Últimas indefectivações

quinta-feira, 13 de agosto de 2015

Jiménez

Ameaçou transformar-se numa novela mexicana, mas no final, Raúl Jiménez acabou por ser oficializado como jogador do Benfica!!!
Depois do Mitroglou, novo avançado, para se juntar ao Jonas e ao Jonathan. Se não houver mais alterações no plantel, parece-me evidente que esta contratação confirma a vontade do treinador em jogar num 442.


A estreia na Europa, o ano passado, acabou por não correr bem. Foi pouco utilizado no Atlético de Madrid, e assim os números foram escassos... O Atlético Madrid de Simeone, tem algumas características especiais, que diferem muito do tipo de jogo do Benfica, portanto não creio que este insucesso, seja importante...
Foi estrela no América do México (nosso adversário na pré-época), marcou muitos golos, conseguiu mesmo ganhar o lugar ao Chicharrito na Selecção!!!
Vi os jogos na última Copa América, e admito que não fiquei deslumbrado. Isso não quer dizer que em Portugal, bem enquadrado, não possa render:
Lutador, rápido, possante, bom jogo aéreo. Jogou como 2.º avançado, móvel, atrás de um avançado mais fixo. Parece-me limitado tecnicamente, mas tem capacidade física para compensar...
Numa época longa, com muitos jogos, em várias competições, com o Jonas um ano mais velho (e a levar muita porrada!!!), é avisado ter alternativas de qualidade...
Prevejo que vai dar muito trabalho aos Centrais adversários, e assim abrir espaços para os colegas...
O Benfica tinha uma tradição de pontas-de-lança cabeceadores (Águas, Torres, Artur Jorge, Filipovic, Maniche, Magnusson, Rui Águas), mas nas últimas épocas nem por isso, depois do Rui Águas, talvez o Brian Deane, e mesmo esse, era alto tal como o Cardozo e o Van Hooijdonk, mas nem por isso marcaram muitos golos de cabeça... O Raúl tem claramente esse potencial...

Neste momento, em comparação com as últimas épocas, temos provavelmente, o melhor grupo de avançados. Falta fazer o mesmo no Meio-campo... e na defesa!!! As decisões tardaram, mas parece que a Administração percebeu o contexto... espero que tenha sido ainda a tempo!!!

Só o Benfica. Claro!!!

"Maior que Portugal, muito devido aos seus adeptos, que enchem qualquer estádio. Atravessem Portugal, a Europa, o Mundo.

EM cada jogo, em cada incentivo, em cada grito, ouve-se, muitas vezes, «o maior de Portugal». Mas ouve-se, escreve-se e lê-se que o Benfica é «maior que Portugal». Porque - queiram ou não - maior que o Benfica... «nem a vossa inveja»!
Ou quase tão grande como o Benfica, só o Anti-Benfica!
Um clube de vitória, de paixão e de adeptos, que tem, desde a sua fundação (como o conta a sua História), um adicional de alma e de mística.
A grandiosidade do Benfica não lhe advém, apenas, das vitórias no futebol, nem da capacidade de ser um clube ecléctico, único e com capacidade de ser... grande! A dimensão única do Benfica está gravada nos princípios da sua existência, porque quem o imaginou, quem o criou, quem lhe deu vida e lhe deu a força para resistir a todos os ataques, o desejou enorme. Um clube com a capacidade de ter uma equipa sua, em qualquer modalidade, a competir em qualquer zona do país!
Maior que Portugal, muito devido aos seus adeptos, que enchem qualquer estádio. Aqueles que atravessam Portugal, a Europa, o Mundo, em cada jogo, e que sofrem por paixão a um colectivo. Uma paixão que é muito mais que um festejo de um golo... é o querer deixar a vida em campo.
Maior que Portugal.
Esta é a força do Benfica... 'milhões numa só alma'!

COSME DAMIÃO
Fundador, Capitão, Atleta, Treinador, Dirigente, entre tantas outras funções, foi 'o Homem que sonhou o Sport Lisboa e Benfica'. Um vencedor sem igual, que nos deu esta chama imensa e dimensão, mística e alma. Um Homem que nos ensinou a ser grandes, humildes e desportistas - valores que muitos desvalorizam hoje no futebol como na vida.
Deixou-nos um dos maiores ensinamentos: que, acima de tudo, haja ambição e... dedicação!
À Benfica!
E resumindo essa lição, numa célebre frase, dita por ele mesmo, na primeira crise do clube - rapidamente superada - a propósito de um clube rival:
«O... tem dinheiro. Nós temos dedicação. No imediato o dinheiro vence a dedicação. No futuro, a dedicação goleia o dinheiro».
Foi sempre assim.
Como hoje continua a ser.
Como não deixará de ser amanhã e sempre.
Por ele - que, à semelhança de Eusébio, Coluna e de tantos outros, está sempre presente no Inferno da Luz - por Eles e por Nós.
Porque... o nosso destino é Vencer!

