uma distribuição mais equitativa e investimentos em inovação digital. 
Em Itália, a Serie A seguiu o mesmo caminho, com a entrada de fundos de investimento como a CVC a impulsionar a valorização dos direitos. Já a Premier League, que sempre operou com o modelo centralizado, continua a liderar em receitas globais, com mais de 3 mil milhões de euros por época em direitos televisivos, graças à sua capacidade de gerar conteúdos relevantes para audiências globais.
É precisamente neste ponto que o futebol português enfrenta outro desafio: a criação de conteúdos que interessem a diferentes públicos. A centralização não pode ser apenas uma operação financeira, mas tem de ser acompanhada por uma estratégia de produção de conteúdos que valorize o produto Liga Portugal.
Isso implica investir em storytelling, acesso aos bastidores, formatos digitais inovadores e experiências personalizadas para adeptos nacionais e internacionais. Plataformas como a Netflix, Amazon Prime ou Apple TV já demonstraram interesse em conteúdos desportivos, mas exigem qualidade, narrativa e escala.
Sem uma visão integrada que una centralização, inovação e marketing, o futebol português corre o risco de perder relevância num mercado global cada vez mais competitivo. A centralização dos direitos é uma oportunidade histórica, mas só será bem-sucedida se for acompanhada por uma transformação cultural na forma como o futebol é produzido, promovido e consumido."

Centralização dos direitos televisivos, o principal tema do futebol português


"1 — Nestas linhas, num artigo de 03/12/2024, a propósito das críticas sempre tecidas aos clubes portugueses participantes na Liga Conferência e a medida em que prejudicavam a posição de Portugal no ranking, disse: «Veremos se os ditos grandes estão disponíveis para fazer como se faz nos outros grandes campeonatos permitindo uma distribuição que favoreça a qualidade do campeonato, e não apenas dos seus clubes mais fortes. É uma questão de visão. Se tivermos visão estreita, não prospetiva, cada qual olhando apenas para o seu umbigo, assistiremos a mais um desfilar de inconsequência e o campeonato português continuará com a miserável competitividade que tem. Se tivermos visão alargada, se percebermos que do crescimento dos nossos adversários resulta o nosso próprio crescimento, poderemos aspirar a ter um campeonato verdadeiramente competitivo e não apenas um sorteio anual entre três clubes.»
Mais tarde, em 25/02/2025, a propósito dos desafios para as novas lideranças de Liga e FPF considerei este «o tópico de maior relevância para o futuro da competitividade do futebol português». «Se soubermos negociar os direitos televisivos como um todo e deixarmos a pequenez de cada um o fazer por si; se soubermos escolher um broadcaster que queira apostar e potenciar o espetáculo e não apenas distribuir dinheiro; se soubermos o valor qualitativo imanente que tem o futebol português e não negligenciarmos a dimensão estética do espetáculo que passa na televisão; atingiremos uma proposta vantajosa para todos e capaz de potenciar um crescimento económico do futebol português para poder ter melhores condições de competitividade com os principais campeonatos».
É altura de voltar ao tema. Até porque esta semana o Benfica pediu a suspensão da centralização dos direitos televisivos (oh, que surpresa!). Sendo que em termos de argumentário me basto com o que disse nestes textos pretéritos.

2 — Um enquadramento. Quais são os países cujas Ligas têm os direitos televisivos centralizados?
— França, desde a criação da Ligue de Football Professionel, em 1984;
— Inglaterra, desde a criação da Premier League, em 1992;
— Estados Unidos, desde a criação da MLS, em 1996;
— Alemanha, desde 2000;
— Itália, desde 2010;
— Espanha, desde 2015.
Quais os países que têm a alteração prevista na lei e calendarizada mas se debatem com tentativas de adiamento? Brasil (que tem aprovada a Lei nº 14.205/2021, ainda não implementada) e Portugal (onde a Liga criou um grupo de trabalho para estudar a centralização, com vista à sua aplicação previsivelmente a partir de 2028/2029). Penso que esta análise nos basta para, num passo, percebermos do que estamos a falar, e num segundo passo, nos envergonharmos connosco próprios.

3 — Uma análise. Se fizermos uma comparação do campeonato português com os campeonatos de outras paragens, em termos de competitividade, temos os seguintes e interessantes números:

Alemanha - 30 campeões - Bayern, 33
Países Baixos - 29 campeões - Ajax, 36
Inglaterra - 24 campeões - Man. United/Liverpool, 20
França - 19 campeões - PSG, 13
Itália - 16 campeões - Juventus, 36
Espanha - 9 campeões - Real Madrid, 36
Portugal - 5 campeões - Benfica, 38

Estes números são absolutamente estratosféricos se comparados com os do campeonato nacional. E então se atentarmos na natureza absolutamente episódica dos campeonatos de Belenenses e Boavista, facilmente verificámos que aquele número poderia perfeitamente ser de apenas três. Veja-se que até a Espanha — tradicionalmente dominada por Real Madrid e Barcelona — tem mais 7 clubes campeões do país vizinho do que aqueles dois: Atlético Madrid (11); Athletic Bilbao (8); Valência (6); Real Sociedad (2); Sevilha (1); Deportivo Corunha (1); Betis Sevilha (1). Nós vivemos mesmo noutro Mundo, rodeando-nos dum ridículo de que nem nos conseguimos aperceber.

