Últimas indefectivações

sexta-feira, 14 de fevereiro de 2020

Os bravos

"A prestação da nossa equipa no Porto foi um hino à bravura. Contra tudo e conta todos, apresentámos um onze para vencer. É desta forma que temos de encarar as finais. Respeitando os adversários, mas com identidade própria. Odysseas, André Almeida, Rúben Dias, Ferro, Grimaldo, Pizzi, Weigl, Taarabt, Rafa, Chiquinho, Seferovic e Dyego Sousa merecem a nossa admiração. Tal como o quarteto que ficou no banco - Zlobin, Tomás Tavares, Florentino e Cervi - e ainda esse grande talento que ficou na banada, Jota. Foram 19 bravos deste pelotão que quer vencer a Liga e que sabe que, para ganharmos, temos de manter a mesma estratégia - todos juntos. Confio na nossa equipa técnica, admiro a direcção da SAD e tenho um enorme respeito pela competente estrutura que o presidente Luís Filipe Vieira montou.
O que vimos foi uma equipa na verdadeira acepção da palavra. Só não triunfámos porque fomos infelizes nos momentos cruciais e porque a arbitragem fez a diferença, Artur Soares Dias e Tiago Martins não garantiram a imparcialidade do jogo. O que é mais preocupante é que são apresentados como os nossos representantes internacionais. Soares Dias está condicionado desde Janeiro de 2017, quando foi ameaçado de morte pela principal claque do FC Porto. Tiago Martins mentiu no relatório do Benfica - V. Setúbal com a rábula de ter sido atingindo com uma moeda de 5 cêntimos. O Benfica foi castigado e recorreu, estando já provada a mentira. Como é possível nomear dois árbitros nestas circunstâncias? Com esta falta de sensatez, a este Conselho de Arbitragem só lhe resta a demissão."

Pedro Guerra, in O Benfica

Jovens em acção

"De um lado, 3 jogadores juniores de futsal com emblema a reluzir no peito. Doutro, mais de 200 jovens destacados das escolas de todo o país onde o projecto 'Pata ti Se não faltares' continua a motivar e a produzir mudanças para melhor! Estava assim o Auditório do Museu Benfica - Cosme Damião no passado dia 8 de Fevereiro, cheio de juventude e emoção crescentemente convertidas em inspiração mútua. É que o melhor exemplo é o dos pares, por isso a excelência destes jovens atletas de alta competição e o seu saber tiveram grande impacto e produziram um importante efeito inspiracional nos jovens da assistência. Mas bem mais importante que conhecer as suas qualidades como modelos foi a possibilidade que tiveram de entrar em diálogo e partilhar mutuamente ideias, preocupações, sonhos e incertezas. Um dos principais desafios da adolescência é descobrimo-nos a nós próprias e aprender como ligar com o mundo. Nesta fase difícil mas apaixonante das nossas vidas, surgem muitas vezes frustrações que nos desmotivam, atalham caminhos e tantas vezes tolhem o futuro de cada um. Saber como lidar com tudo isso indo ao fundo de nós próprios buscar argumentos, construir autoconfiança e alcançar a superação é algo que se pode aprender com os atletas de alta competição, e, desses, o Benfica tem sempre os melhores!"

Jorge Miranda, in O Benfica

Antídoto

"Se acaso houvesse bom senso e sentido de fair play, ninguém verdadeiramente bem-intencionado e desprendido de propósitos escusos poderia pôr em causa a sugestão informalmente lançada pelo Sport Lisboa e Benfica, após o clássico do passado fim de semana. Se não o for, hoje pelo menos parece ser insofismável que mesmo os mais experientes árbitros portugueses já há muitos meses deixaram de ter condições anímicas suficientes que lhes permitam actuar com imparcialidade, equidade e isenção, tanto nos desafios do Campeão como nos do seu competidor mais directo.
O exercício da justiça supõe, em primeiro lugar e seja em que circunstâncias for, a completa disponibilidade intelectual (e física...) do juiz que a exerce, totalmente a coberto de qualquer ameaça e de todos os constrangimentos. Mais do que isso, é essencial que ao juiz seja evidentemente garantida a plena e segura capacitação quanto ao livre desempenho do seu irremissível poder de julgar. Se assim não for, onde não se cumpre nem lei, nem ética, não pode haver qualquer espécie de justiça.
E; afinal, como, em que circunstâncias e em que regime de exercício estão hoje os árbitros a arbitrar, em Portugal? É no desespero de tentar superar insuficiências e inexpiáveis complexos locais oriundos de tempos remotos que o segundo classificado do Futebol nacional há muitos anos se especializou em inventivas e práticas marginais, espúrias à essência do jogo, sempre na esperança de um milagre, ou de um golpe à moda antiga que lhe assegure umas vitórias. O currículo que o mais poderoso clube da cidade do Porto apresenta nessas matérias é extremamente diversificado e muito extenso...
E é assim que, volta, não volta, no desespero em que se encontram, eles se afadigam em tentar recuperar o vastíssimo catálogo dessas experimentadas 'soluções'. Por vezes, com relativos sucessos pontuais, diga-se: ainda por há décadas que eles sabem que o terreno lhe é fértil para as compensações dos seus premeditados crimes... O mais antigo e constante ponto de alvo dessas ínvias 'operações' que tão amplamente caracterizam o velho 'modelo FCP' é, sem dúvida, o cérebro e a espinha dos árbitros, em torno de quem, antes de entrarem em campo, sempre fizeram incidir com cínica premeditação os mais cirúrgicos esforços, incidir com cínica premeditação. A estratégia criação a manutenção sistematicamente desenvolvidos sempre foi a mesma e sempre se mostrou indispensável ao desempenho desportivo daquele gente: envolver, coagir e intimidar os juízes de campo e os virtuais. Mesmo que essas e outras 'operações' viessem ferir gravemente toda a esfera do futebol nas suas leis e regulamentos, atingindo mesmo a passiva caterva de idiotas-úteis que povoa e emoldura todo o cenário.
O que se passou com os juízes presencial e remotamente envolvidos no jogo de sábado (sem cabedal seguro...) não terá sido mais do que uma nova consequência e só mais outro registo no interminável cadastro que não hesitarão em  em prolongar até ao fim da(s) época(s).
É-nos, pois, perfeitamente lícito supor que, se não fosse esta a sua única disposição e o seu mais disponível expediente, eles aceitassem o imediato recurso - passivel de aplicar - a árbitros verdadeiramente neutrais e imparciais.
Mas, como não é... para ganharmos o que nós temos de ganhar, só nos resta jogar sempre (ainda), e cada vez mais, melhor - sem distracções na defesa, com grande aplicação no meio-campo e com toda a pontaria no ataque."

