"A Juventus está a ser investigada pelas autoridades devido a fraude fiscal relacionada com preços de jogadores inflacionados e artimanhas salariais em relação às contas do clube no ano da Pandemia, no qual a Juventus terá adiado os pagamentos a alguns jogadores que não foram, assim, incluídos no exercício fiscal desse ano. Tais suspeitas levaram a que a direção da "velha senhora" se demitisse em bloco.
Ora, vejamos o que fez, então, o FC Porto nos últimos anos, e comparemos com a Juventus:
1. O FC Porto vendeu dois jogadores ao V. Guimarães por um valor total de €15 milhões fictícios para a equipa B dos vitorianos e, pelo mesmo valor figurado, o V. Guimarães vendeu dois jogadores ao FC Porto, totalizando um valor real de 0€ entre as partes que apenas serviu para mascarar as contas do FC Porto e subir o seu Ativo.
2. Romain Correia, um dos jogadores mais caros da história do FC Porto, nem titular da equipa B é. Os custos por este jogador ultrapassaram nomes como Corona, Lucho González, entre outros, e apenas serviu para inflacionar as receitas do clube nesse exercício fiscal em €15 milhões e os ativos em €33 milhões.
3. Nakajima, comprado pelo Portomonense e emprestado ao FC Porto, é então vendido a um clube do Qatar por €35 milhões em fevereiro de 2019 e recomprado pelo FC Porto por €12 milhões em julho de 2019. Em 4 meses, o Al-Duhail perde €23 milhões de euros e o FC Porto «recupera» o jogador.
4. Contrato de Otávio. Soube-se, através do empresário do jogador que deu com a língua nos dentes, que o FC Porto adulterou os contornos negociais do contrato de Otávio e a SAD decidiu engrenhar numa ginástica pecuniária para contornar o fair-play financeiro, não registando a negociata no presente ano fiscal e faseando-a pela vida útil do contrato do jogador. Uma vez que o custo associado com o jogador foi repartido nas contas dos anos seguintes como uma amortização do seu ativo, este não influenciou os lucros antes de juros, impostos, depreciação e amortização dos jogadores do clube. Desta forma, o FC Porto escapou ao escrutínio da UEFA e facilitou as suas obrigações financeiras com as várias entidades envolvidas. Não obstante, da forma que o negócio foi efetivado, ficou ainda de pé a hipótese do FC Porto e do jogador escaparem aos encargos com a Segurança Social, fugindo assim a parte dos impostos do Estado.
5. Pinto da Costa e Frederico Varandas, em mais uma manobra para ludibriar as contas de ambos os clubes e contornar o fair-play financeiro da UEFA, fizeram uma troca direta dos jogadores Rodrigo Fernandes por Marco Cruz, num negócio fixado em 11 milhões de euros cada que serviu para subir os ativos dos clubes e consolidar as contas dos mesmos, à semelhança do negócio com o V. Guimarães. Miguel Braga, diretor de comunicação do Sporting, teve ainda o desplante de vir dizer que «foi esta operação que permitiu ao Sporting não vender jogadores titulares como Palhinha, Matheus Nunes ou Pedro Gonçalves».
Depois de todos estes casos que são factuais e estão disponíveis para todos investigarem nos Relatórios e Contas do FC Porto, questionamos do que está à espera a Autoridade Tributária e o Ministério Público para desempenharem o seu papel e encostarem o FC Porto à parede. Porque é que o FC Porto goza de um estado de impunidade que lhes permite fazer tudo isto passando pelos pingos da chuva? Porque é que a Juventus é dada como um exemplo de justiça e o FC Porto é dado como um exemplo de como contornar as leis comuns a todos os cidadãos portugueses?
O FC Porto está acima de tudo e todos. Até da justiça!"