Últimas indefectivações

sexta-feira, 17 de abril de 2020

O Sr. Augusto

"O meu avô Adelino - que não era benfiquista - ficava sempre com um brilho nos olhos quando falava das equipas-maravilha do Sport Lisboa e Benfica da década de 1960. Falava-me das façanhas, da alegria e da cor que conseguiram dar a um país cinzento, analfabeto, sem alma.
'Eram como estrelas do cinema', dizia-me ele. Falava-me em especial de um barreirense que nesta semana fez 83 anos (13 de Abril de 1937), 'jogador fino, elegante'. Nunca o vi jogar ao vivo, infelizmente, mas o meu benfiquismo foi forjado nestas memórias.
O Sr. José Augusto jogou 11 épocas no Sport Lisboa e Benfica, ganhou 8 Campeonatos Nacionais, 3 Taças de Portugal e 2 Taças dos Clubes Campeões Europeias (disputou cinco finais). Marcou 174 golos em 369 jogos, mas não foram apenas estes dados estatísticos que o fizeram entrar para a história do nosso futebol. Foi a sua postura ao longo dos anos.
Um extremo à moda antiga, elogiado pelos seus cruzamentos milimétricos, mas também pela sua capacidade de 'matador' nas bolas de cabeça. No ano de 1966, depois daquela campanha histórica dos Magriços em Inglaterra, recebeu a Medalha de Prata da Ordem do Infante D. Henrique, mas continuou o seu caminho de glória depois de deixar de jogar profissionalmente. Como treinador, ganhou uma Taça de Portugal com o Glorioso (1969-70), foi seleccionador nacional sénior masculino e feminino, além de ter orientado, entre outras equipas, o Vitória FC (o clube do meu avô), o FC Barreirense (nem outra coisa seria de esperar de um filho dessa terra). A primeira vez que estive cara a cara com o Sr. José Augusto foi nos estúdios da BTV, há uns sete ou oito anos. Vocês nem imaginam como eu estava nervoso. Tinha ao meu lado um dos ídolos do meu avô, um dos meus heróis no futebol. No fim do programa, despedi-me com reverência e não fui capaz, por timidez, de lhe dizer a importância que teve no meu benfiquismo. Não lhe pude agradecer por tudo o que fez - e que faz e fará - pelo nosso clube. Faça-o agora.
Em semana de aniversário, fica aqui o meu obrigado. Parabéns, campeão!"

Ricardo Santos, in O Benfica

Acho que descobri a cura para o covid-19

"O campeonato continua parado, o que levou o meu estado de espírito a entrar também em estado de emergência. Encontra-se em quarentena há demasiado tempo, cada vez mais confinado ao cantinho da minha alma onde está escondido, por exemplo, aquele 5-3 com o Sporting na Taça de Portugal em 2008. Caramba, estávamos a ganhar 2-0 com pouco mais de 20 minutos para acabar. É neste recôndito espaço - onde também habita o empate com o Estoril em 2013 - que o meu bom humor se tem instalado sempre que a minha mente desperta o lembrete de que o Benfica não só não joga no fim de semana como a próxima jornada nem sequer tem data marcada. É um alarme que toca de 20 em 20 minutos, o que dificulta intensamente a minha sanidade mental. Um dia destes dei por mim a comer sopa com um garfo, e arroz com uma colher.
É urgente encontrar um remédio capaz de derrotar a covid-19, e eu tenho investigado imenso acerca do assunto para tentar contribuir activamente nesta busca. Neste momento sou defensor acérrimo de uma tese que defende que a cura para o coronavírus não passa por nenhum tipo de vacina. Esqueçam isso. O caminho é outro. Isto só vai lá com um valente carrinho do Rúben Dias ou uma carga de ombro do André Almeida - como aquela ao Fábio Coentrão há dois anos. Trata-se de uma solução que ainda não partilhei com nenhum especialista, mas vou tentar contactar Francisco Varandas, um médico que já teve oportunidade de assistir de bem perto à eficácia dos medicamentos que aqui sugiro. Dizem que o vírus pode sobreviver até 14 dias no corpo de uma pessoa, mas, se o Rúben o apanhar, não dura nem 14 segundos."

