Últimas indefectivações

sábado, 25 de novembro de 2017

Empate em Itália

Forte dei Marmi 1 -1 Benfica

Primeira parte fraquinha (0-0), melhorámos no 2.º tempo, mas contra uns Italianos especialistas a defender (com a inacreditável colaboração dos apitadeiros espanhóis...), lá conseguimos chegar ao empate...
Como é que não foi  Adroher a marcar aquele último Livre Directo?!!!

Apesar de um empate fora, contra um concorrente directo, ser normalmente positivo, neste grupo a 'três' (com o Barcelona) temos que ter muito cuidado, qualquer descuido em casa pode ser fatal...

Empatados

Benfica 29 - 29 ABC
(15-16)

Defendemos abaixo do normal, cometemos alguns erros atípicos no ataque... o Figueira em vez de 'engatar' fez o oposto... e mesmo assim a vitória esteve 'quase'! Os últimos minutos então foram muito mal geridos...

Tudo isto com os Manos Martins no apito!!! Foi 'engraçado' ver a cara dos nossos ex-ABC (Grilo e Seabra...), quando perceberam logo nos primeiros minutos, que agora como jogadores do Benfica, as 'regras' são diferentes!!!

O Campeonato vai-se decidir na 2.ª Fase. Se me perguntassem no início da época, se a meio da 1.ª Fase estaríamos empatados na liderança, eu não acreditaria... Mas podiamos estar melhor!!!

6 minutos para marcar 3 golos

"No minuto 84.º do jogo CSKA-Benfica com o ‘placard’ em 2-0 a favor dos donos da casa, precisando o Benfica de ganhar o jogo, no mínimo por 3-2, para suplantar o resultado conseguido na Luz pelos russos, e confiando espiritualmente numa vitória do Manchester United em Basileia – o que não viria de todo a acontecer – atirou de supetão o treinador do Benfica com o sérvio Andrija Zivkovic para o relvado segredando-lhe, baixinho, ao ouvido gelado: "Vai, miúdo, tens 6 minutos para marcar 3 golos!", o que também acabou por não suceder. O futebol, na verdade, tem destas coisas incríveis. O melhor que Zivkovic ainda conseguiu foi cobrar um pontapé de canto de que resultou um alívio da defesa moscovita. Que chatice, Zivkovic. Assim não vais a lado nenhum.
O presidente do FC Porto responsabilizou os "Ruis Gomes das Silvas" e os "Goberns" pelo momento destemperado do futebol português. "Há muitos anos que estes senhores minam o futebol português e o clima na arbitragem", especificou. Dito isto, e não foi pouco, apelou o mesmíssimo presidente do FC Porto a um momento de "meditação" geral. Pois muito bem, vou seguir-lhe o conselho e meditar um bocadinho sobre tamanhos assuntos e já cá volto.
O melhor momento da semana no que diz respeito à comunicação do Benfica – se entendermos a "comunicação" como a arte de expressar a cultura de uma agremiação nos bons e nos maus momentos e até nos momentos assim-assim – foi a intervenção do senhor Jonas mal terminou o jogo com o CSKA consumada a eliminação do campeão português de toda e qualquer aventura europeia até à próxima temporada. Que se apresenta longínqua, muito longínqua. Ainda equipado e com os cabelos em natural desalinho, disse Jonas, entre outras coisas mais circunstanciais, ao jornalista que lhe apareceu pela frente na zona das entrevistas rápidas: "Devemos dar os parabéns às equipas que se classificaram". Melhor e mais rápido não se podia pedir ao extraordinário jogador brasileiro que está à beira de marcar o seu centésimo golo com a camisola do Sport Lisboa e Benfica. Jonas é História. 
Bem tento seguir o apelo do presidente do FC Porto em prol da urgente "meditação" geral sobre os malefícios causados ao futebol português pelas pessoas que há muitos anos "minam o clima na arbitragem". Mas é tão difícil atingir este estado de abstracção proposto pelo grande Dalai Lima. Por mais que uma pessoa se esforce é praticamente impossível.
O Conselho de Arbitragem da FPF autorizou a transmissão audiovisual em directo das azáfamas vividas no Centro do Video-Árbitro no decorrer dos jogos do campeonato. Seria uma belíssima e profícua medida de saneamento dos costumes se Portugal fosse culturalmente um país europeu. Não sendo, é de temer o pior. Meditemos."

