Últimas indefectivações

terça-feira, 3 de março de 2020

Nervos de aço

"Uma análise fria ao desempenho da nossa equipa ante o Moreirense leva-nos a concluir que poderíamos e deveríamos ter somado mais três pontos.
Criámos e desperdiçámos várias ocasiões de golo, vimo-nos em desvantagem contra a corrente do jogo, chegámos ao empate e, com um pouco de sorte e eficácia, a reviravolta ainda teria sido possível.
Valorizamos a postura dos nossos jogadores que, face às contrariedades com que se depararam ontem, na sequência de alguns resultados aquém das expectativas, nunca viraram a cara à luta e tudo tentaram para inverterem uma situação indesejada.
Esta equipa já deu provas da sua capacidade de recuperação e superação, basta recordar a caminhada que levou à Reconquista.
Acreditamos que a consequência maior do empate verificado ontem – a perda da liderança – pode ser perfeitamente revertida, quando ainda faltam 11 jornadas, estando 33 pontos em disputa. Em suma, como se diz na gíria, há muito campeonato.
Nunca em momento algum considerámos que o Campeonato estaria ganho, nem mesmo quando dispusemos de sete pontos de avanço. E muito menos que algo esteja decidido, quando temos apenas um ponto de atraso.
Deixámos de depender apenas de nós próprios, mas continuamos a depender muito de nós próprios para chegarmos ao fim do Campeonato e termos a oportunidade de celebrar o bicampeonato.
Na próxima jornada, em Setúbal, o foco terá de estar inteiramente direccionado para a obtenção de um triunfo. A recuperação tem de começar já no próximo jogo.
A união será fundamental. Como bem disse Bruno Lage a seguir à partida com o Moreirense, sabemos que os benfiquistas serão os primeiros a animar a equipa e esse será um importante trunfo para as nossas aspirações. Queremos muito revalidar o título de campeão nacional, ajudemos a nossa equipa técnica e os nossos jogadores a consegui-lo!
#PeloBenfica"

O flamingo que voou na tarde calma...

"O Benfica jogava em Alvalade, mas não contra o Sporting. Mandava a Taça de Portugal que disputasse a primeira mão da meia-final contra o Ferrovia de Nova Lisboa. Era a primeira vez que os encarnados jogavam para a Taça com um conjunto africano.

Não estava muito público em Alvalade para ver o Benfica. A bem dizer, havia razões para tal. Afinal, o Sporting também não estava presente. Como assim?, perguntará o leitor. Já lá vou, já lá vou. O jogo contava para a Taça de Portugal, meias-finais. As regras mandavam que duas equipas ultramarinas fizessem parte da contenda, não fosse o Império Uno e Indivisível do Minho a Timor. Corria o ano de 1958. 5 de Maio.
E assim, em Alvalade, o Benfica disputava o acesso à final com o Ferrovia de Nova Lisboa, Angola.
E assim, no Restelo, o FC Porto disputava o acesso à final com o Desportivo de Lourenço Marques, Moçambique.
Depois haveria uma segunda mão. Claro que os clubes da Metrópole, finórios, não se dispunham a grandes deslocações lá para o sul do continente africano, no caso. O Benfica recebeu o Ferrovia na Tapadinha.
Curiosamente, as primeiras páginas davam destaques às vitórias dos metropolitanos desta forma: Benfica 6 - 2 Angola; FC Porto 6 - 2 Moçambique.
Qual respeito pelo nome dos clubes, qual diacho.
Já respeito tiveram os dirigentes do Sporting Clube de Portugal fazendo questão de se apresentarem no relvado, recebendo os dois opositores com um notável cavalheirismo.
Ninguém tinha dúvidas sobre a incomensurável superioridade dos encarnados. Só para ficarem com uma ideia daquilo a que chegou, o resultado do jogo da Tapadinha ficou em 11-1. 17-3 no total. Era do quilé!
Alertavam certos jornalistas mais sabedores para gente de qualidade da equipa do Ferrovia. Já se sabia: se aparecia algum artista pelas colónias, os clubes aqui no rectângulo atlântico iam a correr buscá-los.
Palma Medeiros, Soeiro e Nascimento: avançados. Talvez Júlio Coelho, defesa. Por via das dúvidas, que ficassem atentos. Dirigentes do Benfica e público, claro está!

