Últimas indefectivações

domingo, 21 de julho de 2019

No primeiro toque, Jota abriu uma cratera. No segundo, assistiu Rafa. O terceiro toque foi do telemóvel de Vieira: o agente quer um aumento

"Odysseas
Apesar de só ter contrato com o Benfica até Janeiro, Odysseas parece continuar motivado para dar o seu melhor pelo clube, mostrando inclusivamente reunir condições físicas para a prática da modalidade, algo que nem sempre acontecer com os melhores jogadores nesta posição. Para além das defesas atentas, viu-se que tem feito trabalho específico a treinar os golpes de vista. A bola faz o que ele quer.

Nuno Tavares
Ele que tenha cuidado com estas experiências do Lage. Não costumam correr bem. Veja-se os três últimos titulares nesta posição. André Almeida fez uma fractura. Salvio foi obrigado a emigrar. João Ferreira foi oferecido numa troca do OLX. Este Nuno Tavares que continue a mostrar futebol e vai ver o que é bom para a tosse.

Rúben Dias
Cheguei a uma fase da vida em que chego a confundir Rúben Dias com Ferro, tal é a elegância com que o nosso mais que óbvio capitão de equipa aborda a maioria dos lances.

Ferro
Um desarme esteticamente perfeito aos 13 minutos, seguido de um passe primoroso por cima de um adversário a lançar o contra ataque, era tudo o que eu precisava de ver o Ferro fazer nesta noite de Julho.

Grimaldo
Algum entrosamento com Caio Lucas polvilhado pela mesma desconfiança que todos sentimos em relação a este gajo.

Florentino
Não sei se é dos ares da Califórnia, mas Florentino continua com a mentalidade de baseball, como se tivesse três oportunidades para acertar com o bastão na bola. Esta ginga de médio defensivo todo chill que de vez em quando mete a pata na poça não vai sobreviver à ansiedade natural do benfiquista, e algo me diz que também não vai convencer Bruno Lage.

Gabriel
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Pizzi
Esquerda e direita. Ele que se ponha fino. A concorrência é muita e não parece estar para brincadeiras.

Caio
Testar jogadores é também testar os adeptos. Caio Lucas teve um arranque formidável com um lance individual que é 90% do golo de RDT. O problema é que faltavam 87 minutos para o jogo acabar e ainda não é claro se Caio Lucas tem o que é preciso para aguentar uma jornada de trabalho. Se um lance corre bem, parece craque; sempre que perde a bola fica a sensação de que podia ter feito mais, que é mais ou menos uma forma simpática de dizer que não vai durar muito se mantiver esse registo. 

R.d.T.
Possante, inteligente, sentido de baliza, capacidade de arrastar os defesas e conduzir a bola apesar da sua presença, enfim, uma série de atributos que nos fazem questionar para que raio fomos gastar mais 17 milhões no passe do Vinicius. Como se isto não bastasse, é também respeitador dos mais velhos, como demonstra uma assistência primorosa para Seferovic que o suíço desperdiçou porque Seferovic.

Seferovic
Esperou até Raul de Tomás abandonar o relvado para mostrar que também sabe jogar futebol, e ainda bem. Se mantiver o registo da época passada, tem tudo para desperdiçar 80 e marcar mais 20. Nada mau para quem até há um ano jogava na conhecida posição de terceiro avançado, ou seja, pouco ou nada calçava. Se depender dele, o Vinicius pode ir já directo para o Rio Ave.

Rafa
Eu sei que já passou algum tempo desde a revelação de Rafa, mas continuo a observar com um misto de surpresa e embevecimento a frieza com que Rafa finaliza as suas oportunidades de golo.

Jardel
Acabou por ter menos trabalho do que os postes.

Jota
O seu primeiro toque na bola, uma recepção orientada, abre uma cratera na defesa do Chivas que só não cria mais perigo porque o miúdo foi pisado. O segundo toque na bola é outra recepção entre linhas que cria o segundo golo. O terceiro toque foi o telefone do Vieira a tocar. Era o empresário a exigir um aumento salarial.

Samaris
O grego joga bem e jogar sem pressa, sem ânsia de agradar. Vai fazendo o seu trabalho enquanto aguarda pacientemente que Lage os adeptos concluam que é dele a titularidade no arranque desta época.

Taarabt
Brilhante. O jetlag não o afectou, já que Taarabt passou anos a acordar fresquinho a estas horas. O marroquino pegou no jogo e colocou o corredor central a carburar de uma forma que mais ninguém soube fazer esta noite. Não sei qual é a política do Lage em relação a este tema, mas Adel fez por merecer uma noite de drogas e álcool.

Chiquinho
Encostado à ala parece um reforço do Tondela em Janeiro. Ninguém quer isso, nem mesmo Lage. Assim que voltou a pisar corredor central voltou a dar uns ares de si.

Ebuehi
Levou um nó aos 88 minutos que o fez ter saudades do ano que passou no ginásio a recuperar da lesão.

Fejsa
Apesar de tudo tem mais títulos do que lesões.

Zivkovic
Quem?

Cervi
Cervi? Quem quer saber do Cervi?"


PS: Oh Vasco, o Cervi, jogo em qualquer lado, faz o que o treinador lhe pede, e não pia, não mostra menos entrega, não faz birras!

