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sexta-feira, 1 de março de 2024

Vermelhão: Desvantagem mínima...

Sporting 2 - 1 Benfica


Desvantagem mínima a meio da eliminatória, numa partida onde demos 1 hora de avanço!!! Portanto, o resultado até não é mau, tendo em conta os nossos erros, mas o problema é que nos últimos 30 minutos, marcámos dois golos limpos, e devíamos ter saído desta partida, com um empate a dois, e vamos para o 2.º jogo, em desvantagem, algo que vai condicionar em muito, a abordagem das duas equipas na 2.ª mão, principalmente a Lagartada!!!

Primeiro parte muito má, com o Benfica a ser incapaz de sair para o ataque... e das poucas vezes, que tivemos bola, no meio-campo adversário, fomos muito lentos, e sem movimentações verticais, que levassem perigo à baliza do adversário...

Uma coisa é jogar contra autocarros como o Portimonense, outra coisa é jogar contra equipas que pressionam alto, com muita agressividade e com impunidade disciplinar! O Sporting não nos deixou jogar (1.ª fase de construção) e nós não conseguimos sair do colete de forças, e quando subíamos, levávamos com bolas longas, directas nas costas dos nossos Laterais, e erámos obrigados a sprintar para trás...

A entrada do Tengstedt mudou tudo! Passámos a ter alguém a atacar a profundidade, e assim o bloco do Sporting abriu espaços entre-linhas. Mesmo sem ter feito nada de especial, o Dinamarquês ajudou os colegas a ganhar espaço... e assim conseguimos ter bola em zonas mais adiantadas.

Acho que a 'experiência' do Portimonense, era para preparar estes dois jogos, creio que hoje ficou provado, que não resulta, ainda por cima, quando o nosso meio-campo e ataque é extremamente mole, nos duelos... Quando o João Mário, até foi um dos jogadores que mais duelos ganhou do nosso lado, está tudo dito!!!

Também é verdade, que apesar de todo o 'barulho' e de todos os nossos tiros nos pés, o Trubin, hoje, praticamente não fez uma defesa complicada! Em 4 remates enquadrados os Lagartos, marcaram dois golos!!! Sendo o 1.º golo, no 1.º remate, algo que condicionou muito a forma como o jogo decorreu... Tiveram muitos outros remates, mas para longe do alvo...

A questão Tino, não tem impacto somente na nossa capacidade de recuperação da nossa equipa, as exibições dos nosso Centrais são influenciadas, pela ausência dum médio defensivo, e até o João Neves, acaba por jogar uns metros mais recuado, arriscando pouco na pressão alta, porque sabe que não tem as 'costas' protegidas!

Apesar de tudo boa exibição do António, que cumpriu a estratégia de marcação ao avançado adversário, não lhe 'apertou' as costas, deixava-o virar, e depois é que tentava 'encostar'! Não é por acaso, que mais uma vez, o golo do Gyokeres, foi do lado do Otamendi!!!

Como já referi, independentemente das 'justiças' ou 'injustiças' do futebol, o Verdíssimo e o Melo decidiram o resultado deste jogo! Ao contrário do que vai ser a narrativa, dos avençados, expert's, no momento do remate, o Tengstedt não tapa a visão do Israel, e o facto de passar à frente do guarda-redes, afastando-se da bola, é completamente irrelevante, à decisão do Israel! Uma coisa é quando num remate, o guarda-redes fica na dúvida, se vai haver ressalto ou não, e assim atrasa o seu tempo de reação, aqui isso não existiu, é perfeitamente visível que o Israel 'mergulha' no momento do remate!
Sendo que nos minutos que se seguiram, foi uma fartote de Lagartices do Verdíssimo, praticamente sozinho, 'anulou' todos os ataques do Benfica nos últimos momentos... merecedor de Prémio de 'Jogador' com mais Recuperações!!!
Mas o 'indicador' mais grave desta partida, foi mesmo o penalty assinalado pelo Verdíssimo sobre o Edwards!!! Estava a menos de 2 metros, com a vista totalmente desimpedida, só alguém com uma agenda Lagarta, podia marcar um penalty's daqueles... 'Safou-se' com o fora-de-jogo no início da jogada, mas só este lance era suficiente para este animal ser irradiado!!!
O critério disciplinar foi outra vertente: só o Hjmuland levou Amarelo no Sporting! Em relação aos protestos, só jogadores do Benfica levaram Amarelos; o Morita só na 1.ª parte, tem pelo menos 2 faltas para Amarelo e não leva nada... Entre simulações, e protestos, o Pote acaba sem um único Amarelo e ainda teve tempo de retardar a reposição da bola em jogo... O 'não-Amarelo' ao Quaresma, no derrube ao Rafa é escandaloso!
Já agora, no lance com o Neves no inicio, quem provoca o contacto é o Pote, que tem a bola à sua frente, e desloca-se lateralmente à procura do contacto, sem que o Neves lhe tenha passado qualquer rasteira...
O único lance que os Lagartos se podem queixar, é no Amarelo não mostrado ao Di Maria, ainda na 1.ª parte...