Vieira em Castro Verde

Fora o árbitro, e viva a bola

"Os árbitros não querem apitar... que não apitem!

Os árbitros querem fazer greve. Ameaçaram este fim de semana e adiaram a promessa por 20 dias. 
Aqui está a soberana oportunidade dos dirigentes desportivos darem uma "bofetada com luva de pelica" a todos os que os acusam de transformar o futebol num lodaçal.
O meu desafio é o seguinte: os árbitros não querem apitar... que não apitem! Façamos uma jornada sem árbitros da primeira categoria. Uma jornada onde o trio de juízes que entrar em campo seja recebido com uma salva de palmas.
Onde as faltas sejam sempre seguidas de apertos de mão entre os jogadores, e onde a exibição de um cartão seja sempre respondida com um pedido de desculpas por parte do atleta castigado.
Onde as conferências de imprensa seriam conjuntas. Com os treinadores lado a lado a responderem a todas as perguntas.
Imaginem o que não seria uma jornada sem árbitros e sem casos? Em que, nos dias a seguir, os comentadores se concentrassem na beleza das fintas, nas defesas impossíveis dos guarda-redes, ou na visão de jogo dos centrocampistas?
Mas a ingenuidade desta reflexão esbarra na triste realidade. É pena!"

A caminho do centenário

"Na apresentação do lançamento da moeda de Carlos Lopes, incluída no âmbito dos Ídolos do Desporto, o presidente do conselho de administração da Casa da Moeda, Gonçalo Caseiro, teve todo o cuidado em frisar que o campeão olímpico não era o segundo desportista a ser homenageado a seguir a Eusébio.
E para valorizar ainda mais o momento solene no Pavilhão Carlos Lopes, Gonçalo Caseiro adiantou que seria injusto considerar, a título de exemplo, se Rosa Mota fosse a terceira individualidade a pertencer à colecção. Os campeões estão sempre em primeiro lugar. Chegam sempre à frente dos outros e têm uma classe ímpar. Isto vem a propósito da contagem decrescente para a comemoração dos 100 anos da Federação Portuguesa de Atletismo em 2021. Não faltam campeões olímpicos, recordistas mundiais e europeus e centenas de medalhados para dar lustro à grande gala do centenário.
Infelizmente, o atletismo é a única modalidade em Portugal que se pode orgulhar de ter quatro campeões olímpicos, Carlos Lopes, Rosa Mota, Fernanda Ribeiro e Nelson Évora, e só um está no activo, o triplista do Sporting. Na cerimónia, Lopes voltou a insistir que esta homenagem podia ser um bom incentivo para os mais novos. Não há qualquer dúvida. E a família do atletismo deve estar orgulhosa para receber o testemunho vivo de quem ajudou a conquistar mais de duas centenas de medalhas em grandes competições. Numa altura em que é tão fácil fazer uma selecção sem ser necessário olhar para as alíneas dos critérios – nem abunda a qualidade de outrora nem a quantidade – seria bom perceber se poderemos ter um caminho risonho e se a passagem dos 100 anos pode ser um motivo de viragem."

«Só tinha de provar a mim que era capaz»

"Tornou-se treinador principal do Benfica há precisamente três décadas. Recusara o convite três anos antes mas, em Novembro de 1987, aceitou o grande desafio.

- Recorda-se do que aconteceu na noite de 27 de Novembro de 1987?
– Presumo que é a data do Benfica-Farense que ditou o afastamento de Ebbe Skovdahl, o dinamarquês que treinava o Benfica na temporada de 1987/88.

