Últimas indefectivações

quinta-feira, 13 de novembro de 2025

História...

Maribor 0 - 3 Benfica
18-25, 23-25, 21-25

Qualificação, pela primeira vez, para a fase de grupos da Champions League!
A época não tem sido perfeita, temos variado bastante, bons jogos, com outros negativos, ainda com algumas lesões pelo meio, mas esta qualificação vai marcar a época!

Primeiro ponto na Champions...

Benfica 1 - 1 Twente
Prieto


2 pontos perdidos, contra uma equipa ao nosso alcance! É verdade que as muitas lesões, não ajudam as opções neste momento, mas principalmente após o grande golo da Prieto, com o jogo partido, com o nosso meio-campo em grandes dificuldades, as opções do treinador também não ajudaram...

Bom arranque...

Medimurje 0 - 3 Benfica
18-25, 19-25, 14-25

Vitória larga, no regresso à Challenge Cup, com uma vantagem tranquila para a 2.ª mão em Lisboa...

O Sorteio acabou novamente por não ser muito agradável, ficámos do lado mais complicado da grelha. Vamos encontrar muito provavelmente nos Quartos, e em caso de vitória, nas Meias-finais as equipas mais fortes presentes nesta competição...

Goleada...

Benfica 7 - 2 Riba d'Ave

Mais uma goleada, num bom momento da equipa, mesmo sem o Pau e com o Roby ainda abaixo do normal, no período pós-lesão!

Fora da lei


"O dia final das eleições trouxe uma nova afirmação de força do universo Benfica, mais uma vez amplo vencedor nas urnas de voto. Agora, é o recomeço em que todos contam e em que as forças se esperam novamente reunidas, para um novo ciclo que todos desejamos mais triunfante que o anterior.
Em dia de regresso à vida normal, faltava então a vitória no campo, que é aquilo de que, verdadeiramente, o adepto mais gosta e espera. Tudo se conjugava para que o final de uma semana atribulada fosse feliz e o Casa Pia parecia o visitante perfeito, tendo em conta as dificuldades que tem vivido. Conseguir um golo cedo, e ainda por cima vistoso, embelezado pela dupla atacante eleita por Mourinho, foi sentido como o início de um duelo tranquilo, em que o mais forte ditaria a sua lei.
Porém, aquilo que parece o mais difícil quando se defrontam equipas que defendem muito atrás — marcar cedo — acabou por ter um seguimento frouxo que, de resto, Mourinho assinalou no final do jogo. De acordo com o desfecho inglório deste jogo, recordo John Mortimore, o meu primeiro treinador no Benfica. Uma das ideias expressivas que transmitia ilustra bem aquilo que as equipas devem fazer quando chegam à vantagem e que o Benfica não fez, quer com o Casa Pia, quer com os outros adversários com quem perdeu pontos. Ele utilizava o boxe, muito popular em Inglaterra, e o momento em que se atinge o adversário, em que se deve aproveitar a fraqueza momentânea que um soco certeiro sempre provoca. Quem consegue atordoar o opositor deve aproveitar o momento seguinte para investir e para o derrotar, sem dar espaço à sua recuperação anímica. Muito ao contrário, o Benfica acabou por permitir a um adversário recolhido e tímido a impensável discussão do resultado.
A entrada de Prestianni no recomeço, sendo boa, acabou por não conseguir o habitual efeito que o jovem argentino normalmente acrescenta. Mais à frente, depois de finalmente o Benfica conseguir aumentar a vantagem, viria o golo do Casa Pia, resultante de uma falsa falta, que repunha, poucos minutos depois, a diferença mínima. O penálti incorretamente assinalado exaltava, então, público e jogadores, mas não da maneira mais positiva.
O VAR acabaria por ser negativamente protagonista, autêntico fora da lei, em claro prejuízo do Benfica, mas a equipa fica a dever a si mesma muita responsabilidade no insucesso.
Com meia hora ainda por jogar, não mais o Benfica conseguiria reassumir o comando claro do jogo. A necessária personalidade e segurança perderam para uma abordagem displicente de Ríos, na fase final em que qualquer erro pode ser fatal, como foi. Sobranceria ou eficácia e rigor? A escolha deveria ser óbvia. Podemos sempre recorrer à atenuante do desgaste físico, de quem vem de uma derrota, mesmo que injusta, na UEFA Champions League, mas exige-se bastante mais.