Atrevimento que se pagou caro
Ao contrário das suposições, os africanos atiraram-se sobre a defesa encarnada como gato ao bofe. Era preciso descaramento. E coragem. o povo não se fez rogado: aplaudiu a atitude.
Bastos não tirava os olhos da bola.
Ângelo, Pegado e Mário João deram corda aos sapatos.
Quem diria?, pensavam os que se espalhavam pelas bancadas. E puseram-se ali à coca do jogo jogado.
De repente, Águas, também ele africano, também angolano, mas do Lobito, ergue-se nas alturas com aquela sua elegância de flamingo e fez o golo. 1-0: que desilusão! A resistência dos rapazes de Nova Lisboa esfumara-se num instante, três minutos apenas. E agora? Seriam capazes de voltar à luta?
- Não. Não foram.
Minuto 11: Mendes, de fora da grande área, tem um pontapé soberbo. Os ultramarinos pareciam estonteados. Todo  o vigor posto naquele arranque da partida era contrariado, pela classe e eficácia dos benfiquistas.
E logo a seguir, José Águas outra vez: 3-0.
Valeu aos visitantes, que até jogavam em casa por via da manigância do sorteio, que os lisboetas resolveram baixar o ritmo. Tarde agradável de sol, boas movimentações e combinações entre sectores, mas cada vez mais devagarinho, à moda de um passeio, de um treino. Mesmo assim, Palmeiro soltou-se num daqueles movimentos tão típicos seus e foi por ali fora apontar o 4-0 quase à beira do intervalo.
Havia quem fizesse contas. Havia quem fizesse apostas. Até onde iria o Benfica se desse na cabeça dos seus jogadores partirem à desfilada para uma goleada das antigas?
As perguntas tiveram resposta breve. Mesmo antes do apito do árbitro para que viesse aí o merecido descanso do minuto 45, Mário João facilitou a vida a Nascimento, e golo do Ferrovia.
Uma festa! Uma alegria! Justificada, como é evidente.
Mais uma surpresa logo no início do segundo tempo. Valente faz um drible habilidoso a Ângelo e deixa o benfiquista irritado. Mas isso é que foi assobiar-lhe às botas. O angolano correu como uma gazela lá das savanas da sua terra e quando chegou à frente de Bastos fingiu que ia dar com um pé e deu com o outro.
Esta agora, heim?
4-2 para o Benfica não era bem uma goleada de encher o bandulho.
Lá se foi o passeio de domingo.
Obrigados a acelerar outra vez o jogo, os encarnados foram em busca de pôr as coisas no seu devido lugar. Centro de Palmeiro, Águas outra vez lá no alto, tão alto, cabeçada infalível. Dois minutos mais tarde, Germano, com Águas a pressioná-lo na pequena área do Ferrovia, faz um autogolo.
Faltava jogar um quarto de hora. Os africanos estão de rastos. Ainda por cima, Coelho aleija-se e não pode continuar em campo. É de novo a moleza da tarde morna que tomba sobre o Estádio de Alvalade. Uns remates de longe, aqui e ali, só para manterem Prates atento.
A pouco e pouco as pessoas foram saindo. Talvez até uma esplanada ali perto para uma cervejinha ou para um capilé. O trabalho do Benfica estava feito. Seis dias mais tarde haveria nova dose. Lá para Alcântara, na Tapadinha. Era assim, nesse tempo, a Taça de Portugal."

Afonso de Melo, in O Benfica

Um desfile de Carnaval e duas Taças

"O Benfica desfilou na Avenida da Liberdade, com um carro alegórico e os seus ciclistas

