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terça-feira, 21 de maio de 2019

A reconquista

"Tudo está bem quando acaba bem! O 37.º Campeonato Nacional da história do Benfica será sempre recordado, por muitas e variadas razões, como uma das vitórias mais saborosas de sempre.
Não se tratou de uma Reconquista qualquer. Não foi ‘apenas’ mais um Campeonato. O Benfica conseguiu, isso sim, juntar ao mérito do seu desempenho uma bandeira chamada ‘Verdade Desportiva’.
A recuperação de 7 pontos, a melhor 2.ª volta de todos os tempos, a qualidade do seu futebol, o recorde de golos marcados, o discurso elevado dos seus protagonistas e a capacidade de resistir a todos os ataques que todos os dias chegavam do exterior são algumas das principais marcas de uma temporada que fica para a eternidade.
Como irá ficar, obviamente, a ‘impressão digital’ do Seixal em tudo o que aconteceu em 2018/19. Nunca o Benfica tinha contado com tantos produtos da sua formação no plantel principal e nunca esses talentos tinham sido tão decisivos como desta vez.
Nada aconteceu por capricho. Nada se passou de forma circunstancial. A subida à primeira equipa de jogadores formados no Caixa Futebol Campus (CFC) foi apenas a consequência lógica de um projecto de autor (Luís Filipe Vieira) que tinha exactamente este objectivo: trabalhar (bem) lá em ‘baixo’ para chegar (bem) lá ‘acima’.
Foi a combinação desse talento desenvolvido no CFC com a maturidade e qualidade de uma base muito sólida e segura (que já existia) que permitiu, assim, formar uma das equipas mais interessantes que o futebol português algum dia viu.
Todos os números impressionam no campeão nacional: 103 golos marcados (recorde igualado), 87 pontos (a 2.ª melhor pontuação jamais alcançada), 16 vitórias e 1 empate na 2.ª volta, com triunfos nos estádios de FC Porto (2.º classificado), Sporting (3.º), Sp. Braga (4.º), V. Guimarães (5.º), Moreirense (6.º) e Rio Ave (7.º), o melhor marcador da prova (Seferovic, com 23 golos, e sem qualquer penálti), a equipa mais jovem e, também, a que utilizou mais jogadores da sua formação. E isto na primeira época de Bruno Lage como treinador principal. Chegou, viu e venceu. Um campeão… sem derrotas! A 6 de Janeiro (Dia de Reis), quando se estreou nesse Benfica-Rio Ave (4-2), quem poderia adivinhar que isto iria acabar assim?
O 37 representa muito, como se vê. E representa também uma candidatura bastante séria à hegemonia do futebol português. Quem vence 5 campeonatos nas últimas 6 temporadas já é, por maioria de razão, o clube dominador. Há bons motivos, porém, para acreditar que o melhor ainda está para vir. 
Porque no Benfica, quando se ganha, só há uma coisa que passa a interessar: voltar a ganhar. A caminhada para o 38 começou no momento em que último adepto que foi ao Marquês regressou a casa.

PS: 18 de maio de 2019 foi um dia que os Benfiquistas jamais esquecerão. Para além da Reconquista mais desejada, a equipa de futebol feminino do Benfica também venceu o seu primeiro grande troféu: a Taça de Portugal. Uma temporada de estreia que terminou da melhor forma e com a garantia de que o projecto veio mesmo para ficar. Há novos – e enormes! – desafios já para o futuro imediato, numa fase em que o futebol feminino atinge níveis de interesse e popularidade nunca vistos até do ponto de vista internacional. A época ainda não acabou e, para já, a equipa liderada por João Marques apresenta os seguintes números: 31 jogos, 30 vitórias, 1 derrota, 406 golos marcados, 6 golos sofridos. Também no futebol feminino, o melhor ainda está para vir!"

Para todos...


PS: Tenho na Fila da frente no Piso 3, um sócio, com Red Pass, cego, que não falta a um jogo... As emoções sentem-se...!!!

Os homens do título: Seferovic, o avançado que só Mbappé e Messi superam

"E se lhe dissermos que, olhando para os grandes campeonatos da Europa, apenas Mbappé e Messi precisam de menos minutos para marcar um golo para o campeonato do que o avançado suíço do Benfica?

A Fiorentina contratou-o com apenas 17 anos depois de ter brilhado no Campeonato do Mundo sub-17 de 2009, que a Suíça conquistou (marcou na final, 1-0 vs. Nigéria). Nunca se impôs na terra da pasta, mas a canhota de Haris Seferovic deu sempre algumas esperanças aos olheiros. Saído da formação do Grasshoppers, passou ainda pelo Neuchâtel Xamax, Lecce, Novara, Real Sociedad e Eintracht Frankfurt, onde esteve três anos e deu pouco com a tecla do golo.



Chegou a Lisboa no pós-tetra, para esborratar da lembrança um grego que até tinha sido o melhor marcador da equipa: Konstantinos Mitroglou seguira para Marselha. No segundo ano de Benfica, depois de ver o lugar tremido, afinou o pé esquerdo e tem sido um caso sério. Quem o diz é a Goal Point, que disponibilizou números e mais números para a Tribuna Expresso escrever uma revista sobre o 37.º campeonato do Benfica. Foram 23 golos (em 80 remates), 17 deles com a canhota, lá está, outros três com o pé mais fraco e mais três de cabeça. Transformou-se, na verdade, num killer, já que 22 dos 23 golos foram marcados dentro da área. E, contas feitas, foi o pichichi da liga portuguesa, como dizem no país aqui ao lado.
Mas esta história fica muito melhor quando fazemos o contrário de zoom e alargamos horizontes, pegando nos grandes campeonatos europeus. Apenas Kylian Mbappé e Lionel Messi precisam de menos tempo para marcar um golo para o campeonato do que o avançado suíço do Benfica. O miúdo-maravilha do PSG meteu uma bola na baliza a cada 70 minutos; o argentino do Barça demorou 77 a fazer o mesmo; já Seferovic, um muçulmano com raízes bósnias, fez um golo para o campeonato cada vez que o cronómetro saltava de 86 em 86 minutos. O homem que estica os braços para tentar alcançar o pódio está muito longe: Iago Aspas (Celta), que não é um avançado tradicional, conseguiu ainda assim festejar un gol a cada 111 minutos.
Se é preciso uma equipa jeitosa, no pensamento e no pé, para oferecer oportunidades flagrantes aos “9”, também estes rapazes que vivem do golo e fazem cara feia quando não metem uma batata têm de ter a astúcia para aparecer no momento certo, para executar o movimento correto. E Seferovic, aparentemente, é um fenómeno na Europa, com 1,55 oportunidades flagrantes por 90 minutos, apenas atrás de Mbappé (1,96). Robert Lewandowski, com 1,43 oportunidades flagrantes/90', completa o top-3.
Seferovic levantou voo na segunda metade da época, mais exactamente numa noite de Janeiro, coincidindo com a entrada de Bruno Lage. Se com Rui Vitória o suíço contava apenas com quatro golos na liga, com Lage chegou aos 23. Ou seja, desde aquele 4-2 ao Rio Ave (6 de Janeiro), que marcou a estreia do treinador setubalense, Seferovic assinou 19 golos no campeonato."

Agora e na hora da sua morte

"Canolas foi o gordo que se recusou a ir à baliza e criou, no meio-campo, um lugar bonito para viver. Foi do Benfica num tempo em que era tão difícil jogar no Benfica. Mas, sobretudo, foi um daqueles que eram de todos nós.