O PESO NA ÁREA
O peso na área, expressão muitas vezes utilizada, não se mede pelos quilos que cada jogador pesa, mas sim o que significa a presença atacante perto da baliza adversária, tendo em conta as caraterísticas e argumentos individuais dos avançados. Também o número de jogadores que uma equipa consegue fazer chegar à área adversária significa dificuldades acrescidas para quem defende. As equipas de perfil atacante procuram manter a segurança entre o investimento de mais unidades no ataque e o equilíbrio defensivo que importa garantir, quando o adversário recupera a bola.
Na área, onde tudo se decide, uma das qualidades que um avançado convém ter está na dimensão do seu jogo aéreo, sabendo que no centro da defesa normalmente habitam defesas altos. Por falar na arte de cabecear, o treinador do Benfica tem reconhecido alguma limitação dos seus avançados no que a essa ferramenta diz respeito, muitas vezes importante para ultrapassar adversários recuados. Julgo ter percebido que um dos alvos que o clube procurará assegurar no próximo mercado deverá ter obrigatoriamente essa importante caraterística. O melhor cabeceador do plantel atual acaba por ser Otamendi, cujo indesmentível poder aéreo, por ser defesa, fica limitado às situações de bola parada.

TROCA O PÉ
A moda dos alas de pé contrário mudou a realidade dos pontas de lança e, pelos vistos, veio para ficar. Hoje, os alas conduzem a bola para dentro, rematam mais e cruzam menos e pior, por utilizarem o pé menos forte. Alguns refugiam-se no meio, fugindo do confronto com o adversário direto. Também o cabeceador, que antes atacava a bola de frente, respondendo ao cruzamento tradicional, teve de se adaptar à nova trajetória que leva a bola no sentido da baliza. A potência do cabeceamento que se conseguia no ataque à bola deu lugar ao desvio de quem agora a persegue, tendo em conta o efeito contrário. A parte mais exterior dos corredores é agora mais frequentemente percorrida pelos defesas laterais, os extremos puros da atualidade. Outros tempos que vivemos.

MENTALIDADE
A capacidade das equipas vai muito além do talento e da qualidade técnica e física de cada um dos seus elementos. Ao contrário dos desportos individuais, as equipas de futebol dependem em muito da coordenação em campo e da liderança dos seus elementos, para a desejada força coletiva que ganha jogos. No caso do futebol, o rendimento divide-se por onze jogadores, sendo a dinâmica e a mentalidade positiva aquilo que une as peças e faz a diferença. É uma realidade exigente e um trabalho continuado e aturado para qualquer treinador. A incerteza dos resultados entre equipas de valores diferentes é, muitas vezes, fruto da concentração, rigor, esforço e também sorte de quem tem menos recursos, mas muita vontade. É essa incerteza em que navega a beleza do futebol que as equipas grandes procuram evitar, mas nem sempre o conseguem."

Rui Águas, in A Bola

Terceiro Anel: Bola ao Centro #161 - Um problema nunca vem só!

BF: Schjelderup...

Zero: Canto - O erro de Mourinho: desculpabilização ou realidade?

5 Minutos: Diário...

Terceiro Anel: Diário...

Zero: Tema do Dia - Cinco nomes (fora dos grandes) em destaque na I Liga

Pre-Bet Show #157 - Montámos o XI de Portugal para o Mundial

Observador: E o Campeão é... - “O Conselho de Arbitragem não foi cobarde. Deu a cara”

Observador: Três Toques - Paulinho. O rei das botas de ouro mexicanas

Zero: Negócio Mistério - S05E04 - Imbula...

SportTV: Titulares...