Pedro Soares, in O Benfica

Oportunidade

"Quando é que isto vai acabar? É a pergunta de milhões, para a qual não há respostas precisas. Há vontade, e essas confluem naturalmente no mesmo sentido: o mais rapidamente possível.
Para mim, o momento preciso será aquele em que me voltar a sentar nas bancadas da Luz. É aí que, por fim, me sentirei livre, nos sentiremos livres. Não sendo agora o futebol uma prioridade do país e do mundo, há todavia aspectos a considerar, e que têm de ser pensados. Desde logo, como e quando concluir as provas - conclusão essa se, a qual jamais poderá haver vencedores. Mas esta é também uma boa oportunidade para uma reflexão sobre o futebol português, sobre os seus problemas, sobre as suas disparidades. Temos tantas equipas na primeira divisão como a Alemanha. Num país pequeno, com uma dinâmica empresarial modesta e assimétrica, vemos no principal campeonato profissional clubes sem adeptos, sem instalações adequadas, sem história, sem alma (e sem tesouraria...), entidades-fantasma que servem apenas para satisfazer caprichos de caciques locais ou empresários mais ou menos endinheirados. É certo que empregam jogadores e técnicos. Mas ninguém defende a sua extinção - tão-somente o redimensionar face a uma realidade que corresponde à segunda divisão e não ao futebol de topo. Pode parecer cruel fazê-lo nesta altura. Mas a solidariedade deve ser entre pessoas e para com pessoas, não entre clubes de futebol ou para com clubes de futebol. Um campeonato a dez ou mesmo a oito equipas, eventualmente a quatro voltas, traria competitividade, equilíbrio, audiências e patrocínios. E seria um motor para a retoma."

Luís Fialho, in O Benfica

#tiagopinto192

"A entrevista do director-geral para o futebol do Sport Lisboa e Benfica à BTV foi um grande momento de benfiquismo, um esclarecedor momento de televisão e uma lição de gestão desportiva.
Tiago Pinto não fugiu a nenhuma das pertinentes perguntas de Hélder Conduto. Sem tabus, exibiu uma naturalidade que pode surpreender muita gente, mas não os benfiquistas bem informados. Os mais desatentos perguntarão: quem é Tiago Pinto? Convém explicar que se trata de um gestor desportivo com um curriculum impressionante para quem tem apenas 34 anos. Prestes a completar a oitava temporada ao serviço do Glorioso, sabe quantos títulos ajudou a conquistar? 192. Leu bem. Durante as cinco épocas em que geriu as modalidades, nos escalões seniores, Tiago Pinto somou 189 títulos. Nas duas épocas e meia no futebol conquistou três. Apesar de ter deixado as modalidades, Tiago Pinto montou uma estrutura que continua a vencer.
Desde 2017, foram já 75 as conquistas. Somando as 192 directas com as 75 indirectas, atingiu um resultado extraordinário de 67 troféus. Só nas cinco modalidades de pavilhão foram 81 títulos. Destes destacam-se seis internacionais. Foi, por isso, natural a escolha do presidente Luís Filipe Vieira para o cargo tão complexo do futebol profissional.
Tiago Pinto não se assustou com o desafio, e a forma desassombrada como abordou os assuntos da actualidade prova que estamos na presença de um grande activo da gestão do Benfica. Com uma particularidade - foi formado em nossa casa. Durante a entrevista, foi profissional ao explicar tudo o que tem sido feito neste período único. Foi pragmático ao defender que os campeões se decidem apenas no campo. Foi pertinente ao explicar como está a ser preparada a próxima época. Foi prudente ao frisar que o futebol só regressará por ordens da Direcção-Geral da Saúde. E foi profundo ao defender a união dos clubes para salvarem esta indústria."

Pedro Guerra, in O Benfica

Normalidade possível

"Depois das férias da Páscoa, e da dita sem reuniões de família nem viagens à terra, regresso às aulas sem retomar os rituais de sempre. Poupam-se alunos e professores às madrugadas frias, aos engarrafamentos e às correrias do ponto. Faltam outras tantas coisas, e espalha-se a nostalgia dos colegas, das manhãs primaveris e a agitação do receio escolar. Estas mudanças não vieram para ficar, longe disso, mas começam já a saturar as famílias portuguesas, e os jovens sentem cada vez mais saudades do seu ambiente escolar normal e anseiam pelo regresso às aulas. Entre os alunos dos projectos da Fundação Benfica verbalizam-se as saudades das actividades e exacerba-se a importância do projecto nas vidas destes jovens. 'Tenho saudades de jogar' é o que mais se diz...
Não é ainda possível, mas, mais cedo do que tarde, veremos novamente as nossas escolas encherem-se de sorrisos plenos de vida e de esperança, e a bola correrá novamente para alegria e motivação de todos. Até lá não se para, as aulas prosseguem à distância, e as actividades dos projectos KidFun,Hat-trick, Comunity Champions League e 'Para ti Se não faltares!' também foram adaptadas à nova realidade para garantir que o trabalho individual e o grau de compromisso com o resultado continuam bem presentes na mente dos nossos jovens. Na retaguarda, as equipas técnicas da Fundação trabalham mais que nunca, seja para conceber e materializar todas estas adaptações, seja para preparar a continuidade dos projectos pós-pico pandémico seja para criar novos atractivos à participação e motivação dos jovens. Seja, ainda, para manter contacto telefónico e electrónico com cada jovem e família individualmente.
Do lado de cá, todos sentimos o empenho de cada aluno e o compromisso familiar com os resultados. Do lado de lá, todos sentem a presença mão amiga para os ajudar a vencer as adversidades, sempre disponível, afável, próxima, deste Benfica solidário que mostra sempre o que vale nos momentos mais difíceis e a todos inspira pelo exemplo.
Por isso, apesar das circunstâncias excepcionais, respira-se nos nossos projectos uma certa normalidade. A normalidade possível. Por isso também, sentimos e reafirmamos diariamente que Vai ficar tudo Bem!"