SL Benfica - Chivas Guadalajara

"Primeiro jogo nos EUA, diante uma equipa Mexicana que começa amanhã o Campeonato, mas que ainda assim levou boa parte dos titulares. O Chivas apresentou-se num 5-3-2 a encaixar no nosso 4-4-2 que teve a surpresa (pelo menos para mim) de ter Haris Seferovic e Raul de Tomas em conjunto no ataque. Outra surpresa foi Nuno Tavares a jogar a lateral direito Chegámos ao intervalo com apenas uma boa oportunidade (que deu em golo). O jogo acabou por mudar com a entrada de Jota, Taarabt e Chiquinho a 20 minutos do fim. 3-0. Bons 20 minutos finais. Umas notas sobre o jogo.
1. Caio Lucas. Eu já tinha avisado. Está longe de ter convencido, mas não é nenhum cepo. Caio Lucas mostrou no Mundial de Clubes ser um jogador que conjuga velocidade com técnica e hoje mostrou isso. Faz uma bela finta de corpo e aproveita muito bem o espaço nas costas da linha defensiva, assistindo para RDT que só teve que encostar. Acho que CL7 pode ser um reforço muito interessante.
2. Raul de Tomas. Teve um golo, teve várias oportunidades onde fez questão de mostrar o seu enorme talento. Jogar atrás de Seferovic não me parece beneficiar muito o seu futebol, mas também foi apenas um jogo. Pode ser que melhore noutras ocasiões. Mas a verdade é que sempre que recebeu a bola à frente da área, deixou belos detalhes.
3. Florentino Luís. Não contribuiu muito para a construção de jogo. Havia um espaço enorme entre ele e Gabriel e os dois avançados. Isso não beneficiou nada o nosso jogo ofensivo. Florentino um bocado aquém daquilo que mostrou na época passada. De qualquer maneira, é só a pré-época.
4. Haris Seferovic. Foi inexistente no jogo até que lhe meteram Jota nas costas. Acaba por marcar um golo depois de um grande passe de Adel Taarabt e tem mais uma ou duas boas oportunidades que não entraram por causa de uma boa defesa do Gudiño. Mais um dia mau para o mito de que “Haris Seferovic falha muito”
5. Nuno Tavares. Jogou a defesa direito. Via-se que não estava confortável. Não subiu tanto como de costume.
6. Odysseas Vlachodimos. Muita gente tem falado de como o seu psicológico poderá ficar afectado por causa das notícias que têm aparecido. Isto é muito simples, o Vlachodimos só ficaria afectado se fosse um coninhas. Se for um jogador a sério percebe que tem estes jogos extra para mostrar a Lage que é melhor que o guarda-redes que vier. Hoje fez isso. Fez três ou quatro boas defesas. Está a reagir bem às notícias.
7. Jota. Há um jogo antes e um jogo depois das substituições do minuto 70. Muito por causa deste rapaz. Jota na primeira vez que toca na bola, cria a melhor oportunidade pelo corredor central do Benfica. Acabaria por fazer uma assistência muito boa para Rafa na jogada do segundo golo. Com o Jota a jogar assim, ainda arriscamos a levar uma "Dalotlização" antes do fim de Agosto.
8. Chiquinho. Outro jogador que entrou muito bem. Acho que ninguém já se lembra que custou 4.5M. Chiquinho é craque nas horas. Está numa série de boas jogadas e criou também muito perigo para a baliza dos Chivas.
9. Rafa. Não sabe jogar mal. Começou no banco hoje, mas vai naturalmente ser titular nos jogos a sério. É o segredo mais bem guardado do Campeonato Português. Belo golo depois de uma desmarcação de Jota.
10. Tyronne Ebuehi. Entrou, mas limitou-se a jogar para o lado. Não estou nos treinos. Mas se vai continuando, é porque Lage viu alguma coisa nele. Para já, eu ainda não vi nada.
11. Adel Taarabt. Acho que vai a tempo de ser um jogador épico em Portugal. Passe fantástico para Seferovic no terceiro golo. Taarabt é dos jogadores mais talentosos do Campeonato. Tem um controlo de bola incrível e uma visão de jogo soberba. Não consigo imaginar quem vai estar na dupla titular na Supertaça.
12. Andrija Zivkovic. Voltou de férias. Um ou outro bom detalhe.
O jogo valeu sobretudo pelos últimos 20 minutos. Foram mesmo muito bons. A equipa está a melhorar de jogo para jogo. Acho que está na altura de acabar com os testes e começar a montar um 11 base e neste momento parece-me que esse 11 base vai ser Vlachodimos, Almeida, Rúben, Ferro, Grimaldo, Samaris, Taarabt, Pizzi, Rafa, Jota e depois lancem cara-coroa entre o melhor marcador do Campeonato e o homem que já leva três golos nesta pré-época. O Benfica vai ter jogadores na bancada que eram titulares em todas as equipas do Campeonato. Literalmente todas. Mas o mercado ainda não fechou e há posições que podem ainda melhorar."

Coluna Vermelha, in Facebook

O Bom, o Mau, o Herói e o Vilão do Benfica - Chivas

"Os encarnados bateram os mexicanos (3-0) no jogo de estreia da Internacional Cup, que se disputa nos EUA. O jogo teve, como diz o outro, duas partes distintas e foi na segunda que o Benfica se superiorizou. Como? Já veremos a seguir.

O Bom
Bom é ganhar e o Benfica venceu pela primeira vez um jogo da Internacional Cup, uma competição financeiramente simpática, mas desportivamente discutível: porque é longe, porque o fuso é outro e porque se disputa, por vezes, a horas desnecessárias.
Este sábado eram 13h na Califórnia quando o Benfica entrou em campo com um 4x4x2 clássico (Seferovic e R.D.T.), estreando Odysseas e Nuno Tavares a titulares. É verdade que os encarnados marcaram logo de início, por R.D.T a passe de Caio Lucas, mas boa, boa foi a segunda-parte dos encarnados.
Porquê?
Percebe-se que com R.D.T. e Seferovic há um buraco entre-linhas por preencher, e que era onde costumavam andar João Félix ou Jonas. Na segunda-parte, quando Lage começou a substituir jogadores, a partir dos 65 minutos, às tantas estavam Rafa, Jota, Seferovic e Chiquinho no ataque, um figurino semelhante ao de 2019-20. Reapareceu o jogo interior, as triangulações, a procura de espaços e a velocidade.
E assim marcou outros dois golos, com Jota subitamente livre da pressão que provavelmente lhe era causada pela presença de Félix - só há lugar para um miúdo-maravilha de cada vez - a passarinhar pelo campo, ao sabor do jogo.
Levanta-se a questão: o Benfica acabou de contratar outro avançado poderoso e finalizador chamado Vinicius, pelo que agora conta com três homens de área. No modelo de Lage, só um cabe no onze.

O Mau
O calor e a alguma agressividade dos mexicanos em lances de proximidade física. Talvez não seja de somenos o facto de o Chivas se ter apresentado com as segundas linhas, pois dali a 48h disputaria o primeiro jogo da liga mexicana. Os habituais suplentes quiseram mostrar serviço e houve momentos quentinhos.
Quanto ao resto, já foi acima referido que o 4x4x2, com Seferovic e R.D.T., juntos foi mau para toda a gente: para os visados e para a equipa, porque obrigou Pizzi a triplas funções e ao pesado Gabriel a horas extraordinárias.

O Herói
R.D.T. marcou um golo, mas Seferovic jogou melhor quando o espanhol saiu. Destaque, também, para Jota (assistência para Rafa), para Taarabt (passe vertical de craque para o golo de Seferovic), para Rafa (pelo golo e pela velocidade) e para o esquerdino Nuno Tavares que mostrou uma personalidade destemida como defesa-direito. Ah, e a baliza de Vlachodimos, que parecia embruxada: os mexicanos acertaram três vezes nos ferros do grego na segunda-parte.

O Vilão
Caio Lucas começou com uma boa assistência para R.D.T. e posteriormente cavalgou para uma exibição infantil, como outras que se viram nos outros jogos de pré-época. O homem tem técnica e tem ginga, mas falta-lhe perceber que o truque extra, facilmente contrariado pelo adversário, o vai deixar sistematicamente no banco de suplentes. E ele tem muita concorrência para aquele lugar: Rafa, Zivkovic, Cervi e até Jota jogam por ali."


PS: O Lagarto Corrupto do Candeias não podia deixar de 'enfiar' a mentira no meio da crónica: o Chivas não jogou com as segundas linhas, mais de metade dos jogadores foram titulares o ano passado, e depois acrescentou algumas contratações e alguns 'putos' da formação...