Champions no feminino na Luz


"Esta edição da BNews é dedicada a vários temas da atualidade do Benfica, com destaque para a partida entre Benfica e Twente a contar para a Liga dos Campeões de futebol no feminino.

1. Ganhar
O treinador da equipa feminina de futebol do Benfica, Ivan Batista, sublinha: "Vamos tentar neste segundo jogo em casa conseguir finalmente o nosso objetivo que vai passar por vencer o jogo, mas vamos encontrar uma equipa muito forte."

2. Contributos internacionais
Acompanhe, no Site Oficial, o desempenho dos futebolistas do Benfica ao serviço de várias seleções nacionais.

3. Bilhetes disponíveis
Estão à venda os ingressos para o jogo do Benfica com o Atlético no Restelo.

4. O sonho da Margarida
Uma iniciativa conjunta do Futebol Profissional e da Fundação Benfica.

5. Triunfo na Suécia
O Benfica ganhou, por 32-34, ao HF Karlskrona em mais uma jornada da EHF European League.

6. Jogos do dia
Além do desafio com o Twente às 20h00 no Estádio da Luz para a Liga dos Campeões de futebol no feminino, há, no Pavilhão Fidelidade, às 18h00, a partida de hóquei em patins com o Riba d'Ave (masculinos). Em voleibol, a equipa masculina atua na quadra do OK Medimurje nos 32 avos de final da CEV Cup (17h00) e a equipa feminina disputa a 2.ª mão da 3.ª ronda de qualificação da CEV Women's Champions League no reduto do OTP Banka Branik (17h00).

7. Jovens nas seleções
São 32 os atletas da formação do Benfica ao serviço de seleções nacionais.

8. Treinos de captação
Jovens nascidas entre 2008 e 2020 vão poder mostrar as suas qualidades no dia 1 de dezembro nos Pupilos do Exército, em Lisboa.

9. Os bastidores do Património
Veja as melhores imagens da iniciativa que deu a conhecer a vários sócios o Centro de Documentação e Informação e o Departamento de Reserva, Conservação e Restauro do Sport Lisboa e Benfica.

10. Casa Benfica Entroncamento
Conheça esta embaixada do benfiquismo através da lente da BTV."

Arbitragem? Parece que está tudo bem


"O presidente do Conselho de Arbitragem, Luciano Gonçalves, e o Diretor Técnico para a Arbitragem, Duarte Gomes, vão falar. Estava previsto, mas há coincidências que vêm mesmo a tempo.

O prometido é devido e hoje os responsáveis da arbitragem fazem balanço de dez jornadas da Liga. Essa é a primeira nota a tirar: não é pelo momento que o presidente do Conselho de Arbitragem, Luciano Gonçalves, e o Diretor Técnico para a Arbitragem, Duarte Gomes, vão falar. Estava previsto, mas há coincidências que vêm mesmo a tempo.
As últimas semanas no futebol foram a repetição de outras já vividas. Na realidade, nós até sabemos que elas vão chegar, falta-nos sempre saber o quando. Por aí, nada desta gritaria é surpresa. Como, acredito, não será surpreendente que tanto Luciano Gonçalves como Duarte Gomes defendam a arbitragem.
A criação de um diretor técnico nacional é, na minha ótica, uma boa ideia e parece-me que Duarte Gomes quis levar para o cargo um nível de exigência superior ao que havia. Durante muitos anos, a avaliação dos árbitros era desconhecida do público. Agora, com a apreciação a ser divulgada no site da FPF há uma maior transparência e, como todos os árbitros são humanos, não só erram como reagem em estado de espírito a essa publicação. Explicando melhor, nenhum ficará indiferente ao ver a sua nota oficial a ser mostrada a todos os dirigentes e adeptos. A pressão faz parte do trabalho de um árbitro e para se estar na Liga é preciso saber lidar com ela.
É verdade que não sabemos o que pensa o CA e o diretor técnico das arbitragens da 11.º jornada - temos apenas uma informação sobre o Santa Clara-Sporting, que se presume transformar num 'Insatisfatório' oficial -, mas temos todo o historial até à 9.ª e os comentários de Duarte Gomes a lances da 10.ª.
Na Liga houve 99 jogos até agora. Se retirarmos os 9 da última ronda, temos 90. E se nos cingirmos às 9 jornadas em que temos apreciação oficial são 81 partidas. Nessas, temos 11 com notas Insatisfatórias e apenas três dessas 11 tanto árbitro como VAR tiveram nota negativa (nos outros oito, pelo menos um deles teve nota positiva). Daqueles três em que tudo correu mal, há Estoril-Nacional, FC Porto-Nacional e FC Porto-Vitória. A isto podemos juntar o Santa Clara-Sporting pelo que já se sabe e não colocar o Vitória-Benfica também pelo que já foi dito por Duarte Gomes.
Assim, temos a indicação de nota de 82 de 99 jogos. Cinco de 82 têm apreciação negativa e os dois clássicos já jogados tiveram nota 'Muito Satisfatório' para o árbitro e 'Satisfatório' para o VAR. Parece que está quase tudo bem na arbitragem portuguesa. Parece..."