Otto Lara de Resende, um daqueles cronistas de mão-cheia que no Brasil surgem às mãos-cheias, sempre que se referia a uma personagem fascinante, sublinhava: 'Uma figura! Uma figura!'
No dia 3 de Novembro de 1966, o Benfica defrontou a Ovarense para a Taça de Portugal. Preparando uma sonora viagem ao Iraque, daquelas viagens que fizeram da águia uma proprietária dos sete céus, tratou de fazer alinhar uma equipa mais, assim, como direi, para resolver o problema do imediato. Ora vejam: Abrantes; Severino, Malta da Silva, Paula e Augusto Silva; Carmo Pais e Ferreira Pinto; Yaúca, Camolas, Vieira e Diamantino.
Camolas: 'Uma figura! Uma figura!'
Ou melhor: estava para se transformar uma figura.
Nesse dia exacto vestiu pela primeira vez a camisola do Benfica. Ficou dois anos. Foi duas vezes campeão mas não jogou muito. Pudera! E Eusébio e Coluna e Simões e Torres e Jaime Graça?
O Benfica já tinha ido a Ovar, na primeira mão, vencer por 6-0.
Ora, batatas! Aquilo era só mesmo para cumprir calendário.
Mas ficou marcado para sempre na vida de Camolas. E ele bem o mereceu. Porque Camolas tornou-se um daqueles nomes que o futebol português jamais esqueceu, agora e na hora da sua morte.

Planetas em seu redor
Camolas pode ter sido José Carlos da Silva, mas ninguém quis alguma vez saber disso senão os pais ou a restante família. Foi Camolas e será Camolas para sempre.
Acho que assisti a um dos últimos jogos da carreira de Camolas. Não acho, tenho a certeza. Foi em 1987, salvo erro no campo do Almada, estava ele no Palmelense, clube da sua terra. Pouco se mexeu. Era o astro-rei, e todos os outros realizavam em seu redor movimentos de translação.
Camolas sempre foi um tipo forte, entroncado de pernas grossas e pescoço curto. Nessa tarde fiquei com a sensação de que possuía, como se ditado por uma lei da natureza, a base do princípio de Newton que diz que matéria atrai matéria na razão directa das massas e na razão inversa do quadrado das distâncias.
Ele atraía a bola e a atenção dos companheiros.
Em seguida, num passe certo, os planetas voltavam a mover-se em redor do sol e na rotação de si próprios.
Nunca vi Camolas jogar no Benfica, mas vi-o, sobretudo, com a camisola do União de Tomar.
Que equipas incríveis teve o União de Tomar! Os nomes explodiam no firmamento como personagens de Alves Redol: Conhé, Kiki, Caló, Faustino, Barnabé, Bolota, Manuel José, Pavão, Totói, N'Habola, Bilreiro...
E Camolas. Acima de todos, Camolas.
Curioso que tanto Eusébio como Simões tenham vindo a reencontrar Camolas, cerca de dez anos mais tarde, em Tomar.
Nessa altura, Camolas parecia um revolucionário da Sierra Maestra: cabelos longos que não escondiam as entradas largas da testa, barba comprida e hirsuta.
Desde início que quem olhava para Camolas não adivinhava nele um jogador de futebol. Fernando Riera viu mais longe do que os outros. Ele foi jogador de futebol e por inteiro.
Saiu para o Varzim e fazia golos. Tinha um pontapé potente saído de uma massa muscular impressionante.
Saiu para o Belenenses e foi sendo cada vez mais Camolas.
Saiu para o União de Tomar e foi o Camolas.
De repente, a morte, essa sinistra senhora da gadanha, veio buscá-lo e levou-o para os campos de gipsofila onde as papoilas não saltitam. Cobarde como é, não lhe poupou sequer os sofrimentos.
Camolas, para mim, será sempre uma figura! Uma figura!
Fez parte da minha adolescência como a bola que corria na nossa frente ao Campo da Feira, em Benavente. Sabíamos todos quem era o Eusébio e o Pelé, e até o Yazalde e o Jairzinho. Mas o Camolas era dos nossos. O gordo que se recusou ir à baliza e fez do meio-campo um lugar bonito para se viver."

Afonso de Melo, in O Benfica

Rumo a Amesterdão


"Por terra, por ar ou por mar, todos os caminhos levavam à final da Taça dos Clubes Campeões Europeus 1961/62.

Em Maio de 1962, o Benfica rumou a Amesterdão para disputar a final da Taça dos Clubes Campeões Europeus. Pela segunda vez consecutiva, o clube 'encarnado' classificava-se para a final da prestigiada prova europeia. Era um feito ímpar para o Benfica, para o futebol e para o desporto nacionais. Um feito que levou a que mais de 4 mil portugueses se dispusessem 'a sacrificar as suas férias, e os seus proventos, acumulados durante um ano de trabalho', para assistir ao vivo à partida.
'Todos os meios servem para chegar a Amesterdão', destacava o Record. Carro, autocarro, avião, comboio, não interessava como, o importante era conseguir percorrer os mais de 2 mil quilómetros que separam as duas capitais europeias a tempo de ver o grande jogo.
'De toda a parte surgiram organizações de excursões'. 'Benfica - Amesterdam Excursão em autocarro de luxo', anunciava o Diário de Lisboa. A CP - Comboios de Portugal concedia descontos a quem optasse por ir de comboio - embora muitos tenham utilizado esse meio só até Madrid, a fim de integrar 'excursões espanholas, beneficiando da apreciável diferença cambial na moeda'. Houve quem preferisse ir de automóvel e houve até quem quisesse ir de barco. O próprio Benfica resolveu fretar o paquete Índia para o efeito, porém a receptividade foi tal que o Clube rapidamente se viu 'a braços com outro problema: arranjar um barco com capacidade superior, pois a lotação do «Índia» já está largamente excedida'. Foi uma tarefa infrutífera, que obrigou a Comissão Central do Sport Lisboa e Benfica a desistir da iniciativa. Mas o avião - 'e na era do jacto outra coisa não seria de admitir' - foi o meio de transporte que concentrou o maior contingente de apoiantes. 'Enfim, uma autêntica romaria de fé e vontade inabalável'.
No dia 2 de Maio, nas bancadas do Estádio Olímpico de Amesterdão, encontravam-se milhares de portugueses, uns benfiquistas e outros que, 'embora partilhassem outra cor clubista', não quiseram deixar de prestigiar o Benfica. Quem por cá ficou pôde acompanhar o jogo através de 'um aparelho de televisão, ou mais modestamente (...) de um receptor de rádio'.
Roland Oliveira registou alguns desses adeptos. A fotografia, publicada no Record de 5 de Maio de 1962, mostra um grupo do Clube Oriental de Lisboa que, numa demonstração de fair-play, se deslocou de carro a Amesterdão para prestigiar o Benfica."