José Nuno Martins, in O Benfica

A Liga disse 'sim' ao faz de conta

"O futebol português padece de vários problemas graves e vai tardando uma solução que coloque nos trilhos do seu potencial. A ausência de centralização da venda dos direitos televisivos limita o crescimento global da competição profissional; o comportamento das franjas de adeptos mais radicais tarda em encontrar, por parte do Governo, que tem por obrigação zelar pela segurança de pessoas e bens, uma resposta à altura; os dirigentes continuam a tratar os adversários como inimigos, quando de viam, isso sim, promover a indústria que é casa comum; e a arbitragem carece de encontrar uma fórmula diferente de recrutamento, que traga para o futebol mais qualificação e melhor compreensão do jogo. Todas estas insuficiências impedem que Portugal, campeão da Europa de futebol e futsal, campeão do mundo de futebol de praia e farol para todo o planeta no que toca à formação, possa ter ainda, especialmente no que aos clubes diz respeito, uma presença mais relevante no contexto internacional.
Comparado, com as carências acima descritas, o facto do treinador adjunto do SC Braga, Micael Sequeira, ter ficado em segundo lugar no prémio da Liga dos Clubes (!) para treinador do mês de Janeiro pode parecer irrelevante, mas traduz a aceitação de uma situação que não pode ser tolerada. Deverá ser encontrado, com frontalidade, um meio-termo que acolha, dentro da legalidade, treinadores como Rúben Amorim ou Silas, que se viram impedidos, em tempo útil, de aceder à progressão na carreira, que desejavam. Porque este regime de faz de conta não prestigia o futebol português..."

José Manuel Delgado, in A Bola

Cadomblé do Vata (microfones)

"A UEFA começou a organizar competições regulares em 1955, quando se disputou a primeira edição da Taça dos Clubes Campeões Europeus. 34 anos antes, já a FPF colocara em andamento o Campeonato de Portugal, que teve a edição inaugural em 1921. É portanto natural que a entidade presidida pelo contabilista do Apito Dourado tenha mais experiência na matéria do que o colosso futebolístico europeu. Não admira assim que em Nyon tenham muito a aprender com os matutos da Cidade do Futebol, professores jubilados dos Proenças Profissionais.
Podendo aqui dissertar longamente sobre as muitas área organizacionais que o organismo europeu se revela sub desenvolvido vou apenas destacar as conferência de antevisão aos jogos. A estas, por escabrosa disposição regulamentar, devem comparecer os treinadores de ambas as equipas, como é óbvio, mas também (pasmem-se) um jogador dos respectivos plantéis. Um dia antes das equipas subirem ao relvado para disputar partidas da mais importante competição inter-clubes do Mundo, a UEFA obriga os clubes a verem-se representados por um indivíduo cuja função única é pontapear um esférico, ou um adversário no caso do Pepe.
Para o português seguidor do fenómeno futebolístico, esta é uma situação que causa admiração e repulsa. Por força do hábito de anos a assistir a competições organizadas pela FPF e pela LPFP, que nos cacanhos regulamentários apenas dispensam tempo atrás do microfone antes dos jogos, ao treinador e aos dirigentes, estamos cientes do nível de constrangimento que advém aos clubes quando se dá voz aos jogadores. Estes já têm a sua dose de protagonismo, com no mínimo 90 minutos semanais debaixo dos holofotes e a cara plasmada em cadernetas de cromos anuais da Panini. Colocar-lhes a voz no altifalante antes dos jogos é monopolizar totalmente neles as atenções da modalidade.
Pedindo desculpa pela redundância, o futebol em Portugal é pensado como pertencendo a quem o pensa. Os atletas são apenas ferramentas mudas escolhidas pelos "pensadores" (ou pelos treinadores em caso de parca qualidade) a fim de entreterem uma massa adepta que se dirigiu ao estádio com claro e único intuito de assistir ao pavonear dos "notáveis" na tribuna presidencial. Tudo bem que os chutadores também têm opinião, mas essa deve ser apenas emitida no pós jogo, onde suados, a arfar de fatiga e a sonhar com um banho redentor, podem dizer rapidamente duas ou três frases feitas que não envergonhem a instituição que representam. Para isso já bastam os 10 minutos que os patetas uefeiros lhes concedem."

Dia dos Namorados!

in BnrB

Recordar é viver!!!

Mais um episódio: VAR 'desligado'!!!

Vale tudo...!!!

Dyego Sousa: Uma “águia” capaz de outros voos

"Contratado aos chineses do Shenzhen FC – por empréstimo, até ao final do ano civil de 2020-, Dyego Sousa regressa ao futebol português para representar o campeão nacional em título.
O avançado de 30 anos chega para colmatar a vaga deixada por Raúl de Tomás – o espanhol, que foi contratado no início da época ao Real Madrid por 20 milhões de euros, deixou os encarnados no mercado de Janeiro para rumar ao RCD Espanyol, depois de não ter conseguido singrar ao serviço do emblema da Luz.
A chegada do ponta de lança luso-brasileiro vem acrescentar experiência ao plantel, e o facto de já estar familiarizado com o futebol português é, também, um ponto positivo. De lembrar que o ponta de lança luso-brasileiro foi, na época transata, uma das principais figuras do Sporting Clube de Braga, onde apontou 20 golos em 43 partidas oficiais pelos minhotos.
Uma das lacunas que os pontas de lança das “águias” apresentam é o jogo aéreo, daí que a contratação de Dyego Sousa contribua para o preenchimento desse aspecto do jogo. De resto, na última jornada no Dragão, esse aspecto foi bem visível a partir do minuto 84, quando Bruno Lage decidiu apostar num futebol mais directo, chamando, para esse efeito, Dyego Sousa à partida. O internacional luso-português ainda ganhou alguns duelos aéreos, mas não foi o suficiente para resgatar pontos contra o FC Porto.
Dyego Sousa veio, portanto, dar maior dimensão física e aérea ao jogo dos encarnados, tornando a “águia” mais perigosa nas alturas."