Erros deles, má fortuna


"Pelo menos José Mourinho não errou a ordem - culpa nossa, culpa do árbitro, culpa do VAR – as duas últimas são sempre discutíveis, ainda que aceitáveis neste caso. O problema para o Benfica é que a culpa própria, na incapacidade de jogar melhor, nas substituições que desafiam a sorte, e em cima de um plantel mal construído, é muito maior do que a que pode atribuir a terceiros.
Incluindo os comentadores, já agora, que ainda vivem num país onde não há delito de opinião (mesmo da mais discutível e criticável) e que têm tanta responsabilidade no mau momento das águias como um sinal de trânsito de Mangualde na desmatação da Amazónia.
Valha a verdade que não destoa do todo do futebol português, na semana em que o FC Porto, depois da cena lamentável e indesculpável do vídeo na cabina do árbitro, vem, com o seu catequizado treinador, retomar a tese do «contra tudo e contra todos». Se é assim a ganhar quase sempre e com todos os ventos de feição, como será quando perder?
Ou em que o treinador do Sporting – menos grave, mas impossível de levar a sério - nos quer convencer de que não viu o lance de erro evidente que ditou o canto vitorioso nos Açores, sendo fácil adivinhar que lho teriam mostrado umas dez vezes antes de falar se tivesse ocorrido na baliza oposta.
Voltemos ao Benfica, que há dois meses tinha um plantel que multiplicava soluções (no tempo de Lage), há duas semanas só precisava de um ou dois retoques em janeiro e agora já carece de dois extremos, um lateral esquerdo e mais um médio. E talvez um ponta de lança, arrisco, tão pouca tem sido a confiança de Mourinho em Ivanovic e a sucessiva referência à falta de «presença» na área.
A questão mais relevante, todavia, mirando o futuro, é a do perfil a contratar, e quase tudo indica que o pensamento do novo técnico tenderá a cavar mais fundo no erro cometido segundo Bruno Lage, em que a obsessão pela dimensão física fez com que a maioria dos contratados, mais do que qualidade técnica e de tomada de decisão, tivesse obrigatoriamente de acrescentar centímetros, quilos ou aceleração, no fundo «presença física».
E assim surgiram Dedic, Obrador, Ríos, Barrenechea, Ivanovic e Lukebakio. De perfil diferente só Sudakov, não por acaso o mais talentoso. E é revelador que Mourinho já tenha pedido mais rendimento ao ucraniano e sido particularmente duro com Schjelderup, ao mesmo tempo que repete a utilização e reforça a utilidade de Barreiro, a quem faltam rudimentos para jogar a este nível.
O final do jogo frente ao Casa Pia não teve só má fortuna, ainda que tenha tido (mais ainda no autogolo de Tomás Araújo), nem óbvios erros individuais, como quando Ríos, como tantas vezes faz, se virou com a bola para o lado errado. Teve também a opção por jogadores que não acrescentam nada da pausa que se recomendava naquele momento, o que se agravou com as substituições de Sudakov e depois Pavlidis (este esgotado) e quando já não havia Barrenechea, o mais tranquilo com bola entre os jogadores do Benfica.
Com Prestianni, Barreiro, Ríos e Lukebakio (e depois Ivanovic) em campo ao mesmo tempo nenhuma equipa no mundo terá facilidade em manter a posse de bola e controlar um jogo com ela. Nem frente ao Casa Pia, a este Casa Pia, o que diz tudo."