Carlos Vinícius

"O Benfica apresentou o seu quarto reforço para o plantel. Trata-se de Carlos Vinícius que em dois anos passa do último classificado da Ledman LigaPro para o primeiro classificado da Liga NOS. Esta contratação tem vários pontos que merecem ser tocados.
1. O Passado. Carlos Vinícius tem um passado pouco conhecido no futebol. Apenas despertou atenções depois da grande época que fez no Real SC (conhecido popularmente como Real de Massamá). Nessa época jogou contra alguns dos seus novos colegas, como Ferro, Florentino e Gedson e num dos jogos contra a equipa B até marcou dois golos. Ao todo fez 20 golos em 39 jogos. Foi responsável por mais de 40% dos golos que o Real marcou nessa temporada (48). A sua bela temporada chamou a atenção a vários clubes. A Nápoles acabou por ficar com ele a troco de 4M. Nunca chegou a jogar pela Nápoles. Foi emprestado ao Rio Ave onde manteve a veia goleadora (20j e 14g) e em Janeiro foi tentar salvar o Mónaco da descida, mas acabou por não ter muito tempo de jogo. Fez 16 jogos, apenas 3 como titular e grande parte das vezes a entrar já nos 80s. No seu lugar jogava sobretudo Radamel Falcão.
2. O Preço. Há uma semana estava a caminho do Wolverhampton a troco de 18M, mas não lhe foi aprovado o visto e a transferência foi cancelada. Chega agora ao Benfica a troco de 17M. Tem 24 anos, 1.90m e nas últimas duas épocas fez 36 golos em 75 jogos. O preço não é baixo, até é relativamente caro. Por 10-12M já seria justo para ambas as partes. Mas também não é nada de outro mundo. Já houve jogadores muito melhores a serem contratados neste verão por pouco mais (Julian Brandt e Thorgan Hazard custaram 25M ao Dortmund cada por exemplo), mas na maioria desses casos havia um contexto. Os jogadores estavam a entrar no último ano de contrato. E também já houve jogadores piores a serem contratados por valores mais altos. Se o Carlos Vinícius tiver uma época em linha com o que fez no Rio Ave, ninguém se vai lembrar do preço daqui a uns meses.
3. O Espaço. Mais do que o preço, o que me faz coçar a cabeça é o espaço na equipa. Ontem ficou um pouco claro que a ideia de Jota e RDT ou Seferovic na frente parece render mais do que a ideia RDT e Seferovic na frente. Nesse sentido, vai haver uma vaga apenas para um ponta de lança. Tendo três jogadores os minutos que Carlos Vinícius terá não serão muito diferentes dos que teve no Monaco, onde não correu bem. É um jogador que marca quase a totalidade dos seus golos em jogos que faz como titular e não a sair do banco. Para mim faria mais sentido ter ido buscar um avançado mais jovem, sem tanta qualidade no imediato, mas com um grande potencial, que fosse trabalhando entre a equipa B e a equipa principal. Um Sekou Koita, um Adolfo Gaich ou um Sebastian Soto. Eventualmente um Andrea Pinamonti se ele estivesse nessa onda (que eu acho que não esteve) ou um Kang-in Lee. Por outro lado, também percebo que a época seja longa e nesse sentido convém ter mais do que duas opções no plantel. A verdade é que não foram poucas as vezes que o ano passado tivemos apenas Seferovic disponível para esta posição devido à lesão de Jonas. Nesse sentido, o Carlos Vinícius é jovem, tem potencial e rende mais do que qualquer um desses jovens jogadores poderia render agora.
4. O Impacto. Com este reforço, fica confirmado que Cádiz vai ser emprestado ao Belenenses assim que recuperar. Fica também a parecer que o plantel não terá mais reforços do meio-campo para a frente a menos que haja uma saída inesperada (Jota anda a jogar imenso e tem uma cláusula de uns meros 30M). Isto quer dizer que o clube acredita que os substitutos de João Félix já estão dentro de portas. O que apesar de ser uma decepção para muitos (para mim é), é também algo compreensível. Chiquinho tem-me deixado de água na boca. Temos Taarabt, Rafa e Caio Lucas que podem jogar a segundo avançado. Temos Tiago Dantas a aparecer, um pouco mais longe temos ainda o Gonçalo Ramos. E claro, temos Jota que tudo aponta que seja o titular Para quem tem estas opções todas, não é assim tão surpreendente que o Benfica tenha optado por um ponta de lança em vez de um segundo avançado.
5. O Jogador. É um jogador alto, mas que não joga muito de cabeça. O pé direito não é mau. Mas o pé esquerdo é de craque. Ataca bem a profundidade e sabe criar a sua própria oportunidade. É muito perigoso se tiver espaço. É jogador semelhante ao Seferovic mas menos completo e mais tecnicista. Encaixa-se perfeitamente no nosso modelo de jogo.
6. O Futuro. Já aqui disse várias vezes que o Benfica tem na formação pelo menos um prospect muito bom a sair num espaço de 2-4 anos em todas as posições excepto ponta de lança. Nesse sentido, temos neste momento três pontas de lança com uma média de idades de 25 anos. O futuro fica salvaguardado no curto e médio prazo.
Dada a profundidade do plantel, parece ser um bom reforço, um pouco caro, podemos perguntar se o dinheiro não seria melhor empregue noutra posição, mas com 120M em caixa, dinheiro não será um problema agora e temos tudo para ir buscar o outro reforço que precisamos, eventualmente os outros dois. A época é longa e é bem provável que haja a necessidade de ter um terceiro ponta de lança de qualidade. Não me apressava a criticar esta contratação, pois ele é mesmo bom jogador."

Sinais

"Os jogos de pré-temporada não devem ser motivos de grandes conclusões, até porque há muitas variáveis que são irrepetíveis quando a competição arrancar a sério. Mas são importantes para deixar algumas pistas, sobretudo na forma como as mudanças do defeso afectaram o rendimento de cada equipa.
Bruno Lage perdeu três jogadores importantes na época passada – João Félix, Jonas e Salvio –, ainda não pode contar com um titularíssimo (André Almeida), mas, do que já deu para ver, a equipa mantém uma identidade de processos semelhante: procura ser rápida na pressão sobre o portador da bola e chegar depressa ao último terço, quase sempre através de combinações curtas. Ontem, e pela primeira vez, o técnico juntou Seferovic e Raul de Tomas na frente de ataque. O espanhol voltou a marcar e a mostrar qualidades que lhe dão pinta de excelente reforço (faro de golo, poder de choque e boas movimentações), mas não se pode dizer que a dupla tenha funcionado particularmente bem. No final, o triunfo claro e justificado dá aos encarnados razões para optimismo. 
A entrevista que João Capela dá hoje a Record, no seguimento de outras que deu desde que acabou a carreira, é mais um excelente contributo para que os árbitros sejam vistos como de facto são: humanos, com imperfeições, medos e ansiedades. Precisamos todos de parar com a intolerância que foi criada em relação a eles."

Símbolos!

"Se há algo indissociável da ideia de Benfica é o seu símbolo. A águia, o lema, o ecletismo. De tudo se desenvolve uma história que tanto nos orgulha. A mutação é inerente à natureza humana. Aliás, até as pedras mudam de forma. Ou não fosse o tempo um implacável agente de mudança. Antevendo o que por aí vem, ou não, aponto duas preocupações: a identidade e o método. O que possam ter em mente quanto à evolução do símbolo do Benfica só se pode inspirar no Benfica. Qualquer seguidismo ou tendência comercial será ferreamente combatida, em tribunal se necessário for. O símbolo não é uma marca. É muito mais que isso. Cuidado...
O Benfica compara-se com os maiores, não por ser como eles, mas por ser como é, tão grande como eles e tão singular no "orgulho muito seu", construído na atractividade do seu símbolo, inspirador, popular, vital. Portanto, tocar no símbolo do Benfica é raspar o coração de cada benfiquista. Espero que essa percepção esteja muito clara na cabeça de quem quiser avançar com tão arrojada ideia. Rapidamente chegamos ao método. Qualquer mudança tem de passar em votação em Assembleia Geral do Sport Lisboa e Benfica. O símbolo não é um activo que deslize entre linhas de um balanço, não é um equipamento alternativo, um relvado, ou nome de estádio. O símbolo é a imagem que sempre reconheceremos. É a imagem da eternidade que queremos para o Benfica. Não é algo que se confunda com um ciclo, com um regime.
Uma sucessão de vitórias não legitima uma descaracterização do que somos, antes reforça a convicção do que queremos continuar a ser. Benfica, Benfica, Benfica, até morrer."