Os vícios de análise

"Em Portugal há dois vícios de análise, um é mais que vício, é doença mesmo, a dos árbitros. Deixemo-la, que já não falta quem a transforme no elemento nuclear em todos os jogos, mesmo os que pretendem protegê-la e melhorá-la. O outro é o de excesso de análise individual. Andámos entre os casos do jogo e o melhor em campo. Ou então o pior em campo, que nisto da análise instantânea vale quase tanto encontrar um herói como um réu, no exercício mais fácil de compreender pelo adepto comum, na hora da hipersensibilidade emocional. Se a minha equipa ganha é porque o jogador A é magnífico, se perde é porque o B é um desastre. Acontece que isto de garimpar em busca da unidade que se destaca de 28 – repito, um entre 28, que são por regra os intervenientes, concretizadas as substituições - é um óbvio exercício redutor, e mesmo, na maioria das vezes, tão inútil quanto enganoso. Inútil porque identificar a unidade que se destaca um pouco mais pode dizer-nos algo da felicidade pontual de um indivíduo, de um dia que lhe correu melhor, mas pouco indicia sobre o que pode correr bem ou mal quanto a comportamentos colectivos nos jogos seguintes, e disso dependerá o sucesso. Além de que o desempenho individual até chega a variar na razão inversa da qualidade de jogo, no exemplo clássico de um guarda-redes (ou algum defesa) que só é o melhor no individual quando o adversário é superior no colectivo. E é sobretudo enganoso porque atentar à árvore impede a percepção da floresta. Escolher o melhor de uma equipa que deve funcionar como um todo, e num jogo que é inteiro, cria a ilusão de que se determinada peça funcionar é toda a máquina que vai atrás. Tirando um ou dois casos - e é preciso atingir uma escala de Messi, pela influência colectiva - raramente é verdade. Bruno Fernandes era o jogador mais decisivo dos últimos anos no futebol português? Quase ninguém duvida. E ninguém terá sido mais vezes eleito o melhor em campo. Mas não foi campeão nem perto disso esteve, que não há primaveras de andorinha solitária.
O Porto ganhou o clássico recente porque surpreendeu com Corona a lateral? Foi muito mais do que isso, mesmo se o rendimento individual do mexicano foi altíssimo. Mas o que o permitiu esse rendimento foi um contexto táctico, particularmente uma dinâmica inicial pensada para o ligar a Otávio – nos movimentos que criavam dúvida tática no lateral contrário – e Marega – aproveitamento da profundidade - que o Benfica não soube ou não pôde contrariar. Foi uma abordagem estratégica competente que permitiu instabilizar o rival. Muitos estarão convencidos de que com outro perfil de jogador – que não Ferro e Grimaldo – o Benfica teria defendido de modo mais competente. Não creio. Quando muito atenuaria. Se uma equipa que faz coincidir esses dois no onze com Weigl, Taarabt, Pizzi, Rafa e Chiquinho e não é capaz de ter bola – e de ter mesmo, por largos minutos – estará sempre condenada. O Benfica quis ganhar duelos com jogadores de posse, quando o Porto é forte em ganhar a posse com jogadores de duelos. Claro que outro fosse o resultado e estaríamos a ouvir e a ler os que sempre incensam Danilo como elemento chave para garantir equilíbrios e dar a velha consistência, expressão só lembrada quando se joga mal. Acontece que a ausência de Danilo não retirou força defensiva e presença de Sérgio Oliveira até acrescentou qualidade com bola. Como já se dizia também que Mbemba não garantia a mesma segurança de Pepe mas foi com o consagrado veterano em campo que o Porto sofreu os golos no clássico e nenhum após a sua saída. Pelo prisma individual é muito mais fácil ter razão que encontrar uma solução. Do lado do Benfica, além de se localizar a origem do mal no espaço entre Ferro e Grimaldo, mas sobretudo muitos lamentaram as ausências de Gabriel e Cervi, como se não tivessem estado em campo em todos os jogos anteriores, com a equipa sempre a sofrer golos e perante adversários mais frágeis.
O mais importante para entender o que se passou é reconhecer que enquanto o Porto colocou o jogo no território que mais gosta, de duelos e acelerações, o Benfica não encontrou forma de roubar espaço e ficar com a bola. Aliás, em jogos como este – raros em Portugal - a equipa da Luz tem vivido quase uma dúvida existencial, sobre se tem a estratégia certa para os jogadores errados ou o inverso. Certo é que o Benfica sofre sempre mais quanto mais depressa perde a bola ou mais vezes o adversário o obriga a lutar por recuperá-la. Isto pode ser atenuado ou agravado por características de um ou outro atleta, mas a essência colectiva é o que é. E no futebol coloca-se sempre mais perto de ganhar a equipa que encontra o contexto táctico para deixar mais confortáveis os jogadores, ou seja, aquela em que o colectivo favorece mais o individual do que depende dele.

Nota colectiva: Bayern de Munique Com Hans-Dieter Flick, bombeiro de valor comprovado na organização e no scouting, o Bayern voltou à condição de melhor equipa alemã. E o que a classificação demonstra, a qualidade de jogo justifica. E no meio apresenta uma dupla que diz quase tudo sobre os propósitos de jogo: Kimmich e Thiago Alcântara. No mundo da intensidade sobrevalorizada e no país que nunca despreza o físico, a opção por médios baixos, em que a intensidade mental supera a de pernas, é evidente o caminho seguido para melhorar o jogo. E com melhor jogo, melhores resultados. Na casa das máquinas manda o cérebro e com eles o Bayern pode voltar a ser aquela máquina.

Nota individual – Aleksander Isak Alto como Ibrahimovic, moreno como Henrik Larsson, o novo prodígio sueco assume-se finalmente na empolgante Real Sociedad, a despeito da concorrência de William José. As últimas semanas foram eloquentes, mas é o jogo de Chamartín, em que a Real eliminou o Real Madrid, que pode ter marcado a emancipação definitiva do ponta de lança de 20 anos, depois da falta de espaço em Dortmund e do relançamento no Willem II. Entende cada vez melhor o jogo, move-se com argúcia nos limites da área e a figura aparentemente frágil esconde pólvora autêntica que lhe sai do pé direito. Isak já não pode parar, e isso é uma óptima notícia para o futebol."