Claro e expressivo


"Rui Costa venceu as eleições de forma clara e expressiva. Noronha Lopes foi claro e expressivo ao apelar à união. João Diogo Manteigas, Martim Mayer e Cristovão Carvalho foram claros e expressivos ao estarem presentes na tomada de posse e LFV foi também claro e expressivo, antes de votar, ao pedir para que todos se unam. Todos foram responsáveis por mais uma manifestação de grandiosidade do Sport Lisboa e Benfica e, em conjunto com os 93 891 sócios que foram votar novamente, ajudaram a escrever mais uma página Grandiosa na história do "maior de Portugal." Pelo contrário, pequena é uma Liga que viveu mais um fim de semana em que o que se passou dentro do campo foi desvirtuado por erros grosseiros, claros, flagrantes, notórios e evidentes que afastaram a competição da verdade e a Liga do primeiro mundo. Diz-se que nada disto teria acontecido se o Santa Clara tivesse "fechado" o primeiro poste e o Benfica tivesse resolvido o jogo quando devia e o "aguentasse" quando se exigia. É verdade, mas usar este argumento de Jacques de la Palice e negar a evidência de termos resultados adulterados numa Liga que se quer internacionalizar e se insere no espaço da UE onde as regras da concorrência são levadas a sério, é procurar que tudo fique na mesma e ir contra uma competição que se pretende concorrencial e justa e onde as regras não sejam distorcidas pelo "suposto regulador." Mais do que a reflexão prometida, é preciso perceber que adiar o inadiável, que só mentes pequeninas podem defender, é imprescindível garantir que todos concorram leal e justamente, pois manter o "estado da arte," como se viu neste fim de semana, não defende nem a competição nem a verdade."

Portugal ganhou um grande lateral


"Guardiola está a criar mais uma obra de autor: Matheus Nunes pode mesmo vir a tornar-se um dos melhores da posição; teremos duas locomotivas nos corredores da Seleção