BELLA GÚTMANN
Marcou indiscutivelmente a História do Sport Lisboa e Benfica. Com orgulho muito seu - como canta fervorosamente Luís Piçarra - e com uma ambição desmesurada, deixou a Europa aos nossos pés.
Deixou-nos de herança as suas conquistas e a indiscutível preferência pelo jogo ofensivo, de ataque, e... a suposta maldição (que só os que julgam não merecer ganhar na Europa entendem como susceptível de ser verdadeira).
Ensinou-nos, a par de Cosme Damião, o que é a Mística, que resumiu de forma brilhante quando elogiou os admiráveis adeptos do Benfica. «Chove? Faz Frio? Faz Calor? Que Importa, nem que o jogo seja no fim do mundo, entre as neves das serras ou no meio das chamas do inferno... Por terra... Por mar... Ou pelo ar, eles aí vão, os adeptos do Benfica atrás da equipa... Grande Incomparável... Extraordinária massa associativa!».
Cedo percebeu o que é ser do Benfica: a presença e o apoio constantes, ainda que isso significasse muitos quilómetros percorridos.
Não importava onde - norte, sul, ilhas ou além fronteiras - porque ele sabia que eles iam lá estar - como, cada vez mais, estão - com a paixão de sempre, a vibrar com cada jogada, em cada golo.
Como ainda hoje e, estou certo, cada vez mais acontecerá: apoiarmos nas vitórias e ajudarmos nos (poucos, muito poucos) momentos mais difíceis.
À Benfica.
Bella Gúttman cedo também percebeu que isso não acontecia em mais nenhum clube e que, também por isso, teríamos de venerar as pessoas que sofrem pelo Benfica. Eles, sim, são os verdadeiros ídolos, os que merecem ficar para sempre na nossa memória.
Convencendo-nos a todos, adeptos, que os que apenas jogam só poderão passar à nossa História quando viverem o Benfica como cada um de nós.

EUSÉBIO
Muita da grandeza do Benfica - passe a paixão, o esforço, a classe, o profissionalismo e a dedicação de muitos, tantos outros - deve-se a Eusébio!
Tive a sorte de o ver jogar muitas vezes. Mas mesmo para quem nunca teve essa sorte, ele é, foi e será o melhor jogador português de sempre!
Um dos melhores... do Mundo, com improviso e técnica únicos, com dribles e fintas sucessivas inesquecíveis, com remates indefensáveis, com golos de levantar estádios.
Um dos nossos, que viveu o Benfica com uma paixão imensa!
Aquele que também contribuiu para que o Benfica fosse ainda... Maior!
Um exemplo para quem está no Benfica e para todos os que hão-de fazer com que o Benfica volte a tornar realidade os sonhos que sabíamos que Eusébio tinha.
Um dos exemplos de que a paixão por um clube pode ser eterna.
Um jogador que sempre entrou em campo com a mesma humildade, alegria e respeito pela História e por todos os que tiveram a honra de representar o Benfica.
No fundo, o Homem que sempre quis ganhar à Benfica.
Hoje está presente no quarto anel - onde só alguns têm o privilégio de estar -, a vibrar com cada golo, com cada vitória, com cada título... com a certeza de que olhará pelos jogadores, para que todos possamos festejar todas e cada uma das vitórias e conquistas... iguais às que ele conseguiu!
Também por ele, temos a obrigação de voltar a ganhar tudo o que ele... ajudou a ganhar!

SE EU FOSSE...
...TREINADOR DO BENFICA
Começaria por dizer, neste (re)início de época, que temos a obrigação de relembrar quem sonhou o Benfica à dimensão que hoje o Benfica tem. Recordando a todos - velhos e novos - a responsabilidade para com milhões de adeptos.
Responsabilidade que vai para além do profissionalismo, do querer ganhar enquanto eu, de desejar ter mais títulos pessoais.
Recordaria que, no Benfica, cada título pessoal é o resultado de uma vitória colectiva, muito especialmente de quem, não jogando, os ajuda a jogar e a ganhar. Em cada jogo entrará, sim, um símbolo maior do que cada jogador, do que cada treinador, do que cada dirigente. Em cada jogo, jogarão, por cada um deles, dos que entram em campo, milhares nas bancadas, milhões espalhados por cada canto do Mundo. No fim, ao ganharem, só eles aparecerão nas fotografias, mas terão tido muitos a gritar, a apoiar e a aplaudir, de forma a todos ganharmos. Eles serão a representação da mística do clube, eles serão a continuação da História que Eusébio e Coluna fizeram! E se houver jogadores que - na sua língua - não percebam o que lhes diria e o que isso significa, então perceberia que não mereceriam ser... jogadores do Benfica! Mas saberia que eles merecem e vão fazer por o merecer, cada vez mais!