Em jogos, onde o Benfica tem pouca bola, ter tantos 'fantasistas' que só jogam com a bola nos pés, é praticamente jogar em inferioridade numérica! Isto é um problema que deve ser equacionado, já para Domingo, porque suspeito que o jogo seja muito parecido, com os Corruptos, a pressionarem que nem malucos, a nossa 1.ª fase de construção... e a meterem bolas longas, para as costas dos nossos Laterais!!!

A 2.ª derrota interna da época, a 1.ª derrota nos 90 minutos, nas Taças do Roger, em época e meia. Em condições normais não seria preocupante, ainda por cima quando temos uma 2.ª mão, na Luz, para recuperar, mas o ambiente no Benfica, está completamente manipulado! Neste ciclo de dois jogos por semana, temos jogado quase sempre mal às Quintas, e bem aos Domingos, vamos ver como corre...

Três secos!

Calafell 0 - 3 Benfica

Já com o 1.º lugar garantido, fomos a Espanha, com algumas poupanças, vencer tranquilamente...

A partir de agora, é a eliminar.

Vamos todos jogar pela Fundação Benfica!

Papa Francisco...

Mike Tyson...

Chico Buarque...

120 anos gloriosos


"A comemoração do 120.º aniversário do Sport Lisboa e Benfica e o embate com o Sporting, para a Taça de Portugal, são os destaques nesta edição da BNews.

1. Audiência papal
No âmbito das comemorações do 120.º aniversário do Sport Lisboa e Benfica, uma delegação do Clube, liderada pelo Presidente Rui Costa, foi recebida, nesta manhã, em audiência privada no Vaticano, pelo Papa Francisco.

2. Grande entrevista
O presidente da Mesa da Assembleia Geral do Sport Lisboa e Benfica, Fernando Seara, representante máximo dos sócios, partilha o seu benfiquismo e perspetiva os 120 anos do Clube.

3. Parabéns, Benfica!
O Sport Lisboa e Benfica completou, ontem, 120 anos de vida.

4. Mensagens especiais
Chico Buarque, Mike Tyson e antigos jogadores dão os parabéns ao Benfica.

5. A viagem
16 glórias do Benfica juntam-se numa viagem de comunhão do benfiquismo.

6. Começar bem a eliminatória
O Benfica joga nesta noite (20h45) com o Sporting, em Alvalade, a 1.ª mão das meias-finais da Taça de Portugal.
Roger Schmidt assume: "Vamos tentar o nosso melhor para fazermos um bom jogo e conseguir um resultado muito bom."
O treinador do Benfica refere ainda a importância do sucesso desportivo quando se assinalam os 120 anos do Clube: "Para se fazer parte da história de um clube como o Benfica tem de se ganhar títulos. Já vencemos dois, claro que queremos vencer mais. O Benfica está num momento muito bom. É um clube muito especial, com muita tradição, com muito sucesso no passado e atualmente. É um dos maiores clubes na Europa, pela tradição, pelo estatuto, para as pessoas, para os adeptos, e atinge agora 120 anos de idade. Queremos ser uma boa parte da tradição do Clube, trabalhamos para isso. Jogamos para ganhar títulos, praticar um bom futebol, o futebol que toda a gente espera do Benfica."

7. Datas e horários definidos
Os jogos da 25.ª e 26.ª jornadas, com Estoril e Casa Pia, respetivamente, estão agendados.

8. Sonho concretizado
Uma iniciativa da Fundação Benfica e do Futebol Profissional.

9. Noite europeia
O Benfica, já com o apuramento para os quartos de final assegurado, cumpre calendário na fase de grupos da WSE Champions League de hóquei em patins. A partida da última jornada, no rinque do CP Calafell, começa às 19h30 (hora de Portugal Continental)."