Queremos os 50km marcha femininos nos Jogos Olímpicos

"A prova dos 50km de marcha era até 2017 a única competição do atletismo mundial que só existia para os homens.
Eu e o meu treinador sempre considerámos esta situação injusta. Se os homens tinham uma prova de 20km e outra de 50km marcha, nós, mulheres, só tínhamos uma competição de 20km. Isso significava que nos Jogos Olímpicos, Campeonatos do Mundo e da Europa podiam estar seis homens marchadores de cada país, enquanto nas mulheres só podíamos estar três.
A primeira mulher a lutar contra esta grande injustiça foi a atleta americana Erin Taylor. Em 2016, com a ajuda do seu advogado, e porque a IAAF permitiu que as equipas fossem mistas, ela conseguiu ser integrada na equipa americana dos 50km marcha, no Campeonato do Mundo das Nações, em Roma.
Depois desse feito, a pressão feita junto da IAAF, para a introdução da prova de 50km marcha para mulheres foi muito grande. Para acalmar os ânimos, no final de 2016, a IAAF informou as Federações Nacionais que a partir de 1 de Janeiro de 2017 iria certificar o primeiro recorde do mundo para os 50km marcha no sector feminino. Ao mesmo tempo, as mulheres que alcançassem os mínimos dos homens, de 4h06.00, também podiam estar no Campeonato do Mundo, em Londres, em competição mista, mas sem direito a qualquer prémio.
Era justo? Não!
Para demonstrar a injustiça que estavam a cometer, só existia uma forma: tentar competir numa prova de 50km marcha e alcançar um grande resultado, para dessa forma podermos alterar as mentalidades de que as mulheres não tinham capacidades físicas de realizar 50km marcha com qualidade!
O Jorge Miguel foi o homem que me formou atleta e sempre trabalhámos juntos. Conhecia todo o meu trabalho acumulado ao longo dos anos e sabendo que eu, nos 50km marcha, tinha grandes possibilidades de mostrar essa capacidade, lançou-me o desafio: ser eu a primeira recordista do mundo feminina da distância.
Não necessitei de pensar muito, para lhe responder que sim e que podia fazer o plano de treinos para atingir esse objectivo. O plano era que, ao conseguir bater o recorde do mundo, fizesse história e deixasse um marco importante para as gerações seguintes.
Esse objectivo foi conseguido em Janeiro de 2017, em Porto de Mós, quando realizei 4.08.26h, embora não conseguisse alcançar a marca mínima dos homens para poder estar nos Campeonatos do Mundo.
Não desisti. Queria mesmo estar em Londres a fazer os 50km de marcha, treinei sempre para lá estar, sem nenhuma garantia que os pudesse fazer.
Ao mesmo tempo que me preparava, procurei entrar em contacto com pessoas influentes na marcha mundial, que me pudessem ajudar a alcançar esse objectivo. Através da Erin consegui falar com o seu advogado, Paul DeMeester, que já estava a trabalhar no processo da integração da competição de 50km marcha femininos no Campeonato do Mundo.
O advogado Paul DeMeester foi a peça fundamental. Ele procurou que a IAAF introduzisse a competição de forma voluntária, mas não conseguiu. Então informou-a que lhe colocaria um processo no Tribunal Arbitral do Desporto (TAS), uma vez que não estavam a cumprir nos direitos da igualdade de género. Finalmente, a três semanas do Mundial, a IAAF resolveu integrar a competição de 50km de marcha femininos, com mínimos correspondentes para as mulheres, de 4h30m, e com direito aos prémios, tal como em todas as outras provas. Para mim, esta foi a maior vitória.
Em Londres, alcancei o título de Campeã do Mundo e com um novo recorde do mundo, de 4h05m56s. Foi um momento grandioso e, ao mesmo tempo, demonstrámos que nós, mulheres, tínhamos condições físicas e psicológicas para fazer os 50km marcha.
Em Outubro de 2017, fui informada pelo Presidente da Associação Europeia de Atletismo (EAA) que a competição de 50km marcha femininos não iria ser integrada nos Campeonatos da Europa em Berlim no ano seguinte. Como é óbvio, não gostei da informação, queria lá estar a fazer 50km!
O advogado Paul DeMeester contactou-me quando soube disso e entrámos com um processo no TAS contra a EAA, com base na discriminação de género que iria ser cometida. Como a Associação Europeia pediu para não se avançar com o processo, pois iria introduzir a competição, tudo ficou por ali e pudemos competir em Berlim.
Mais uma batalha ganha! Em Agosto de 2018, sagrei-me Campeã da Europa nos 50km marcha femininos.
Qual era o próximo objectivo? Conseguir a introdução da prova de 50km marcha femininos nos Jogos Olímpicos em Tóquio.
Paul DeMeester começou logo a planear a estratégia. Tudo foi feito para que a competição fosse introduzida nos Jogos Olímpicos de forma justa, sem entrar com um novo processo, mas infelizmente isso não aconteceu e tanto a IAAF, agora World Athletics, como o Comité Olímpico Internacional (COI) procuraram ajudar-se mutuamente para que a competição não fosse introduzida.
O COI é uma instituição que sempre refere que luta pela igualdade de oportunidades entre os homens e mulheres!
Em Março de 2019, sintetizou num documento, desenvolvido pelo Grupo de Trabalho sobre Igualdade de Género, todas as actividades que o Movimento Olímpico tem realizado com vista à adopção de princípios de igualdade de género em todas as diferentes dimensões desportivas e lançou 25 recomendações para que a igualdade de género seja uma realidade. O senhor Presidente do COI, Thomas Bach, diz-se “plenamente convencido que o desporto é uma das plataformas mais poderosas para a promoção da igualdade de género e empoderamento das mulheres.” Em maio de 2019, entrámos com um processo no TAS contra a World Athletics e o COI, novamente com base na discriminação de género. Houve uma audiência no TAS a 29 de Julho, em Lausanne. O TAS ouviu todas as partes envolvidas no processo e no final pediu-nos para sermos discretos. O processo continuava, sem datas de resolução.
O nosso processo nunca foi tratado da mesma forma como todos os outros que entraram no TAS, nunca foi divulgado na sua página oficial, era como se não existisse! Posteriormente, por pressão do Paul, informaram-no que iriam divulgar a sua decisão final em Agosto. Quando chegou o dia, que era em Setembro, posteriormente em Outubro, depois Novembro, dezembro, Janeiro e, finalmente, em início de Fevereiro de 2020, chegaram à conclusão que não tinham competência para julgar este caso.
O TAS, ao não decidir, tomou uma decisão no mínimo estranha. Pela minha parte irei continuar a lutar, como fiz em 2017, e só irei abandonar a minha luta quando me faltarem as forças ou quando a igualdade de oportunidades entre homens e mulheres for plenamente alcançada.
Sei que o Mundo por vezes não é justo e nem sempre se consegue que se faça justiça no tempo certo, mas não irei baixar os braços.
Tal como em 2017, continuarei a fazer o meu trabalho como atleta e estarei preparada para fazer os 50km marcha no Japão, se até lá houver algum movimento que leve os responsáveis do COI ainda a mudar.
Se isso não acontecer, pois que seja. Tentarei lá estar para fazer os 20km e continuarei mais quatro anos até Paris 2024. E só depois de ver que se fez justiça é que me sinto em condições de terminar a minha carreira."