Mafalda Esturrenho, in O Benfica

All hail Benfica the Glorious, Breaker of Haters, Daddy of Dragons, Slayer of Lizards

"Bom dia, campeões! Não há muito que possa acrescentar ao que já foi dito por tantos de nós. É uma época onde fomos dados como mortos (fui um dos que baixou os braços depois de Portimão e da "luz", admito), mas graças ao mister Lage e aos nossos jogadores conseguimos de forma épica e categórica brincar com isto tudo, apesar de mais um ano repleto de ódio e armadilhas das mais podres que me lembro de observar — e nasci em 1980, por isso já vi coisas, dudes.
Ao contrário do final da Guerra dos Tronos, o desfecho do campeonato não oferece qualquer dúvida. Apesar da patética aliança entre a Casa Contumil e a Casa Lumiar, o poderio de uma legião de adeptos exigentes e apaixonados empurrou o símbolo maior dos Sete Reinos para o lugar que é, naturalmente, seu.
Moral da história (outra vez): o amor venceu o ódio.
Para a próxima temporada pede-se à direcção que faça, efectivamente, um esforço para preservar talento e acrescentar soluções de qualidade às nossas fileiras. É imperativo que mantenhamos o domínio caseiro e que possamos, finalmente, voltar a honrar a dimensão mundial que o clube tem.
É tão bom ser do Benfica!
#Rumoao38"

Este sim, é o verdadeiro ópio do povo

"O facto é que o futebol está verdadeiramente a tornar-se o ópio do povo

O Benfica conquistou nesta época o 37.º campeonato nacional da sua história e uma parte significativa do povo português (não se veja aqui qualquer sentido pejorativo) entrou em delírio. É verdade que houve motivos para isso. A um início frouxo da equipa encarnada seguiu-se uma espectacular recuperação, em que brilhou uma constelação de jovens talentos formados no clube da Luz, com João Félix à cabeça. E um treinador de quem até aqui ninguém tinha ouvido falar foi elevado à condição de herói improvável. Bruno Lage brindou os fãs do clube com grandes exibições, fez um percurso imaculado na liga portuguesa e transformou a equipa do Benfica numa temível máquina de marcar golos. Notável! Dito isto, é preciso reconhecer que a cobertura mediática dada ao futebol peca pelo exagero. Têm sido dias sucessivos em que as televisões não falam de outra coisa e fica-se com a noção de que só um cataclismo poderia interromper a emissão em directo de algo tão trivial quanto a ida dos adeptos para o estádio, os festejos na rua ou o acompanhamento do trajecto do autocarro encarnado a caminho do Marquês ou da Praça do Município. Os telespectadores são bombardeados dia após dia com horas de directos que, diria eu, só poderão interessar aos mais fanáticos. Às quais se juntam outras tantas horas de painéis de comentadores, como se fosse uma paisagem ou ruído de fundo, a falarem ad nauseam quando já nada sobra para dizer.
O facto é que o futebol está verdadeiramente a tornar-se o ópio do povo. Se no séc. XIX Karl Marx aplicava este epíteto à religião, findo o primado da Igreja o povo voltou-se para a bola, que desperta também uma espécie de fanatismo religioso. O ópio, como todos sabemos, provoca uma sensação agradável. Mas provoca também adição. E tem um efeito anestesiante que deixa o seu consumidor apático e alheado da realidade. Claro que quando a realidade nos desilude ou nos desagrada, o futebol pode proporcionar um alívio muito bem-vindo. E é da maior utilidade para aqueles a quem interessa manter o povo distraído."

Homem providencial

" daqui a uns anitos se perceberá completamente se nos genes do treinador Bruno Lage figura mesmo a sua disposição ao impossível. Mas quem foi capaz de ressuscitar, em poucos meses, uma equipa moribunda e de levá-la a uma glória inopinada não merecia que o feito fosse timbrado de improcedente e imerecido pelo principal concorrente do Benfica (uma declaração autocrítica de Herrera foi, salvo erro, a única excepção). Até porque o jovem e debutante técnico setubalense não se limitou a transfigurar radicalmente o futebol murcho herdado de Rui Vitória. A polidez e o decoro das suas maneiras e das suas palavras, entre outras peculiaridades definidoras do seu carácter, serviu para provar que o futebol também pode ser generoso com os que defendem os seus valores mais nobres.
Foram múltiplas as lições de civilidade e lucidez que Bruno Lage nos ofereceu na hora das comemorações. A começar pela sentida homenagem que prestou ao seu mentor Jaime Graça. Mas também na vontade de que o futebol deixe de ser "a coisa mais importante das nossas vidas" – e quase intentou uma intervenção política quando acrescentou que as energias contestatárias e reivindicativas seriam mais bem aplicadas no que realmente mexe e interfere com as nossas vivências quotidianas. Bruno Lage foi especialmente certeiro quando falou na necessidade de começarmos "a tratar os nossos adversários pelo nome e não pelos apelidos", uma descortesia que há muito vem sendo repartida, em doses idênticas, pelos principais responsáveis do Benfica e do FC Porto e, noutros tempos, do Sporting.
E quando pediu que se passe a dar "mérito aos vencedores e se honre os vencidos", não estava certamente apenas a desaprovar o cartaz gigante em que os "SuperDragões" voltaram a ser tão subtis como um comboio de mercadorias. Porque todos nos recordamos que o título conquistado pelo FC Porto em 2012/13 foi considerado pelo Benfica como "um tributo aos árbitros". Mas se Bruno Lage falou na "reconquista do futebol e das boas maneiras", Luís Filipe Vieira privilegiou "a reconquista da dignidade do Benfica". Percebe-se tanto o desabafo como o aproveitamento que nele está subentendido. Mas o presidente benfiquista não pode esquecer que o discurso exagerado e autodesculpabilizante do FC Porto contra os árbitros teve mais impacto e conseguiu mais prosélitos porque ainda ninguém esqueceu o conteúdo dos e-mails revelados durante a época passada e em que ficava mais ou menos claro que o Benfica tinha uma estratégia de controlo dos sistemas de arbitragem, disciplinar e até da justiça civil. É um sinete negro que, tal como o "Apito Dourado", levará muitas gerações até ser totalmente mascarado, independentemente do acesso ilegítimo aos servidores e do que vier a ser decidido nos tribunais.
Mas tentar retirar aproveitamento disso nesta altura não é apenas um sinal de falta de cultura desportiva e de mau perder, bem visível, de resto, nalguns profissionais da palavra que se especializaram em arranjar discussões até numa sala vazia. A visão destes fundamentalistas é principalmente uma desconsideração inadmissível e injusta aos jogadores e à equipa técnica do Benfica. Designadamente a um Bruno Lage que se afirmou rapidamente como um homem providencial e que, a certa altura, teve a magnanimidade de "agradecer aos jogadores" por terem feito dele treinador. A sua boa gestão das palavras notou-se até quando tocou a rebate dizendo que o "Benfica não podia perder o campeonato duas vezes". É nos detalhes que um homem manifesta o seu verdadeiro carácter e Lage até nas referências ao "Canal Panda" e ao "Super Wings" provou ser feito de outra madeira.
O título do Benfica foi mais do que justificado pela segunda melhor pontuação na história da liga, pela esmagadora vantagem no mini-campeonato dos "grandes", pelos 103 golos marcados (72 com Lage), pela melhor segunda volta de sempre (jogando em casa não só dos principais rivais, mas de todas as melhores equipas portuguesas), pelas sete "cambalhotas" no marcador e pela Bota de Ouro de Seferovic. E também, claro, pelo futebol frenético e revigorante que foi capaz de apresentar após a troca de treinador e tudo o mais que se lhe seguiu.
Assumi-lo teria sido também a melhor forma de respeitar e enobrecer um FC Porto que foi vencido, mas que conseguiu a sua segunda melhor pontuação de sempre, apenas atrás do recorde conseguido na época passada por Sérgio Conceição. Dizer o contrário nem bate certo com a enfática tese de que só os jericos se desculpam com os erros arbitrais…