História Agora

Narrativa...


"A próxima narrativa já está preparada, caso o resultado do jogo de mais logo não seja favorável ao SL Benfica.
Nas redações, os especialistas da especialidade, já sentenciaram os encarnados.
Não será, pois, de admirar que muitos ditos benfiquistas passem a utilizar estas expressões no final do jogo da Taça, caso o Benfica não seja o vencedor. É assim que se lançam as cartilhas.

Claramente, o objetivo é criar desgaste na imagem de Roger Schmidt, de modo a que, mesmo sendo campeão, o treinador alemão decida rumar a outras paragens, no final da época. Imaginem só, ter um treinador que pode vir a ser bicampeão desejando sair por não ser "bem vistos" pelos próprios adeptos.
Para estes cartilheiros, Roger Schimdt não sabe treinar, ganha um salário muito alto e, ainda por cima, tem "medo" de falar aos jornalistas.

Os mesmos que o acusavam de ser mal educado e de não saber - ainda - falar português, são os mesmos que agora se queixam de não poder contar com ele nas conferências de imprensa!
É o que dá ser só um clube a ter entrada direta na próxima Champions League.
Cabe aos Benfiquistas estarem atentos, vigilantes, percebendo que não passam de manobras de diversão e divisão."

Domingo Gordo


"A 23.ª jornada da Liga trouxe-nos uma excelente jornada de futebol. Bons jogos, golos, alguns dos quais espetaculares e jogos disputados até ao último minuto como foram os casos do Gil Vicente-Porto (1-1), do Rio Ave-Sporting (3-3) ou do Vizela-Estoril, também três igual e um final de loucos.
O Benfica foi a exceção ao golear o Portimonense por 4-0. Os de Portimão apresentaram-se na Luz com uma solução tipo rodoviária algarvia com um autêntico autocarro, dos de dois andares, à frente da baliza jogando, na maior parte do tempo, com 11 jogadores atrás da linha de bola.
Roger Schmidt voltou a mexer na equipa com Aursnes a defesa esquerdo; João Mário no miolo e lançando Neres de início, tirando assim partido da sua excelente forma. Desta vez, o modelo com avançados móveis e Kokçu mais adiantado, como temos defendido, resultou na perfeição. Foi um verdadeiro Domingo Gordo, com os encarnados a conquistarem pontos em três campos.
Rafa voltou a ser o desequilibrador ao furar a muralha para o primeiro golo, de trivela, voltando a marcar um segundo e assistindo Di María, demonstrando ser um dos jogadores mais influentes da Liga.
É evidente que os tão exigentes e nada influenciáveis (diga-se de passagem) adeptos críticos e os espertos do costume vão dizer mal na mesma, mas isso começa a ser indiferente para quem, como eu, acredita que o Benfica pode mesmo chegar ao 39.º título de campeão, esta época.
Está tudo em aberto e os próximos dias prometem com o dérbi para a Taça, um clássico no Dragão e, logo a seguir, a receção aos Rangers. Siga."

