"Recentemente, um tribunal de Madrid confirmou o entendimento segundo o qual a UEFA e a FIFA abusaram da sua posição dominante ao impedirem a criação da Superliga europeia de futebol. Esta decisão, amplamente debatida na última semana, traz à tona não só a complexidade das relações de poder no futebol europeu, mas também a necessidade de preservar o modelo europeu de desporto, que é reconhecido e respeitado como um património único a nível global. A decisão judicial levanta questões pertinentes sobre os riscos que se colocam atualmente ao modelo europeu do desporto.
Este modelo assenta em princípios fundamentais, como a solidariedade, o mérito desportivo, a pirâmide hierárquica e a promoção de competições abertas, que têm permitido a sustentabilidade do desporto a vários níveis, desde as camadas de formação, amadoras até à elite profissional. No modelo europeu, as receitas geradas pelas competições são frequentemente redistribuídas para apoiar clubes mais pequenos e o desporto de base. Este sistema visa proteger o equilíbrio competitivo e garantir que equipas de diferentes dimensões continuem a ter a oportunidade de competir, evoluir e trazer benefícios para as suas comunidades locais. Tal abordagem promove o mérito desportivo, em que o desempenho em campo é o principal fator que determina o sucesso, em vez de apenas critérios financeiros ou de popularidade.
Cabe aos organismos reguladores, aos clubes e aos restantes agentes desportivos proteger aquilo que faz do futebol europeu uma referência global: um sistema onde todos têm uma oportunidade, onde as competições geram dinâmicas inclusivas e onde os interesses do desporto estão acima das motivações puramente económicas."

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