Toque de Midas
Bruno Lage tem sido gabado pela bravura tida logo no jogo da sua estreia (6 de Janeiro), frente ao Rio Ave: mudou o sistema e deu a titularidade ao mancebo João Félix, que finalmente se fixaria na zona central, onde o seu incomum talento mais faz a diferença. O treinador não demorou a perceber que o melhor parceiro para o associar era Seferovic (até em função das limitações físicas de Jonas, porque Castillo e Ferreyra rapidamente iriam à sua vida…). No jogo seguinte, nos Açores, fez mais duas alterações fundamentais na montagem do que viria a transformar-se numa máquina de fazer golos: Pizzi regressou à ala e entrou para o meio Gabriel, pedido expresso de Rui Vitória, que nunca o soube rentabilizar. A lesão de Fejsa em Guimarães (Taça de Portugal) provocou outra troca importante: a aposta em Samaris, que três dias depois, no mesmo estádio, mas agora para a Liga, começaria a justificar a titularidade. O triunfo (0-1) frente ao Vitória foi considerado pelo próprio Lage como o momento mais determinante na caminhada triunfal. Ferro aproveitou a lesão de Jardel frente ao Sporting (Taça de Portugal), deixando claro que a sua qualidade técnica e capacidade de saída de bola e de construção eram mais-valias. E Florentino começou também a ser utilizado cada vez com mais frequência, acabando por se tornar um jogador importante, até em função da lesão de Gabriel. Muito antes de isso, já Rafa se havia afirmado como um jogador transfigurado, vertical e supersónico como sempre, mas agora com uma tranquilidade que beneficiou em muito a sua eficácia finalizadora (marcou nas últimas cinco jornadas).
O toque de Midas de Bruno Lage pode ser medido em função das mudanças tácticas e da aposta certeira em jogadores jovens (aí beneficiou da experiência nos cargos anteriores) ou desacreditados (Samaris é caso mais surpreendente). O ajuste táctico (4x4x2 clássico com dois médios raramente em linha) mostrou que Lage percebeu que é rentável jogar na liga portuguesa com uma equipa muito ofensiva, mesmo por vezes se desequilibrada. Mas o Benfica melhorou principalmente porque enriqueceu a qualidade do treino. Provam-no as melhorias na capacidade de pressão, na reacção à perda e até organização e na definição da linha defensiva. Não é perfeito, continua a ter dificuldade na gestão com bola (apesar da melhoria), mas já é uma equipa com guião, unida e feliz."


PS: Mais uma vez, o mito do conteúdo dos e-mails, a ser atirado ao ar como muitos crimes tivessem sido desmascarados, quando de facto, nada disso aconteceu... bem pelo contrário!

Benfiquismo (MCLXXXVII)

Assim é batota !!!

Praça do Município, 37

Injecção!!!

Lixívia 34

Tabela Anti-Lixívia
Benfica..... 87 (-7) = 94
Corruptos.. 85 (+30) = 55
Sporting... 74 (+19) = 55

Foi preciso chegar ao último minuto da última jornada, para os Corruptos terem um jogador expulso!!! E ainda acabaram o campeonato sem um único penalty contra!!!
E depois ainda tem o descaramento de 'chorarem' baba e ranho pelas arbitragens!!!!!!

Na Luz, não houve Casos...

No amigável do Dragay acabou tudo à estalada!!!
Exagerada a expulsão do Borja... o jogador Corrupto estava muito longe da área...
Expulsões perdoadas, ao Felipe, ao Militão e ao Marega que deveria ter levado Amarelo por simulação de penalty... antes de ter 'enrabado' o Renan!!!
Até dou de barato, o 2.º golo dos Corruptos, o Herrera até pode estar ligeiramente fora-de-jogo, mas é um lance 'em linha'!!!

Bem nos 'não' penalty's sobre o Marega e sobre o Soares; bem no golo em fora-de-jogo do Marega.

Mas com um critério disciplinar 'correcto' os Corruptos acabavam no máximo com 8 jogadores em campo!!! Nunca ganhariam o jogo...

Inacreditável como o Acuña continua a passar pelos pingos da chuva!!!

Inacreditável, o CD não ter aberto um Sumaríssimo imediatamente ao comportamento do treinador dos Corruptos!!!

Anexo(I):
Benfica
1.ª-Guimarães(c), V(3-2), Pinheiro(Sousa), Nada a assinalar
2.ª-Boavista(f), V(0-2), Mota(Malheiro), Nada a assinalar
3.ª-Sporting(c), E(1-1), Godinho(Sousa), Prejudicados, (2-1), (-2 pontos)
4.ª-Nacional(f), V(0-4), Veríssimo(Xistra), Prejudicados, Beneficiados, (0-7), Sem influência no resultado
5.ª-Aves(c), V(2-0), Rui Costa(Paixão), Prejudicados, (3-0), Sem influência no resultado
6.ª-Chaves(f), E(2-2), Capela(Esteves), Prejudicados, (1-3), (-2 pontos)
7.ª-Corruptos(c), V(1-0), Veríssimo(Sousa), Prejudicados, (2-0), Sem influência no resultado
8.ª-Belenenses(f), D(2-0), Soares Dias (V. Ferreira), Prejudicados, (1-0), Impossível contabilizar
9.ª-Moreirense(c), D(1-3), Almeida(Esteves), Prejudicados, (3-3), (-1 ponto)
10.ª-Tondela(f), V(1-3), Pinheiro(Nobre), Prejudicados, (1-4), Sem influência no resultado
11.ª-Feirense(c), V(4-0), Rui Costa(Mota), Prejudicados, (5-0), Sem influência no resultado
12.ª-Setúbal(f), V(0-1), Xistra(Sousa), Prejudicados, (0-2), Sem influência no resultado
13.ª-Marítimo(f), V(0-1), Pinheiro(Nobre), Prejudicados, Sem influência no resultado
14.ª-Braga(c), V(6-2), Soares Dias(Esteves), Prejudicados, (7-2), Sem influência no resultado
15.ª-Portimonense(f), D(2-0), Mota(Nobre), Prejudicados, Sem influência no resultado
16.ª-Rio Ave(c), V(4-2), Godinho(Sousa), Prejudicados, (4-1), Sem influência no resultado
17.ª-Santa Clara(f), V(0-2), Capela(Rui Costa), Prejudicados, Beneficiados, (0-3), Sem influência no resultado
18.ª-Guimarães(f), V(0-1), Martins(Vasco Santos), Prejudicados, Sem influência no resultado
19.ª-Boavista(c), V(5-1), Rui Costa(Esteves), Prejudicados, (6-1), Sem influência no resultado
20.ª-Sporting(f), V(2-4), Soares Dias(Pinheiro), Prejudicados, (1-6), Sem influência no resultado
21.ª-Nacional(c), V(10-0), Almeida(Pinto), Nada a assinalar
22.ª-Aves(f), V(0-3), Miguel(V. Ferreira), Nada a assinalar
23.ª-Chaves(c), V(4-0), Mota(Esteves), Prejudicados, (6-0), Sem influência no resultado
24.ª-Corruptos(f), V(1-2), Sousa(Martins), Prejudicados, (0-3), Sem influência no resultado
25.ª-Belenenses(c), E(2-2), Capela(Malheiro), Prejudicados, (3-1), (-2 pontos)
26.ª-Moreirense(f), V(0-4), Almeida(Pinheiro), Prejudicados, Sem influência no resultado
27.ª-Tondela(c), V(1-0), Xistra(Malheiro), Prejudicados, (4-0), Sem influência no resultado
28.ª-Feirense(f), V(1-4), Pinheiro(Paixão), Prejudicados, (1-5), Sem influência no resultado
29.ª-Setúbal(c), V(4-2), Rui Costa(V. Santos), Prejudicados, (5-1), Sem influência no resultado
30.ª-Marítimo(c), V(6-0), Godinho(Esteves), Prejudicados, Sem influência no resultado
31.ª-Braga(f), V(1-4), Martins(Pinheiro), Nada a analisar
32.ª-Portimonense(c), V(5-1), Soares Dias(Godinho), Nada a assinalar
33.ª-Rio Ave(f), V(2-3), Miguel(Godinho), Prejudicados, Sem influência no resultado
34.ª-Santa Clara(c), (4-1), Sousa(Nobre), Nada a assinalar