- É isso precisamente. Que memórias tem sobre o que sucedeu?
– Tínhamos iniciado mal a época, o FC Porto era líder destacado (5 pontos, no tempo em que a vitória valia 2 e não 3 pontos) e a contestação subia de tom. Nessa noite defrontámos o Farense (de José Augusto), na Luz, e o ciclo negativo culminou com esse empate (2-2). Ficámos todos muito dececionados e fomos logo para casa porque no dia seguinte íamos para a Arábia Saudita, participar na festa do 80º aniversário do Al-Ahli. A meio da madrugada recebi um telefonema a comunicar-me que Skovdahl tinha sido destituído e que seria eu a assumir o comando.

- Como reagiu?
 – Precisei de articular as ideias mas disse que sim, iria com a equipa, e que o resto logo se veria. Em boa verdade, o que me interessava mesmo, a partir desse momento, era falar com o treinador cessante para lhe explicar o que tinha sucedido, deixando as coisas totalmente claras relativamente à minha posição. Para mim foi sempre muito importante vincar a lealdade com os treinadores principais com quem trabalhei como adjunto. Foi assim com Lajos Baroti, Eriksson, Ivic, Csernai, Mortimore… Deixei sempre bem vincado que louros e fracassos têm de ser repartidos por todos os elementos da equipa. Nenhum deles tem razões de queixa a meu respeito nesse capítulo.

- Em função do que li nos jornais da época, não foi imediata a sua posse como treinador do Benfica…
– Pois não. Recordo-me de que, a caminho da Arábia Saudita, onde ganhámos 4-0, fizemos escala em Paris e fui ver um jogo do Matra Racing (com o Laval), então treinado pelo Artur Jorge, que vencera a Taça dos Campeões pelo FC Porto uns meses antes. Jantei com ele, falámos sobre muitas coisas, incluindo, naturalmente, a posição em que me encontrava. Foi um encontro importante para tomar a decisão.

- Os dirigentes não estariam todos de acordo, porque o presidente João Santos disse que era a sua grande oportunidade, mas Gaspar Ramos disse que havia a dúvida se a escolha recairia sobre um português ou um estrangeiro…
– Até à decisão final passaram-se alguns dias, disso recordo-me bem. Mas não memorizei esses pormenores. Naquela altura houve vários jogos e eu limitei-me a treinar a equipa, esperando por uma definição do caso. Até porque também eu queria escolher a equipa técnica com quem iria trabalhar.

- Foi nessa altura que chamou Jesualdo Ferreira?
– Precisamente. Achei fundamental ter alguém da minha inteira confiança e de reconhecida competência como adjunto.

- É verdade que já tinha sido convidado para treinador principal do Benfica e não aceitou?
– Sim, é verdade. Quando Tomislav Ivic substituiu Eriksson, em 1984, e saiu ao fim de poucas semanas, antes mesmo do início oficial da época, desempenhei o cargo transitoriamente. Em determinado momento, e depois de alguns jogos particulares em que me sentei no banco como treinador principal, endereçaram-me o convite. Senti-me honrado mas entendi que não era uma proposta convicta, consistente, no tempo certo… Essa decisão não foi bem entendida por muitas pessoas ligadas ao Benfica mas foi assim que vi as coisas. Fizemos, por essa altura, um jogo com o Atlético Madrid, e fiquei a saber que Pal Csernai estava na Luz a assistir. Foi ele o escolhido.

- O que mudou, em três anos, para aceitar esse desafio em 1987?
– Mudou muita coisa, quase tudo, diria eu. Tinha mais experiência e ganhei confiança e convicção suficientes para assumir tamanha responsabilidade. Não me preocupei com o que me rodeava, porque só tinha de provar a mim próprio que era capaz.