Benfica, win, win


"Diz o povo que “largos dias têm cem anos”, imaginemos então o que pode o benfiquista fazer com cento e vinte. Quem anda por estes lados sabe que a história de uma coletividade nasce do sonho de alguns, mas que o seu real poder agregador emana de transformar o conceito de partilha num mantra vivido por todos.
Ser de um clube torna-se tão mais especial quanto mais dermos. Não há outro caminho possível: se deres muito, mais recebes. E viver um clube como o Benfica faz sentido porque o caminho só pode ser este: cantar a uma só voz, celebrar em uníssono, trabalhar para o bem comum.~
O Sport Lisboa e Benfica em que acredito é esta “estranha forma de vida” em que a vontade de Deus é o suspiro que antecede a bola bater nas redes. Ser do Benfica é saber que o nosso golo desafia as leis da física e trava o tempo. Stop. Olha em volta. Sente a energia, atenta aos mil olhos emocionados, às mãos ansiosas por se tocarem, àquela herança secreta que pula do avô à mãe, do pai ao filho, do irmão ao amigo, dos amigos aos desconhecidos. Play. Vai tudo abaixo, sem sairmos do sítio. Desculpem, não consigo descrever a emoção do golo. A minha, a tua, cada uma é diferente e, contudo, sentimo-la como nossa.
Ser do Benfica, hoje tal como há 120 anos, é sentir. Não há outra opção. Este clube rima com emoção e isso é tão bom. Isso significa que, por vezes, perdemos a racionalidade? Sim. Deixamo-nos levar pelas emoções deste empate ser péssimo, do jogo ter sido mau — o quer que isso signifique —, deste jogador não correr o suficiente, e transformamos tudo em exigência.
Exigir é uma das palavras de ordem destes tempos em que vivemos. Faz sentido. Queremos mais, merecemos mais. Mas o progresso e a evolução só chegam se fizermos por isso no estádio, nos pavilhões, nas Assembleias Gerais, na rua, com a nossa história. Ser do Benfica é dar sem saber o que vamos receber, porque, felizmente, recebemos sempre tanto.
Celebremos então o golo no último minuto, as eleições mais participadas, os títulos europeus, as presenças em competições, o primeiro jogo, a estreia a titular, a goleada, a exigência e o aniversário. Festejemos tudo o que temos direito porque tudo faz mais sentido quando figuras como Toni, Eusébio, Nicolau, Feher, Simões, Biri, Cosme, Pipi, Bento, Baptista, Shéu se juntam a Sven e dizem: Benfica, win, win.
De muitos, um."

No Princípio Era a Bola - Antes de Rúben, Sérgio ou Roger houve Artur Jorge, a “personagem mais sedutora” do futebol português

Visão: A história hilariante de Artur e Jorge Jesus...

Terceiro Anel: Diário...

Zero: Tema do Dia - Clássicos em série: momento decisivo na época do Benfica?

Zero: Saudade - S02E26 - Os '2' da nossa vida, de João Pinto aos calções limpos de Nené

Zero: 4.ª à grande...

Lanças, excerto...

Total, excerto...

Central, excerto...

Medicina em Portugal: Falta de Formação, Desumanização ou Burnout? Venha o Diabo e escolha


"Partindo de um caso particular, a psicóloga Ana Bispo Ramires analisa a literacia emocional que os médicos devem ter ao lidar com pacientes, pois a capacidade destes em confiarem em quem lhes faz um diagnóstico “é um determinante real de um melhor prognóstico e de uma taxa de sobrevivência mais efetiva” 

 Ontem foi duríssimo.
Vi pela primeira vez medo nos olhos da minha irmã e isso destroçou-me. Já tinha visto tristeza, interrogação, vazio … mas medo vi ontem. 😞
Os resultados não são bons e o médico um verdadeiro calhau.
Apetecia bater-lhe com a frieza e falta de humanidade dele.
… esteve a imprimir as folhas todas à nossa frente e demorou 35 minutos a ler e a sublinhar 🙄 um silêncio de morte. Só suspirava e com um comportamento não verbal péssimo.
Depois, de rajada, diz: “Muito complicado o seu caso… então tem cancro da mama bilateral, agressivo. São tumores diferentes os que tem a esquerda e à direita. Tem que fazer quimioterapia, cirurgia, depois um tratamento de anticorpos durante um ano. Só o tratamento dos anticorpos são 80 mil… O seu tratamento vai ficar muito caro.”
No final rematou a dizer que não sabe se o tratamento vai correr bem, ou vai correr mal 😞
Não conseguiu explicar nada relacionado com a situação clínica em si, tipo de tumor, e claro nem uma palavra de alento… foi inacreditável.