4 — Uma conclusão: o atavismo conservador dos chamados grandes do futebol português, a forma como vivem agarrados à bolsa das moedas tão próprio de tempos antigos, a sua falta de visão e dimensão, a sua falta de mundividência até (já que basta olhar para o lado para ver como os outros fazem), pode vir a destruir o futebol português. Esses clubes já são, com a sua dimensão social (deverão ter mais de 95% dos adeptos de futebol portugueses), o maior impeditivo ao crescimento dos clubes e suas massas adeptas (honrosa exceção do Vitória e do SC Braga). Depois há o que somos: enquanto os outros já implementaram este sistema há décadas, nós criámos grupos de trabalho. Este país é mesmo um milagre, consegue porfiar, apesar de ter tanto quem o tente pôr para trás."

Com a centralização em 2028 a receita dos clubes vai crescer


"O futebol é o mais importante conteúdo em Portugal. Em 2024, os 20 programas mais vistos na televisão foram 20 jogos de futebol.
Em 31 de dezembro de 2024, havia 4,7 milhões de assinantes de TV por subscrição — a maioria deles trocaria de operador para ter acesso ao principal campeonato nacional de futebol.
Quem tiver a oportunidade de negociar os direitos TV no processo de centralização só pode aumentar a receita global. Se quem vende um produto não acredita no seu valor, como vai seduzir os compradores? E, antes disso, como vai convencer os donos desses direitos a delegarem a sua comercialização em vez de o fazerem diretamente?
Nestes três anos que medeiam até Julho de 2028, muito poderá ser feito para aumentar o valor da Liga. Definir o modelo de competições (sendo certo que reduzir o número de jogos diminui a receita global), conseguir não ter bancadas vazias filmadas e, sobretudo, dar muito espaço de comunicação aos jogadores e aos diretores desportivos são fatores importantes de criação de valor para a competição.
Hoje, um treinador da Primeira Liga comunica 80 vezes por ano (duas vezes no final de cada jogo). Se for treinador dos 3 maiores clubes, comunica pelo menos 150 vezes (uma antes e duas depois de cada um dos 50 jogos). Mesmo que um treinador ganhe todos os jogos, falar 80-150 vezes num ano desgasta a sua imagem perante os adeptos. Será que a impaciência dos adeptos com alguns treinadores não tem algo a ver com este excesso de exposição?
Porque não comunicam mais os jogadores? O Sporting fez isso antes da última final da Taça de Portugal e ganhou o jogo. Os ídolos dos miúdos são os jogadores. São eles que querem ver e conhecer, de quem querem comprar a camisola.
E os diretores desportivos, porque não comunicam mais, como em vários outros campeonatos (como em Itália ou na Alemanha, por exemplo)?
Estratégias de comunicação agressiva, dirigida aos árbitros ou aos adversários, nunca vão deixar de existir. E o público gosta, até durante o próprio jogo. A NBA alterou o critério do que é falta esta época - tocar no adversário, sem impacto na jogada, já não é suficiente. Analisaram o crescimento do râguebi e da MMA, por exemplo, e concluíram que os espectadores gostam de ver contacto físico leal. No início da época da NBA, a intensidade do contacto permitido foi difícil de apreender pelos jogadores e até houve algumas escaramuças incomuns — as audiências cresceram.
Muito mais comunicação por parte dos jogadores e dos diretores desportivos vai agradar aos adeptos, aos seis canais de televisão que transmitem muita informação desportiva (que vantagem tem a indústria do futebol sobre qualquer outra!) e aos treinadores, que se vão desgastar muito menos, sem uma sucessão interminável de conferências de imprensa sem nada de novo para dizer.