Nos dias 11 e 13 de Fevereiro de 1934, realizou-se na Avenida da Liberdade um desfile carnavalesco pela Comissão Central de Assistência de Lisboa. No desfile participaram alguns clubes desportivos com os seus carros alegóricos. Em disputa - como não podia deixar de ser, quando se fala de desporto - estavam 'valiosas taças e prémios de tentar, entre os quais (...) uma magnífica bicicleta para o ciclista que apresentar a máquina mais originalmente enfeitada'. A Taça Carnaval premiaria o clube que apresentasse maior número de ciclistas com as bicicletas ornamentadas e aos segundos seria entregue a Taça Nicolau-Trindade. Para o clube que mais reunisse a simpatia do público, estava reservada a Taça Assistência.
No domingo, dia 11, o programa das festas de Carnaval levou à Avenida da Liberdade cerca de 30 mil pessoas. Por volta das 15 horas começou a formar-se o corso, com duas ou três centenas de automóveis, equipas de ciclistas, cavaleiros e centenas de crianças mascaradas.
Apesar de todo o atractivo da festa, era a participação dos clubes desportivos que mais interesse despertava no público. Quando, finalmente, começaram a surgir os seus carros alegóricos, o entusiasmo crescente instalou-se na Avenida.
'É o Benfica!«, ouvia-se, 'e era... uma representação que tinha imponência, que tinha côr, que tinha movimento... Apetecia dizer: - É bonito, não é?... O carro do Benfica, o melhor, o mais importante de todo o «corso»,constituía como que um gráfico, em que se podia avaliar o movimento associativo do club. A águia simbólica sobressaia, imponente e majestosa, dos emblemas que se erguiam dos plintos colocados sobre o carro - e os atletas, muitos atletas, completavam a representação, berrante, numerosa, impressionante...'.
Na terça-feira de Carnaval repetiu-se o corso. Apesar do tempo nublado, assistiram ao desfile alguns milhares de pessoas. O júri atribuiu a Taça Carnaval ao Barreirense e a Taça Nicolau-Trindade ao Benfica. A votação para a Taça Assistência foi feita através dos bilhetes de entrada. O Benfica foi o claro vencedor, com 7987 votos, com larga vantagem face ao segundo classificado, o Sporting, com 1581 votos.
Antes de serem entregues, todos os prémios estiveram expostos nos 'baixos do Hotel Avenida Palace', onde puderam ser apreciados pelos público.
A Taça Assistência é uma das várias taças por votos que o Benfica conquistou ao longo da sua história. Saiba mais sobre as taças por votos na área 26 - Benfica Universal do Museu Benfica - Cosme Damião."

Marisa Manana, in O Benfica

A mudança que se exige

"Estava perfeitamente convencido que o mês de Fevereiro seria decisivo para determinar o vencedor deste campeonato, mas estava longe de imaginar o descalabro que nos esperava. O Benfica partia em condições de arrumar a questão caso vencesse ou, no mínimo, não perdesse no Dragão. Como todos sabemos não foi isso que aconteceu e o que se seguiu é uma consequência natural da desconfiança que se instalou no seio da equipa, treinador incluído. A derrota com Braga piorou o cenário e daí até perdermos a liderança do campeonato foi um ápice. 4 jogos, 12 pontos possíveis… fizemos 4.
Para além deste descalabro no campeonato, as restantes competições não correram muito melhor. Para a Taça livrámo-nos de um Famalicão que provavelmente jogou o melhor futebol no conjunto das duas mãos e fomos eliminados das competições da UEFA por um Shakhtar que foi sempre superior apesar de não ter competição há cerca de 2 meses.
Tudo isto aconteceu no período de um mês, mas a realidade estava à vista de todos como um abutre que circunda a vítima enquanto aguarda por um momento de fraqueza. O Benfica não faz um jogo decente há muito, muito tempo e os processos defensivos são assustadores. A juntar a isto temos também um apagão das nossas principais figuras, como Rafa e Pizzi, e nem o treinador escapa do desnorte com um conjunto de decisões, antes e durante os jogos, que não lembram ao diabo.
Creio ser pacífico dizer que será necessário implementar uma mudança radical a vários níveis para vencermos este campeonato. De qualquer modo, contrariamente ao que li um pouco por todo o lado, a mudança e de treinador e de presidente não é uma delas. Não sendo possível contratar jogadores e mudar a política desportiva, não adianta mudar a liderança do clube neste momento. A mudança de treinador também me parece inconsequente porque estamos em Março, a 11 jornadas do fim e a 1 ponto da liderança. A ideia que qualquer outro treinador viria aqui fazer um milagre e meter os jogadores a jogar o dobro com um estalar dos dedos parece-me absurda. É preciso relembrar também que Lage tem cerca de 4 anos restantes no seu contrato pelo que a rescisão custaria uma pequena fortuna.
Mas algo tem de mudar.
O treinador tem de olhar para aquilo que está à vista de todos e resolver os problemas que a equipa apresenta: os laterais não sabem defender; a equipa não consegue ter estabilidade emocional e entra em pânico muito cedo; o meio-campo não constrói nem destrói (apesar de ter melhorado com a estrutura Samaris/Weigl/Taarabt); as alterações vindas do banco raramente têm o efeito desejado e muitas vezes acabam por piorar a situação. Chega de teimosias, chega de chavões, chega de vacas sagradas que têm lugar cativo no 11 porque no passado tiveram boas prestações. É altura de meter os atletas mais experientes e com mais fibra a jogar e ganhar todos os jogos, nem que seja por 1-0. Agora nada mais interessa!
Quanto à estrutura, não me parece que seja tempo de nos debruçarmos sobre esse assunto, mas claramente algo tem de mudar. A política desportiva é absurda, ou mesmo inexistente, com contratações e vendas sem sentido, falta de investimento em posições que apresentam défice de qualidade há vários anos, porque meteram na cabeça que os defesas não merecem investimento por não darem retorno, e acima de tudo uma atitude arrogante que recusa admitir que este projecto precisa de ser repensado. O resultado está à vista de todos e arriscamo-nos a perder mais um campeonato para um clube que está completamente na miséria e mal consegue pagar as suas contas. Não se entende, não se aceita e algo tem de mudar obrigatoriamente na preparação da próxima época.
De momento apenas nos resta apoiar estes jogadores e esperar que o adversário perca pontos que nos permitam regressar ao primeiro lugar. Não vai ser fácil e desistir não é opção, mas podia não ter sido assim…"