Este é o relato real de quem, em situação de extrema vulnerabilidade emocional, coloca a sua vida nas “mãos” de alguns profissionais na área médica.
É também um extraordinário exemplo de como a falta de literacia emocional de uma forma geral, e em algumas profissões em particular, pode causar danos gravíssimos, seja no prejuízo de um prognóstico mais favorável, seja na redução da taxa de stress pós-traumático que muitas pessoas acabam por desenvolver.
Na realidade, sabe-se há muito (pelo menos em contexto internacional - por cá, ignorantemente, ainda não valorizamos) que qualquer diagnóstico de uma doença que envolva a perceção de risco de vida pode ser uma experiência traumática. Por esta razão, muitas pessoas têm sentimentos de medo, ansiedade e impotência, que podem levar a um quadro de stress pós-traumático - os estudos revelam que mais de 35% das pessoas, após superarem a doença, experimentam sintomas relacionados com este tipo de perturbação, resultando num decréscimo significativo da sua saúde mental e qualidade de vida.
A investigação científica também nos indica que a capacidade do(a) paciente poder CONFIAR: a) na equipa que gere o processo; b) em si próprio(a) e nos recursos que possui (internos ou externos) para lidar com a circunstância é um determinante REAL de um melhor prognóstico e de uma taxa de sobrevivência mais efetiva, uma vez que, CONFIANDO mais, a adesão à terapêutica e aos comportamentos de recuperação se torna francamente mais robusta.
Lamentavelmente, a transcrição do testemunho apresentado é, por todas as razões descritas, um exemplo claríssimo de uma prática profissional que, seja por que razão for (falta de formação do médico, falta de empatia ou burnout), não só é perfeitamente ultrapassada como completamente desadequada, negligenciando aspetos tão importantes para o processo de recuperação/cura que só não termina num tribunal porque a área da advocacia ainda não despertou para esta área em Portugal.
Mas também há boas notícias...

A médica radiologista ligou também nesse momento, e ela sim, explicou tudo, deu a perspetiva dela, adicionou imensa esperança nestes novos fármacos, falou da importância do apoio e da empatia.
Enfim, deu-lhe a informação que era necessária e algum colo.

E não, não foi preciso “inventar a roda” – foi “só” necessário conectar-se com o ser humano que tinha à sua frente e passar-lhe a informação pertinente para devolver o controlo possível sobre a situação: o que poderia esperar da intervenção médica, dos fármacos e que comportamentos deveria adotar (em termos pessoais e no que respeita aos outros significativos da sua vida) para potenciar positivamente os efeitos da mesma.
Ou seja, ilustrou de forma clara e inequívoca onde deveria colocar o seu esforço e controlo pessoal – e sim, isto pode fazer a diferença necessária para aumentar a não só a qualidade de vida como a saúde mental durante e pós-doença.

Quando as Soft Skills se transformam em Critical Skills
Numa profissão em que se esperam horas de trabalho excessivas e muitas vezes imprevisíveis, a deficiência relacionada com o sono é um risco ocupacional para os médicos e, consequentemente, para as pessoas que deles dependem.
Um risco que, aparentemente, nem os próprios dão o devido valor, senão vejamos:
A evidência de que o sono inadequado tem consequências significativas para a saúde e o desempenho cognitivo é robusta, sendo clara na literatura dos últimos anos que a) os défices de atenção associados a perturbações relacionadas com o sono podem afetar a capacidade dos médicos para desempenharem tarefas cognitivas críticas nos cuidados aos doentes, incluindo a avaliação e o planeamento do tratamento; b) a associação entre a privação de sono e a perturbação da conetividade e o processamento dentro e entre a amígdala, o círculo anterior e o córtex medial pré-frontal, resulta em desregulação emocional; c) a privação de sono diminui a capacidade de discernir e espelhar emoções o que pode impactar negativamente a capacidade dos médicos para a simpatia e o envolvimento interpessoal.
E estamos “só” a falar do sono... se juntássemos a esta discussão as repercussões de um plano nutricional deficitário dada a desregulação dos horários de trabalho, as implicações multiplicar-se-iam. E por que isto importa? Porque uma das principais competências críticas de vida é a nossa capacidade em saber gerir a nossa energia psicofisiológica por forma a não comprometermos a nossa saúde física/mental e, em última análise, a dos que dependem de nós.
Em suma:
Costumo ser acérrima defensora de que não podemos exigir a quem não possui conhecimento, mas no caso de determinadas classes profissionais (ex: médica), não podem as mesmas escudar-se mais na falta de formação que existe nestas áreas (o que é uma realidade, devendo as instituições académicas serem igualmente responsabilizadas) porque a capacidade de regulação energética, a literacia emocional e a falta de empatia, em alguns contextos, mata.
Por isso, se:
· Está cansado(a)? Aprenda a gerir as suas diferentes fontes de energia.
· Não sabe lidar com situações críticas? Procure formação profissional e/ou psicoterapia.
· Acha que a componente emocional é “secundária” à sua atuação? Talvez seja melhor mudar de profissão.
É que lidar com a doença já é suficientemente desgastante... com a ignorância é perfeitamente dispensável.

* os testemunhos foram transcritos com autorização dos próprios autores."