Corruptos
1.ª-Chaves(c), V(5-0), Almeida(Vasco Santos), Beneficiados, Impossível contabilizar
2.ª-Belenenses(f), V(2-3), Xistra(Capela), Beneficiados, (2-2), (+2 pontos)
3.ª-Guimarães(c), D(2-3), Veríssimo(Paixão), Beneficiados, Sem influência no resultado
4.ª-Moreirense(c), V(3-0), Malheiro(L. Ferreira), Beneficiados, Impossível contabilizar
5.ª-Setúbal(f), V(0-2), Manuel Oliveira(Vasco Santos), Beneficiados, Impossível contabilizar
6.ª-Tondela(c), V(1-0), Godinho(Malheiro), Beneficiados, (0-0), (+2 pontos)
7.ª-Benfica(f), D(1-0), Veríssimo(Sousa), Beneficiados, (2-0), Sem influência no resultado
8.ª-Feirense(c), V(2-0), Rui Oliveira(Vasco Santos), Beneficiados, (1-1), (+2 pontos)
9.ª-Marítimo(f), V(0-2), Xistra(Sousa), Beneficiados, Sem influência no resultado
10.ª-Braga(c), V(1-0), Soares Dias(L. Ferreira), Beneficiados, (+2 pontos)
11.ª-Boavista(f), V(0-1), Hugo Miguel(Veríssimo), Beneficiados, (2-1), (+3 pontos)
12.ª-Portimonense(c), V(4-1), Mota(Pinheiro), Beneficiados, (1-2), (+3 pontos)
13.ª-Santa Clara(f), V(1-2), Godinho(Esteves), Beneficiados, (2-1), (+3 pontos)
14.ª-Rio Ave(c), V(2-1), Martins(Malheiro), Beneficiados, (2-2), (+2 pontos)
15.ª-Aves(f), V(0-1), Pinheiro(Soares), Beneficiados, (0-0), (+2 pontos)
16.ª-Nacional(c), V(3-1), Rui Costa(Vasco Santos), Beneficiados, Impossível contabilizar
17.ª-Sporting(f), E(0-0), Miguel(Martins), Prejudicados, Impossível contabilizar
18.ª-Chaves(f), V(1-4), Almeida(Godinho), Nada a assinalar
19.ª-Belenenses(c), V(3-0), Godinho(L. Ferreira), Beneficiados, (2-1), Impossível contabilizar
20.ª-Guimarães(f), E(0-0), Rui Costa(Rui Oliveira), Beneficiados, Impossível contabilizar
21.ª-Moreirense(f), E(1-1), Sousa(L. Ferreira), Beneficiados, (2-0), (+ 1 ponto)
22.ª-Setúbal(c), V(2-0), Almeida(Rui Oliveira), Beneficiados, (2-1), Impossível contabilizar
23.ª-Tondela(f), V(0-3), Godinho(Xistra), Nada a assinalar
24.ª-Benfica(c), D(1-2), Sousa(Martins), Beneficiados, (0-3), Sem influência no resultado
25.ª-Feirense(f), V(1-2), Soares Dias(Vasco Santos), Beneficiados, (1-1), (+2 pontos)
26.ª-Marítimo(c), V(3-0), Capela(Esteves), Beneficiados, (2-0), Impossível contabilizar
27.ª-Braga(f), V(2-3), Sousa(Nobre), Beneficiados, (3-2), (+3 pontos)
28.ª-Boavista(c), V(2-0), Rui Costa(Esteves), Beneficiados, (1-0), Impossível contabilizar
29.ª-Portimonense(f), V(0-3), Veríssimo(Godinho), Beneficiados, (0-2), Sem influência de contabilizar
30.ª-Santa Clara(c), V(1-0), M. Oliveira(L. Ferreira), Nada a assinalar
31.ª-Rio Ave(f), E(2-2), Soares Dias(Esteves), Prejudicados, Beneficiados, (3-3), Impossível contabilizar
32.ª-Aves(v), V(4-0), Miguel(V. Santos), Beneficiados, Sem influência no resultado
33.ª-Nacional(f), V(0-4), Xistra(Nobre), Prejudicados, Beneficiados, Sem influência no resultado
34.ª-Sporting(c), V(2-1), Veríssimo(L. Ferreira), Beneficiados, (+3 pontos)

Sporting
1.ª-Moreirense(f), V(1-3), Martins(Miguel), Nada assinalar
2.ª-Setúbal(c), V(2-1), Manuel Oliveira(L. Ferreira), Beneficiados, (2-2), (+2 pontos)
3.ª-Benfica(f), E(1-1), Godinho(Sousa), Beneficiados, (2-1), (+1 ponto)
4.ª-Feirense(c), V(1-0), Rui Oliveira(Esteves), Beneficiados, (1-1), (+ 2 pontos)
5.ª-Braga(f), D(1-0), Soares Dias(Veríssimo), Beneficiados, Sem influência no resultado
6.ª-Marítimo(c), V(2-0), Almeida(Sousa), Beneficiados, (1-0), Impossível contabilizar
7.ª-Portimonense(f), D(4-2), Miguel(L. Ferreira), Nada a assinalar
8.ª-Boavista(c), V(3-0), Xistra(L. Ferreira), Beneficiados, Prejudicados, Sem influência no resultado
9.ª-Santa Clara(f), V(1-2), Mota(V. Ferreira), Beneficiados, (1-0), (+3 pontos)
10.ª-Chaves(c), V(2-1), Martins(M. Oliveira), Beneficiados, (0-1), (+3 pontos)
11.ª-Rio Ave(f), V(1-3), Xistra(Malheiro), Beneficiados, Prejudicados, (2-3), Impossível contabilizar
12.ª-Aves(c), V(4-1), V. Ferreira(L. Ferreira), Beneficiados, (4-3), Impossível contabilizar
13.ª-Nacional(c), V(5-2), Veríssimo(Miguel), Beneficiados, Prejudicados, (3-2), Impossível contabilizar
14.ª-Guimarães(f), D(1-0), Godinho(Sousa), Nada a assinalar
15.ª-Belenenses(c), V(2-1), Capela(Esteves), Beneficiados, Impossível contabilizar
16.ª-Tondela(f), D(2-1), Almeida(Malheiro), Beneficiados, Prejudicados, Sem influência no resultado
17.ª-Corruptos(c), E(0-0), Miguel(Martins), Beneficiados, Impossível de contabilizar
18.ª-Moreirense(c), V(2-1), Rui Costa(Capela), Beneficiados, (1-2), (+3 pontos)
19.ª-Setúbal(f), E(1-1), Malheiro(V. Santos), Nada a assinalar
20.ª-Benfica(c), D(2-4), Soares Dias(Pinheiro), Beneficiados, (1-6), Sem influência no resultado
21.ª-Feirense(f), V(1-3), Mota(Esteves), Prejudicados, Beneficiados, (2-3), Impossível contabilizar
22.ª-Braga(c), V(3-0), Sousa(Martins), Prejudicados, Sem influência no resultado
23.ª-Marítimo(f), E(0-0), Martins(Rui Oliveira), Beneficiados, Impossível contabilizar
24.ª-Portimonense(c), V(3-1), Capela(Esteves), Beneficiados, (3-2), Impossível contabilizar
25.ª-Boavista(f), V(1-2), Pinheiro(Rui Oliveira), Beneficiados, (2-1), (+3 pontos)
26.ª-Santa Clara(c), V(1-0), M. Oliveira(L. Ferreira), Nada a assinalar
27.ª-Chaves(f), V(1-3), Mota(V. Santos), Beneficiados, (2-2), (+2 pontos)
28.ª-Rio Ave(c), V(3-0), Godinho(V. Santos), Nada a assinalar
29.ª-Aves(f), V(1-3), Soares Dias(Capela), Beneficiados, (2-3), Impossível contabilizar
30.ª-Nacional(f), V(0-1), Xistra(Rui Costa), Beneficiados, (1-1), (+2 pontos)
31.ª-Guimarães(c), (2-0), Rui Costa(V. Santos), Beneficiados, (1-1), (+2 pontos)
32.ª-Belenenses(f), V(1-8), Capela(L. Ferreira), Nada a assinalar
33.ª-Tondela(c), E(1-1), Martins(V. Ferreira), Beneficiados, (1-2), (+1 pontos)
34.ª-Corruptos(f), D(2-1), Veríssimo(L. Ferreira), Prejudicados, (-3 pontos)