... JOGADOR DO BENFICA
Depois de saber o que é ser do Benfica e de sentir a Mística, percebia que é mais que um clube de futebol, que existe o Benfica e contra o Benfica e que este é um ano, mais um ano, em que ninguém pode falhar. Sentiria o peso do Manto Sagrado a cada entrada em campo, pelo que tudo faria para honrar o passado de 111 anos de Glória e para que o futuro fosse de Vitória. Os 111 anos de História que me acompanhariam, no número romano (CXI) que está gravado na gola de cada uma das camisolas que, com um orgulho imenso, mas com uma responsabilidade infinita, teria a honra de envergar. Sabendo das dificuldades que cada um dos adeptos fez para me apoiar, porque, se para mim, poderia ser apenas um jogo, para eles é uma questão de felicidade,... de vida! E se houvesse algum dos novos jogadores que não percebesse o que isso poderia significar, então perceberia que não mereceriam ser... jogadores do Benfica! Mas todos - no balneário - percebem isso e vão fazer por o merecer, cada vez mais! A Benfica!!!"

Rui Gomes da Silva, in A Bola

Os trabalhos de Rui Vitória

"Rui Vitória tem um mês para afinar o Benfica. Precisa de proceder aos acertos devidos já com a competição em andamento - Estoril, Moreirense e Belenenses em casa e Arouca, fora, em Aveiro - e sem perder pontos, de forma a chegar ao primeiro duelo da Champions e à visita ao Dragão com todas as hipóteses intactas. A primeira fase do novo treinador do Benfica não correu bem: a equipa mostrou-se retraída na digressão pela América do Norte e deu uma pálida imagem do que pode valer na final da Supertaça. Demasiadas dúvidas e hesitações, a que se juntaram algumas lacunas no plantel, não deixaram que a nova identidade dos encarnados se mostrasse ao mundo. Fica-se, pois, à espera que, a começar já no domingo, na Luz, o Benfica diga ao que vem, como vem e com quem vem.
Sejamos absolutamente francos: Rui Vitória é um bom treinador do futebol com provas dadas por onde passou, fiável, competente e sério. E não é por ter tido uma falsa partida no Benfica que deixa de ser o que é. Precisa de tempo, por duas razões distintas: a equipa, formatada de maneira diferente, precisa de assimilar as novas ideias e isso não se faz de um dia para o outro; e acertar o melhor discurso para liderar o Benfica também carece de assimilação e aprendizagem.
Mas, a verdade é que o Benfica não dá tempo. A exigência na casa encarnada é sempre muito alta e para ontem, o que obriga Rui Vitória a trabalhos forçados. Não só tem de apostar num sistema próprio de uma equipa que joga 90 por cento do tempo ao ataque, como necessita falar a um só tempo, para dentro e para fora, de forma galvanizadora.
Luís Filipe Vieira está a dar sinais de ter percebido que sem ovos não se fazem omeletas (uma máxima de Otto Glória, com mais de meio século mas de uma actualidade flagrante) e que não pode fugir, por excesso, ao que estabeleceu como razoável para esta temporada, a integração de quatro ou cinco jovens da formação no plantel principal.
Vai ser contra um Sporting mais forte (um novo treinador, uma nova filosofia para o futebol do clube e duas mãos cheias de aquisições) que o Benfica vai bater-se; e contra um FC Porto com bolsos fundos, que possui o melhor plantel da Liga portuguesa. É a esta parada alta que Rui Vitória tem de dar resposta, devendo alinhar como prioridade número um o ataque vencedor aos quatro primeiros jogos do campeonato, ao mesmo tempo que transforma os jogadores de que dispõe numa equipa. Fácil? Nem por sombras. Mas quem é que disse que é fácil ser treinador do Benfica?"

José Manuel Delgado, in A Bola

O campeonato regressa

"O campeonato vai começar! Tudo a postos! Esta época, ainda e exageradamente, com 18 clubes. Provindos de sete distritos do Continente e com o pleno da Madeira. Distritos há que nunca tiveram um representante na 1.ª Divisão: Bragança, Viana do Castelo, Guarda e Beja, que, aliás, nem no 2.° escalão estão. O Algarve ausente, ainda que Olhanense, Portimonense e Farense, espreitem a possibilidade de lá regressar. Portalegre há muito fora, depois de 'O Elvas' (1988) e do Campomaiorense (2001). Vila Real, por um minuto, não tem como primodivisionário o D. Chaves. Castelo Branco (através do Sp. Covilhã) também não, por um dedo. Évora já por lá não passa desde o seu Lusitano, em 1966. Bem como Santarém, a derradeira vez, em 1976, através do União de Tomar. Leiria com o seu União, e até como Caldas e Ginásio de Alcobaça, já lá não mora. Açores e o Santa Clara estão ausentes desde 2003. Setúbal resiste com o Vitória. Aveiro, sem o histórico Beira-Mar e um estádio às moscas, fixa-se no Arouca. Em suma, tudo reduzido à faixa oceânica, não fora o saudado regresso de Viseu através do Tondela, depois de 26 anos de ausência por via do Académico.
Disparidades muitas, ilusões bastantes. Os de sempre na esperança do título, uns poucos medianos na luta por um honroso lugar europeu, ainda que não perceba, por vezes, qual o interesse de uma breve passagem pela UEFA, sem vitórias e com encargos.
Os restantes terão como meta aguentarem-se na principal divisão e tirar pontos no mais desejado jogo que é contra o Benfica. Arrisco a minha previsão: Benfica e Porto, um dos dois será campeão, apesar das legítimas ambições leoninas."

Bagão Félix, in A Bola