De olhos nos olhos

"Esta semana, em duas acções com muita visibilidade, o Conselho de Arbitragem (CA) juntou jornalistas e comentadores para explicar as alterações às Leis do Jogo, fazendo-o de uma forma aberta e frontal. Ao mesmo tempo, sucedem-se as acções de formação em clubes de todos os escalões, para as quais a Associação Portuguesa de Árbitros de Futebol (APAF) também foi muito solicitada. Fazemo-lo com gosto, pois não vivemos numa bolha fechada e acreditamos num futebol em que todos os agentes convivem de forma sã e onde possamos todos falar de olhos nos olhos.
Da parte dos clubes temos notado que tem havido essa abertura para ouvir e aprender. Sinais que nos deixam optimistas, já que acreditamos que, aos poucos, as coisas começam a mudar. A intenção é sobretudo chegar aos adeptos - eles, sim, a essência do futebol -, cujas opiniões e atitudes são muitas vezes inquinadas por máquinas de comunicação que apenas procuram esconder os próprios falhanços das estruturas dirigentes. Os árbitros estão disponíveis, como sempre estiveram, para o diálogo honesto e frontal; é fundamental que todos os outros agentes também queiram e saibam ouvir e dialogar.
Um dos projectos que a APAF tem em marcha, com o apoio do IPDJ, é o ‘Entra no jogo comigo’, que incluirá diversas acções com os pais de jogadores infantis. Uma das missões que terão, será acompanhar as equipas de arbitragem no início e no final de cada jogo. Acreditamos que será um gesto com um grande significado e que ajudará a que os árbitros passem a ser vistos com outros olhos."

A pedagogia do desporto

"Se educação constitui um problema demasiado sério para ser deixado unicamente aos teóricos da pedagogia, parafraseando uma célebre frase, eu diria o mesmo para o desporto. O estudo sobre o processo de ensino das actividades físicas tem tido um desenvolvimento particular, sobretudo nestes últimos anos. A investigação neste domínio tem-se inspirado dos modelos empregues nas ciências da educação. A descrição das interacções professor-aluno, os seus comportamentos específicos, a identificação de algumas variáveis em relação ao sucesso dos alunos e a identificação das principais competências para ensinar são muitas vezes referenciadas sobre o processo didáctico das actividades físicas e sobre a formação dos professores de educação física e/ou treinadores. Vários estudos têm sido feitos sobre o assunto. Mais no estrangeiro do que em Portugal, diga-se de passagem. Algumas das conclusões apontam para o facto do professor de educação física e/ou treinador passar mais tempo a observar do que a ensinar nos momentos de treino.
Este ano a Sociedade Científica de Pedagogia do Desporto (em Portugal) comemora o seu 10.º aniversário. É habitual realizar um congresso anual. Nos dias 25 e 26 de Outubro de 2019, com a parceria da Escola Superior de Educação de Coimbra, vai ter lugar o seu 8.º encontro. Pretende debater “o papel dos profissionais do desporto na educação para os valores”. É demasiado ambiciosa, pois refere que é reconhecido “o papel dos valores e competências sociais para um desenvolvimento sustentável, prevenindo problemas globais como a inactividade, a obesidade, o desemprego ou os conflitos”. O desporto é visto como um instrumento para a educação. Apesar de algumas derivas (corrupção, dopagem, violência, etc.), convém não atribuir ao desporto mais funções do que ele possui ou que pode assumir.
Esperemos que este Congresso traga novidades sobre as investigações realizadas em Portugal. Para mais informações, veja http://www.ipg.pt/scpd/8congresso-scpd/default.aspx"