«Empate com o FC Porto fez-nos pensar na Europa»
- Lembra-se dos primeiros jogos como treinador principal ?
– O primeiro foi o já referido frente ao Al-Ahli, na Arábia Saudita, que vencemos por 4-0. Já em dezembro, seguiu-se a primeira mão da Supertaça, com o Sporting, na Luz. Dei oportunidade a jogadores que estavam afastados da equipa, como o Bento e o Chalana, mas perdemos por 0-3. Na semana seguinte estreei-me no campeonato, em Coimbra, com a Académica, com vitória por 4-2. Não posso precisar a data certa em que assumi definitivamente o cargo, mas tenho a certeza quase absoluta de que, nessa altura, já não havia dúvidas de que ficaria até final da época.

- O campeonato ficou perdido precocemente…
– Sim, é verdade, deixámo-nos atrasar e ficámos numa situação difícil. Tivemos apenas uma oportunidade de entrar na corrida: em finais de Janeiro recebemos o FC Porto e, se vencêssemos, teríamos ainda algumas hipóteses de lutar pelo título. Empatámos, o adversário continuou distante e, mesmo sem termos desligado, o empate com o FC Porto fez-nos pensar na Europa.

- Concentraram forças para o jogo com o Anderlecht?
– Sim, já sabíamos que íamos medir forças com eles em Março e, sem desligar do campeonato, começámos a preparar esse embate dos quartos-de-final da Taça dos Campeões. A coisa correu bem e chegámos à meia-final, frente ao Steaua Bucareste do enorme Hagi, que derrotámos de modo claro.

- O que mais recorda da final com o PSV Eindhoven?
– Ui, tanta coisa: a lesão do Diamantino, as botas a saltarem dos pés dos nossos jogadores, a grande expressão do Benfica como clube mundial, a decisão nos penáltis que nos foi desfavorável...

«Equipas de 1988/89 e 1993/94 eram fortíssimas»
- Em que patamar coloca a equipa que foi à final da Taça dos Campeões de 1987/88?
– Não vou dizer que era a melhor e a que tinha mais soluções entre aquelas que orientei no Benfica. Mas tinha muito caráter e permitia fazer um onze muito competitivo.

- A de 1993/94, que foi campeã, era melhor?
– As equipas de 1988/89 e 1993/94 eram fortíssimas. Foram campeãs nacionais com muito mérito porque, tanto uma como outra, dispunham de imensa qualidade.

- As do novo século destoaram no seu percurso na Luz...
– Essas surgiram num contexto de grandes dificuldades, já em plena travessia do deserto. Foram equipas construídas muitas vezes sem critério e o insucesso desses anos não foi surpreendente.

«É um orgulho ter treinado o Benfica»
- Recordar o momento em que assumiu o comando da equipa principal do Benfica que sensações lhe suscita 30 anos depois?
– Suscita-me o orgulho por ter treinado o Benfica e ter tido a sorte de ser campeão – também como jogador. E, tal como já referi, sinto hoje o conforto de o ter feito no momento certo. A proposta foi mais credível e por isso não tive dúvidas em aceitá-la. Não o fiz para provar a alguém que era capaz. Como também já disse, a questão era mostrar a mim próprio que dispunha de condições para cumprir a tarefa.

- Há 30 anos, como foi possível mandar embora um treinador (John Mortimore) que vinha de ganhar Campeonato e Taça?
– É uma longa história e este não é o tempo nem o espaço para a dissecar. Hoje não faz sentido mas naquela altura também não fazia, embora então fosse menos relevante fazer a dobradinha, porque o Benfica vencia com mais regularidade. E depois Skovdahl foi apresentado como sendo da escola de Eriksson, que permanecia como referência para os adeptos.
- Recordar o momento em que assumiu o comando da equipa principal do Benfica que sensações lhe suscita 30 anos depois?
– Suscita-me o orgulho por ter treinado o Benfica e ter tido a sorte de ser campeão – também como jogador. E, tal como já referi, sinto hoje o conforto de o ter feito no momento certo. A proposta foi mais credível e por isso não tive dúvidas em aceitá-la. Não o fiz para provar a alguém que era capaz. Como também já disse, a questão era mostrar a mim próprio que dispunha de condições para cumprir a tarefa.