A partir de 2028 quem é o titular dos direitos dos jogos?
Tem apenas 6 artigos o decreto-lei nº 22- B/2021, que ficou conhecida como a Lei da Centralização – o preâmbulo é que é extenso e só serve para confundir.
Segundo o artigo nº 3, Titularidade dos direitos de transmissão, nº 1 «A titularidade dos direitos de transmissão televisiva e multimédia (...) pertence aos clubes ou às sociedades desportivas participantes nas respetivas competições».
Mesmo depois de 2028, a propriedade dos direitos dos jogos continua a ser das sociedades desportivas, não foi transferida, apenas a sua comercialização foi determinada ser centralizada.
Sobre os rumores das movimentações de fundos predadores em querer comprar uma percentagem da Liga Centralização, certamente são infundados.
Em troca de um pagamento imediato, esses fundos quereriam conduzir a negociação centralizada — o pecado original que conduziu ao desastre do mercado francês.
Face ao estado de necessidade que algumas sociedades atravessam, essa venda poderia significar a sua sobrevivência por mais um ou dois anos. Não vale a pena discorrer sobre as consequências dessa venda parcial, porque é impossível.
O valor de 100% desta empresa Liga Centralização é de zero euros, os direitos nunca deixarão de ser dos clubes.
A chave de repartição da receita deve ser definida em dois momentos diferentes.
Para ser possível obter um acordo na chave de repartição, não devem as sociedades desportivas querer discutir tudo ao mesmo tempo — num primeiro momento é preciso consensualizar alguns critérios-chave:
1) O SLB, FCP e o SCP recebem o mesmo? Qual é a percentagem que o Benfica recebe mais que Sporting e o FC Porto? Neste cenário, o Sporting e FC Porto recebem o mesmo? Entre o Sporting e o FC Porto, qual recebe mais?
2) Vitória de Guimarães e SC Braga recebem o mesmo? Ou um recebe mais que o outro? E quanto?
3) As restantes 13 equipas da Primeira Liga recebem o mesmo entre si?
4) As 18 equipas da Segunda Liga recebem o mesmo entre si?
5) Para o futebol português ser mais competitivo nas provas europeias, quem disputar as eliminatórias de acesso às provas da UEFA recebe um prémio pela classificação, que lhe permita ser mais competitivo imediatamente?
Havendo um acordo em alguns critérios-chave, os direitos podem ser vendidos. Como a receita vai ser maior, o posterior acordo sobre o valor de cada clube vai ser mais fácil atingir.
Discutir a percentagem de cada um sem se saber qual é a receita que vai haver para distribuir, num país em que a divisão de heranças dentro de famílias frequentemente até em mortes resulta, não parece ser uma boa ideia.

O que podemos esperar da negociação seguinte à de 2028?
A receita de venda dos direitos TV vai crescer no imediato, mas, se nada de novo for feito, na negociação seguinte o valor vai colapsar.
Quanto maior for a duração do contrato a iniciar em 2028, maior será a receita e mais tempo haverá para o futebol português de preparar para a negociação do ciclo seguinte.
Para o futebol português crescer no longo prazo há cinco fatores que determinam o valor de cada equipa, e que somadas são o valor da Liga Portuguesa:
1) Marca da equipa e número de adeptos;
2) Cidade que representa — em Sintra e Vila Nova de Gaia, segundo e terceiro concelho com mais população em Portugal, não há condições para haver uma equipa nas competições profissionais?
3) Estratégia e força do clube ou do proprietário da SAD.
4) Estádio onde joga (condições e lotação, com percentagem relevante de lugares premium);
5) Infraestruturas da equipa sénior e para a formação, o que permita formar jogadores em quantidade e qualidade.
O Famalicão e o Gil Vicente são os quintos clubes que estão há mais tempo na Primeira Liga – vão iniciar agora apenas o sexto campeonato consecutivo! Em 2030, algumas sociedades desportivas que existem hoje nas competições profissionais já não vão existir.
Neste quadro geral de incerteza, quem vai investir em infraestruturas? Quem tem condições para pensar no longo prazo? Ou no médio prazo? Ou para além da época corrente?
Como é que o Famalicão e o Santa Clara, por exemplo, conseguem afirmar-se nas competições europeias se continuarem a jogar nos seus atuais estádios?
Cada ano que passa, há novos desafios. Para cada desafio, tem de haver uma solução nova. Os novos desafios são as melhores oportunidades."

O gregário da semana


"A minha relação com o ciclismo tem sido de ódio-amor. Primeiro incompreensão - por que raio correm todos a trabalhar só para um? Lembro-me de pensar, numa Volta à França, ‘quem é que aquele Miguel Indurain pensa que é, que quase não ganha etapas e está sempre em primeiro?’
Depois de perceber que se trata de um desporto coletivo e de tomar conhecimento com a palavra gregário [definição: um ciclista que desempenha um papel de apoio ao líder da equipa, ajudando-o a alcançar seus objetivos] começou a dedicação: um caderninho preto e uma caneta a apontar etapas, resultados, números, e até um mapa da França desenhado à mão; procurar a etapa que passasse mais perto de casa de uma tia. Ver as guerras Armstrong, Ullrich, Pantani. Bem sei, se soubesse o que se sabe hoje... Para universitários, julho é tempo de frequências, mas para mim era também tempo de ligar a tv às 11 da manhã para ver toda uma etapa de montanha com os comentadores do Eurosport. Depois ódio pela traição de Armstrong com o doping, tantas horas torcer por uma história épica de comeback que na verdade estava manchada.
Mais tarde, de férias com bebés, a Volta à França era tempo de lançá-las na sesta ao mesmo tempo que me escapava para ouvir o Marco Chagas na RTP.
Agora faz parte do trabalho - o documentário da Netlfix, como o da F1, dá uma ajuda -, mas não deixou de ser duro ver o João Almeida cair no final de etapa na sexta-feira, pela importância que ganhou no pelotão internacional e sobretudo pelo excelente momento de forma em que chegou à prova. Rebolou pelo chão, perdeu pele, respiração nossa em suspenso, a carregar no F5 nos sites de resultados a ver se chegava.
E por isso mesmo foi ainda mais complicado ver um João tão remendado alinhar à partida de sábado, em que recebeu o prémio de gregário da semana. No discurso muito calmo, apesar da confissão e dores e, pasme-me, de uma costela partida. Aguentou os 171 quilómetros da etapa plana na cauda do pelotão, onde esteve quase sempre acompanhado por um colega da UAE Emirates, incluindo o camisola amarela Tadej Pogacar, que na véspera tinha dedicado a vitória ao seu número 2. Foi tocante."

