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quarta-feira, 19 de março de 2014

Luisão

"No Benfica já houve jogadores com o nome próprio Luís e Luisinho. E até com a grafia antiga, o (David) Luiz. Mas apenas há um Luisão (na verdade, Anderson Luís), na 11.ª época no Benfica.
Hoje, com 33 anos, atingiu a idade em que, no futebol, se é definitivo. É consensual afirmar-se que, em mais de uma década em Portugal, Luisão está a fazer a sua melhor temporada. O defesa-central do SLB exprime agora a plenitude da sua capacidade. Com a precisão de um relógio suíço, sabe conjugar eficiência, experiência, autoridade, discernimento, rigor, solidariedade, inteligência, posicionamento. Uma trave-mestra que qualquer treinador gosta de ter. Para isso dois factores contribuíram decisivamente: o primeiro, a serenidade emocional que advém de não se pensar em transferências que, não raro, obnubilam mesmo os espíritos mais estáveis; o segundo, a habitual mestria de Jorge Jesus que é o melhor treinador a extrair competências de jogadores.
Parte significativa deste Benfica deve-se à acção de Luisão. Capitão da equipa (depois da catadupa de capitães efémeros ou em fila de espera) transmite vigor nos relvados e respeito pela camisola que enverga. E até juventude, pois tal como ele disse há tempo sente-se «como um adolescente a desfrutar da profissão». A sua apurada forma exprime-se por, em muitos jogos, não cometer sequer uma falta, o que é obra para um defesa-central.
Não sei se Scolari o chamará para o Mundial, perante a abundância da escolha ao seu dispor. Mas que a sua notável forma o justifica, disso não há dúvidas.
Luisão jamais foi ilusão, palavra que, curiosamente, tem as mesma letras..."

Bagão Félix, in A Bola

A águia no coração do veado branco!

"Londres: a grande capital do império onde o sol nunca se põe! Tottenham Hotspurs-Benfica: um jogo que ficou para a história da Taça dos Campeões Europeus...

Chegou a hora de um confronto que ficou marcado a letras de ouro na história da Taça dos Campeões Europeus. Agora na Liga Europa. Vão-se os nomes, ficam os emblemas com a sua maravilhosa pátina dos mármores antigos. Dêem-me licença para recorrer de novo ao «Viagens em Redor do Planeta Eusébio». Com fui eu quem o escreveu, começo por dar licença a mim próprio para me citar.
Abril de 1962 - Primeira página do «Daily Sketch», jornal londrino: «BENFICA! OH, WHAT A DRAW! Meet the Lisbon Millionaires...» Logo abaixo desta manchete garrafal, as fotos tipo-passe de oito jogadores do Benfica, adversário do Tottenham Hotspurs, campeão inglês, na meia-final da Taça dos Campeões Europeus. Sobre cada foto, um carimbo com o valor que lhes era atribuído.
Oito jogadores; oito preços:
Costa Pereira   3.600 contos
Cruz              4.000 contos
Coluna           6.800 contos
Ângelo           2.400 contos
José Augusto  8.000 contos
Germano        6.400 contos
Eusébio        20.000 contos
Preços em Libras Esterlinas, claro está: em 1962, uma Libra Esterlina valia 84$00.
Com estes montantes, não haveria equipa mais valiosa em todo o Mundo. E Eusébio, embora valesse mais do dobro que qualquer um dos seus companheiros, era dado pela imprensa inglesa como certo no Real Madrid.
Tottenham Hotspurs: fundado em 1882, é um dos grandes conquistadores da Taça de Inglaterra, apesar de contar apenas com dois títulos de campeão; primeira equipa britânica a ganhar uma competição europeia (a Taça das Taças, em 1963), viveu durante a década de 60 o seu período de maior fulgor.
Tottenham Hotspurs: a equipa de Danny Blanchflower, de Dave Mackay, de Cliff Jones, de John White e, acima de todos, de Jimmy Greaves.
Jimmy Greaves: houve quem atrevesse a chamar-lhe o «Pelé de Inglaterra»; nascido em 1940, jogou no Chelsea passou fugazmente pelo Milan antes de se instalar no Tottenham ao qual custou a módica quantia de 99.999 Libras (o manager, Bill Nicholson, não quis criar-lhe a acrescida responsabilidade de ser o primeiro jogador inglês a custar 100 mil Libras); terminaria a carreira no West Ham martirizado por problemas com o álcool. Esquerdino, foi um goleador temível: fez 44 golos nas suas 57 «internacionalizações» e 357 em jogos do campeonato inglês, tendo, por três vezes, marcado cinco golos num só jogo.