- Há 30 anos, como foi possível mandar embora um treinador (John Mortimore) que vinha de ganhar Campeonato e Taça?
– É uma longa história e este não é o tempo nem o espaço para a dissecar. Hoje não faz sentido mas naquela altura também não fazia, embora então fosse menos relevante fazer a dobradinha, porque o Benfica vencia com mais regularidade. E depois Skovdahl foi apresentado como sendo da escola de Eriksson, que permanecia como referência para os adeptos.

«Sentimo-nos ofendidos», Rui Pedro Soares

"Nem Domingos Paciência nem qualquer jogador falaram após a derrota frente ao Chaves. Foi o presidente da SAD a comparecer perante os jornalistas, assumindo o descontentamento com o clima vivido nos últimos tempos no futebol português.
«Estamos num momento de pacificação e entendemos que seria melhor falar ser eu apenas a falar. Era muito importante que os intervenientes da arbitragem dissessem quem contribuiu para este ambiente. Vamos ter a coragem de nomear quem não agiu correctamente. Acham que sobre o Belenenses deve recair a suspeição sobre quem age incorrectamente? Os árbitros devem identificar quem os ameaça. Sentimo-nos ofendidos com esta acusação genérica», disse Rui Pedro Soares. 
Questionado se tinha razões de queixa sobre a arbitragem do jogo com o Chaves, o líder da SAD azul salientou: «Não vou falar sobre a actuação da equipa da arbitragem durante o jogo, nem depois do jogo.»
A finalizar, fez questão de deixar mensagem de apelo aos adeptos do clube: «Este campeonato é muito difícil e vai ser uma luta até ao fim. Apelo à união e à consideração por estes profissionais. Apoiem-nos, eles merecem e precisam disso.»"


PS: Não é a minha personagem preferida do Tugão, mas admito que o Presidente da SAD do Belenenses tem um discurso diferente da maioria dos dirigentes portugueses!
O que ele disse ontem, é aquilo que eu ando a questionar desde Segunda. Porque é que ninguém faz as perguntas que devia?!!!!

- Quem ameaçou?
- Quais são os Clubes envolvidos na ameaça física aos árbitros e às suas famílias?
- Quais foram os árbitros ameaçados?
- Quais foram os jogos?
- Quais foram os árbitros que denunciaram?
- Os ameaçadores estão identificados?
- etc...

Ninguém pergunta... andam todos indignados com o lamaçal do Tugão, mas ninguém pergunta aquilo que está obrigado a perguntar, por inerência à sua profissão!
Incompetentes, cobardes e corruptos...

Benfiquismo (DCLXVIII)

Dois grandes...

Uma Semana do Melhor... Acertar à 2.ª !!!

Jogo Limpo... Irritações !!!