Não é pensado que somos

"Há dezasseis anos, escrevi eu, no livro da minha autoria, Alguns Olhares sobre o Corpo, editado pelo Instituto Piaget: “Não é pensando que somos, mas é sendo que pensamos. O espírito nasce, no meu modesto entender, da complexidade humana” (p. 15). E escrevi também: “Cifram-se em três as grandes posturas diante do corpo: as antropologias pré-filosóficas, ou religiosas; as antropologias filosóficas, de feição dualista; as antropologias que defendem a complexidade humana” (p. 28). Nas antropologias pré-filosóficas, a força e a destreza humanas resolviam os problemas mais instantes do trabalho e da vida. O homem ainda não se descobria como sujeito dotado de consciência e de liberdade. Marx lembra-nos, em muitos dos seus textos mais fundantes, a produção social da consciência. “A biologia molecular, ao desmontar os seres vivos e ao analisar as moléculas que os constituem, mostrou que todos eles, desde a bactéria ao homem, são constituídos pelos mesmos tipos de moléculas. Por diferente que pareça uma açucena de um elefante, vamos neles encontrar o mesmo código genético e a mesma estratégia bioquímica. Os blocos fundamentais são os mesmos. Apenas diferem as formas em que eles se imbricam e estruturam” (Luís Archer, Temas Biológicos, Problemas Humanos, Edições Brotéria, 1981, p. 28). Também em 1981, noutro livro da minha autoria, filosofia das actividades corporais (editorial Compendium, Lisboa), argumentava eu: “Que é o corpo? O mesmo que organismo, dirão os biólogos. Simplesmente, no entender de Goldstein, fisiologista célebre, importa considerar o organismo como uma totalidade, na qual qualquer delimitação é artificial e cada expressão um fenómeno desta totalidade. Com efeito, é muito difícil, na totalidade psicossomática, que é o Homem, traçar fronteiras definitivas entre o corpo e a alma, entre a matéria e o espírito” (p. 32). No período filosófico, triunfou o dualismo alma-corpo, como reflexo do dualismo senhor-servo. Toda a justificação da Verdade, do Bem e do Belo reside, unicamente, na Razão. A ideia de progresso ressalta do livro de Condorcet (1743-1794), Esboço de um quadro histórico dos progressos do espírito humano. Despontava então a Primeira Revolução Industrial…
“A Primeira Revolução Industrial ocorreu entre 1760 e 1840, aproximadamente. Desencadeada pela construção de caminhos de ferro e pela invenção da máquina a vapor , deu início à produção mecânica. A Segunda Revolução Industrial, que começou no final do século XIX, prolongando-se pelo início do século XX, tornou possível a produção em massa, impulsionada pelo advento da electricidade e da linha de montagem. A Terceira Revolução Industrial começou na década de 1960. É habitualmente chamada revolução dos computadores ou revolução digital (…). A Quarta Revolução Industrial não se refere apenas a máquinas e sistemas inteligentes e conectados. O seu alcance é muito mais vasto. Ondas de novas descobertas ocorrem simultaneamente em áreas que vão desde o sequenciamento genético à nanotecnologia, passando pelas energias renováveis, ou pela computação quântica. É a fusão destas tecnologias e a interacção entre os domínios físico, digital e biológico que torna a Quarta Revolução Industrial radicalmente diferente das revoluções anteriores” (Klaus Schwab, A Quarta Revolução Industrial, LEVOIR, edição portuguesa, 2017, pp. 10/11). Ao nível da produção industrial, o corpo é francamente desvalorizado como instrumento de produção, se bem que valorizado pela biomedicina, designadamente após Laennec (1781-1826) e Claude Bernard (!813-1878). A propósito deste médico (um dos nomes maiores da História da Medicina), não esqueço o que Bergson disse do livro Introdução ao Estudo da Medicina Experimental: “Este livro foi para nós o que o Discurso do Método foi para o século XVIII”. A técnica amanhecente não desponta de um corpo hábil, que tudo tenta resolver, mas de um corpo especializado, fragmentado, típico do “homo mechanicus”. Aliás, por mais que especializemos o corpo, ele não alcançará o que dele exige a hora presente, sem as “próteses corporais”, ou seja, “todos os recursos tecnológicos que permitem ao corpo responder às crescentes solicitações do entorno (automóvel, celular, computador, fax, escâner, etc.”, servindo-me das palavras de David Rodrigues, no seu livro Os Valores e as Actividades Corporais (Summus Editorial, S. Paulo, 2008, p. 17).
E, assim, se o corpo deixou de ser o principal fator de produção e de altos desempenhos, é preciso preservar o espaço da cultura. No meu pensar, descobre-se, na Evolução, um sentido em que do menos complexo se avança para o mais complexo. Não há sentido último, no desenvolvimento da Vida? Tudo se processa com Jogo, Lotaria, Acaso, Necessidade, Liberdade, Construção? Apoiado em Teilhard de Chardin, acredito numa teleologia (ou, para ser mais preciso, uma teleonomia) pois que a árvore da vida, desde as suas raízes até ao ser humano tem uma evolução certa: desde o menos complexo ao mais complexo. Os Direitos do Homem testemunham um ser de extrema complexidade. Onde cabe, aqui, uma referência à linguagem e… ao nome de Ferdinand de Saussure, que se encontra associado a uma verdadeira revolução nas investigações sobre a linguagem. Para ele, os factos humanos, como factos sociais, têm estruturas semelhantes às estruturas da linguagem. Recordo, a propósito, que o psiquiatra e filósofo Jacques Lacan, a partir de uma funda convicção de que o inconsciente se encontra estruturado como uma linguagem, pôde reformular, em boa parte, os grandes princípios da psicanálise que Freud fundara. Quem, como eu, trabalhou num clube desportivo, de 1964 a 1992, isto é, durante 28 anos, e simultaneamente visitou alguns dos mais conhecidos centros desportivos europeus daqueles tempos idos, pode hoje testemunhar como tudo evoluiu - os homens, as mulheres e as coisas, quero eu dizer: desde o futebol-negócio, com objectivos comerciais, as instalações, os equipamentos e os vários materiais desportivos até à promoção e expansão do desporto feminino, passando perla releitura dos valores educativos do desporto… para todas as idades. E visando a transcendência física e o sucesso! No entanto, a uma des-construção crítica do corpo e a uma homóloga re-construção , com transcendência e portanto criatividade, se há transcendência física, também há transcendência emocional e mental e espiritual pois que, na mesma totalidade, tudo está em tudo…
Demais, “o que torna a vida digna de ser vivida é o próprio excesso da vida: a consciência de que existe qualquer coisa para a qual estamos dispostos a arriscar a vida (…). Só estamos realmente vivos, se estivermos prontos a correr esse risco. Chesterton mostra-o bem, a propósito do paradoxo da coragem: “Se um soldado cercado pelo inimigo quiser encontrar uma saída, tem de aliar um intenso desejo de viver a uma estranha indiferença, em relação à morte” (Slajov Zizek, Bem-vindo ao deserto do real, Relógio d’Água, Lisboa, 2006, p. 118). Se bem penso, tem de acreditar que há mais vida, para além da vida ou que há valores, nesta vida, indispensáveis ao processo autopoiético e hétero-paidêutico da própria história humana. Mesmo como homem (ou mulher) “pós-metafísico”, um destemor arrojado supõe a noção de “eternidade”, seja a “eternidade” terrena, chamada memória, seja uma eternidade no mistério de Deus. No passado dia 14 de Julho de 2019, sagrou-se campeão mundial de hóquei em patins a selecção portuguesa desta modalidade. Eu próprio, que vivi intensamente o jogo, pela TV, entendi a lógica determinista, o senso analítico, o sentimento das proporções do conhecimento científico do treinador. Mas, sem alguma vez raciocinarem contra a lógica, na vitória dos hoquistas portugueses descobria-se um sentimento que seduzia o seu raciocínio: o amor pátrio! Quando Gago Coutinho e Sacadura Cabral, no contexto das comemorações do Primeiro Centenário da Independência do Brasil, completaram, em 1922, a primeira travessia aérea do Atlântico Sul – levavam consigo o saber científico de dois prestigiados aeronautas? De facto, assim foi! Mas levaram também os Lusíadas! Não há vitórias inolvidáveis, sem horas de reflexão, de estudo e de muito treino, que preparam os momentos de coragem, de audácia e decisão. São palavras do treinador Renato Garrido: “Somos treinadores, planeamos as coisas, tentamos antecipar os jogos, mas tudo se resume à interpretação dos jogadores” (A Bola, 13 de Julho de 2019). As pátrias fizeram-se com cientistas, filósofos, mas também com poetas e heróis. O desporto, nas suas horas mais significativas, também."