[DE] SL Benfica - Moreirense 1:1

"Nachdem sich Benfica am vergangenen Donnerstag mit dem 3:3 gegen Schachtar Donezk aus der Europa League verabschiedet hat, konnte sich der Rekordmeister jetzt ganz auf die Titelverteidigung konzentrieren. Ein Heimsieg gegen den Tabellenzehnten Moreirense musste her, um den knappen Vorsprung auf den einzigen Verfolger FC Porto zu behaupten.
Trainer Bruno Lage ging die Sache mit der gleichen Startelf wie beim knappen Auswärtssieg vor Wochenfrist bei Gil Vicente an. Nach nur einem Sieg in den letzten sechs Pflichtspielen kamen gerade einmal 40.861 Zuschauer ins Estádio da Luz, die bislang schwächste Kulisse in dieser Saison. Wer kam, sah ein motiviertes, aber sichtlich uninspiriertes Team von Benfica, das sich im ersten Durchgang einige Chancen erarbeitete, dem aber in den entscheidenden Momenten entweder das Glück oder die nötige Klasse fehlte.
Kurz nach der Halbzeitpause scheiterte der ansonsten so sichere Strafstoßschütze Pizzi nach einem Handspiel vom Elfmeterpunkt. Spätestens jetzt lagen die Nerven blank, auf dem Rasen wie auf den Rängen. Immer lauter werdende Pfiffe trugen sicher nicht dazu bei, eine ratlos wirkende Elf zumindest ein wenig zu stabilisieren. So kam es wie es kommen musste. Einen seiner wenigen Vorstöße in die gegnerische Hälfte nutzte Moreirense nach einem Konter aus dem Lehrbuch zum Führungstreffer in der 68. Minute. Benfica warf danach alles nach vorne, kämpfte aber fast ausschließlich mit dem Mut der Verzweiflung.
Zehn Minuten vor dem Ende der regulären Spielzeit verpassten die Gäste die Chance, Benfica nach einem weiteren Konter den endgültigen K.o.-Schlag zu verpassen, Pedro Nuno schoss freistehend aus kurzer Distanz am Tor von Odysseas vorbei. Die insgesamt zehnminütige Nachspielzeit war bereits angebrochen, als Pizzi einen Foulelfmeter im Nachschuss doch noch zum Ausgleich verwerten konnte.
Was bleibt, ist die bittere Erkenntnis, dass Benfica binnen vier Spieltagen einen Vorsprung von sieben Punkten verspielt hat und jetzt einen Zähler hinter dem FC Porto steht, der sein Auswärtsspiel bei Santa Clara mit 2:0 gewinnen konnte. Noch besorgniserregender als die an sich schon erschütternde Bilanz von nur vier Punkten aus den letzten vier Begegnungen ist die Erkenntnis, dass sich die Adler in der derzeitigen Verfassung keine Hoffnung auf die Titelverteidigung machen können. Betrachtet man die Leistungen der vergangenen Monate, mutet die derzeitige Entwicklung wie die Chronik eines angekündigten Todes an.
Es bedarf eines kleinen Wunders, um die völlig überspielte und inzwischen auch restlos verunsicherte Mannschaft des Rekordmeisters zurück auf die Siegerspur zu bringen. Ob das dem zunehmend ratlos wirkenden Bruno Lage noch gelingt, werden die nächsten Wochen zeigen. Weiter geht es am kommenden Samstag mit der Auswärtspartie bei Vitória Setúbal. Spielbeginn ist dann um 19 Uhr deutscher Zeit, sportdigital überträgt live.
---
SL Benfica - Moreirense FC 1:1
Liga NOS, 23. Spieltag
Montag, 2. März 2020, 20.45 Uhr 
Estádio do Sport Lisboa e Benfica, 40.861 Zuschauer
Mannschaftsaufstellung: Odysseas, Tomás Tavares, Rúben Dias, Ferro, Grimaldo, Pizzi, Weigl (61. Dyego Sousa), Samaris, Rafa (70. Cervi), Taarabt (74. Jota), Vinícius
Torschützen: 0:1 Fábio Abreu (68.), 1:1 Pizzi (90.+1)"