Antevisão...

Regresso do campeonato

"Após o apuramento para a final da Taça de Portugal na passada terça-feira, a nossa equipa regressará à competição já amanhã, sábado às 18 horas no Estádio da Luz, frente ao SC Braga, numa partida da 21.ª jornada da Liga NOS.
Seguimos na liderança e queremos, no mínimo, vencer e manter a distância pontual para o nosso perseguidor directo, mas não custa reconhecer a tarefa complicada que se avizinha, pois teremos pela frente uma das melhores equipas portuguesas, a qual, desde que Rúben Amorim assumiu o comando técnico, permanece invicta, tendo vencido sete das oito partidas disputadas, incluindo duas ao FC Porto e duas ao Sporting, e conquistado a Taça da Liga.
Trata-se, sem dúvida, de um jogo grande. Já há vários anos que muitos analistas, ao projectarem a temporada antes de as competições iniciarem, incluem o SC Braga no restrito lote de candidatos ao título, e o confronto entre Benfica e Braga, na Luz ou na Pedreira, é um dos jogos que mais expectativas geram entre os adeptos e, invariavelmente, ano após ano, que melhores espectáculos produzem.
Terá de ser um excelente Benfica, ao seu melhor nível, empenhado, focado e inspirado, a apresentar-se amanhã na Luz para derrotar os arsenalistas. Não só no relvado, mas também nas bancadas. 
Apelamos, por isso, que enchamos o Estádio e apoiemos a nossa equipa do primeiro ao último segundo. Relembramos, aos detentores de Red Pass, que caso não possam marcar presença no Estádio, é simples partilharem ou disponibilizarem o seu lugar para que outros benfiquistas possam ajudar os nossos jogadores a assegurarem mais três pontos.
#PeloBenfica

Será, como habitual, um fim de semana repleto de jogos das nossas equipas das várias modalidades. Destacamos o desafio da segunda jornada da Taça EHF de andebol, frente ao MT Melsungen, que será também disputado amanhã na Luz, mas às 16h15. 
No domingo, entre outros, haverá o Benfica–Amora em futebol (feminino), da Taça de Portugal, na Tapadinha (14h00), e o Benfica B–Cova da Piedade, às 15h00, no Seixal. À mesma hora, na Luz, a nossa equipa feminina de voleibol jogará na Luz para o Campeonato, assim como as nossas hoquistas, mas às 18h00."

O caminho para o Jamor...!!!

Esgoto...

"Quando olhámos para este quadro não queríamos acreditar. Nos últimos 7 jogos do Calor da Noite, 5 deles foram apitados por árbitros do Porto. Sendo que falando de VAR a pouca vergonha é praticamente a mesma, em 4 desses 7 jogos foram nomeados árbitros do Porto.
O maior escândalo disto tudo é que, ao que nos confidenciaram, para Guimarães vai ser novamente convocado mais um árbitro do Porto, quiçá o trunfo Jorge Sousa! Rui Costa também é uma hipótese. Sim, em 8 jogos vão ser 6 árbitros do Porto. São 75% (!!!!!!!) dos jogos apitados por árbitros do Porto. Simplesmente inacreditável! Pornografia pura e ninguém diz absolutamente nada desta vergonha que têm sido as nomeações para os jogos do Calor da Noite em que basicamente meia dúzia de árbitros do Porto rodam entre si para apitarem os jogos da sua própria equipa do coração.
É um esgoto a céu aberto."

Semanada...