O Olímpico cartel do desporto

"A propósito do caso Michel Platini antigo presidente da UEFA detido por suspeitas de corrupção relativa à organização do Campeonato do Mundo de futebol - Qatar (2022), Poiares Maduro, antigo Ministro do XIX Governo Constitucional presidido por Passos Coelho, publicou no semanário Expresso (2019-06-22) um artigo intitulado “FIFA o Cartel de Zurique” que coloca em questão o mundo do futebol internacional. Mais recentemente, Poiares Maduro, que durante um curto período de tempo, presidiu ao Governance Committee e o Independent Review Committee da FIFA, portanto, sabe do que fala, numa entrevista ao jornal O Jogo (2019-07-12), voltou a insistir no tema afirmando que “é praticamente impossível que o futebol se consiga reformar a si próprio. Há uma lógica de cartel que não se consegue combater dentro do próprio cartel. Há uma cartelização do sistema, associada a uma enorme centralização do poder e sem escrutínio". E concluiu pela necessidade de “uma intervenção externa da União Europeia (UE) para conseguir resultados efectivos na criação de uma modalidade mais justa e competitiva”.
Infelizmente, Poiares Maduro está enganado, mas tem razão.
Está enganado na medida em que a intervenção externa dos poderes políticos no mundo do desporto trata-se de um atentado à Declaração da Salvaguarda da Independência do Desporto Federado assinada, em 1977, no âmbito do Conselho da Europa, pela generalidade dos ministros responsáveis pelo desporto dos países europeus que, no quadro do Modelo Europeu de Desporto (MED), defenderam que "um controlo estatal do desporto nacional, que limite bastante o papel a desempenhar pelos organismos desportivos dirigentes, está em contradição com os princípios básicos sobre os quais assenta a política desportiva nos países da Europa Ocidental". A grande virtude da Declaração da Salvaguarda da Independência do Desporto Federado foi a de ter estabelecido uma linha de demarcação entre as políticas públicas em matéria de desporto desenvolvidas nos países de democracia liberal e aquelas que eram processadas nos países que viviam debaixo do regime da União das Repúblicas Socialistas Soviéticas (URSS) e seus satélites ou da República Popular da China (RPC) em que as organizações desportivas eram uma simples extensão da estrutura político-administrativa dos respectivos países. E as diferenças, no que diz respeito aos benefícios para a generalidade dos cidadãos eram abissais. Segundo Manfred Ewald ex-presidente da Federação de Desporto e Ginástica da República Democrática Alemã (RDA) de 1963 a 1988, o desporto no país tinha como missão “trabalhar para a educação de personalidades socialistas, ambiciosas de realizarem altas performances para a glória da RDA”. Em 2000, Manfred Ewald, enquanto responsável pelo programa de doping na RDA, acabou por ser julgado e condenado. Por outro lado, segundo Willi Weyer ex presidente da Federação Alemã de Desportos da República Federal da Alemanha (RFA) de 1974 a 1986, o desporto no país tinha como missão “proporcionar alegria, felicidade e libertação ao maior número possível de indivíduos”. Portanto, as opções em matéria de políticas públicas eram claras. Se nos regimes socialistas de economia estatizada os cidadãos eram o meio que devia estar ao serviço do desporto, já nos regimes democráticos de economia de mercado o desporto era o meio que devia estar ao serviço dos cidadãos.
Entretanto, com a implosão da URSS e da queda do Muro de Berlim os dados do problema alteraram-se radicalmente. Os governos das democracias liberais passaram a aligeirar as suas próprias responsabilidades em matéria de políticas públicas no âmbito do desporto. E a generalidade dos dirigentes das organizações desportivas, administradas através de regimes presidencialistas sem uma real separação de poderes, quer dizer, em completa roda livre, entraram numa autêntica paranóia de conquista de resultados desportivos e de medalhas olímpicas capazes de lhes garantir o apoio dos patrocinadores; mantê-los agarrados ao poder; e alimentar a propaganda do surgente neomercantilismo que considera os países como marcas, os governos como empresas e os cidadãos como clientes. E, à semelhança daquilo que se passava nos regimes de democracia popular, os dirigentes desportivos integraram alegremente a nova oligarquia e, a partir da falsa justificação de estarem a cumprir uma missão de ordem social, sem qualquer controlo externo independente e, minimamente, credível, em prejuízo de uma visão humanista do desporto, passaram a privilegiar o rendimento, a medida, o recorde, o espectáculo, o negócio, as naturalizações ad hoc e o profissionalismo precoce e a alimentar o circo olímpico em que, sem qualquer pudor, começaram a degradar o desporto do século XXI. Quer dizer, os leninistas, trotsquistas e maoistas que puseram os mais diversos países do mundo a ferro e fogo tendo, até, ensaiado destruir o próprio Movimento Olímpico, sem alterarem uma vírgula às suas convicções e sem qualquer preconceito de ordem moral, deslocaram-se, de armas e bagagens, do lado sinistro da história para o lado das democracias liberais e, à conta do dinheiro dos contribuintes, passaram a desenvolver políticas públicas em matéria de desporto de matriz ideológica alienante. Tomaram banho, cortaram o cabelo, apararam a barba, liberalizaram o discurso e começaram a interessar-se pelo “dress code” das cerimónias burguesas da sociedade desportiva a fim de conquistarem o estatuto social que ambicionavam. O desporto democrático acabou tomado por uma chusma de dirigentes desportivos que, à semelhança daquilo que se passava nas democracias populares, perpetuam-se agarrados aos poleiros do poder através de processos eleitorais que são autênticas farsas, a saltar alegremente de poleiro em poleiro e, como se tivessem o dom da ubiquidade, a ocupar vários poleiros ao mesmo tempo. Quer dizer, embora, por caridade cristã, lhes tivessem dado o benefício da dúvida, abrindo-lhes até as portas da democracia burguesa a fim de expressarem as suas opiniões, eles nunca deixaram de, verdadeiramente, ser aquilo que sempre foram e, como tal, na posse do poder, passaram a organizar congressos, assembleias plenárias e processos eleitorais onde se deixaram de ouvir quaisquer vozes críticas. E hoje, como refere Poiares Maduro, quem quiser sobreviver tem de, resignadamente, aceitar o silêncio instituído e, sempre que necessário, defender pública e humildemente as posições autocráticas das lideranças porque, na realidade, com estatutos a determinarem a existência listas únicas para todos os órgãos sociais com os presidentes das comissões executivas acumularem a presidência das assembleias plenárias, deixou de existir uma verdadeira separação de poderes ou, sequer, das condições mínimas para uma boa e transparente governação democrática. Em resultado, a corrupção campeia no mundo do desporto onde as comissões de ética são uma anedota, os seus presidentes uns palhaços e os respetivos códigos autêntica letra morta.
Enquanto “cristão novos” abandonaram a tradicional práxis marxista da dialéctica entre o capital e o trabalho da luta de classes para, estrategicamente, adoptarem a lógica subterrânea da revolução cultural gramsciniana enquanto motor da acção política com vista à destruição da sociedade burguesa onde a prática desportiva generalizada, na sua forte componente interclassista, é um dos seus mais preciosos valores. Em alternativa a obtenção de resultados desportivos a nível internacional, mesmo de medíocre qualidade, passou a ser o mantra da acção política a fim de conseguirem o domínio psicológico das populações e aumentar o poder sobre a sociedade. Em muitos países, os sistemas desportivos encontram-se a caminho do caos total onde a conquista de títulos olímpicos e mundiais coexiste com a mais confrangedora ausência de prática desportiva de base ou até mesmo de simples programas dirigidos à generalidade das crianças e dos jovens que, por motivos económicos, não tem quaisquer condições de acesso ao desporto.
O dramático da actual situação é que, entre “o corpo ao serviço da pátria” do ditador de extrema direita Alfredo Stroessner e as “altas performances para a glória da pátria” do ditador de extrema esquerda Erich Honecker, os extremos do espectro politico-ideológico comungam de uma esquizofrenia pelas medalhas olímpicas que está a destruir o desporto social em benefício exclusivo do desporto negócio. A demagogia populista, quer de direita, quer de esquerda, já percebeu que não existe instrumento mais suave e imperceptível de domínio psicológico sobre a multidão do que a propaganda do “somos os melhores” dos resultados desportivos. A Lei da Unidade Mental das Massas cunhado por Gustave Le Bon diz-nos que a generalidade dos indivíduos está disponível para abdicar das suas características pessoais em favor do grupo onde desvanece a sua identidade singular. Acresce que permite subjugar pela ostraca as ideias dos adversários até que, na mais completa ausência de ideias, seja possível instituir a ideologia do pensamento único sob a direcção de uma nova oligarquia de especialistas da mediocridade. Nesta perspectiva, o que está a acontecer em muitos sistemas desportivos por esse mundo fora é uma nauseabunda promiscuidade entre o público e o privado, entre o social e os negócios, entre o Estado e a Sociedade em que, os próprios Comités Olímpicos Nacionais (CONs), que no passado foram agentes promotores da independência do desporto e do livre associativismo, em muitas circunstancias, hoje, subsídio-dependentes, não passam de instrumentos políticos ao serviço dos poderes instituídos quer eles sejam de direita quer de esquerda.