Carta do SL Benfica


"Ex.mo Senhor
PRESIDENTE DA LIGA PORTUGUESA DE FUTEBOL PROFISSIONAL,
REINALDO TEIXEIRA
Rua John Whitehead, n.º 69,4250-540 Porto

C\C: Presidentes dos Clubes das Ligas Profissionais.

Assunto: Futuro para o futebol português e centralização de direitos televisivos

Ex.mo Senhor,
Em março de 2021, foi aprovado em Portugal o modelo de centralização dos direitos televisivos das I e II Ligas de futebol profissional, com entrada em vigor prevista para 2028. Essa decisão foi acompanhada por uma ambição clara e legítima: reforçar a competitividade, garantir a valorização global do futebol português e promover uma maior equidade entre clubes.
Contudo, passados mais de quatro anos, os pressupostos que deveriam fundamentar essa transição permanecem por cumprir. O que vemos, com crescente preocupação, é um insuficiente trabalho estrutural, planeamento rigoroso e visão estratégica, sem os quais a centralização está em sério risco de falhar nos seus objetivos primordiais.
Em face da presente situação, o Sport Lisboa e Benfica vem expor a sua posição:
i) O atual processo de centralização está atrasado, em risco de falhar os objetivos e já desatualizado face ao contexto internacional;
ii) O impacto que o futebol tem como setor estruturante da economia portuguesa exige uma visão estratégica clara e uma gestão responsável;
iii) O Sport Lisboa e Benfica será sempre solidário com a missão coletiva, mas realista relativamente ao seu valor no mercado, e ao potencial do projeto nos atuais moldes;
iv) Defender o futuro do futebol português passa por honrar os pressupostos da centralização, garantindo que não se avança sem uma visão clara e um plano que crie as condições necessárias ao seu sucesso.

Sistematizando cada um dos vetores primaciais para o futuro do futebol português:

I - Atual processo de centralização está atrasado, em risco de falhar os objetivos e já desatualizado face ao contexto internacional
Ainda não existe um plano estratégico, sustentado por dados, que demonstre que a centralização irá gerar mais receitas globais. Foi revelada publicamente uma aspiração de 300 milhões de euros por época, mas esta carece de fundamentação credível à luz da realidade atual do mercado nacional e do próprio mercado internacional.
Desde a definição da diretiva em 2021, ao dia de hoje em 2025:
• Não foram apresentados modelos alternativos nem realizado um processo real de consulta junto dos operadores/plataformas, adeptos e outros atores sobre o tipo de produto futebolístico que se ambiciona;
• A reflexão sobre a evolução dos quadros competitivos continua por se realizar, sendo essencial definir e quantificar o valor dos direitos associados a diferentes opções, tomar decisões e definir um modelo de transição;
• Não houve investimento concertado ou suficiente na modernização da infraestrutura física – p.ex., estádios, acessibilidade, conforto – ou tecnológica – como a melhoria dos sistemas de arbitragem (VAR), cuja automatização continua aquém dos padrões internacionais – ou humana – p.ex., na formação e qualificação dos árbitros e assistentes;
• Não há uma resposta cabal à desconfiança na arbitragem expressa publicamente por vários clubes. Temos assistido à contratação de ex-árbitros para as estruturas dos clubes e organizações de futebol, o que coloca em causa a transparência e isenção esperadas da atuação da arbitragem por influência direta e indireta;
• Falta uma estratégia de internacionalização clara da Liga, com metas de exposição, crescimento de audiência global e parcerias internacionais;
• O mercado de direitos televisivos doméstico permanece excessivamente concentrado, sem concorrência efetiva entre operadores. A atual estrutura levanta dúvidas sobre a capacidade de o modelo gerar propostas verdadeiramente competitivas, e a ausência de ação por parte da Autoridade da Concorrência agravou o problema;
• Alguns clubes de dimensão média não têm recebido propostas do operador atual face à potencial descontinuidade do atual modelo. O término dos atuais contratos de distribuição, num contexto de transição a três anos, reduz o poder negocial de todos os clubes na extensão / renegociação a curto prazo. Isto afeta principalmente os clubes de menor dimensão onde a comercialização dos direitos representa uma componente significativa da receita;
• O combate à pirataria continua ausente, prejudicando o valor do produto e contribuindo para a erosão das receitas legais. Em Portugal, estima-se que 1 em cada 2 pessoas utiliza serviços de acesso ilegal a transmissões de futebol (totalizando 17% da população, segundo a EUIPO, e acima da média europeia de 12%). Estima-se que a pirataria cause um prejuízo de 100 a 200 milhões de euros por ano no universo do futebol;
• Os portugueses continuam a pagar dos valores mais altos da Europa para assistir ao futebol profissional, podendo esse encargo ultrapassar os 500€/ano. O acesso completo aos conteúdos desportivos ultrapassa valores praticados em países com maior poder de compra, penalizando o adepto comum e limitando a expansão do público. É nossa firme convicção que o nível de “pirataria” seria grandemente limitado com ofertas mais inovadoras e competitivas;

