"Entre muitas outras coisas, Paulo Pereira Cristóvão disse ao “Expresso” que o Sporting era “um clube de loucos” e houve quem tivesse ficado desagrado com a oportunidade concedida pelo semanário de Pinto Balsemão ao ex-vice-presidente para dizer de sua justiça num caso de justiça em que é o primeiro e único protagonista. Compreende-se que a gente de bem do Sporting prefira nunca mais ouvir falar o ex-inspector da PJ cujos métodos de trabalho em prol do clube do seu coração o colocaram numa situação complicada perante a opinião pública e, possivelmente, perante os tribunais.
Por exemplo, para Carlos Barbosa da Cruz, um sportinguista de mérito com coluna semanal de equilibrada opinião no “Record”, o facto de o “Expresso” ter dado guarida à defesa de Pereira Cristóvão é mais grave do que o facto de o mesmo semanário ter dado guarida, por engano, às proclamações de Artur Baptista da Silva, o falso conselheiro da alegada ONU que andou por aí a enganar meio mundo. Duvido que sejam acontecimentos classificáveis na mesma ordem das grandezas e misérias do jornalismo em Portugal mas, sem qualquer esforço, reconheço as boas intenções do sportinguismo do citado colunista do “Record”.
A entrevista de Paulo Pereira Cristóvão não fazia falta nenhuma ao Sporting. Mas não devemos cometer o pecado da generalização. A entrevista não fazia falta nenhuma, sobretudo, à clique que manda em Alvalade. Nem a alguns dos já demitidos ou já demissionários do colectivo original, bem eleito ou mal eleito em Março de 2011. Acontece que entre a gente de bem do Sporting corre com insistência a reclamação de que o clube se constitua como assistente no caso Cristóvão em defesa, precisamente, do bom nome da instituição. Ora a entrevista de Paulo Pereira Cristóvão ao “Expresso” encerra forte ameaça a que isso alguma vez venha a acontecer.
“Todos sabiam da rede de informação” e “havia pessoas pagas para isso” e mais a junção de um role de nomes de altíssimos coniventes em parte das matérias, colocam grande dificuldade a que o presidente do Sporting decida constituir-se, de alma e coração, assistente no processo judicial em curso. E é esta a culpa do “Expresso”, foi o mensageiro da mensagem. Valha-nos a ONU.
ERRAR É HUMANO
Venha de lá esse chinês
Aproxima-se a data do primeiro clássico do ano – trata-se da visita do FC Porto ao Estádio da Luz – e avoluma-se a vontade de adivinhar o nome que Vítor Pereira, o presidente do Conselho de Arbitragem, vai atirar para o palco da Luz. Entre os dois estados-maiores em disputa a questão do árbitro tem implicações diferentes. Por exemplo, para os campeões nacionais, na verdade, tanto faz. O árbitro não passa de um assunto sempre encarado com incrível tranquilidade. É o que se depreende, uma vez mais, das palavras de Pinto da Costa para quem o árbitro do Benfica-FC Porto “até pode ser um chinês”.
Para Luís Filipe Vieira a chinesice é outra. A arbitragem é uma missão a quem falharam os tribunais, como afirmou no início de 2013. E, neste capítulo, limitou-se a dar razão imagine-se a quem… a Pedro Proença que, no fim de 2012, lamentou a inoperância da Justiça no velho e arquivado caso do Apito Dourado. Sobrepondo a política ao jogo, o presidente do Benfica fez suas as palavras do árbitro acusado de ter “roubado” o título da época passada ao Benfica em vésperas de mais um emotivo Benfica-FC Porto. Que esta sinergia teórica não redunde no fracasso das respectivas intenções é o que todos desportistas desejam para 2013. E venha de lá esse chinês!
POSITIVO
Cardozo imparável
Enquanto persistir em assinar “hat-tricks” com a naturalidade das coisas naturais, dificilmente o paraguaio deixará de abrir o top mais da semana. A última vítima de Cardozo foi o Desportivo das Aves.
A bomba Moutinho
O pequeno dínamo do meio campo dos campeões nacionais nunca dá sinais de cansaço e continua preponderante nos sucessos da equipa. Foi à bomba que, no Estoril, Moutinho impediu a derrota do FC Porto.
NEGATIVO
Crise Coentrão
O jogador que fez as delícias da Luz e foi vendido por 30 milhões transformou-se num incómodo descartável para o Real Madrid. Chegou atrasado ao primeiro treino do ano, vai ser multado e já nem Mourinho o segura.
PÉROLA
“Estamos a assistir à sportinguização do país.”, António Victorino D’ Almeida
Benfiquista dos sete costados, o maestro mais popular e querido do país ofereceu um pequeno consolo retórico aos amigos sportinguistas. O problema maior reside no país e não é propriedade exclusiva Sporting Clube de Portugal, um “grande” a contas com a mais grave crise da sua história."