"O último jogo, na passada segunda-feira, contra o Vitória de Setúbal, levou o mais calmo adepto ao desespero. Sofrer um golo aos 14 segundos foi o tónico para uma meia hora de sonho, do melhor que se viu esta época. Depois de se conseguir a reviravolta no marcador, não percebo porque não se procurou o terceiro golo com a mesma intensidade, para aí sim, poder baixar o ritmo com a segurança do resultado. A equipa foi perdendo força e lucidez e aquele atraso de Pizzi a isolar o quase rico avançado do Setúbal fica na memória como o momento da época.
Fiz a viagem Lisboa-Porto em processo de descongelamento. Se repetirmos os primeiros 30 minutos da Luz durante o jogo de Vila do Conde estaremos muito perto do objectivo.
Neste campeonato, sem erros de arbitragem, já teríamos oito pontos de avanço do segundo classificado, mas sabemos que será assim até ao fim, só ganhando os jogos todos seremos campeões.
Moreira de Cónegos foi mais um episódio repetido, daquilo que começou no primeiro jogo contra o Tondela ao minuto 94. Mas o Benfica optou por não protestar, por tentar jogar bem e fazer a sua parte ganhando os jogos. É um caminho civilizado, veremos o resultado.
Vila do Conde parece ser o palco mais difícil de toda a empreitada que nos falta. Todos esperamos que reapareça o melhor e mais consistente Benfica nos Estádio dos Arcos, que nos consiga pôr a salvo de armadilhas e percalços. Esse é o rumo do 35.
O apuramento para a final do play-off de andebol, vencendo um Porto que vinha de um período hegemónico na modalidade, é mais uma página de luxo do nosso ecletismo vencedor. Quarta-feira na Luz, com um ambiente fantástico, houve uma grande vitória de quem defende essa tradição ecléctica e vencedora no Benfica.
Pode haver mais páginas para escrever este fim de semana."
Sílvio Cervan, in A Bola