É essencial reconhecer um facto inegável: se insistirmos na implementação da centralização, nos termos e prazos atualmente propostos e sem que as reformas estruturais e modernizações necessárias tenham sido concretizadas, será impossível atingir o objetivo dos 300 milhões de euros em receitas anuais. Na realidade atual do mercado audiovisual, é provável que o valor da centralização não atinja sequer os 150-200 milhões de euros, o que representaria uma perdão comprometeria o equilíbrio competitivo, a sustentabilidade financeira e a qualidade global do futebol nacional.

O modelo anterior em que os contratos televisivos eram celebrados para venda em plataformas com crescimento permanente de receitas enfrenta múltiplos desafios. Tem de haver inovação nas formas de comercializar o produto. Alguns exemplos internacionais reforçam esta preocupação e evidenciam que devem ser adotadas alternativas criativas:
• A Ligue 1 de França não conseguiu renovar os seus direitos pelos valores pretendidos (~1000 M€/ano), tendo ficando inclusive ~10% abaixo dos valores do último contrato (660 M€/ano), enfrentando uma queda abrupta nas receitas. Um último contrato que, mesmo apesar da baixa destes valores, foi rescindido pelo operador, insatisfeito com as metas de subscrição alcançadas. A Ligue 1 irá lançar o seu próprio canal para a próxima época no sentido de monetizar os direitos e ultrapassar a atual situação de incerteza financeira para a liga e para os clubes;
• A Eredivisie (Países Baixos) fechou um novo ciclo de contratos por 150 M€/ano, valores significativamente abaixo das ambições e do potencial inicialmente demonstrado;
• A perspetiva de acordo entre a Apple e a FIFA para um tradicional modelo de transmissão do Mundial de Clubes falhou. Em resposta, a FIFA procurou um caminho alternativo, tendo fechado um contrato de valores mais baixos com a DAZN para transmitir globalmente e gratuitamente os 63 jogos do primeiro Mundial de Clubes, o que nos remete para a necessidade imperiosa de encontrar modelos alternativos em face da tendência mundial do mercado.

II - O setor do futebol requer visão e responsabilidade
É preciso recordar que o futebol é um dos poucos setores em que Portugal se posiciona entre os melhores da Europa e que projeta Portugal no mundo. Assim, o futebol não é apenas um fenómeno desportivo, é um setor económico estruturante para Portugal, com impacto direto e indireto em múltiplas dimensões: fiscal, laboral, turística, mediática e cultural:
• O futebol gerou, em 2023–24, um volume de negócios superior a 1 073 milhões de euros1, com uma contribuição direta para o PIB de 0,25% a 0,29% (entre 660 e 670 milhões de euros por época);
• O futebol contribui, em impostos pagos ao Estado, com 268 milhões de euros em 2023–241, um crescimento de 18% face ao ano anterior;
• O futebol responde por cerca de 4 400 empregos diretos1, para além de milhares de postos indiretos em áreas como media, eventos, turismo, segurança, comércio e tecnologia;
• O futebol português é um dos maiores exportadores de talento da Europa, tendo atingido em 2021–22 mais de 500 milhões de euros em transferências líquidas, o que o torna num contribuinte líquido positivo para a balança externa portuguesa;
• O futebol português é responsável por mais de 90% da audiência televisiva regular de conteúdos desportivos, alavancando o setor audiovisual, as telecomunicações e a publicidade;
• O futebol é o principal fator de identidade desportiva nacional e o desporto mais praticado e assistido em Portugal;
• O futebol serve de plataforma de mobilização social, inclusão, integração e elevação de autoestima comunitária, especialmente nas regiões com clubes históricos e com impacto local relevante.
• O ecletismo dos maiores emblemas garante o financiamento de dezenas de outras modalidades olímpicas e amadoras, que sem a retaguarda do futebol não teriam qualquer sustentabilidade;
• A presença regular de clubes portugueses nas fases finais da UEFA Champions League, Europa League e Conference League garante visibilidade internacional a Portugal, contribuindo para o soft power nacional;
• O futebol é um dos principais canais de promoção da marca “Portugal” no exterior – tanto através dos clubes como dos jogadores internacionais, treinadores e gestores de topo formados no país.
1 Fonte: EY, Anuário da Liga Portugal – 8.ª Edição – Época 2023-24