Jorge Miranda, in O Benfica

Basta comparar


"Numa circunstância de tamanha severidade e de 'escala inimaginável' como a que estamos a viver, a primeira preocupação de cada um de nós terá sido percepcionar e avaliar devidamente o risco que nos afectava em família e, depois, perante a avassaladora amálgama comunicacional que nos confundia, procurar destrinçar e implantar as medidas cautelares que o bom senso recomendava para salvaguarda do nosso mais restrito circulo comum. E, mais cedo do que era de supor, acredito que a cada um de nós viria a tornar-se impossível ficar indiferente à gigantesca responsabilidade que, de um momento para o outro, pesava sobre os ombros daqueles a quem dramaticamente cabia o governo do Estado e a gestão das mais diversificadas entidades de que se compõem os tecidos sociais e empresariais do país. Nesse segundo e demasiadamente longo momento que ainda estamos a viver, a ansiedade e as inquietações de todos nós sintetizavam-se no estrito ponto de encontro em que, nas diversas instâncias com as suas respectivas amplitudes, se resumiam as valências estruturais do Estado e das instituições que directamente nos diziam respeito, com a agilidade intelectual e a capacidade de resposta dos líderes.
O Estado, pobre de recursos e tradicionalmente tornado lento nos seus processos de decisão/operação, tendo sido apanhado num surpreendente contraciclo favorável, revelar-se-ia hábil e expedito nas medidas de emergência com as quais se havia de ganhar tempo suficiente para melhor gerir disponibilidades e vidas.
As Empresas em que trabalhamos, conforme a sua dimensão, mas quase todas sempre 'com o credo na boca' quando se falava no futuro, não tiveram alternativa senão a de terem de seguir as regras do 'estado de emergência' decretado pela Assembleia da República, vendo-se obrigadas a postergar as suas próprias medidas conjunturais, assim como as decorrentes consequências, a curto e médio prazo inevitáveis para cada um dos seus trabalhadores.
De um modo geral, as crises definem-se como discrupções que rebentam com a normalidade das comunidades ou instituições: as pessoas, as famílias, as entidades colectivas e/ou os países de repente veem-se submersos numa incapacidade temporária de entender, ou mesmo de responder ordenadamente a acontecimentos inesperados; e muitas vezes, nem mesmo a abundância de meios é suficiente para conseguirem adaptar-se ao novo curso dos factos que, como neste caso, até podem ameaçar interesses vitais do indivíduo ou da sociedade.
De repente, como sempre esperamos nos bons e nos maus momentos das nossas vidas, restava-nos o Sport Lisboa e Benfica - perene objecto do nosso contentamento em todas as conjunturais.
Hoje é absolutamente claro que o Benfica soube adaptar-se com imediata flexibilidade à inaudita aflição. Primeiro, assumindo com celeridade adequadas medidas de recorte verdadeiramente extraordinário, visando proteger da terrível pandemia todos os sues atletas e técnicos, dirigentes, gestores e colaboradores e, por extensão, os seus próprios adeptos.
E depois, em 9 de Abril, de modo institucional, em plena crise universal, com a declaração de Domingos Soares de Oliveira - máximo responsável executivo pela gestão do Grupo Benfica, ao não hesitar em declarar formalmente a sua 'redobrada confiança' no futuro do Benfica, fundamentada na 'política responsável' que lhe permitiu ter chegado 'bem preparado, conforme os resultados que apresentámos no último semestre e ao longo dos últimos seis anos'.
A Comunicação - Comunicação responsável e séria, nas suas formas e nos conteúdos que divulga - permanece como factor absolutamente essencial no centro de um processo da gestão de crises. E, sob essa perspectiva (passe a jactância de quem tem sobejas razões de orgulho acerca da contribuição dos Jornalistas e Técnicos do Jornal O Benfica, nas presentes circunstâncias), hoje é também uma verdade inequívoca que a Comunicação do Sport Lisboa e Benfica tem desempenhado, perante o flagelo, um papel muito consistente e eficaz na agregação da Família Benfiquista. Basta comparar com o que têm feito os outros. Nos nossos congéneres."