Anexo(II):
Benfica:
Pinheiro: 4 + 3 = 7
Sousa: 2 + 5 = 7
Esteves: 0 + 6 = 6
Rui Costa: 4 + 1 = 5
Godinho: 3 + 2 = 5
Soares Dias: 4 + 0 = 4
Mota: 3 + 1 = 4
Nobre: 0 + 4 = 4
Almeida: 3 + 0 = 3
Capela: 3 + 0 = 3
Xistra: 2 + 1 = 3
Martins: 2 + 1 = 3
Malheiro: 0 + 3 = 3
Miguel: 2 + 0 = 2
Veríssimo: 2 + 0 = 2
V. Ferreira: 0 + 2 = 2
Paixão: 0 + 2 = 2
V. Santos: 0 + 2 = 2
Pinto: 0 + 1 = 1

Corruptos:
Godinho: 4 + 2 = 6
V. Santos: 0 + 6 = 6
L. Ferreira: 0 + 6 = 6
Veríssimo: 4 + 1 = 5
Sousa: 3 + 2 = 5
Soares Dias: 3 + 1 = 4
Xistra: 3 + 1 = 4
Esteves: 0 + 4 = 4
Almeida: 3 + 0 = 3
Rui Costa: 3 + 0 = 3
Miguel: 3 + 0 = 3
Malheiro: 1 + 2 = 3
Rui Oliveira: 1 + 2 = 3
Martins: 1 + 2 = 3
M. Oliveira: 2 + 0 = 2
Capela: 1 + 1 = 2
Nobre: 0 + 2 = 2
Pinheiro: 1 + 1 = 2
Mota: 1 + 0 = 1
Paixão: 0 + 1 = 1 

Sporting:
L. Ferreira0 + 7 = 7
Martins: 4 + 2 = 6
Capela: 3 + 2 = 5
Miguel: 2 + 2 = 4
M. Oliveira: 2 + 2 = 4
Sousa1 + 3 = 4
V. Santos: 0 + 4 = 4
Soares Dias: 3 + 0 = 3
Godinho: 3 + 0 = 3
Mota: 3 + 0 = 3
Xistra: 3 + 0 = 3
Malheiro: 1 + 2 = 3
Rui Oliveira: 1 + 2 = 3
Esteves: 0 + 3 = 3
Rui Costa: 2 + 1 = 3
Veríssimo: 2 + 1 = 3
V. Ferreira: 1 + 2 = 3
Almeida: 2 + 0 = 2
Pinheiro: 1 + 1 = 2
Épocas anteriores:

Biscoitos !!!

Lage, até o leão do Marquês aplaudiu...

"As feridas de anos a fio de guerras insanas ainda vão levar muito tempo a sarar. Mas a proposta de Lage é um óptimo ponto de partida.

Bruno Lage tem revelado uma enorme capacidade para aproveitar as oportunidades que a vida lhe dá. A 18 jornadas do fim, quando o Benfica estava em quarto lugar, a sete pontos do líder, e tinha uma segunda volta de meter medo ao susto, aceitou pegar na equipa e, 17 vitórias e um empate depois, estava no Marquês a celebrar o 37 perante uma plateia de meio milhão de almas, a que se juntavam outras mais, muito mais, pela televisão. Aí, na noite da consagração, Bruno Lage voltou a agarrar com as duas mãos a oportunidade e enviou, naquele estilo despretensioso e desprendido, que é simples sem ser simplório, a mensagem que o país, desportivo e não só, precisava de ouvir. O treinador do Benfica, pelos vistos adepto da ideia de Arrigo Sacchi de que «o futebol é a coisa mais importante das coisas menos importantes», começou por lembrar que tudo deve estar em perspectiva, e que faz falta, em todas as áreas da sociedade, uma militância cívica mais activa e interveniente. E passou, a seguir, para uma ideia que pode mudar mentalidades, exortando os adeptos benfiquistas e darem valor ao que os adversários fazem, única forma de verem reconhecidos os méritos próprias. Bruno Lage, ao escolher fazer pedagogia junto dos 500 mil adeptos do futebol que tinha à frente, do Marquês à Fontes Pereira de Melo e à Avenida da Liberdade, e a todos os outros que, pelas televisões, rádios e jornais, tomaram contacto com a mensagem, merece o nosso respeito, pela coragem de não dizer o óbvio e procurar transformar, quem o ouvia, em pessoas melhores. O futebol português deixou-se arder, até chegar a esta terra queimada civilizacional, por culpa de líderes que se limitaram a capitalizar o que há de pior em cada um, forjando criaturas que começam a fugir ao controlo do criador. A mensagem de Lage vai em sentido inverso: pertencer ao futebol, amar o jogo, vibrar com os clubes não pode ser sinónimo de ódio e de intolerância. Os adversários são para respeitar e reconhecer mérito, os rivais devem ser factores de motivação e crescimento e não faz sentido que haja inimigos no Desporto.
As feridas provocadas por anos a fio de guerras insanas entre os clubes vão levar ainda muito tempo a sarar. Mas é preciso começar por algum lado e a proposta de Lage, na noite de consagração no Marquês de Pombal, parece ser um óptimo ponto de partida.

Ás
Luís Filipe Vieira
Quando, há mais de 400 anos, Shakespeare escreveu a peça Tudo Está Bem Quando Acaba Bem, não imaginaria, por certo, que o título se colaria como uma luva à época de 2018/19 do líder do Benfica. Entre dúvidas, hesitações e passos à frente e atrás, acabou por acertar com a medida perfeita, vencendo um desafio impossível.

Ás
Haris Seferovic
Herói improvável na gesta do 37, ganhou a imortalidade ao inscrever o nome na lista de benfiquistas que venceram a Bola de Prata. Num ano de muitos golos (103, uma média de 3,03 por jogo, longe porém dos 103 de 1963/64, que traduziram uma média de 3,96 por jogo) o suíço foi decisivo na caminhada para o titulo.

Ás
Geyse
Não é da família de Eusébio, embora se chame Geyse da Silva Ferreira. Tem 21 anos, é internacional pelo Brasil, e ajudou, com um futebol empolgante, o Benfica a conquistar a Taça de Portugal feminino. Foi o ponto mais alto do ano zero das encarnadas, que raras vezes tiveram adversárias à altura. Parabéns.