A sociedade pós-capitalista da valorização do conhecimento anunciada por Peter Drucker não está a acontecer no desporto. O que está a acontecer é a institucionalização de uma intolerável oligarquia suportada por ideologias extremistas tanto de esquerda quanto de direita que pretende apropriar-se da economia, da sociedade e do Estado, enquanto objectivo último do neomercantilismo que se traduz num capitalismo de Estado. E a generalidade das democracias liberais ainda não compreendeu no logro em que está a cair. A desagregação da família tradicional, a institucionalização do sexo fácil, o comércio de telemóveis baratos, a distribuição de cerveja ao preço da chuva, a liberalização do consumo de drogas, a quantidade industrial dos festivais de música, o desaparecimento dos clubes tradicionais, a presença constante na comunicação social do futebol de manhã, à tarde e à noite, estão a gerar um preocupante entorpecimento social que se traduz em assustadoras taxas de abstenção que dão oportunidades aos extremismos, tanto de direita quanto de esquerda, de se afirmarem. E este entorpecimento é alimentado com liturgias desportivas que glorificam as conquistas olímpicas e mundiais em sacrifício da generalização da prática desportiva. Liturgias conduzidas ao mais alto nível dos Estados que, para além de distraírem consciências e de alienarem cidadãos, apagam outras vitórias de diferentes sectores sociais, alimentam vaidades exacerbadas e escondem confrangedoras incompetências em matéria de desenvolvimento do desporto. Em suma, o discurso sabe ao antigamente: os velhos recusam-se a morrer e aos novos não lhes é dada a oportunidade de nascerem. E, por isso, os tempos são propícios ao surgimento de novos monstros sempre dispostos a venderem a alma ao Diabo. Nunca é demais relembrar que nas manifestações na RDA, ao tempo da queda do muro de Berlim, podia ler-se nos cartazes: “abaixo os privilégios dos artistas e desportistas”. E porquê? Porque eles eram um instrumento de entorpecimento de uma sociedade politicamente arrebanhada onde a disciplina escolar de educação física estava vocacionada para a detecção de talentos a fim do desporto produzir medalhas em quantidades industriais num país em que a generalidade da população estava arredada da prática desportiva. O problema é que o retorno desta visão ideológica está a transformar o desporto numa espécie de sociedade estado em que as organizações desportivas do vértice estratégico tanto a nível mundial quanto nacional, estão a ter uma função de fundamental significado na organização tardia do futuro previsto para 1984.
Na linha do socialismo científico, o neomercantilismo está a trazer de volta uma visão social fascista do desporto onde, do Atlântico aos Urais, o apetite burocrático pelos sistemas de controlo do doping em nome da conquista de medalhas olímpicas, é o último sinal da obsessão pelos resultados desportivos das oligarquias desportivas que tomaram conta do poder que pretendem: metamorfosear os Jogos Olímpicos numa espécie de campeonatos do mundo; reduzir a Carta Olímpica a um documento histórico sem qualquer interesse; transformar os praticantes desportivos em consumidores facciosos de espetáculos desportivos; organizar autênticas legiões estrangeiras de atletas a fim de ganharem medalhas olímpicas ao serviço das novas ideologias; subordinar os órgãos constitucionais do Estado aos seus próprios desejos.
O que hoje se está a verificar é que o desporto é o campo ideal para a destruição dos valores tradicionais do mundo Ocidental. Como, há muito, referiu Philipp Melanchthon (1497-1560) “tanto os Jogos Olímpicos como as Odes de Píndaro representam o “paradigma da humanidade europeia”. Por isso, para as novas oligarquias se, por um lado, é necessário esquecer Píndaro, por outro, é fundamental transformar os Jogos Olímpicos numa espécie de circo neomercantilista onde se exibem as mais estranhas excentricidades em nome dos negócios. Quer dizer, o desporto que no passado interagia com a educação e a cultura passou a interagir com o dinheiro e os negócios. E a técnica gramsciniana de programação neurolinguística do controlo psicológico, ao pretender a destruição dos valores da sociedade burguesa, encontrou nos negócios do desporto, do ensino ao alto rendimento, um espaço privilegiado de afirmação ao desencadear uma natural mudança do comportamento relativamente aos valores tradicionais da promoção do desporto cuja expressão mais visível está na obsessão em transformar o desporto num espécie desígnio nacional de tipo protofascista consubstanciado no valor comercial dos resultados desportivos que têm expressão máxima no designado Medalheiro Olímpico. A este propósito, durante a realização em Abuja na Nigéria dos VIII Jogos Africanos em 2003, Jacques Rogge, ao tempo presidente do Comité Olímpico Internacional (COI), afirmou que a organização a que presidia não via com bons olhos a naturalização de atletas por países ricos a não ser por questões sociais. As naturalizações de aviário são um dos mais eficientes procedimentos, de tipo gramsciniano, para destruir os processos de desenvolvimento do desporto de tipo burguês centrados nos interesses e na felicidade das pessoas. Porque, a melhor maneira de destruir a sociedade burguesa de cultura judaico-cristã não é a atacar os quartéis, a afrontar blindados e as polícias de choque ou a participar em manifestações mais ou menos folclóricas onde se gritam umas palavras de ordem sem qualquer significado prático. O importante é, a partir das escolas, dos clubes, das universidades, das federações desportivas e da generalidade das organizações de juventude, atacar as ideias a fim de destruir os valores porque é sobre a destruição dos valores burgueses como são os do desporto que serão construídas as ditaduras extremistas tanto à esquerda como à direita. Em consequência, o MED instituído após a II Grande Guerra Mundial a partir das ideias de Pierre de Coubertin entrou em retrocesso sob o ataque ideológico dos apaniguados da esquerda leninista, trotsquistas e maoista bem como das direitas nazista e fascista. Quer dizer, já não são os governos que podem, abusivamente, desejar intervir no desporto, são as organizações desportivas que, com pouca ou nenhuma representatividade democrática, motivadas por interesses corporativos, políticos e comerciais, acabam por se transformar em autênticos instrumentos de condicionamento político dos órgãos dos Estados chegando a instituir políticas públicas, do ponto de vista ideológico, absolutamente desastrosas. E, assim, vivemos numa situação caracterizada por um mix promíscuo em que os governos foram capturados pelo desporto e o desporto capturado pelos governos.
Hoje, o pensamento de Gramsci, enquanto instrumento de eliminação das identidades nacionais, através da alienação das populações, pela destruição dos valores, é uma das armas mais eficientes do combate ideológico dos extremismos tanto de direita quanto de esquerda. E aqueles que o fazem no âmbito do desporto nem necessitam de se preocupar com a elaboração de programas em conformidade com as suas tentações totalitários. Basta-lhes deixarem que as democracias liberais e sociais democratas, a partir dos seus dirigentes, completamente ignorantes, subjugados pelas vitórias partidárias eleitorais a qualquer custo e totalmente alienados pelas medalhas olímpicas, desenvolvam os seus próprios programas de acordo com os modelos das democracias populares que, ao serviço do neomercantilismo, começaram a adoptar a partir de meados dos anos noventa.
Não sejamos ingénuos. O futebol é, tão só, o sintoma mais visível de um problema muito maior que está a colocar em causa os valores da civilização ocidental e a provocar a degradação social através dos grandes espectáculos desportivos onde as hordas de apaniguados, tal como já aconteceu no passado, um dia, serão sacrificadas.
Por isso, infelizmente, Poiares Maduro está enganado, mas tem razão.
Está enganado porque não se pode aceitar de bom agrado uma intervenção política externa e supranacional no mundo das organizações desportivas, todavia tem razão na medida em que, perante o estado de degradação ético-moral em que o desporto está a entrar, é a única maneira de controlar e disciplinar aqueles que, movidos por interesses inaceitáveis e através de procedimentos de democraticidade mais do que duvidosa, açambarcaram o poder.
Poiares Maduro é um especialista em Direito Constitucional e em Direito da União Europeia. Por isso, à margem dos poderes e dos interesses corporativos instituídos de legitimidade mais do que duvidosa, no quadro dos Direitos do Homem e dos princípios políticos, sociais e económicos que regem a União Europeia, talvez seja tempo de promover o surgimento de um grupo de trabalho de composição diversificada e independente que, para além dos inaceitáveis corporativismos e interesses hegemónicos do COI, da FIFA e da generalidade das Federações Internacionais, elabore um documento que promova uma ampla discussão tendo como objectivo o reajustamento do Modelo Europeu de Desporto às novas circunstâncias e desafios colocados pela sociedade globalizada da 3ª vaga."