José Nuno Martins, in O Benfica

Recordações: Carlos Lisboa

Não vá. Telefone! - David Tavares

Que jogos devo rever nesta Quarentena? Olympique de Marseille 1-2 SL Benfica

"Há muitos jogos a recordar daquele SL Benfica de 2009/10, mas o confronto do Vélodrome assume-se como uma das referências da mítica temporada pelo peso da história e pelo impacto da segunda mão no imaginário encarnado. Depois do empate em Lisboa a uma bola, quando Ben Arfa silenciou a Luz nos instantes finais, foi a vez do Benfica se superiorizar em Marselha, em 90 minutos de intensidade máxima e demonstrativos da qualidade individual que desfilava no relvado.
O Olympique de Marseille era comandado por Didier Deschamps, actual seleccionador gaulês e campeão do mundo. Após levar o Mónaco à final da Liga dos Campeões e revitalizar uma Juventus FC abatida pelo Calciocaos, recuperando-a sem esforço da Serie B, uma das figuras do Olympique campeão europeu em 1993 voltava a casa para conferir identidade a uma equipa de nível superior, que se transcendeu com as contratações de Lucho González, Gabriel Heinze e Stéphane M’Bia e conquistou a Ligue 1 e a Coupe de La Ligue, vitórias que integraram a imprevísivel fase das competições francesas entre o domínio do Lyon e o monopólio do PSG.
O SL Benfica começava naquele ano a construir as bases para o sucesso da segunda década dos 2000 e aquela equipa tornou-se de culto à custa de jogos como este – o ambiente no Velódrome era de cortar à faca e era obrigatório marcar para passar aos quartos-de-final da Liga Europa.
Da primeira mão saíram do XI Aimar e César Peixoto, entrando Carlos Martins e Coentrão para os seus lugares. O Benfica exibiu-se na sua abordagem habitual, com o losango intermediário a carburar e a garantir ao Benfica uma consistência táctica que permitiu disputar o jogo e superiorizar-se à equipa da casa. Nunca os jogadores do Benfica se sentiram amedrontados perante a responsabilidade daquele jogo e a exibição desinibida demonstrou-o.
Ramires garantiu o acompanhamento necessário a Javi Garcia no choque táctico com Lucho e Cheyrou; Di Maria tem em França uma das suas grandes exibições de águia ao peito, e garantiu com Saviola os desequilíbrios necessários para se colocarem (a eles próprios e a Cardozo) em boa posição para marcar inúmeras vezes – acontece que até ao golo de Maxi, aos 75′, a condescendência encarnada na finalização adiou o descanso na eliminatória.
O Marselha tinha em Taiwo, lateral nigeriano cobiçado muitas vezes pelo Benfica, uma locomotiva que percorria todo o corredor esquerdo e que permitia a Brandão aproximar-se de Niang na zona central. Porém, a presença física da dupla nos arrabaldes de Luisão e David Luiz nunca representou uma ameaça à organização defensiva encarnada. O golo marselhês nasce de um lance fortuito, após livre lateral, numa saída em falso de Júlio César.
Jesus, que previra na antevisão que as duas equipas marcariam, acertou também em cheio nas substituições: lançou Aimar para o lugar de um esgotado Saviola e, retirando Carlos Martins, introduziu Kardec na peleia. Do brasileiro viria o golo decisivo, aos 90’, após livre do genial número 10, que revolucionou o jogo ao entrar em campo.
Com Aimar na sala de operações, a qualidade de posse bola encarnada aumentou drasticamente, com o avanço das linhas de pressão a encurralar o onze adversário na sua própria metade e possibilitando a recuperação quase imediata da posse de bola, tornando-se num jogo de sentido único na sua fase decisiva. 
Ganharia o Benfica com toda a justiça. A vingança, sendo um prato que é preferível servir-se frio, foi servida pelos encarnados com a frieza das grandes equipas. Aliás, foi tão bem aplicada que, o herói da primeira-mão, Ben Arfa, entrou após o segundo golo e foi expulso um minuto depois, por pontapear Alan Kardec. Temperamento demasiado quente para tanto gelo."

Golo: André Gomes...

Museu do Benfica em casa

"As portas estão fechadas ao público, mas o Museu Benfica Cosme Damião não pára.
A vocação do Sport Lisboa e Benfica é essencialmente desportiva, mas há outras vertentes a que o nosso clube se dedica como, por exemplo, a promoção cultural, tendo aqui o nosso museu um papel fundamental.
A missão do Museu Benfica Cosme Damião é preservar, valorizar e difundir o património cultural do Clube através da sua conservação, investigação, interpretação e comunicação, bem como de outras acções de cariz pedagógico e cultural.
Não obstante as limitações derivadas do surto de coronavírus, o nosso museu e todos os departamentos a ele afectos persistem no cumprimento da sua missão, aproveitando os meios disponíveis online para comunicarem com o seu público, nomeadamente os benfiquistas.
Entre as acções empreendidas consta o projecto #MuseuBenficaEmCasa. Trata-se de uma iniciativa que promove a disponibilização de materiais e actividades para toda a família no site do museu. 
Assim, estão disponíveis, para download, materiais construídos pelo serviço educativo do museu como, por exemplo, troféus, bolas de futebol, camisolas 3D, entre muitos outros objectos.
A iniciativa poderia ser exclusivamente dedicada às faixas etárias mais jovens, mas optou-se por alargar o leque de destinatários. Além de desenhos para colorir e máscaras que se podem recortar e usar das mais variadas formas, foram ainda disponibilizados, e continuarão a ser, artigos da secção do Património Cultural publicados no jornal O Benfica. Neles constam várias histórias ligadas ao Clube e ao dia a dia do museu e de todos os que trabalham em prol da Direcção de Património Cultural do Sport Lisboa e Benfica.
Adicionalmente, nas redes sociais do museu, estão a ser publicados conteúdos que apelam às boas práticas de higiene e saúde mostrando, simultaneamente, o acervo do Clube ou fazendo uma ligação à nossa realidade. Por exemplo, sugerindo que se cante o "Ser Benfiquista" enquanto se lava as mãos para que se cumpram os 20/30 segundos recomendados pelas autoridades da Saúde.
Estes conteúdos têm merecido enorme atenção por parte dos seguidores do Museu Benfica Cosme Damião nas redes sociais, cumprindo assim o museu a sua dupla intenção nesta iniciativa, a da promoção cultural e a da contribuição para a prevenção e mitigação da propagação do coronavírus.
#fiqueemcasa"