Os números que contam o 37.ª título do Benfica
O Benfica venceu o campeonato porque foi o melhor dos maiores, ao conquistar, nos seis jogos que disputou com FC Porto, Sporting e SC Braga, 16 dos 18 pontos que estiveram em disputa. E ainda marcou 103 golos mais 29 que os dragões, 31 que os leões e 47 que os arsenalistas. Números que explicam tudo...

Não sei se estão a ver bem a gravidade...
«Acreditamos que uma instituição como o FC Porto não se pode rever neste triste episódio e que irá apurar responsabilidades»
APAF, comunicado
A tarja exibida pelos Super Dragões no último clássico, além de um empresário, ofende oito árbitros, o que sendo grave, não é novidade; ofende também, de forma leviana, o primeiro-ministro, o que faz subir a fasquia para a classe política e coloca muita coisa em causa; mas, inaudito, constituiu uma afronta, pela humilhação a uma juíza, ao sistema judicial. E agora? O que se segue?

Fim de semana português
Correu muito bem, a vários portugueses, a jornada do último fim de semana. Bernardo Silva conquistou a Taça de Inglaterra (que juntou à Supertaça, à Taça da Liga e à Premier League) e, por arrasto, catapultou o contingente luso do Wolverhampton, comandado por Nuno Espírito Santo, para a Liga Europa; Renato Sanches teve mais minutos do que o costume (uma hora em campo) e marcou um golo na vitória do Bayern no jogo do título; Gonçalo Guedes ajudou o Valência a vencer em Valladolid e a aceder à fase de grupos da Liga dos Campeões; Leonardo Jardim, com o auxílio de Adrien, Gelson e Rony Lopes, bateu o Amiens e deu passo decisivo rumo à manutenção; e Paulo Fonseca foi tricampeão ucraniano pelo Shakthar. Uff..."

José Manuel Delgado, in A Bola

Os vários nãos do Benfica campeão

"Continuem a fabular, a destratar, a distraírem-se com o outro e a destilar veneno – por nós, não passarão. Somos SLB, campeões. Não conseguiram, o campeão voltou.

sempre alguém que resiste, há sempre alguém que diz não”.
Não, não invadimos o centro de estágio dos árbitros para ameaçar Artur Soares Dias e os seus pares, na presença do presidente do conselho de arbitragem, sem que tivessem sido apresentadas as queixas e abertos os processos por coação que se impunham.
Não, não faz parte do nosso ADN pinchar paredes de propriedades de árbitros ou dos seus familiares com ameaças e persistir em ameaças e pestilentas incitações ao ódio nas redes sociais, nas contas pessoais ou associadas a claques oficiais.
Não, não escolhemos os líderes da Federação Portuguesa de Futebol, da liga ou da arbitragem, nem achamos normal que assistam impávidos e serenos ao que se viu em Portugal e nas competições europeias, sem pingo de respeito pelos elementos centrais do desporto, os atletas.
Não, não passamos os jogos de futebol ou de outras modalidades em sistemáticos insultos a outros clubes, mesmo quando não são adversários presentes, numa permanente incitação ao ódio, como se não houvesse nenhum outro cimento ou marcas de identidade do que a indigente oposição ao outro. 
Não, não precisamos de nos contrapor aos outros para ter identidade, memória, competitividade no presente e sentido de preparação de um futuro sustentável, assente no equilíbrio, na formação e na afirmação do potencial global da marca Benfica.
Não, não precisamos de insultar a equipa, de humilhar os profissionais e de ter poderes que se sobrepõem a mínimos de bom senso, embora nos momentos mais difíceis fossem dispensadas as apatias nos palcos dos jogos, os espasmos de ambição de quem não sabe estar depois de ter deixado de estar e de tantas outras expressões de divergência oportunista com o e pluribus unum.
Não, não precisámos de demarcar territórios, de apedrejar autocarros ou de expressar uma pujante pequenez de bairro. O nosso espaço de afirmação é todo o Portugal e o mundo, algo apenas ao alcance das grandes instituições desportivas.
Não, não precisamos de dar cobertura e ampliar o crime organizado que despoja uma instituição desportiva, competitiva e cotada em bolsa de uma década de correspondência digital, pessoal e institucional, para manipular a sua divulgação e procurar obter vantagens competitivas, desde logo pelas informações estratégicas, técnicas e comerciais. Um padrão histórico de crime reiterado, organizado e de indigente previsibilidade, real ou digital, será sempre de difícil reintegração social, mas com tanta cabeçada na parede pode ser que aprendam: para ganhar é preciso ser melhor e não falhar nos momentos- -chave. De pouco valerá transpor o padrão de comportamento da realidade para o mundo digital se a pequenez e a grilheta dos métodos de sempre se sobrepõe ao senso e aos novos tempos.
Não, ao invés de outros, não precisamos de apagar nenhuma memória do passado ou do presente por razões factuais, consequentes e não penalizadas pelos conluios que fazem com que nenhum processo judicial tenha nascido de impulso das estruturas competentes desconcentradas. As mesmas que não hesitam em ser fotografadas e partilhadas em jantaradas de conluio.
Não, não precisamos de acantonamentos, de fanfarronices ou de exercitar uma constante obsessão com os rivais, de forma direta ou através de megafones pseudoindependentes presentes na miríade de programas televisivos de conversa sobre a bola.
Não, não precisámos de encontros em hotéis com rivais para articular estratégias negativas, não contámos com um Estado de direito a funcionar sem entorses e enfrentámos uma tormenta nunca antes vista.
Como em tudo na vida, existem os méritos e os deméritos, houve tentativa, erro e acerto, resistimos, o Benfica é campeão.
É a vitória da linha de gestão de Luís Filipe Vieira, da aposta em Bruno Lage e na formação, de um projecto que tem de ter sempre alma vencedora e de um sentido de futuro em que nem todos acreditaram.
É uma vitória do trabalho sobre o bitaite, da visão sobre a ocasião, da firmeza sobre o desespero e de um mar de sócios e adeptos que, em casa e onde quer que seja, fazem de qualquer espaço uma festa genuína, popular, portuguesa.
É uma vitória da resiliência, da persistência e das diversas formas de expressar as convicções, dos actos de gestão à comunicação, sempre com o foco no trabalho de casa, e não nos outros.
É uma vitória contra a duplicidade de critérios, o sustentado favorecimento do FC Porto – cerca de dez pontos a mais – e uma persistente falta de respeito pela instituição Sport Lisboa e Benfica por parte da liga, do conselho de disciplina e da Federação Portuguesa de Futebol.
É uma vitória do maior que Portugal, uma oportunidade para recuperar um trilho de consolidação da memória, de competitividade e de construção de um futuro assente nos valores sólidos da formação, da inovação, do património e de uma forma única de pulsar o amor ao clube.
Somos campeões porque fomos melhores, mais fortes com os rivais e mais regulares.
Sim, Benfica é um sim, para a vida, em casa e onde quer que seja, contra tudo e contra todos, em campo, como sempre.
Sim, o que não nos mata torna-nos mais fortes. Como fomos tantas vezes no passado e no presente, como seremos no futuro. Em linha com o registo da década, vitorioso, glorioso, sempre SLB. 
Continuem a fabular, a destratar, a distraírem-se com o outro e a destilar veneno – por nós, não passarão.
Somos SLB, campeões. Não conseguiram, o campeão voltou.
Com tolerância e respeito, apesar do muito que está cá dentro acumulado da época, é festejar e olhar para o amanhã."