Os génios não têm por norma o dom da inteligência emocional. Depende do grau de genialidade e do contexto. Há os que roçam o inimputável, outros que fazem um esforço para se integrar minimamente nos códigos de conduta e ainda uma terceira categoria na qual se pode colocar homens como Pep Guardiola: não são propriamente dos mais amigáveis do mundo para aqueles com ele diretamente trabalham, mas que impõem a sua liderança de uma forma inequívoca por aquilo que fazem e não pelo que são. E com uma taxa de sucesso incomparável com a dos demais.
Há poucos jogadores que tenham criado relações de amizade com o treinador catalão (pelo menos de uma forma pública), mas nenhum (até mesmo Ibrahimovic) teve a ousadia de dizer que não aprendeu com ele. Ou que não se tenha tornado melhor futebolista, o que nesta indústria vale não só um ego insuflado como muitos mais milhares de euros no bolso.
O mais recente caso é o de Matheus Nunes. Quando o internacional português estava no Sporting, e depois de o Manchester City ter goleado os leões em Alvalade por 5-0, em fevereiro de 2022, foi considerado por Guardiola «um dos melhores jogadores do mundo». Em abril de 2025, e na sequência de uma época desastrosa para os elevados padrões do clube, o técnico falou sem filtro e afirmou que o futebolista formado em Alcochete «não tem a inteligência suficiente para jogar no meio», decidindo torná-lo lateral-direito.
Em condições normais teríamos um jogador ferido no orgulho e com repercussões no próprio balneário. Mas o que se verificou nos meses seguintes foi o oposto. «Ele pode ser um lateral-direito incrível porque é um médio defensivo com uma capacidade física extraordinária. Se mantiver o foco, pode tornar-se um dos melhores», disse o espanhol, há cerca de duas semanas. Quem viu o recente City-Liverpool ficou esclarecido: Matheus Nunes fez exibição fantástica, revelando um upgrade em quase tudo o que se pede num jogador de elite da sua posição – controlo dos timings de corte e ocupação dos espaços interiores, nunca ficando demasiadamente exposto no um para um. O resto já o tinha e aplicou-o com mestria: agressividade nos duelos, controlo da profundidade com uma aceleração muito acima da média e a famosa vertigem nas transições quando (e se) necessário.
Estaremos, pois, na iminência de mais uma grande transformação (um lateral completo) e com óbvio benefício para a Seleção Nacional. A convocatória de Roberto Martínez para os jogos frente a Irlanda e Arménia é esclarecedora: o jogador dos citizens não foi apresentado como médio, mas como defesa. Sem nenhum lateral canhoto ao dispor (Nuno Mendes está lesionado e o selecionador optou por não chamar mais ninguém), um dos destros que habitualmente foram adaptados ao lado contrário no passado (Nélson Semedo, Diogo Dalot e João Cancelo) vão substituir o jogador do PSG, abrindo-se aqui uma janela de oportunidade para Matheus Nunes afirmar-se por Portugal de uma forma como nunca o fez.
Continuando neste trajeto ascensional, não ficaria surpreendido se ele vier mesmo a conquistar o lugar dentro de pouco tempo e a Seleção passar a contar com duas locomotivas em ambos os corredores, potenciados pelos dois melhores treinadores do mundo (Luis Enrique e Pep Guardiola), compatriotas de Martínez. Os espanhóis nunca foram tão amigos de Portugal como agora."

Transparência e integridade: fundamentos para a legitimidade do desporto europeu


"No cenário desportivo europeu, transparência e integridade tornaram-se condições inseparáveis para a legitimidade institucional. A transparência refere-se à visibilidade das decisões de governança, enquanto a integridade diz respeito à qualidade ética e à justiça dessas decisões. Um sem o outro é insuficiente: transparência sem integridade torna-se numa autopromoção superficial, e integridade sem transparência torna-se uma retórica não verificável. Somente quando ambos coexistem é que o desporto pode cumprir seu papel democrático e educativo na sociedade.
Por décadas, o desporto europeu operou sob a suposição de que o seu valor social era evidente e além de qualquer escrutínio. Essa crença, o chamado mito da pureza permitiu que decisões obscuras, conflitos de interesse e acesso desigual ao poder permanecessem amplamente invisíveis.
No entretanto as expectativas públicas mudaram. Hoje, o desporto recebe financiamentos públicos substanciais, depende da confiança dos contribuintes e exerce influência cultural muito além das competições. Nesse contexto, a legitimidade ética não pode ser mais presumida; precisa ser demonstrada.
Os desafios contemporâneos enfrentados pelo desporto ilustram o custo de ignorar a integridade: manipulação de resultados, troca de votos, opacidade financeira, clientelismo na governança e manipulação de eleições não são incidentes isolados, são consequências estruturais de uma supervisão fraca e de poderes discricionários.
A integridade deteriora-se, não apenas quando as regras são violadas, mas também quando as instituições são projetadas de modo que a responsabilização se torne opcional. Quando isso acontece, a confiança implode mais rápido do que pode ser reconquistada.
Por isso, a transparência deve ser operacional, e não apenas simbólica. Princípios éticos não são credíveis se não forem mensuráveis. A integridade não surge espontaneamente de valores, mas de sistemas que previnem abusos e recompensam condutas éticas. O desporto europeu precisa de mecanismos capazes de transformar ideais normativos em práticas verificáveis: prestação de contas financeira aberta, regras de governança previsíveis, participação inclusiva e responsabilização baseada em evidências.
Da mesma forma, a integridade depende da independência. Um código de conduta tem pouco valor se a sua aplicação é controlada por aqueles que podem beneficiar da sua aplicação seletiva. Uma federação não pode ser considerada confiável se as partes interessadas não têm acesso às informações necessárias para avaliar as suas ações. A transparência protege a integridade exatamente porque limita o poder arbitrário e subjuga a tomada de decisão à visibilidade pública. Assim, a transparência não é apenas administrativa; é uma salvaguarda da justiça.
Um movimento crescente na Europa, liderado pelo SIGA, defende não apenas o compromisso ético, mas também a criação de indicadores que o quantifiquem. Ao traduzir transparência e integridade em critérios objetivos, estruturas de governança visíveis, divulgação consistente das finanças, supervisão democrática, inclusão e responsabilização dos parceiros institucionais e comerciais, as organizações desportivas podem ser comparadas, avaliadas e aprimoradas ao longo do tempo. A medição transfere o debate da intenção para a evidência, do discurso político para a prática institucional.
O próximo passo na governança do desporto europeu é, assim, cultural: aceitar que a integridade não é um acessório moral, mas uma condição operacional de legitimidade. O desporto não pode reivindicar educar, incluir ou inspirar se tolerar uma gestão obscura ou privilégios que escapam ao escrutínio. Restaurar a credibilidade exige uma cultura de governança que considere a transparência não como obrigação, mas como compromisso democrático; e a integridade não como slogan, mas como salvaguarda estrutural.
Somente quando transparência e integridade funcionarem juntas, de forma visível, verificável e consistente, o desporto europeu poderá recuperar plenamente a confiança que busca representar."