Reconhecer...




Seferovic solidário...

Benfica de Quarentena #40 - Roberto Purificação

Limitação de mandatos, não apertar pescoços em AGs e o fim das cheerleaders: 10 desejos dos benfiquistas para o futuro

"Quarentena, dia 534. Ainda não aprendi a fazer pão. A família continua a tolerar a minha presença, apesar do humor de cão. Minudências que antes me incomodavam são agora frágeis memórias, embirrações sem qualquer nexo. Quero lá saber o que vem primeiro, se os cereais se o vinho. A mente vai sofrendo o desgaste natural de uma clausura forçada e da avalanche de informação. Sinais promissores de uma vacina pela manhã, um autarca furibundo à hora do almoço, dezoito marcas de margarina, carros, anti-histamínicos, leite e créditos de consumo que garantem estar ao meu lado e que vai ficar tudo bem, apesar de todos sabermos o que dizem as letrinhas pequenas do prospecto.
Os meus filhos mostram uma evolução positiva ao nível da coordenação motora e da capacidade de me tirarem do sério. Um deles já lê, o outro sabe chegar à comida. Aos poucos começam a sair do ninho. Decidi que vou passar menos tempo com eles em 2021, mas tudo farei até lá para os preparar. Vamos aproveitar a tele-escola para que ambos completem a 4ª classe até ao final deste mês. Se a quarentena se prolongar, são meninos para terminar a licenciatura em dezembro. Em breve, serão mais dois a contribuir para a recuperação da economia enquanto gastam copiosamente o seu primeiro salário pago em escudos.
Mas vocês querem é saber de futebol e afins. Pois bem. O Benfica continua a salvar vidas. Já o fazia através do seu futebol, agora fá-lo doando mais equipamentos ao SNS do que meio país junto. Não que eu esteja a contar, mas este campeonato já ganhámos. Com tanta vitória moral neste país, permitam-me que celebre esta. Quanto à outra competição, sinceramente já não me lembro em que lugar íamos, nem sei se interessa. Mas tropecei numa coisa gira por estas dias. O grande benfiquista José Rosário, emissário do clube em Inglaterra, lembrou-se de colocar uma série de 10 questões ao universo benfiquista e a resposta não se fez esperar. A coisa espalhou-se nos meios digitais e mais de 1000 pessoa responderam. O José não só teve a amabilidade de partilhar os resultados com todos os que participaram como aceitou enviar os resultados do inquérito a pessoas como eu, que estaria inebriado no momento em que fui convidado a responder.
Os temas são muitos - apoio aos sócios, estatutos, futebol, modalidades, assembleia geral, bilhética, btw, etc. Não conseguirei falar-vos de tudo, mas o estudo está aqui, caso o queiram descarregar. Vale mesmo a pena. Escolhi as respostas que considerei mais interessantes, por motivos que explico abaixo.

1. Volta Comboio à Benfica
92% dos inquiridos deseja o regresso do Comboio Benfica, a parceria com a CP que permitia aos melhores adeptos do mundo dirigirem-se confortavelmente e em grupo para o Estádio da Luz em dia de jogo. Há muito tempo que constatamos que o Benfica tem melhor apoio fora de casa, seja pelos que saem de Lisboa para apoiar seja onde for, seja porque o Benfica é esta coisa enorme que está em maioria onde quer que esteja. Seja como for, poucas coisas me parecem mais importantes do que garantir a presença destes adeptos responsáveis por tantos pontos conquistados ao longo dos anos. Da maneira que isto está, talvez a melhor solução seja comprarmos a CP.

2. Limitação de Mandatos
As questões estatutária não foram ignoradas pelos adeptos, em especial uma ideia de eternização no cargo que é comum no poder em Portugal, mas que talvez fosse bom revisitar. Cerca de dois terços dos inquiridos concordam com uma limitação ao número de mandatos e com uma revisão da exigência do número de anos de sócio para presidir aos órgãos sociais. Assino já por baixo. Juntar-lhe-ia a importância de remunerarmos os cargos, proposta que também mereceu a concordância de metade dos inquiridos, que mais seriam se o tema fosse discutido publicamente com a importância que tem. Lá chegaremos, inevitavelmente.