O desafio de Vieira

"Ainda os adeptos festejam o 37 e no eixo Luz/Seixal já se prepara o ataque ao 38. É, aliás, assim que tem de ser quando falamos de um clube como o Benfica, como se percebe, de resto, pela contratação de Caio Lucas, garantida logo no início de 2019. Há muito que a próxima época está, pois, a ser preparada, Luís Filipe Vieira garantiu, no Marquês, que tudo fará para voltar em Maio de 2020 - não podia, é evidente, ser a próxima temporada encarada de outra forma. Mas 2019/2020 encerrará outro desafio, porventura mais complicado, ao presidente do Benfica.
Garantida a reconquista que reforça, após interregno de um ano, a hegemonia encarnada a nível interno, é hora de Vieira se focar no plano externo. Depois de alguns anos de relativo sucesso (dois quartos da Champions, uma vez com Jorge Jesus outra com Vitória, e duas finais da Liga Europa,ambas com Jesus), os últimos anos foram de profunda desilusão para os adeptos encarnados - esta, em especial, por se terem visto afastados por um Eintracht Frankfurt ao alcance -, que não esquecem a promessa presidencial de uma águia a dar cartas também na Europa. É, pois, natural que, em época de eleições, Vieira pretenda apostar forte na Liga dos Campeões. Pedir-lhe que a ganhe é, convenhamos, ir longe de mais, mas um clube como o Benfica tem, necessariamente, de passar no mínimo a fase de grupos para aspirar a reconquistar, também, a sua dimensão europeia.
Percebe-se, olhando para as movimentações de mercado, a estratégia: tentar segurar as pérolas de formação e juntar-lhes jogadores com experiência e qualidade comprovada, dando a Bruno Lage capacidade para poder apostar em mais do que uma frente sem receio de comprometer o título, que continuará a ser, sempre, o mais importante."

Ricardo Quaresma, in A Bola

Génios, místicas e caras feias, eclipses e serenidades

"Terminado um campeonato que durou até à última jornada, a principal conclusão a que chego é que o melhor Benfica foi melhor do que o melhor Porto e o pior Benfica foi pior que o pior Porto. Nesse sentido, a equipa de Sérgio Conceição foi a mais consistente, a que manteve um padrão mais regular ao longo de toda a campanha. O problema para o Porto foi que o pior Benfica só se viu enquanto Rui Vitória esteve à frente da equipa. Foi nesse período que sofreu três derrotas contra três equipas que não são do mesmo campeonato (Moreirense, Belenenses e Portimonense) e sempre por mais de um golo. Com a chegada de Bruno Lage começou um segundo campeonato e nessa competição o Benfica foi tão superior aos restantes que deu para recuperar do atraso e corrigir uma primeira metade catastrófica.
Já o Porto não sofreu grandes oscilações ao longo da época. Nunca foi brilhante, apesar de uma série de vitórias consecutivas que desanimaram os adversários, mas também nunca teve “afundanços”. Os empates com Moreirense e Vitória de Guimarães foram talvez os momentos em que isso esteve mais perto de acontecer, mas também foram jogos que o Porto poderia perfeitamente ter ganhado. Mesmo as três derrotas do Porto foram todas pela margem mínima. Acontece que duas delas foram contra o Benfica e isso teve um peso enorme no desfecho. Se comparássemos o campeonato com uma maratona, a comparação mais habitual, diríamos que o Porto manteve o ritmo ao longo de toda a prova e que o Benfica tropeçou no arranque, ficou agarrado às canelas, mas a meio da prova passou o testemunho a um outro Benfica, fresco e renovado, com pernas de sprinter e pulmões de queniano. 
Portanto, não ganhou a equipa mais regular, mas a mais forte, contrariando a ideia feita de que os campeonatos são provas de regularidade. O número de golos marcados e sofridos comprova-o. Costuma dizer-se que os ataques ganham jogos e que as defesas ganham campeonatos. Porém, desta vez, o ataque ganhou jogos e ganhou o campeonato. O Benfica não sofreu golos em quinze jogos. O Porto não sofreu em vinte. Mas enquanto o Benfica ganhou aqueles quinze jogos, o Porto empatou dois dos vinte. Foram quatro pontos perdidos em jogos em que a defesa cumpriu, mas o ataque não apareceu. E isso foi decisivo.

Altos
Bruno Lage – Se o Benfica acabou o campeonato a festejar no Marquês, é a Bruno Lage, mais do que a qualquer outra figura, que o deve. Revolucionou o futebol da equipa e manteve um discurso sereno mesmo nos desaires nas taças. Apostou tudo no campeonato e ganhou. Não se lhe podia pedir mais. 
Bruno Fernandes – é raro que o melhor jogador do campeonato seja da equipa que fica em terceiro, mas os golos e as exibições do médio do Sporting tiveram um peso e uma qualidade no desempenho geral da equipa incomparavelmente superior ao de qualquer outro jogador das outras equipas. Além disso, revelou-se um líder.
João Félix – um génio. Apareceu nos jogos contra os grandes rivais e, além da qualidade técnica superlativa, revelou personalidade de campeão. Aos 19 anos espalhou magia, demonstrou eficácia e foi o grande destaque individual da equipa campeã.
Éder Militão – o melhor central da Liga foi também o melhor lateral direito do Porto. Se Sérgio Conceição tivesse apostado nele para o ataque talvez se afirmasse como o melhor ponta-de-lança. 
Gabriel e Samaris – o 37 começou a desenhar-se com a entrada desta dupla para o meio-campo. Há muita qualidade no Seixal, mas uma equipa para ser campeã não pode depender só dos meninos de bibe, precisa de homens feitos.
Ivo Vieira – ultrapassado em cima da meta pelo Vitória, o Moreirense foi, ainda assim, a equipa-revelação do campeonato, superando todas as expectativas com o 6º lugar. Mérito total do treinador madeirense.
Marcel Keizer – a equipa teve alguns momentos baixos, mas também foi capaz de mostrar um futebol que parecia fora do alcance do Sporting de Peseiro. Alheio às polémicas indígenas e à constante turbulência interna, o treinador holandês mostrou competência e civismo, qualidades que nem sempre andam de mão dada.

Baixos
Pepe – isto não vai lá só com mística e cara feia. Pepe ainda é um bom central, mas já não é o que foi. O excesso de impetuosidade é bom quando ainda se tem pernas. Quando as pernas começam a faltar, o melhor é usar a cabeça, desde que não seja para dar cabeçadas aos adversários.
Bas Dost – o eclipse do goleador holandês só não teve consequências mais desastrosas porque Bruno Fernandes e Luiz Phellyppe maquilharam a sua ausência.
Ferreyra e Castillo – depois da reconquista é fácil esquecer estas duas contratações. É certo que não se pode acertar sempre, mas o valor pago por dois avançados para uma equipa que jogava em 4-3-3 revela alguns problemas na política desportiva do Benfica, que nem sempre tem sido tão sólida como os cinco campeonatos conquistados nos últimos seis anos dão a entender.
Abel Ferreira – rapidamente fora das competições europeias, o Braga tinha uma oportunidade de ouro para se imiscuir na luta pelo título, mas nem sequer conseguiu o terceiro lugar.
Nível geral do campeonato – treze pontos de diferença do primeiro para o terceiro, sete pontos do terceiro para o quarto, quinze pontos do quarto para o quinto, oito equipas abaixo dos quarenta pontos. É o que temos."