Benfiquismo (MCCXXXVIII)

Nas Américas...!!!

Vermelhão: vitória em San Francisco

Benfica 3 - 0 Chivas


Mais um excelente treino, com a equipa a dar boas indicações... e com os jogadores novos a integrarem-se bem.
Não foi um jogo 'perfeito, o Chivas atirou três bolas aos ferros (remates de longe...), mas fomos uns justos vencedores, fomos sempre a equipa mais dominadora, apesar das oportunidades terem sido repartidas...

Odysseas: fez os 90 minutos, e não foi por acaso! Excelente exibição. Vamos ver se as crónicas de opinião a colocar em causa do Ody vão terminar!
N. Tavares: adaptado à direita 'safou-se'! Com a Supertaça a aproximar-se, com o Almeidinhos ainda de fora, e com o Ebuehi que fez hoje os primeiros 15 minutos, sem ritmo e confiança, a coisa está 'complicada'...
Taarabt: voltou a aproveitar muito bem os minutos... está a 'agarrar' o lugar de opção ao Gabriel!
Caio: está mais confiante, e aquela arrancada no 1.º golo 'promete'! Com maior entrosamento, será muito importante!
Jota: está pronto para a 'explosão'!!!
RdT: não engana... só vai ter que adaptar-se ao 'companheiro', seja ele quem for...!!!

Agora, vamos viajar para a Costa Leste, que neste momento está com temperaturas altíssimas! Parece que a partir de Segunda, o calor vai começar a baixar... e o jogo de Quarta, já será a uma hora mais convidativa!!!

Até agora o Lage, tem 'misturado' os jogadores, ainda não jogámos com aquele que deverá ser o onze titular. Percebe-se a intenção de dar confiança a todos, e criar as rotinas tácticas, independentemente do jogador que estiver em campo... Mas pelo menos, no 3.º jogo da ICC, deveremos jogar com o onze 'tipo' que em princípio será titular uma semana depois no Algarve!

Vinícius

Começo pelo preço: exagerado, na minha opinião. Da mesma forma como o Pizzi o Jiménez e o longínquo Roberto foram...!!! E como todos os Benfiquistas esperava um novo avançado, mas estava à espera de um 2.º avançado, um jogador mais 'tipo' Félix...

Dito isto, o Vinícius, no Tugão vai fazer 'estragos'!!! Forte fisicamente, sabe usar o corpo (vamos ver se não lhe vão marcar faltas ofensivas constantemente!), não sendo muito veloz, também não é lento... e tecnicamente, não é nada tosco, principalmente com o pé esquerdo!
E tem de facto faro de golo...!!! Junta a tudo isto, a uma boa capacidade de pressão...
Jogador, que facilmente se adapta a um 442...

Agora ficamos com 3 jogadores para jogar a Ponta-de-lança: Seferovic, RdT e o Vinícius (creio que o Cádiz que esta 'entrada', confirma o empréstimo do Cádiz... provavelmente ao Belém)!!! É verdade que em muitos jogos podemos jogar com dois, mas nos jogos mais competitivos, será demasiado arriscado. 
Ou então, o Lage percebeu nos treinos, que o RdT pode ser o avançado que 'recua' entre-linhas, ou então o Benfica estará a ponderar as ofertas que recebeu em relação ao Seferovic... Espero que não seja o caso, porque perder os 3 avançados 'titulares' da equipa, duma temporada para outra, é demasiado...

Continuo na expectativa se virá mais um jogador, ou se o Chiquinho, o Jota ou o Taarabt (ou até o Caio) serão as hipóteses para jogar a 2.ª avançado, quando for necessário!!!

Vale 17 milhões? Diz quem compra

"Adiada - ou falhada, é coisa para perceber de forma mais clara lá para o final do ano - a contratação de Mattia Perin, e enquanto decide se avança, ou não, para outro guarda-redes - como reagirá Vlachodimos, apanhado no meio desta estranha história é questão que não deve ser desvalorizada -, o Benfica avançou para mais um reforço para um sector que perdeu Jonas e João Félix. A Raul de Tomas, que custou €20 milhões, as águias juntam agora Carlos Vinícius, que chega do Nápoles por mais 17 milhões. Um investimento avultado, sem dúvida, ainda mais se tivermos em conta que o brasileiro apenas tem como verdadeiro cartão de visita meia época no Rio Ave - meia época muito positiva, é verdade, mas só isso mesmo, meia época. Está, o Benfica, a pagar demasiado por Vinícius? Há opiniões para tudo. Mas a verdade é que só o tempo dirá. Aplica-se, neste caso, o mesmo argumento de que tantos que agora torcem o nariz usaram para desarmar outros que fizeram o mesmo quando o Atl. Madrid pagou os 120 milhões por Félix: um jogador vale o que um clube por ele estiver disposto a pagar. No caso de Vinícius, o Benfica acha que vale 17 milhões. Veremos se sim.

Continuam, agora a uma velocidade mais vertiginosa, os jogos de preparação das equipas portuguesas. Nos grandes, o Sporting voltou a mostrar que tem, ainda, um longo caminho a percorrer. Tem tempo, mas já teve mais. O FC Porto, por outro lado, parece demonstrar que a última aceleração no ataque ao mercado de transferências pode estar, afinal, a funcionar. E é bom que assim seja, porque o tempo foge."

Ricardo Quaresma, in A Bola