3. Esqueçam Lá o Novo Emblema (por enquanto)
Esta é uma das minhas discussões favoritas e uma das que eu sei que está condenada à partida. Sendo eu alguém que ganha a vida a trabalhar na área do marketing, tenho algumas opiniões fortes sobre temas como marcas, design, e outras mariquices do género. Não obstante, também sei que os benfiquistas não estão para isso. Mais de metade dos adeptos recusa-se a fazer alterações ao emblema. No entanto, 40% admitem uma modernização do emblema. Ou seja, com algum trabalho, é possível que uma boa proposta de actualização da marca passe numa AG. Aqui entre nós, acho que poderia ser positivo.

4. Assembleias Gerais ao Fim de Semana
95% dos adeptos pedem que as assembleias gerais do clube se realizem ao fim de semana e uma percentagem muito próxima solicita a acta da AG até 30 dias depois da sua realização, para não parecer uma daquelas reuniões na empresa em que a única decisão tomada é marcar uma nova reunião. Parece-me legítimo. Já agora, cerca de 100% dos inquiridos preferiam que não se apertassem pescoços durante a realização das AGs. Esta questão não foi colocada no inquérito, mas vão por mim.

5. Melhorar o Sistema de Compra dos Bilhetes
Perto de 90% dos inquiridos concorda com esta proposta. Se eu recebesse um euro por cada pessoa que já vi a relatar dificuldades na compra de bilhetes online, comprava o Sporting.

6. Dia da Criança no Estádio
Mais de 83% dos inquiridos gostaria de celebrar o dia da criança no estádio. Nada mais justo. Eu concordo, até porque considero que a principal criança a ser beneficiada por esta proposta deva ser eu. Não sei se a Sagres quererá patrocinar esta festa do dia da criança, mas fica a ideia.

7. Acabem Com as Cheerleaders
Apenas 30% dos sócios que responderam ao inquérito consideram que se deve continuar a lançar estas meninas em campo. Eu cá gostaria muito de saber por que raio é que nos lembrámos de criar uma equipa de cheerleaders em 2019. É uma ideia, como dizê-lo, algo troglodita. E não devia ser necessário explicar isto, como aliás parecem dizer os adeptos do clube. Apenas 6% dos inquiridos são mulheres e isso não impediu a malta de dar a resposta certa. Vejam lá isso.

8. O Inferno da Luz Não Se Explica, Sente-se
Mais de 86% dos inquiridos concorda com a criação de uma campanha nas redes sociais que demonstre o inferno da Luz. Não percebo se a ideia é convocar mais pessoas a participarem no dito inferno ou se parte dos adeptos quer de facto ver provas da sua existência. É que de inferno a Luz por vezes tem poucochinho. Os assobios a jogadores ou os adeptos que abandonam a bancada aos 80 minutos são infernais, sem dúvida, mas para os nossos.

9. Dêem Um Desconto à Malta
Mais de 90% dos associados gostaria de ter um desconto na mensalidade da BTV. Talvez fosse porreiro aproveitar a deixa desta crise, que se avizinha longa, e tornar esta uma medida de um stimulus package benfiquista. Os mais carenciados não são menos benfiquistas do que os outros, e agradeceriam.

10. Estatutos, Estatutos, Estatutos
O tema considerado mais importante para a globalidade dos inquiridos. Dá que pensar, não acham? Eu diria que não custa perceber porquê, mas teremos oportunidade de voltar a este tema. Agora é tempo de voltar ao meu estado semi-hibernação. São 11 e meia da manhã, ou, como costumo dizer aos meus filhos neste período de quarentena, whisky o’ clock. Até logo, amigos!"

Portugal 3-0 Alemanha, Euro’2000. Entschuldigung, por acaso sabes quem é o Capucho?

"O último jogo da fase de grupos do Grupo da Morte do Campeonato da Europa foi um massacre emocional: Portugal apresentou a equipa B e a equipa C, trocou de guarda-redes e ganhou 3-0 à Alemanha numa exibição épica. E o autor do texto estava lá, na bancada, como adepto.