Falta de comparência

"Krovinovic escapou aos desastres e pode apresentar-se com o moral intacto

Solidário com os árbitros portugueses, vítimas de uma campanha de coação por parte de estranhos – tal como o Benfica proclamou através da sua estação de televisão –, entendeu o mesmo Benfica que o modo mais eficaz de apoiar a anunciada falta de comparência dos ditos árbitros na próxima jornada do campeonato seria rubricar estrategicamente a sua posição sobre este tema com uma estrondosa falta de comparência da sua equipa principal no jogo de Moscovo na quarta-feira seguinte. Dito e feito.
Os árbitros, entretanto, resolveram pensar melhor no assunto, reuniram-se e desconvocaram a greve com que chegaram a ameaçar o ‘status quo’ – expressão latina que significa qualquer coisa como o ‘estado actual’ – do futebol português apresentando, em alternativa, um caderno de reivindicações semânticas que pretendem ver respeitadas com carácter de urgência sob pena de voltarem a equacionar o uso do último recurso das classes laborais, a malfadada greve. Por pura maldade, está visto, a assembleia de árbitros ocorreu já depois das sete da tarde de quarta-feira, não dando a mínima hipótese ao Benfica de rever a sua expressão de solidariedade com a falta de comparência dos juízes de campo que seria desconvocada já depois de a equipa campeã de Portugal ter assumido no relvado a sua própria falta de comparência no decisivo jogo com os russos do CSKA.
Foi, assim, em vão o sacrifício da equipa orientada por Rui Vitória. A falta de comparência, a não-exibição em Moscovo redundou naturalmente numa derrota por 2-0 que acabou por não servir para coisíssima nenhuma a não ser para dar moral e para devolver o bom nome ao guarda-redes do CSKA, que vinha sofrendo golos há 43 jogos consecutivos na Liga dos Campeões e que, ao 44.º jogo, tendo pela frente o Benfica lá conseguiu ver interrompida a sua série negra. Digo-te já, meu caro Akinfeev, que ou era naquela noite ou nunca mais era. Chegando o Benfica à gélida da Rússia com um cúmulo adquirido de quatro faltas de comparência nos quatro jogos entretanto disputados nesta fase inicial da prova e apenas com um golo apontado, ser-lhe-ia, na realidade, muito difícil contrariar o padrão imposto.
A greve total do Benfica na Europa teve, no entanto, um mérito que poderá vir a servir para alguma coisa tendo em conta que ainda faltam seis meses para o fim da temporada. É que, no meio de tudo isto, salvou-se Filip Krovinovic. Por não ter sido inscrito na UEFA – bem visto! – o croata escapou à mão cheia de desastres internacionais e pode apresentar-se com o moral intacto para o muito que ainda vem aí. É o único."

O que há para vencer é o que interessa

"Temos de ser honestos e reconhecer que foi um Benfica muito abaixo daquilo que e capaz e do que seguramente ainda fará esta época.

Foi bom ter vencido a Supertaça no passado mês de Agosto. Foi má a prestação europeia do Benfica, que sai da Rússia com congelação matemática das suas aspirações europeias.
Nesta Liga dos Campeões aconteceu de tudo ao Benfica, penaltis por marcar a favor, penaltis inventados contra, auto-golos, golos em fora-de-jogo, frangos e falhanços, azares de ir à bruxa, lesões e outras confusões, mas temos de ser honestos e reconhecer que foi um Benfica muito abaixo daquilo que é capaz, e do que seguramente ainda vai fazer esta época, para glória do clube e alegria dos adeptos.
Parabéns às equipas portuguesas que ainda continuam em prova, com merecimento, com aspirações, e com vantagem para o nosso futebol. Não é altura para balanços, nem do que está ganho, nem do que está perdido, é altura para perceber que quase tudo está por disputar. Campeonato Nacional, Taça de Portugal e Taça da Liga, são as três provas nacionais mais importantes, neste momento é apenas nesse caderno de encargos que nos temos que centrar.
A catarse do divã pode ser interessante e legítima nos adeptos mas não pode desviar Rui Vitória e os jogadores de tudo o que há para vencer. E o que há para vencer é tudo o que nos interessa.
No passado fim de semana, o Benfica jogou contra o Vitória de Setúbal o suficiente para merecer estar no sorteio da Taça de Portugal da passada quarta-feira.
Segue-se o sensacional Rio Ave, será o alvo das próximas preocupações. Já que não tivemos a sorte de um bom sorteio, que seja para vencer com um bom jogo.
Domingo voltamos ao campeonato, com dose repetida de Vitória de Setúbal. O mesmo que na semana passada se bateu bem, o mesmo que teremos de voltar a vencer.
Dezembro tem um calendário infernal que pode relançar o Benfica nos três títulos que aspira.
Se no golf se costuma dizer não interessa como, interessa quantas (tacadas), também nesta fase interessa ao Benfica somar pontos, passar eliminatórias, e olhar para a frente.
São doze nos últimos dezasseis títulos nas nossas vitrinas, queremos manter esta arreliadora habituação. Se não for sempre que seja quase sempre."

Sílvio Cervan, in A Bola