Enorme ovação em White Hart
Na edição da Taça dos Campeões de 1961-62, o Tottenham Hotspurs chegava às meias-finais com uma terrível veia goleadora nos jogos caseiros, marcando oito golos ao Gomik Zabrze, da Polónia; quatro ao fortíssimo Dukla de Praga; e vencendo o Feynoord, em Roterdão, por 3-1. No ano seguinte venceria a Taça das Taças, batendo o Atlético de Madrid, na final de Roterdão, por expressivos 5-1.
De nada lhe serviu. Em Lisboa, na Luz, o Benfica foi empolgante: aos vinte minutos já vencia por 2-0; aguentou o contragolpe de Smith, aos 54 minutos; fechou a conta por José Augusto, aos 64. Em Londres, no White Hart Lane, o Benfica foi científico: logo aos 15 minutos marcou um golo, por Águas; depois aguentou estoicamente a pressão de um adversário revoltado e de um público à beira do fanatismo. A derrota por 1-2 garantia-lhe a sua segunda final consecutiva.
White Hart, o veado branco, era o centro do escudo de Ricardo II, rei de Inglaterra, filho de Eduardo, o Príncipe Negro, neto de Eduardo III. Ah! Como é cheia de lendas a história da velha Inglaterra!
Bélla Guttmann, o «Feiticeiro», sentenciara antes do jogo de Lisboa: «O difícil, para o Benfica, não será vencer o Real Madrid na final, mas sim eliminar o Tottenham. Na final, os espanhóis não terão a mínima chance de nos vencerem. Mesmo que o Real chegasse ao fim da primeira parte a ganhar por 2-0».
Terá Guttmann dito tais palavras? Ou nasceram elas da pródiga imaginação de quem tem escrito a história do futebol até aqui? Vá lá saber-se. Por isso é que Guttmann tem direito a estátua no Estádio da Luz. Vão lá e vejam-na.
Eusébio não marcou golos aos ingleses. Todavia, mais uma vez, Londres fora palco de uma das suas soberbas interpretações desse jogo que os britânicos tinham inventado mas já não dominavam. Duramente marcado pelo escocês MacKay, foi exemplo deabnegação e valentia. Sairia ovacionado como só em Inglaterra se sabe fazer aos que saem de lá vencedores.
Tottenham-Benfica; Benfica-Tottenham: tomáramos nós que houvesse todas as semanas jogos assim.
Desfrutem-nos porque são uma raridade."

Afonso de Melo, in O Benfica

O futuro é nosso !!!

Manchester City 1 - 2 Benfica

Grande vitória dos nossos miúdos, não posso fazer muitas considerações sobre a exibição, porque não vi o jogo: o jogo não foi transmitido em nenhum canal, por imposição da UEFA!!! Assim restou as infos escritas em alguns sites... Mas mesmo assim, há distância, a alegria da vitória não foi menor, bem pelo contrário...
Olhando para as estatísticas, este foi um daqueles jogos, onde o City atacou muito ( e deu muita porrada!!!), e o Benfica defendeu muito e bem (vejam esta defesa do Graça!!!), os postes ajudaram, e no contra-ataque fomos mortíferos:
Remates à baliza - City 14 (1 golo); Benfica 3 (2 golos)
Postes - City 2; Benfica 0
(...)
O apuramento para a Final 4 na Suíça, é uma prenda merecida para esta equipa, que tem feito uma prova Europeia exemplar. Se a nível interno temos tido algumas desilusões, na Europa, tem sido só alegrias. Mas esta vitória, prova mais uma vez, o crescimento exponencial da formação do Benfica nas últimas épocas - pessoalmente até acho que a geração da época anterior era melhor, e na próxima época podemos ter um plantel ainda mais forte!!! Para quem acompanha a formação do Benfica na BTV, é notório que o futuro da formação está garantido, por vários anos!!!
Agora vamos jogar com o Real Madrid que eliminou o PSG (nosso adversário da fase de grupos) com um difícil 1-0. É verdade que o Real jogou com 10 jogadores bastante tempo, mas o Benfica goleou o PSG em Paris, e no Seixal, num jogo a feijões para o Benfica, só permitimos o empate nos minutos finais, depois de falharmos muitos golos. Portanto, a ambição de chegar à Final é legitima. Mas para já, temos que pensar no jogo com os Corruptos já no próximo fim-de-semana...
PS: Parece que existe problemas de contrato com um jogador desta equipa. Como não conheço pormenores, não me quero alongar.
Mas quando me dizem que jogadores Juniores, que ainda são projectos de jogadores (nada mais...) aparecem a negociar com empresários, com exigências financeiras, fico furioso... Quando depois ainda vêm alegar, que são Benfiquistas desde pequeninos, ainda fico pior... porque a definição de Benfiquismo não é com certeza a mesma da minha.
E deixo aqui um aviso, que vale o que vale: perguntem hoje ao Rony (que custou ao Man City 1 milhão de euros, e está de certeza a ganhar mais, do que estaria a ganhar no Benfica), com que camisola ele gostaria de ter jogado este jogo?!!! E mesmo em relação à sua evolução como jogador duvido, que tenha beneficiado alguma coisa em ter ido para Inglaterra...