"1. A Derrota no Dragão. Já fiz uma análise mais detalhada ao jogo. Acho que o penalty pesou. Nunca marcaria aquele penalty. Acho que o Ferro não sofre falta, a meu entender, mas um jogador não salta com as mãos atrás das costas. Só um árbitro que nunca jogou futebol marcaria aquilo. Tivemos bons momentos de futebol - a reacção ao primeiro golo, a segunda parte na globalidade. Merecíamos outro resultado. Independentemente de tudo isso, continuamos em primeiro, com quatro pontos de vantagem, sem ter que ir ao Dragão, Braga, Guimarães ou Alvalade. Está mais nas mãos dos próprios adeptos do que outra coisa. Jogamos quase todos os jogos mais complicados em casa.
2. Árbitros Estrangeiros. Na sequência do jogo, Luís Filipe Vieira apareceu em público e no meio de muitas coisas, acabou por sugerir que fossem árbitros estrangeiros a apitar os jogos de Benfica e Porto até ao final da época. Tirando a jogada do penalty, que ainda ontem foi assinalado um igual no Milan-Juventus, e que eu acho que é mais um problema do Futebol Moderno, acho que arbitragem de Artur Soares Dias não foi má. Óbvio que tem os problemas habituais que os árbitros portugueses têm, nomeadamente marcar faltas por tudo e por nada, parando constantemente o jogo. Logo, apesar de invejar Inglaterra por não termos um Mike Dean ou um Anthony Taylor, não consigo concordar com a ideia de trazer árbitros estrangeiros para estes jogos. É algo que acontece na Liga Grega e tenho a certeza que nós, 6º melhor Liga do Mundo, não nos queremos comparar a Liga Grega. Se queremos uma mudança estrutural no futebol, essa mudança tem que começar por dar mais poder ao VAR, incluir uma margem de erro nos fora de jogo, dar challenges aos treinadores e acabar com os programas de Segunda-feira à noite - pelo menos na maneira que eles são.
3. A Lesão de Gabriel. Gabriel é um dos jogadores mais importantes no sistema de Bruno Lage. É o médio centro perfeito para a nossa táctica e a seguir ao Vlachodimos, o jogador mais difícil de substituir. Esta lesão nunca viria em boa altura. Ao que parece a lesão é mesmo muito complicada e pode até ter a carreira em risco. Que recupere e que consiga ter, no mínimo, uma vida normal. Merece tudo de bom na vida. Sempre mostrou ter elevação e é um jogador que como benfiquista nos podemos orgulhar. Esta lesão acaba por ser também uma oportunidade. Adel Taarabt é agora um jogador imprescindível. Mas o marroquino não vai poder jogar sempre e nós não podemos jogar com Florentino e Weigl em simultâneo. As hipóteses mais conservadoras serão Chiquinho, Samaris e David Tavares. Um destes três, ou talvez dois destes três terá que assumir o nosso meio campo num futuro próximo. Acho que o jogador ideal para receber esta oportunidade era Nuno Santos. Mas precisava do empréstimo e ninguém tem uma bola de cristal que possa adivinhar o futuro. Vamos ver se é desta que David Tavares consegue segurar um lugar. Pelo que tenho visto na equipa B, acho que ainda falta qualquer coisa. Mas quando eles vestem a camisola da equipa principal, a motivação é sempre outra. Qualidade ele tem.
4. A Oportunidade de Andrija Zivkovic. Alternativamente, podemos arriscar um pouco mais e jogar com Pizzi ou até Zivkovic na posição de Gabriel e Taarabt. Não é propriamente inovador, visto que ambos os jogadores já passaram por lá com Rui Vitória e Jorge Jesus e pode muito bem ser uma solução. Há um ano atrás, o Gabriel também se lesionou e na altura fiz um post em exclusivo sobre quem o poderia substituir. Na altura, a melhor solução que vi - e que era igualmente pouco conservadora - foi jogar com o Taarabt nessa posição. Puxem para trás uns posts e vão ver um desses em Março ou Abril do ano passado. E sinceramente, apesar de gostar muito de Samaris, e de no ano passado termos jogado muitas vezes com Samaris-Florentino, acho que precisamos de alguém com maior caudal ofensivo. Pode ser esta a oportunidade para Zivkovic. Bruno Lage já mostrou que o consegue fazer. Agora será que o sérvio também consegue?"

O que perde o Benfica sem Gabriel?

"Gabriel tornou-se um jogador determinante no Benfica de Bruno Lage. Mas, porquê?
Num Benfica que assenta muito o jogo na forma como acelera após cada roubo de bola, a capacidade de Gabriel para vencer duelos e o número de recuperações por roubo ou por intercepção que soma jogo após jogo é um absurdo – Contra o Desportivo das Aves recuperou 30 vezes a bola!
Se é no momento de Transição Ofensiva que o Benfica tantos problemas causa na oposição, o médio tem um papel preponderante. Para que alguém acelere contra os adversários a recuperar a sua organização, é necessário que alguém recupere a posse, e Gabriel é provavelmente o melhor jogador da Liga nesse particular, que tanta importância assume no jogar encarnado.
No momento ofensivo, apesar do “espalhafato” que causam os seus “bonitos” passes, a verdade é que Gabriel decide demasiadas vezes erradamente. Erra muito, perde muita posse, e com essas decisões muitas são as vezes em que o Benfica não se consegue instalar no meio campo adversário, pois os seus jogadores têm de voltar para vir defender.
É um jogador capaz de fazer rodar a bola de forma rápida pelos espaços vazios, e comparativamente a Florentino tem muito mais passe de criação – mesmo o pelo chão, e nos dias em que o gesto técnico lhe sai com mais qualidade, também ofensivamente dá uma dinâmica importante ao Benfica. O problema é a irregularidade do seu acerto de jogo para jogo.
Se com bola, a entrada de Taarabt e Weigl trazem mais qualidade, a perda de Gabriel poderá trazer um Benfica com menos recuperações e consequentemente com menos ataques rápidos e contra ataques para matar os jogos como tão bem se especializou."

Tribuna VIP: “Águias” à procura da redenção frente a SC Braga que pretende contrariar a história

"Num fim-de-semana bem “quente” na Liga Portugal, um dos jogos que promete prender mais a atenção passa pela receção do SL Benfica, primeiro classificado, ao SC Braga, que ocupa o quarto posto.
Embate entre duas das melhores equipas do campeonato, mas que parecem atravessar momentos distintos: as “águias”, apesar da liderança, vêm de uma derrota no Dragão e de um empate mais do que sofrido em Famalicão, que lhes valeu o passaporte para o Jamor, enquanto os “arsenalistas” ainda se encontram na ressaca da conquista da Taça da Liga, sem esquecer cinco triunfos consecutivos no campeonato, apesar do empate caseiro diante do Gil Vicente, no sábado passado.
É um lugar-comum dizer que o futebol é uma montanha-russa, mas a verdade é que até muito pouco tempo o Benfica parecia viver em estado de graça, só que o regresso às exibições mais pálidas, a que não está alheio o sub-rendimento de várias peças (Ferro, Grimaldo e Pizzi à cabeça), mostrou que a equipa de Bruno Lage pode ser vulnerável no contexto nacional, e que a conquista do título não será uma mera formalidade.
O problema óptico de Gabriel, que afasta o médio brasileiro do que resta da temporada, também não foi a melhor das notícias para o campeão nacional, que deve aos seus adeptos uma exibição convincente para reacender a chama encarnada.
O Benfica quer ganhar no sábado, até porque nesse caso colocará pressão sobre o FC Porto, que no domingo tem um teste de fogo em Guimarães, e a bem dizer, se olharmos ao histórico para o campeonato, o SC Braga é o adversário ideal para o clube da Luz.
Torna-se visível aos olhos de todos as dificuldades que os minhotos têm, por norma, nas visitas à Luz, visto que não pontuam no anfiteatro lisboeta desde Agosto de 2012 (2-2 no arranque da Liga 2012/13), e para encontrar o único triunfo bracarense temos de recuar… à temporada 1954/55, e que foi obtido no Estádio do Jamor.
Em 63 jogos para o campeonato, e com o Benfica a jogar em casa, são 50 (!) as vitórias das “águias”, numa hegemonia que roça o impressionante, e que teria tudo para tornar os anfitriões ainda mais favoritos, até porque já esta temporada os comandados de Bruno Lage bateram o emblema da cidade dos arcebispos por 4-0 (fora de portas, para a Liga) e por 2-1 (na Luz, a contar para a Taça de Portugal).
Mas falta falar do efeito… Rúben Amorim, que desde a chegada ao SC Braga devolveu a regularidade e tranquilidade a um plantel de luxo, recheado de opções, e que num curto espaço de tempo, sob a sua égide, já ultrapassou FC Porto (duas vezes) e Sporting CP (outras duas).
Ricardo Horta é o expoente maior das individualidades arsenalistas, ele que acaba de ser considerado o melhor jogador da Liga do mês de Janeiro.
Em suma, os dados estão lançados para um belo desafio na Luz, com dois dos melhores plantéis em acção, numa altura em que nos aproximamos da fase derradeira do campeonato.
Aposta VIP: 2-1
Penso que a repetição do resultado do SL Benfica vs. SC Braga, da Taça de Portugal, poderá repetir-se. Vem aí um jogo com golos, de ambas as equipas, já que as “águias” têm de partir para cima do adversário e dificilmente não sofrerão com a qualidade minhota. Acredito que a força do Benfica em casa acabe por prevalecer, dando mais força à história."