Curtas – Benfica perde liderança na luz

"Depois da queda na Liga Europa, a confirmação da queda interna. De sete pontos de vantagem, o Benfica é hoje segundo classificado em Portugal.
Primeira parte:
- Bruno Lage apostou num corredor central com um Samaris e Weigl, para permitir que os laterais se projectassem em profundidade e garantir pelos traços individuais do grego maior reactividade no equilíbrio defensivo, e com isso apostar ofensivamente num corredor central altamente denso, com Taarabt, Pizzi, Rafa e Vinicius, que procuravam combinações interiores para furar última linha adversária;
- A rota de ataque do Benfica passava pela orientação de muitos passes verticais, dentro do bloco do Moreirense que permitissem combinar logo ai, ou que abrissem para corredor lateral e voltassem dentro. A circulação encarnada encontrou caminhos de forma rápida ao longo do primeiro período, e o Benfica não chegou ao golo, porque a falta de eficácia na hora de atirar à baliza, alicerçada na grande exibição de Pasinato complicou em demasia um jogo que não se previa tão difícil;
- A equipa do Moreirense, vinha com a clara intenção de jogar no contra ataque e explorar o espaço nas costas do Benfica e no corredor lateral, utilizando Fábio Abreu como referencia tanto para lançar na profundidade, como para jogar em apoio e dar sequência ao lance. Bloco baixo que foi atrasando a progressão do Benfica em organização ofensiva – Aglomerou muitas pernas, fechou espaços interiores e estava preparado para controlar espaços aéreos em caso de possíveis cruzamentos; 
Segunda parte
- Uma entrada forte e determinada do Benfica podia ter resultado em dois golos. Contudo, a grande penalidade falhada e o golo invalidado, reforçaram a confiança do Moreirense, retiraram confiança aos encarnados e tal acabou por servir de mote para que o Benfica perdesse discernimento, e nunca mais tivesse tido critério no seu jogo – Perdeu intensidade cerebral para ganhar intensidade de deslocamento;
- As saídas de Weigl, e posteriormente de Taarabt, tiraram qualidade, criatividade, e até capacidade na transição defensiva ao Benfica. Na melhor exibição do Alemão ao serviço do Benfica, fica difícil perceber como sai num momento que o Benfica acentuava o seu domínio e não permitia saídas para contra ataque. Depois das saídas de elementos preponderantes na equipa, a equipa de Moreira de Cónegos, podia ter fechado o jogo, mas Pedro Nuno desperdiçou uma oportunidade flagrante, num momento de desespero do Benfica…
- Depois dos 60 minutos, Benfica insistiu desmesuradamente no jogo exterior, muitas vezes terminada com cruzamentos, ao invés do tradicional retorno ao espaço interno. Cruzamentos a saírem em demasia de posicionamentos demasiados atrasados, tornando fácil para a linha bastante numerosa do Moreirense – De frente para a bola – anular tais intentos.
Destaques
- Moreirense: Pasinato – defendeu quase tudo o que podia. Destaque ainda para Fábio Abreu, e Alex Soares. Fábio pelo golo, e pela capacidade de nos 90 minutos estar ligado ao jogo, e a quase todos os momentos ofensivos do Moreirense, mesmo que como apoio nas saídas rápidas, e Alex Soares, pelo numero de interceptações, e primeiros passes para saída que foi permitindo gerar um desconforto enorme à equipa de Lage – Trouxe as dúvidas na cabeça de quem por pressionado não as pode ter. 
- Benfica: Taarabt, depois da sua saída, Benfica deixou de conseguir criar em qualidade, e ainda se sujeitou a um desequilibro que podia ter sido fatal – O marroquino define variabilidade das rotas ofensivas e sem ele, tudo se torna menos ligado e mais previsível. Destaque ainda para Weigl pela capacidade que teve em ligar jogo por dentro, de forma rápida, sobretudo ao longo da primeira parte, e pela capacidade em abafar oposição no seu espaço, de forma muito rápida sempre que a equipa perdia bola."

