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sexta-feira, 17 de abril de 2020

A embrulhada

"A contratação de Rúben Amorim promete tornar-se num caso que, aliás, começou logo no momento do anúncio da sua contratação.

O Sporting meteu-se numa embrulhada da qual vai ter alguma dificuldade em sair. A contratação de Rúben Amorim promete tornar-se num caso que, aliás, começou logo no momento do anúncio da sua contratação.
Não obstante os reconhecidos sucessos alcançados à frente da equipa do Sporting de Braga, a verdade é que a inexperiência do técnico e sobretudo a ausência de uma carta de alforria que pudesse ser olhada sem desconfianças, lançaram sobre a família leonina uma enorme onda de perplexidade que rapidamente se transformou em grito de protesto.
É que impressionaram sobretudo os números chegados à praça pública relativos a uma transferência que, como se não bastasse, também estava envolvida em polémica entre as direcções dos clubes de Alvalade e da Pedreira.
De facto, chamar para os seus quadros um funcionário com custos elevados a dez milhões de euros, e juntando-lhes uma soberba remuneração anual, dois milhões e meio de euros, tornou estridentes os gritos de protestos dos adeptos, e de espanto de muitos que não gastam da loja verde e branca.
A chegada de uma pandemia, que transformou por completo a vida dos portugueses, parecia ter entretanto chutado para canto a discussão à volta de contratação tão discutível: o futebol parou, os leões atravessavam finalmente um período sem conhecer derrotas, e só envergonhadamente alguns discutiam acerca do que se poderá passar a seguir.
Eis que entretanto, o Sporting volta a ser cabeça de cartaz acusado de não ter pago em tempo devido aquilo com que se havia comprometido quando fechou o negócio com os minhotos.
António Salvador reclama a quantia que lhe é devida, enquanto Frederico Varandas, ou alguém por ele, afirma peremptoriamente que só pagará lá mais para a frente, invocando aspectos que sustenta como legais face à conjuntura que atravessamos.
Seja como for os responsáveis leoninos não ficam bem nesta fotografia, e a pandemia não justifica tudo. Daí que este seja mais um acto de gestão alvo de muitas críticas, com consequências difíceis de adivinhar, e mais um rombo num casco já muito fustigado noutros momentos em que o caminho escolhido não terá sido o mais recomendável.
Se os dirigentes do Sporting não tinham dinheiro para levar por diante uma operação de tal envergadura, ou se estavam a contar com ovos que afinal a galinha não pôs, deveriam ter avaliado tudo aquilo que poderia acontecer a seguir.
É que este é, e vai ser cada vez menos, o tempo dos milagreiros. Ou, por outras palavras, como dizia em tempos o falecido jornalista Neves de Sousa, “quem não tem competência, não se estabelece”."

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