Em suma, o futebol deve ser reconhecido como um dos setores estratégicos da economia portuguesa. Essa relevância exige:
• Políticas públicas adequadas;
• Regime fiscal ajustado à sua função económica e social;
• Planeamento de longo prazo com estabilidade e visão estratégica.
Ignorar esta realidade é desperdiçar um ativo nacional de enorme valor económico e simbólico. Este ativo está em risco como demonstrado pela recente queda no ranking da UEFA para a 7.ª posição.

III - O Benfica será sempre solidário, mas realista
O Sport Lisboa e Benfica será sempre solidário com o desenvolvimento e melhoria do futebol português assente em visões realistas de desenvolvimento com uma ambição de crescimento enquadrada na competitividade do nível europeu. Contudo, essa solidariedade não pode significar abdicar do valor real e comprovado que o Benfica representa no mercado audiovisual, tanto a nível nacional como internacional.
Qualquer tentativa de artificialmente nivelar por baixo esse valor prejudicaria não só o Benfica, mas o futebol português no seu todo – enfraquecendo a capacidade de competir com os maiores clubes europeus e reduzindo a entrada de receitas externas via prémios de participação nas ligas europeias e uma menor valorização internacional dos atletas nacionais.
Em coerência com o exposto, o SLB vem comunicar as seguintes diligências:
• Suspensão do seu lugar de gerência na Liga Centralização até existir uma alteração de rumo, não acreditando que o processo em curso satisfará as necessidades do futebol português e do Benfica em particular.
• Solicitação urgente de audiências ao Governo de Portugal e a todos os grupos parlamentares para, em conjunto com a Liga, expor as preocupações aqui elencadas e propor alternativas.
• Pedido à FPF, LPF e PGR de uma investigação, acompanhada de uma definição de diretrizes claras, relativas ao exercício de funções de ex-árbitros em estruturas futebolísticas, bem como mecanismos que bloqueiem influências diretas ou indiretas na atual arbitragem.
• Em sede da Liga, com todos os clubes das ligas profissionais, acordar uma posição comum sobre os requisitos mínimos e um plano alternativo para uma centralização responsável e vantajosa para todos.
• Em concreto, este plano deve incluir:
– Valores esperados de direitos audiovisuais em diferentes cenários de quadros competitivos, para que os clubes possam tomar uma decisão informada;
– Criação de um fundo de emergência para apoio de clubes em dificuldades financeiras numa eventual transição;
– Formatos alternativos para a distribuição e promoção do produto futebol;
– Modelos de distribuição com base em mérito desportivo, valor mediático e audiências;
– Investimentos mínimos obrigatórios em infraestrutura e tecnologia por parte dos clubes;
– Mecanismos de escuta regular aos adeptos e operadores;
– Plano de combate à pirataria e modernização da legislação de proteção audiovisual;
– Propostas de revisão fiscal;
– Revisão do regime de seguros desportivos e proteção social no desporto profissional.

IV - Pela valorização coletiva do futebol em Portugal
Se queremos um futuro de sucesso então devemos ter a coragem de repensar toda a abordagem ao modelo de centralização. O Sport Lisboa e Benfica e a Benfica SAD reafirmam a sua solidariedade inabalável com todos os clubes do futebol profissional português. Não nos preocupamos apenas com o nosso futuro – preocupamo-nos com o futuro de todos. Mas com responsabilidade.
Não podemos embarcar numa aventura mal preparada que corre o risco de destruir valor, reduzir receitas e comprometer de forma duradoura o desenvolvimento do futebol em Portugal. Isso seria trair os pressupostos essenciais que foram garantidos aos clubes aquando da aprovação da centralização – todos os clubes teriam ganhos no seu valor de direitos e o futebol português sairia mais forte.
Mais do que afirmações ou profissões de fé, precisamos de garantir – com dados, com planeamento, com reformas concretas – que essas promessas são exequíveis. E avançar na centralização quando estiverem asseguradas as condições que a justificam: valorização do produto, crescimento real de receitas, modernização da indústria e reforço da competitividade.
Continuar a avançar sem estas garantias e um processo estruturado é um salto no escuro. E o futebol português não pode permitir-se esse risco. Nesse sentido, ponderadas todas as razões e todos os argumentos explicitados nesta carta, o Sport Lisboa e Benfica vem requerer a suspensão imediata do processo de centralização e o início de uma reflexão profunda e abrangente para a definição de um novo modelo de direitos televisivos a adotar para um futuro de sucesso do futebol português.
Da presente comunicação será dado conhecimento aos clubes das ligas profissionais de futebol portuguesas, ao Governo de Portugal, aos partidos políticos com assento parlamentar e à Autoridade da Concorrência.