Desta vez não houve piadinhas, os papagaios dos departamentos de comunicação perderam o pio, não houve toupeiras, cartilhas e e-mails

"A hecatombe europeia – quatro clubes dizimados em dois dias, três derrotas, duas delas em casa, um empate inglório, uma eliminação caricata em Istambul e um saldo deprimente de golos – teve a virtude de pôr conhecidos incendiários a discutir meios de prevenção e combate aos fogos. Nos últimos anos, a prestação dos clubes portugueses nas provas europeias tem sido pouco melhor do que medíocre. Por exemplo, desde que o Benfica chegou à final da Liga Europa, em 2013/14, nenhum outro clube chegou às meias-finais de qualquer competição. O melhor, ainda assim, foi conseguido pelo Porto, ao atingir os quartos-de-final da Champions, meta que, a continuarmos assim, qualquer dia dará direito a um troféu doméstico.
Porém, os resultados medíocres globais não impediram que se instituísse uma narrativa enviesada sobre a Europa como crivo da verdadeira qualidade das equipas. Objectivo: desvalorizar as conquistas internas do Benfica, como se os desempenhos dos restantes clubes lá fora tivesse sido excelente. Este ano, depois da tragédia do Krasnodar e a eliminação limpinha, limpinha com um Bayer Leverkusen que é uma boa equipa, mas não é um colosso, a narrativa do paradoxo dos resultados do Benfica deu lugar a uma reflexão profunda e séria sobre “o futebol português”, a competitividade do futebol português, o que queremos para o futebol português, quo vadis, futebol português?, num fado chorado por todas as cores.
Como foram todos corridos, sem apelo, nem agravo, pela escola de samba de Donetsk, por uns esforçados escoceses (passe o pleonasmo), por um entreposto otomano de jogadores à beira da reforma e pelo quinto classificado da Bundesliga, desta vez não houve piadinhas, os papagaios dos departamentos de comunicação perderam o pio, os comentadores dos programas de televisão tinham o ar perplexo de quem acabou de assistir à queda das Torres Gémeas e dir-se-ia que os jogos nem tiveram equipas de arbitragem em campo porque ninguém falou do talho de Björn Kuipers ou do café de Mateu Lahoz. Não houve esperas nem ameaças de adeptos excitados e tivemos até direito a uma rara e intrigante declaração de um adepto do Porto que escreve nos jornais: dizia-se satisfeito com o desempenho da equipa. (Parece óbvio que, a um ponto da liderança, depois de um atraso de sete, os adeptos não querem desestabilizar a equipa cobrando-lhes em demasia a performance nos jogos europeus).
Puseram todos a melhor cara de conselheiros de Estado – consternados e compungidos – e, em vez de toupeiras, cartilhas, e-mails e penáltis, peroraram sobre as razões das desigualdades no futebol português (se não estou em erro, acho que um até citou Thomas Piketty), os estádios vazios, os horários dos jogos, a formação, etc, etc, etc, num desfiar de desgraças que teria feito cair uma civilização, um império, quanto mais o arruinado edifício do futebol clubístico em Portugal. Digo clubístico porque é de louvar a posição da FPF, apostada em conservar uma distância higiénica em relação ao pântano dos clubes para que a sua galinha dos ovos de ouro, a selecção nacional, não seja contaminada pelos agentes patógenos que circulam livremente mesmo ali ao lado.
O que todos sabem é que este período de nojo será de curta duração. O primeiro teste à ponderação e recolhimento provocados pelo desastre europeu acontecerá já esta noite. Ao primeiro lance duvidoso dar-se-á por terminado o período de reflexão e choverão os comunicados e tweets e posts. A meridiana clareza das eliminações na Europa será substituída por um emaranhado de acusações em que se falará de relatórios e contas, vouchers e, inevitavelmente, de Inocêncio Calabote. As insuficiências das equipas – cruelmente expostas por adversários medianos – serão disfarçadas com os exercícios cosméticos do costume. A partir de agora o que interessa é garantir o acesso à Champions, numa disputa que tem tanto de desporto como a corrida de dois náufragos para se agarrarem a uma boia. É a luta pela sobrevivência e, como todas as lutas pela sobrevivência, não será um espectáculo para estômagos sensíveis.