O Brinco do Baptista #29 - Futebol fora do armário

As Águias #54 - Last week...

Benfiquismo (MCDXLII)

Cabeludos...!!!

Azulão!!!

Os 5 melhores SL Benfica-SC Braga da última década

"O embate entre Sport Lisboa e Benfica e Sporting Clube de Braga tornou-se já um clássico do futebol português, fruto da ascensão minhota com António Salvador. O presidente dos bracarenses proporcionou uma evolução acelerada a um clube acomodado à meia tabela da primeira divisão, recorrendo a uma visão abrangente sobre o mundo empresarial e futebolístico, seguindo as pisadas de Pinto da Costa e Luís Filipe Vieira.
Numa cidade tradicionalmente vermelha ocorreu a inevitável mutação geracional, não mudando a cor, apenas o símbolo: onde antes a maior festa era a visita do Benfica, o clube da Luz é agora convidado indesejado, devido às rivalidades do novo século. Desde 2003/2004, o Braga só falhou o top 5 da classificação por duas vezes (2007/2008 e 2013/2014), venceu a sua segunda Taça de Portugal (2016), conseguiu o máximo histórico no campeonato (segundo lugar de 2009/2010), estreou-se e bateu recordes na Liga dos Campeões e chegou à final da Liga Europa: feitos que naturalmente levaram à criação de novas rivalidades e disputas, definindo-se neste momento como o quarto grande português, assumindo uma luta que sempre fora propriedade de Belenenses, Boavista ou Vitória Futebol Clube.
Neste sábado, entrará em campo com aspirações ao pódio e tentando aproveitar a fase de menor fulgor benfiquista, já que a qualidade exibicional que Rúben Amorim impôs à chegada ao comando da equipa permite antecipar uma luta aguerrida pelos três pontos. Este encontro tem tudo para se tornar num espectáculo ao nível dos maiores da última década: panóplia de polémicos, conturbados e grandiosos jogos no relvado e no banco que nos desafia a fazer o divertido exercício de relembrar cinco dos melhores combates entre gverreiros e águias desde 2011, por ordem cronológica.

1. SL Benfica (Primeira Liga, 2018/2019) – Já depois da entrada de Bruno Lage e da ultrapassagem ao FC Porto, o Benfica conseguia manter a liderança à custa de algum nervosismo e ansiedade, visível principalmente nas primeiras partes. Em Braga não foi diferente e a equipa acusou novamente a entrada no jogo, com muitos passes falhados e com os criativos Rafa, Félix e Pizzi a serem manietados pela dupla Claudemir e João Palhinha.
O golo de Wilson Eduardo aos 35’ obrigou Lage a acordar a equipa ao intervalo e o resultado foi o habitual: reviravolta na partida, melhorias no controlo da posse (Florentino e Samaris a ganhar o controlo do miolo) e hat-trick de Pizzi, antes de uma obra de arte assinada por Rafael Silva. O melhor de tudo isto? O FC Porto deixara pontos em Vila do Conde na véspera e o título era cada vez mais uma realidade.
Onzes Iniciais
SC BragaTiago Sá; Esgaio, Pablo Santos, Bruno Viana e Murilo; Wilson Eduardo, Claudemir, Palhinha e Ricardo Horta; Fransérgio; Paulinho.
Treinador: Abel Ferreira.
SL Benfica Odysseas; André Almeida, Rúben Dias, Ferro e Grimaldo; Pizzi, Samaris, Florentino e Rafa; Félix e Seferovic.
Treinador: Bruno Lage.

2. SL Benfica 6-2 SC Braga (Primeira Liga, 2018/2019) – Enfrentavam-se Rui Vitória e Abel Ferreira, treinadores em momentos muito diferentes da sua imagem e valorização perante as respectivas massas adeptas e comunicação social. De Braga, vinha uma equipa que se destacava como a maior pedrada no charco táctico dos últimos anos em Portugal, com o 3-4-3 mascarado de 4-4-2 que Abel tão bem soube exprimir e que os jogadores tão bem souberam interpretar.
Foi, portanto, uma tarde atípica aquela de 23 de Dezembro, já que nem o mais optimista dos benfiquistas conseguiria prever exibição de gala numa fase em que eram memória longínqua. Ninguém saberá ao certo o que injectou tamanha dose de adrenalina naquela equipa amorfa, mas o recital dos homens da Luz foi da mais alta estirpe e não encontrou resistência nuns surpreendidos arsenalistas, vergados a seis golos até aos 67 minutos. Aí, após o golaço de André Almeida, foi decidido por unanimidade que o canto de cisne de Rui Vitória estava dado e, estranhamente, a apatia voltou até final do jogo. Duas semanas depois veio a chicotada psicológica.
Onzes Iniciais
SL Benfica Odysseas; André Almeida, Rúben Dias, Jardel e Grimaldo; Fejsa, Gedson e Pizzi; Zivkovic, Jonas e Cervi.
Treinador: Rui Vitória.
SC Braga Tiago Sá; Marcelo Goiano, Pablo Santos, Bruno Viana e Nuno Sequeira; Esgaio, Claudemir, Fransérgio e Ricardo Horta; Paulinho e Dyego Sousa.
Treinador: Abel Ferreira.