Com os meus melhores cumprimentos
RUI COSTA Presidente do Conselho de Administração da Sport Lisboa e Benfica – Futebol SAD,

Lisboa, 08 de julho de 2025"

SL Benfica

Experiências radicais


"1. A nossa Luz ficou em primeiro lugar na eleição levada a cabo pelos delegados da Liga Portugal que consagrou “o Melhor Estádio” do Campeonato Nacional da divisão principal. O Estádio da Luz, ao longo de toda a época, teve uma pontuação média de 4,97 pontos, o que lhe permitiu bater o estádio do FC Porto, 4,91pontos, e o estádio do Sporting, 4,80 pontos. Foi mais uma luta renhida que, no final, sorriu às nossas cores. O Benfica tem de gostar de ganhar todos estes despiques de maior ou de menor importância na avaliação dos adeptos. Ganhar é sempre bom. É para isto que cá estamos.

2. Em ano de eleições e em ano em que o Benfica tem, obrigatoriamente, de fazer muito melhor do que fez na temporada passada no seu futebol profissional, mudou-se de diretor-geral. Saiu Lourenço Coelho e entrou Mário Branco. Lourenço Coelho teve uma ligação de 21 anos ao Clube e teve a sua marca em 5 títulos nacionais conquistados. A Mário Branco todos desejamos mais e melhor. Outra coisa, aliás, não se poderia desejar.

3. Só lá mais para diante se conhecerão os efeitos do Mundial de Clubes nas equipas europeias que, com melhores ou com piores resultados, tiveram de penar em junho e em julho nessa competição idealizada pela FIFA.

4. Como experiência radical, o Mundial de Clubes tem, certamente, muito interesse. Os jogadores que atuam na Europa transformados em cobaias num quadro competitivo disputado em condições infames. Ao Benfica coube, por duas vezes, ter os seus jogos interrompidos e forçados a pausas de horas por força de alertas de tempestades.

5. O Mundial de Clubes terá o seu vencedor, e o seu vencedor festejará o título conquistado, é inevitável que assim aconteça. Mas quanto custará ao futuro campeão mundial de clubes esses festejos fora de época?

6. Lê-se nos jornais, e ouve-se falar um pouco por todo o lado, que o Benfica pediu ao Sporting a mudança de data da discussão da Supertaça – marcada para 31 de julho no estádio do Algarve –, mas que o Sporting não acedeu. Este tema não tem muita discussão. O Benfica já sabia, e muito antes de partir para a sua aventura nos EUA sob os auspícios da FIFA, que haveria uma Supertaça para disputar com o Sporting na abertura oficial da época. Sabia também que teria de fazer os jogos de acesso à Liga dos Campeões, mais os jogos das primeiras rondas do campeonato. Este foi sempre o programa muito radical de julho/agosto.

7. Contar com o Sporting para fazer um favor ao Benfica é sempre uma perda de tempo. Ao mesmo tempo ainda bem que é assim. No dia em que o Sporting fizer favores ao Benfica estamos bem tramados, podem crer."

Leonor Pinhão, in O Benfica

Uma caravela para os ingleses e uma taça para o Benfica


"EM SETEMBRO DE 1946, A INICIATIVA CONJUNTA DO BENFICA E DO JORNAL O SÉCULO CHAMOU A LISBOA O CHARLTON, PARA UM AMIGÁVEL

Quarta-feira, 18 de setembro de 1946, foi o dia escolhido para o jogo amigável entre o Benfica e os ingleses do Charlton, uma iniciativa conjunta do emblema encarnado e do jornal O Século. Desde cedo que este encontro entre o clube londrino – segundo classificado da Liga Inglesa na época anterior e finalista da Taça de Inglaterra – e o Benfica despertou o interesse dos adeptos. O jogo, que se realizaria “no magnífico tapete de relva do Estádio Nacional”, representaria “uma excelente demonstração do bom futebol inglês”, além de que “ver jogar profissionais ingleses […] é, para os nossos desportistas, um prazer que não se repete com frequência”.
A fama do futebol inglês fez com que muitos entusiastas não acreditassem na possível vitória do Benfica, mas a verdade é que os lisboetas sempre se empenharam em demonstrar o seu valor, principalmente quando estava em jogo a honra da cidade, ou neste caso, do país. E foi, precisamente, isso que aconteceu: “A ‘alma’ do Benfica veio ao de cima e pairou no terreno durante quase toda a hora e meia do encontro.” O Benfica realizou uma boa exibição, garantindo vantagem territorial e apresentando melhor técnica do que os ingleses, que apesar de tudo foram “fortes e com um poder físico de verdadeiros atletas, reagiram e dominaram também, por largos períodos”. As águias marcaram primeiro, por Rogério, mas logo de seguida o Charlton empatou a partida, ainda no decorrer da primeira parte. No segundo tempo, o guarda-redes benfiquista defendeu alguns remates, mas foi Arsénio que colocou o Benfica a vencer e de “extremo a extremo das bancadas o entusiasmo do público contagiou tudo e todos”. A classe e nobreza da equipa encarnada surpreendeu o adversário e valeu-lhe uma vitória por 2-1, frente a uma das melhores equipas inglesas.
Depois do encontro, os clubes confraternizaram num banquete, no qual foram trocadas ofertas: o Benfica recebeu do Charlton uma “valiosa taça” e ofereceu ao clube inglês uma caravela em filigrana.
Saiba mais sobre outros jogos internacionais disputados pelo Benfica na área 12 – Honrar o País, do Museu Benfica – Cosme Damião."