PS: semanas atrás, todos lemos uma extraordinária declaração do jogador do Famalicão, Fábio Martins após o jogo contra o Benfica para a Taça de Portugal. Uma declaração lúcida e apaixonada de quem vive o futebol com o coração, mas sem perder a cabeça. É uma derrota para todos que não haja mais jogadores, seja por opção ou por restrições impostas pelos clubes, a falar abertamente, de forma tão corajosa e límpida como fez Fábio Martins. O problema é que, para cada Fábio Martins talvez aparecesse um Makaridze, guarda-redes do Vitória de Setúbal que, após o jogo com o Portimonense, assumiu que preferia perder todos os jogos até final do campeonato do que perder com o Benfica. É certo que seria mais grave se tivesse dito que preferia perder pontos com o Benfica e que podemos desculpar as declarações com a menor oxigenação cerebral no final do jogo e à gorada contratação do guarda-redes georgiano pelo Benfica no mercado de inverno. Mas se os jogadores se queixam, e com toda a razão, de serem por vezes os alvos fáceis de suspeitas, seria conveniente que, com o futebol português a arder, não lançassem mais “achos” para a fogueira."

Descubra as diferenças...

"Afinal cotoveladas no Dragão dão direito a vermelhos? Mas não era um arbitro da elite da UEFA ontem? Ou só o árbitro da elite UEFA, de seu nome Artur Soares Dias, é que não vê?
Ahh, e enaltecemos os paladinos do fair play, da justiça, contra manifestações de racismo e violencia, como sao os adeptos do FCP, que aplaudem o Soares, quando este saía após ter sido expulso por agressão!!!"

Benfiquismo (MCDLX)

Cabeleiras...!!!

Vermelhão: é preciso mudar o chip...!!!

Benfica 1 - 1 Moreirense


Existem jogos onde a bola simplesmente não querer 'entrar', hoje foi um deles... o problema é que este jogo, não está 'isolado', vem numa sequência de maus resultados, onde por exemplo no último jogo na Luz, com o Braga, já tinha acontecido o mesmo! Hoje, levámos os 'falhanços' ao máximo, agora até os penalty's são desperdiçados (só marcámos na recarga...)!!! Esta sequência negativa depois acaba-se por reflectir na falta de confiança, é uma daquelas histórias do ovo e da galinha!!!

É verdade que a primeira parte teve pouca intensidade, mas mesmo com as três oportunidades do Moreirense (duas delas, consequência de ressaltos...), podíamos e devíamos ter chegado ao intervalo em vantagem, talvez um 2-1 ou 3-1 fosse 'justo'!!!

Na segunda parte, tudo foi diferente, foi um massacre, nem sempre bem jogado pelo nosso lado, tomamos várias más decisões, mas o caudal ofensivo foi constante e ostensivo... O Moreirense, praticamente 'passou' duas vezes do meio-campo: na primeira ocasião marcou; na 2.ª falhou!!!

Este era o último jogo, na sequência de dois jogos por semana. Daqui para a frente, vamos jogar uma vez por semana, vamos ter praticamente os mesmos dias para preparar os jogos, do que os nossos adversários, algo que não acontece desde Janeiro!!! Talvez por isso, o Fontelas tivesse apostado tudo com Veríssimo/Vasco... O Benfica, hoje, não tinha capacidade física para fazer 90 minutos de pressão alta, em grande velocidade... Isso foi visível principalmente no final da 1.ª parte, nas transições defensivas... na 2.ª, com o reposicionamento do Taarabt e com o Moreirense em vantagem a 'recuar', não houve necessidade de muitas correrias para 'trás'... Mas este é na minha opinião o principal factor para esta fase... que depois acaba por ter consequências noutras variáveis...