Decidimos poupar uns trocos e ganhar outros. Alguns de nós distribuíram publicidade porta a porta, janela de carro a janela de carro, em Carnaxide e no Rato e sítios que a memória não reteve; outros não sei bem o que fizeram para fazer mais algum.
Eu fui um dos panfletários e também um dos poupados, e ainda juntei um prémio de um concurso local de piano para um dia poder olhar para trás e dizer que fui ao Euro’2000 às minhas custas. Só que esta emancipação orgulhosa de pré-assalariado foi travada no Portugal 2-0 Turquia: aquele em que o Baía defendeu inesperadamente um penálti e o Figo (não) fez uma falta sobre o Alpay para o golo do Nuno Gomes; o jogo que nos levou para as meias-finais de uma fase final.
Ora, isto implicou comprar mais um bilhete para o jogo, mais bilhetes de comboio de ida e volta da Holanda para a Bélgica, e mais comes e mais bebes – e um telefonema para casa.
Mas isto não é sobre o França - Portugal, em que estávamos – eu, o Roseiro, o Bernardo, o Lima e o André – exactamente atrás da baliza do Baía quando o Abel Xavier entrou desgraçadamente para a história do futebol português. Também não é sobre o Inglaterra 2-3 Portugal, porque havia exames de Faculdade em Lisboa para prestar, nem sobre o Roménia 0-1 Portugal, em que amaldiçoámos e a seguir santificámos o Humberto Coelho pelo seu movimento de xadrezista da Escola Soviética. Para quem não se lembra, a minutos do fim, o Humberto lançou o engodo e nós e os romenos caímos na trapaça: trocou um médio ofensivo (Rui Costa) por um trinco (Costinha) e ganhou o jogo com um golo deste.
Um golpe de génio.
O “O Meu Jogo” é, então, o que sobra dessa epopeia lusitana, o Portugal 3-0 Alemanha da terceira jornada do verdadeiro Grupo da Morte ao qual a selecção chegou liberta de quaisquer sobressaltos de última hora, com todos os ângulos cobertos, serenamente acomodada ao estatuto grande-surpresa-do-Europeu.
Acontecesse o que acontecesse, Portugal acabaria o grupo A em primeiro lugar e eu vesti uma t-shirt que dizia “Second Place is the First Loser” durante a longa caminhada em Roterdão até ao De Kuijp, do Feyenoord. Antes de entrarmos, trocámos umas palavrinhas num fast food com uns quantos adeptos alemães germanicamente seguros de um triunfo contra os portugueses e de um resultado alheio favorável no Inglaterra - Roménia.
Eles lá nos falaram no Jancker, no Kirsten, no Hassler, no Mathäus, discorrendo todos aqueles apelidos formidáveis de uma aristocracia envelhecida e falida, efabulando virtudes da Mannschaft; às tantas, lançámos uma pergunta irrespondível: 
– Desculpem lá, vocês conhecem o Capucho?
– Quem?
Era previsível que o genial Humberto fosse mexer na equipa, para poupar músculos e dar minutos a outros, e a nossa bazófia era olímpica, indestrutível e irresistível a qualquer contra-argumentação, por mais sensata que fosse. Portugal iria jogar com a equipa B, com o Capucho a titular, e ia ganhar à Alemanha.
– Esperem que já vão ver.
Acertámos em tudo – o Capucho jogou e Portugal ganhou por 3-0, golos de Sérgio Conceição – menos na letra do abecedário, pois o genial Humberto apresentou a equipa C e lá para o fim ainda trocou de guarda-redes, para dar um cheirinho ao Quim, infligindo a inimaginável humilhação aos alemães.
Foi um massacre emocional e nós lá dentro do De Kujp, com a abóboda fechada e um calor dos diabos, ombro com ombro com outros patrícios a gritar “Auf Wiedersehen” e a entoar “A Portuguesa” aos adeptos alemães, grandes como árvores, que aceitaram a derrota e aplaudiram Portugal enquanto saíam de cena conservando alguma dignidade.
E assim foi:
Portugal 3-0 Alemanha, 20 de Junho de 2000
Portugal: Pedro Espinha (Quim, 90’), Beto, Jorge Costa, Fernando Couto e Rui Jorge; Costinha, Paulo Sousa; Capucho (Vidigal, 71’), Sá Pinto e Sérgio Conceição; Pauleta (Nuno Gomes, 67’). 
Alemanha: Kahn; Rehmer, Nowotny e Linke; Scholl (Hassler, 60’), Hamann , Matthäus, Balack (Rink, 45’) e Deisler; Bode e Jancker (Kirsten, 69’)
Golos: Sérgio Conceição (35’, 54’, 71’)"

A embrulhada

"A contratação de Rúben Amorim promete tornar-se num caso que, aliás, começou logo no momento do anúncio da sua contratação.