Superliga e o modelo europeu do desporto


"Recentemente, um tribunal de Madrid confirmou o entendimento segundo o qual a UEFA e a FIFA abusaram da sua posição dominante ao impedirem a criação da Superliga europeia de futebol. Esta decisão, amplamente debatida na última semana, traz à tona não só a complexidade das relações de poder no futebol europeu, mas também a necessidade de preservar o modelo europeu de desporto, que é reconhecido e respeitado como um património único a nível global. A decisão judicial levanta questões pertinentes sobre os riscos que se colocam atualmente ao modelo europeu do desporto.
Este modelo assenta em princípios fundamentais, como a solidariedade, o mérito desportivo, a pirâmide hierárquica e a promoção de competições abertas, que têm permitido a sustentabilidade do desporto a vários níveis, desde as camadas de formação, amadoras até à elite profissional. No modelo europeu, as receitas geradas pelas competições são frequentemente redistribuídas para apoiar clubes mais pequenos e o desporto de base. Este sistema visa proteger o equilíbrio competitivo e garantir que equipas de diferentes dimensões continuem a ter a oportunidade de competir, evoluir e trazer benefícios para as suas comunidades locais. Tal abordagem promove o mérito desportivo, em que o desempenho em campo é o principal fator que determina o sucesso, em vez de apenas critérios financeiros ou de popularidade.
Cabe aos organismos reguladores, aos clubes e aos restantes agentes desportivos proteger aquilo que faz do futebol europeu uma referência global: um sistema onde todos têm uma oportunidade, onde as competições geram dinâmicas inclusivas e onde os interesses do desporto estão acima das motivações puramente económicas."

O caso Schjelderup: um alerta para levar a sério


"Espera-se que o que se passou com Schjelderup sirva de exemplo, não só para ele - que parece ter-se apercebido da dimensão do seu erro -, também para colegas, familiares e amigos.

1
“Recebi um pequeno vídeo e, sem pensar duas vezes, reencaminhei-o para um amigo alguns segundos depois. (…) Infelizmente, naquele momento, não pensei nas consequências, nem que poderia ser ilegal partilhá-lo. (…) Foi um erro estúpido e pontual, do qual me arrependo profundamente (…). Não tenho desculpas. O que fiz (…) foi ilegal e não está certo. Assumo total responsabilidade por isso e espero que o meu erro possa levar outras pessoas a não cometerem o mesmo erro depois de ouvirem ou lerem a minha história. Espero que pensem duas vezes antes de partilhar algo que não deve ser partilhado”.
As palavras são de Andreas Schjelderup, futebolista norueguês do Sport Lisboa e Benfica, que foi recentemente acusado do crime de partilha de conteúdo sexual de menores pelas autoridades da Dinamarca. Mas devem merecer a reflexão da generalidade dos leitores – particularmente, daqueles que não se encontram cientes da gravidade deste tipo de práticas.