Marisa Manana, in O Benfica

De volta ao trabalho


"Depois de uma participação honrosa no Mundial de Clubes, e de um curtíssimo período de férias, a nossa equipa regressa ao trabalho já nesta segunda- -feira. Ao contrário do que sucede habitualmente no pós-com - petições de Selecção, desta vez os atletas voltam todos no mesmo dia, o que, de algum modo, mitiga os efeitos negativos da apertada calendarização. O início de época será extrema - mente exigente. Começa com a Supertaça, logo diante do “eterno rival”. Uma oportunidade para vingar as derrotas da última temporada, mas perante a qual não nos iremos apresentar em igualdade de circunstâncias – o adversário chega com muito mais tempo de preparação. Trata-se, pois, de um enorme desafio para jogadores e equipa técnica, ao qual acredito seja dada uma resposta afirmativa dentro do campo.
Logo em seguida teremos as pré-eliminatórias da Liga dos Campeões, sabendo-se a importância que tem a presença na fase principal, quer no plano desportivo, quer, sobretudo, no plano financeiro. Desde 2010, só numa ocasião (2020/21) o Benfica não se apurou. Nesse período apenas Real Madrid, Barcelona e Bayern Munique fizeram o pleno de presenças. Pelo meio temos as primeiras jornadas do campeonato, com a obrigação de entrar a ganhar.
A época passada foi marcada pela infelicidade. Não tivemos sorte, desde logo com algumas arbitragens – a da final da Taça foi o corolário daquilo que foi sucedendo ao longo do ano. Mas também houve demasiadas falhas individuais em momentos decisivos, com custos eleva - dos, o que deverá merecer alguma reflexão. A fronteira entre a necessária auto-confiança e a perigosa displicência por vezes é ténue, e trabalhá-la não é tarefa fácil. Esse é outro dos desafios colocados a Bruno Lage. Precisamos de juntar ao brilhantismo de alguns jogos, a consistência que assegura os títulos."

Luís Fialho, in O Benfica

Isto é incrível!


"Vamos a números: 342 alunos do 2.º e 3.º ciclo com avaliação final média de 4 (Bom), com 4 (Bom) a comportamento e 2 faltas por ano por aluno. Tudo isto com uma taxa de sucesso de 96%. Ninguém se espantava que esta fosse a descrição de uma escola de excelência como as que todos os anos brilham nos rankings e animam discussões sobre a qualidade do ensino público e privado. De facto, podia ser, mas não é. Trata-se isso sim do resultado do projeto “Para ti Se não faltares!” da Fundação Benfica, e os 342 alunos estão espalhados por 10 escolas de vários pontos do país. Escolas situadas em comunidades menos favorecidas, onde as famílias conhecem de perto dificuldades económicas e sociais e onde, mau grado por vezes a própria exclusão ou o risco dela, existe muito e bom capital humano que importa ao país identificar e desenvolver em prol do bem comum. Estes rapazes e estas raparigas não são todos da mesma cor, nem do mesmo país, às vezes nem da mesma religião, mas todos comungam um amor inquestionável pelo desporto e uma ambição saudável pela excelência. Querem ser bons, se possível os melhores, e comem a relva para o fazer nos campos desportivos da mesma forma que o fazem na escola porque aceitam o desafio que lhes colocamos: nada menos que encontrar e desenvolver ao máximo o seu potencial em todas as vertentes. Às vezes, no primeiro dos três anos de contrato com o projeto, não estão cientes do seu valor e capacidade de conquista, mas descobrem-se e atiram-se ao trabalho. Depois o sucesso acontece, e a escola, a família e a Fundação Benfica, com os seus parceiros, fazem orgulhosamente parte disso. Por isso mesmo, desdobram-se em trabalhos e desfazem-se em prémios para os recompensar. É incrível, verdadeiramente incrível, o que o Benfica consegue fazer neste capítulo, porque estes jovens são incríveis, todos e cada um: “E pluribus unum”!"

Jorge Miranda, in O Benfica