3. SC Braga 0-1 SL Benfica (Primeira Liga, 2016/2017) – O culminar da melhor semana de Mitroglou como jogador do Benfica. E, se é difícil explicar como, cinco dias antes e em pleno dia dos namorados, o Benfica aguentou a enxurrada ofensiva do Borussia Dortmund de Tuchel, mas saiu vitorioso da Luz com um beijo oportunista do grego, será então ainda mais difícil tentar simplificar a acção de Kostas nesse fim-de-semana.
O Benfica entrava em segundo na tabela, que tinha o Porto como líder à condição, sendo obrigatório sair da Pedreira com uma vitória. Para dificultar, Jonas continuava de fora e obrigava Rui Vitória a puxar Rafa para a zona central, alterando rotinas de uma equipa habituada ao brasileiro ou a Guedes. Aos 79’, com o jogo em banho-maria, Mitroglou inventou um golo sozinho, no seu jeito de quem não tem jeito nenhum: desbravou mato entre os centrais bracarenses com um movimento pouco ortodoxo, mas genial e, isolado, finalizou bem ao seu estilo. E assim, com a naturalidade de quem fazia um lance igual a cada jogo, deu os três pontos e a liderança que o Benfica manteria até ao final. Inolvidável, Mitro.
Onzes Iniciais
SC Braga Marafona; Paulinho, Rosic, Ricardo Ferreira e Goiano; Alan, Assis, Battaglia e Pedro Santos; Rui Fonte e Stojilkovic.
Treinador: Jorge Simão.
SL BenficaJúlio César; Nélson Semedo, Luisão, Lindelof e Eliseu; Salvio, Pizzi, Fejsa e Zivkovic; Rafa e Mitroglou.
Treinador: Rui Vitória.

4. SC Braga 1-1 SL Benfica (Primeira Liga, 2011/2012) – Na época seguinte, repetem-se os problemas na chegada ao AXA. Além das incidências extra-campo dignas de jogo de alto risco, houve vários intervalos: aos 25’, a iluminação da Pedreira falha, obrigando Pedro Proença a interromper a partida durante dez minutos. Quatro minutos jogados e nova falha, com outros dez minutos para as equipas repensarem ideias. Cinco minutos e… os painéis de iluminação da bancada nascente do estádio decidem tirar folga.
Com tanto apagão, os jogadores foram actores secundários dum rip-off de Twilight Zone e procederam convenientemente o resto da partida, num duelo demasiado tático e confuso. Lima marca aos… 45+34’, de penalty, e Rodrigo desfaz a vantagem aos 72’. Jesus e Jardim protagonizaram choque interessante nos bancos, com o primeiro a alinhar com um meio-campo reforçado em virtude da força do adversário – Rúben Amorim alinhou à direita de Javi e Witsel, como já tinha acontecido na recepção ao Manchester United.
Onzes Iniciais
SC Braga Quim; Ewerton, Paulão, Paulo Vínicius e Baiano; Hugo Viana e Djamal; Alan, Mossoró e Hélder Barbosa; Lima.
Treinador: Leonardo Jardim.
SL Benfica Artur Moraes; Maxi Pereira, Luisão, Garay e Emerson; Rúben Amorim, Javi Garcia, Witsel e Nico Gaitán; Aimar e Cardozo.
Treinador: Jorge Jesus.

5. SC Braga 1-0 SL Benfica (Liga Europa, 2010/2011) – Depois de na época anterior terem disputado o título até á última jornada, os dois clubes surgiam agora como pretendentes à final europeia de Dublin – e, pela primeira vez na história, Portugal dominava um prova europeia ao colocar três clubes na meia-final. À mesma hora da decisão no Minho, o FC Porto de Villas Boas despachava o explosivo Villareal de Juan Carlos Garrido por 5-1 e as previsões de uma final portuguesa confirmavam-se.
Chegado a Braga, o Benfica é recebido em clima quente – resquícios da rivalidade na corrida a dois ao campeonato de 2010 –, mas sem nada a perder, depois de consecutivos falhanços nos meses anteriores. Para alcançar o último grande objectivo da temporada, dependia apenas de si e da sua capacidade emocional para controlar o ritmo da partida.
O 2-1 da primeira mão era curto e Jesus alinhou como sempre nos jogos mais difíceis depois do 5-0: César Peixoto alinhava junto a Javi Garcia e Carlos Martins fazia o corredor direito. Como na primeira mão, Hugo Viana aproveitou um livre lateral para colocar a bola redondinha na cabeça de um colega de equipa. Vandinho aproveitou para fazer o golo na Luz e Custódio, sem complexos, respondeu da mesma forma, aos 19 minutos, num jogo em que bastou ao Braga manter o controlo até ao final, afundando ainda mais aquele moribundo Benfica.
Onzes Iniciais
SC Braga – Artur Moraes; Miguel Garcia, Rodríguez, Paulão e Sílvio; Custódio e Hugo Viana; Alan, Mossoró e Lima; Meyong.
Treinador: Domingos Paciência.
SL Benfica Roberto; Maxi Pereira, Luisão, Jardel, Fábio Coentrão; Carlos Martins, Javi Garcia, César Peixoto e Nico Gaitán; Saviola e Cardozo.
Treinador: Jorge Jesus."

Play: Odysseas...

Bom jogo, mas eles são melhores!

Benfica 1 - 3 Perugia
24-26, 21-25, 25-22, 17-25


Foi pena, tivemos tudo para ganhar o 1.º Set, mas na recta final cometemos alguns erros... Mesmo assim, fizemos uma boa exibição, contra uma das melhores equipas do Mundo, com provavelmente o melhor jogador do Mundo, que por acaso fez cerca de 1/3 dos pontos dos Italianos!!!!

Ainda falta um jogo, já não temos hipóteses de qualificação, aliás do nosso grupo provavelmente só este Perugia segue em frente, mas temos tudo para fazer uma boa exibição em França...