2
Para que fique claro: não é intuito do presente artigo tecer juízos de valor sobre o caráter do jogador em causa – que não conheço pessoalmente, e por quem, aliás, até nutro alguma simpatia do ponto de vista desportivo, enquanto sócio do Sport Lisboa e Benfica. O que se pretende é tão-só alertar para o facto de a sua conduta configurar um crime – não apenas na Dinamarca, onde ele foi acusado, mas também em Portugal, onde situações semelhantes tendem a repetir-se praticamente todos os dias, de uma forma cada vez mais «normalizada».
Efetivamente – e fruto das alterações introduzidas pela Lei n.º 26/2023, de 30 de Maio -, a redação do art. 193.º do nosso Código Penal é hoje inequívoca: “quem, sem consentimento, disseminar ou contribuir para a disseminação, através de meio de comunicação social, da Internet ou de outros meios de difusão pública generalizada, de imagens, fotografias ou gravações que devassem a vida privada das pessoas, designadamente a intimidade da vida familiar ou sexual, é punido com pena de prisão até 5 anos”. Sublinha-se: “quem (…) disseminar ou contribuir para a disseminação (…)”. Para efeitos da disposição supramencionada, deverá considerar-se punível tanto o agente que promove a disseminação inicial das imagens, como todos aqueles que, a posteriori, concorram para aumentar o alcance dessa disseminação – designadamente, através de atos tão simples como o perpetrado por Schjelderup, ao reencaminhar o vídeo que lhe havia sido originalmente remetido por um amigo para outras pessoas da sua rede de contactos.
De resto, percebe-se que assim seja. Afinal, ponto é que aquilo que para uns é um gesto aparentemente insignificante – uma simples partilha de algo que já se tornou público –, para a vítima representa uma machada mais nos seus direitos e liberdades fundamentais. É que cada partilha abre a porta a novas visualizações. E cada nova visualização determina um grau adicional de exposição da sua vida privada perante terceiros. Circunstância tanto ao mais grave quando esteja em causa a divulgação de conteúdos particularmente sensíveis, tais como imagens ou vídeos de cariz sexual – mais ainda, quando essas imagens ou vídeos digam a respeito a menores de idade, como no caso em análise.

3
Espera-se, pois, que o que se passou com Schjelderup possa servir como exemplo. Não só para o próprio – que, ao que tudo indica, já se apercebeu da dimensão do seu erro. Mas também para os seus colegas, familiares e amigos. E, acima de tudo, para todos aqueles que acompanham a sua carreira – seja enquanto adeptos, seja enquanto rivais. Porque como se lê na página de Responsabilidade Social da Federação Portuguesa de Futebol, “a importância de que o futebol se reveste perante a opinião pública configuram-no enquanto fator de influência para a promoção e desenvolvimento de ações de cariz social”.
Aproveite-se a exposição mediática do jogador e do lamentável caso em que este se viu envolvido para moldar e corrigir comportamentos – nomeadamente, junto dos mais jovens. Se assim for, poderá até não se apagar o mal que já foi feito. Mas, pelo menos, estarão a criar-se condições para que este tipo de práticas ocorram com menor frequência. Quanto ao mais, caberá aos Tribunais julgar e decidir. Sem entrar em «derivas punitivas». Mas afastando liminarmente a ideia de que o crime compensa. Porque não pode compensar. Não pode haver espaço para o benefício do infrator num Estado de Direito Democrático."

BolaTV: Mais Vale à Tarde que Nunca - A triatleta Ana Luisa Ramos e o regresso de Lucas Santos

BolaTV: NBA - Primeiros jogos da NBA Cup

BolaTV: Debrief - GP do Brasil