O Sporting meteu-se numa embrulhada da qual vai ter alguma dificuldade em sair. A contratação de Rúben Amorim promete tornar-se num caso que, aliás, começou logo no momento do anúncio da sua contratação.
Não obstante os reconhecidos sucessos alcançados à frente da equipa do Sporting de Braga, a verdade é que a inexperiência do técnico e sobretudo a ausência de uma carta de alforria que pudesse ser olhada sem desconfianças, lançaram sobre a família leonina uma enorme onda de perplexidade que rapidamente se transformou em grito de protesto.
É que impressionaram sobretudo os números chegados à praça pública relativos a uma transferência que, como se não bastasse, também estava envolvida em polémica entre as direcções dos clubes de Alvalade e da Pedreira.
De facto, chamar para os seus quadros um funcionário com custos elevados a dez milhões de euros, e juntando-lhes uma soberba remuneração anual, dois milhões e meio de euros, tornou estridentes os gritos de protestos dos adeptos, e de espanto de muitos que não gastam da loja verde e branca.
A chegada de uma pandemia, que transformou por completo a vida dos portugueses, parecia ter entretanto chutado para canto a discussão à volta de contratação tão discutível: o futebol parou, os leões atravessavam finalmente um período sem conhecer derrotas, e só envergonhadamente alguns discutiam acerca do que se poderá passar a seguir.
Eis que entretanto, o Sporting volta a ser cabeça de cartaz acusado de não ter pago em tempo devido aquilo com que se havia comprometido quando fechou o negócio com os minhotos.
António Salvador reclama a quantia que lhe é devida, enquanto Frederico Varandas, ou alguém por ele, afirma peremptoriamente que só pagará lá mais para a frente, invocando aspectos que sustenta como legais face à conjuntura que atravessamos.
Seja como for os responsáveis leoninos não ficam bem nesta fotografia, e a pandemia não justifica tudo. Daí que este seja mais um acto de gestão alvo de muitas críticas, com consequências difíceis de adivinhar, e mais um rombo num casco já muito fustigado noutros momentos em que o caminho escolhido não terá sido o mais recomendável.
Se os dirigentes do Sporting não tinham dinheiro para levar por diante uma operação de tal envergadura, ou se estavam a contar com ovos que afinal a galinha não pôs, deveriam ter avaliado tudo aquilo que poderia acontecer a seguir.
É que este é, e vai ser cada vez menos, o tempo dos milagreiros. Ou, por outras palavras, como dizia em tempos o falecido jornalista Neves de Sousa, “quem não tem competência, não se estabelece”."

P & R - Artur Moares...

O meu marido disse que eu estava maluca mas encomendei 1,5 km de elástico para coser cógulas

"Quando, no dia 11 de Março de 2020, vi o que nos esperava, começou o nosso isolamento voluntário. Com os nossos dois filhos, o Bartolomeu, de quatro anos, e a Carolina, de quatro meses, rumámos directamente para a casa de campo dos meus sogros. Sei que sou uma sortuda por ter esta oportunidade. Temos jardim e espaço exterior, onde foi possível improvisar o meu ginásio.
Passados uns dias, e depois de nos adaptarmos a esta nova fase, fui acompanhando as notícias do nosso país. Uma coisa que me chamou a atenção foi a falta de protecção dos profissionais de saúde. Os que nos salvam estão em risco. E isto é grave, muito grave. Existem ambulâncias do INEM que não podem sair por falta de material. Saber que podemos correr o risco de não haver profissionais para nos assistir se um de nós precisar de assistência num acidente vulgar do dia-a-dia…
Como não consigo ficar parada a olhar, tentei ver como poderia ser útil neste momento que atravessamos.
Quando tinha oito anos aprendi a costurar com a minha avó. Lembro-me do primeiro projecto que concretizei, um simples saco de pano, que ainda hoje utilizo. E desde então fui desenvolvendo os meus “skills” de costureira em várias áreas, inclusive nos barcos. Mas, neste momento, temos de estar em terra firme, e troquei o barco pela máquina de costura.
Entre amigos e familiares médicos fui percebendo quais as maiores necessidades de material de protecção. São as Cógulas. Não fazia ideia do que era isto, mas ao dia de hoje fazem parte da minha rotina diária. Pesquisei, perguntei e comecei o processo de produção com a minha sogra, que também tem uma máquina de costura. O primeiro pedido foi para o Hospital Santa Maria em Lisboa. Os pedidos de ajuda continuavam a chegar. E eu queria chegar a mais hospitais e ajudar mais profissionais de saúde.
Percebi o ritmo de produção e arrisquei. Encomendei um rolo (maior do que eu) de material apropriado certificado pelos médicos. O meu marido disse que eu estava maluca. Se calhar, um bocado, mas acredito que todos os grandes projectos têm uma pitada de loucura. O próximo passo seria perceber se a solidariedade das pessoas também estava em quarentena ou não, de maneira a contribuírem nestas despesas de material. É que isto não é como ir comprar uma saca de batatas: 225 metros ainda dão luta, e ainda faltava encomendar o elástico.
Lancei o desafio nas redes sociais, e tenho a dizer-vos que nós portugueses somos os maiores. Sentir o apoio e contribuição de todos não tem preço. Obrigada, Portugal!
Lá encomendei (só?) 1,5km de elástico que faltava para podermos fabricar as tão precisadas cógulas. Prevemos entregar mais de mil cógulas aos nossos profissionais de saúde.
Ao dia de hoje temos neste projecto dez costureiras incríveis que nos permitem aumentar o ritmo de produção, tal como pessoas a ajudar na logística de recolha e distribuição. Temos também delineado um planeamento para fazer a distribuição por todo o país: norte, centro e sul do país.
Esta cooperação de todos é fundamental. Sozinha eu não ia chegar tão longe. Este é um projecto de todos e para todos.
A nível pessoal tem sido sem dúvida um desafio diário. Gerir duas crianças, treino físico, e costurar. Mas o desporto ensinou-me que, com disciplina, tudo se consegue!"

Benfiquismo (MDIV)

Voar alto...!!!

Bola da Noite...