Nos últimos minutos, faltou discernimento, e 'rotinas' para jogar com dois pontas-de-lança, os jogadores no ataque planeado, estão demasiados estáticos, normalmente ficámos à espera que o Taarabt crie o desequilibro...!!! Mas apesar dos nossos 'problemas' o domínio foi avassalador, e as estatísticas não enganam: 10 remates enquadrados, contra 1 !!! 27-8, no total de remates!!!
Nestes momentos negativos existe a tendência de colocar em causa o profissionalismo e o amor à camisola dos jogadores, creio que hoje independentemente das críticas, ninguém poderá colocar em causa a atitude da equipa... o Pizzi acabou o jogo de rastos emocionalmente e não foi o único... Em épocas anteriores, após eliminações Europeias, às vezes, quando se pensa que as equipas vão ficar com mais tempo para as recuperações, mentalmente, com um dos objectivos da época 'falhado', existe a tendência para alguma descompressão... mas isso, não acontece hoje.
Aparentemente as armas estão 'apontadas' ao treinador (e alguns com segundas intenções ao Presidente...!!!), hoje, critiquei de início a presença no banco do Cervi e do Chiquinho, explico: o Rafa tem feito exibições muito abaixo do normal; o Cervi com as suas limitações estava num bom momento... com o regresso do Rafa da lesão, o Cervi simplesmente voltou ao banco! Esta situação já tinha acontecido com Almeidinhos, que 'sentou' o Tomás, numa altura onde o puto estava a jogar muito bem...!!! 
Em relação à substituição do Adel, acho que os assobios foram absurdos: o Taarabt já com o Shakhtar tinha feito os últimos 20 minutos de rastos; terá sido um dos jogadores mais utilizados em Fevereiro; e estava a individualizar as soluções, numa altura onde era preciso mudanças de flanco longas, algo que ele normalmente não faz...
No Estádio fiquei com dúvidas, mas agora depois de rever as imagens, não tenho qualquer dúvida: a decisão de anular o golo ao Rafa é escandalosa! A bola não bate no braço do Pizzi, é claro. O facto do VAR ter mostrado a repetição do ângulo mais aberto, com a imagem parada, para dar a sensação que tinha existido falta, é a prova da premeditação do VAR e dos seus ajudantes... Um VAR só pode reverter uma decisão se tiver a certeza absoluta, esse é o famoso protocolo, até posso admitir que o lance é difícil de decidir, agora ninguém poderá garantir que a bola bateu na Mão do Pizzi, ninguém...!!! Como já referi, estas nomeações foram cirúrgicas, no momento potencialmente mais frágil do Benfica, até ao final da época...

No 1.º penalty, acho que não houve falta, a bola bate no braços, mas o braço está 'encostado' ao corpo! Acabou por ser o Fiscal a marcar, e o Vasquinho não teve coragem de anular... O lance de Barcelos, é muito 'mais' penalty!!!
No 2.º penalty, a falta é clara...
Depois dos 7 pontos de vantagem, estar com 1 ponto de desvantagem, é 'traumatizante' e acaba por ser normal dizer da boca para fora que já 'fomos'!!! Mas isso só é dito pelos benfiquistas, não pelo que o Benfica não está a jogar, e muito menos devido àquilo que os Corruptos também não estão a jogar!!! Esta 'sensação' só existe, porque na nossa experiência como Benfiquistas a viver no Tugão, sabemos que os Corruptos são levados ao colo praticamente em todos os jogos!!! A reversão da expulsão do Manafá hoje nos Açores, é vergonhosa... basta comparar com a expulsão do Taarabt na Luz, já esta época, onde o Adel entrou com o 'peito' do pé e depois o pé resvalou para o pé do adversário; com esta entrada do Manafá, com os pitõns 'por cima', onde raspa na bola, e depois atinge em cheio com os pitóns no adversário... Não contente, o Xistra ainda conseguiu marcar um dos penalty's mais surreais que eu alguma vez vi... acabou por ser desperdiçado, é verdade, mas marcar falta ao guarda-redes numa situação destas, é um absurdo tão grande, que é impossível ser incompetência... no Rugby, por exemplo, numa situação destas, o Otávio tinha ido para a Rua, no futebol do Xistra, é penalty para os Corruptos... para o Xistra e para o Lagartão do António Nobre, que no VAR assistiu a tudo isto com um sorriso nos lábios!!!
São estes episódios, semanalmente, que nos fazem desmorecer... Porque futebolisticamente falando, temos tudo para sermos Campeões...