"Com o brilharete na Champions, a conquista do campeonato, a imagem positiva de que goza hoje a formação do Benfica e com os clubes ingleses inundados de dinheiro, o mais provável é que se assista a uma razia no plantel encarnado. Se o mercado for racional, da equipa que terminou a época a titular devem sair seis jogadores. Renato e Gaitán são dossiers encerrados e só se meia Europa andar distraída é que Ederson e Lindelof não irão pelo mesmo caminho. Já Jonas e Jardel, por oferecerem uma combinação importante de maturidade com qualidade, deviam ser preservados.
Perante este cenário, não faltarão lamúrias e muitos se apressarão a pintar de tons trágicos a próxima temporada. Não vai ser fácil reconstruir, uma vez mais, uma equipa ganhadora, mas também não vejo razões para tremendismos. Há, porém, erros que não podem ser cometidos.
Um deles é cair na ilusão romântica de que, no futebol actual, é possível a um clube português competir com ofertas de clubes ingleses, espanhóis e, claro está, chineses. Não só não é, como seria um erro se o Benfica tentasse responder a propostas salariais irrecusáveis para os atletas e que se traduzem em grandes mais-valias para o clube.
Um pouco de memória é suficiente para percebermos o equívoco que teria sido acompanhar salários exorbitantes oferecidos a jogadores que pareciam insubstituíveis (Maxi), além de que um clube português não tem condições financeiras para recusar ofertas de 30 milhões de euros, qualquer que seja o jogador (Enzo). Quem diz o contrário, está rendido à demagogia e deixa-se iludir. O que, é sabido, é meio caminho para acumular derrotas"