Melhorámos em relação à Final da Elite Cup, em mais um troféu para juntar à coleção...
Últimas indefectivações
domingo, 12 de outubro de 2025
Supertaça perdida...
25-23, 25-17, 24-26, 25-23
Mais um troféu perdido, contra uma equipa reforçada, mas com o Benfica a oferecer os dois primeiros Set's torna-se mais complicado: o Murad e o Todua, têm que ser titulares!
Compreendo que na pré-época, tivemos vários jogadores nas Seleções, houve pouco tempo para os jogadores novos, se integrarem, mas a qualidade individual destes dois reforços é indiscutível... tal como o Kelvi que me tem surpreendido!
O Marcel tem provado que após o arranque das temporadas, a equipa vai melhorando até aos play-off's, temos que voltar a fazê-lo esta época...
Vitória curta!
Benfica 4 - 2 Sporting
Mais uma excelente vitória, após a desilusão na Supertaça, conseguindo os jogadores transmitir as sensações das Finais da última época!
Fomos muito superiores, o 3-2 na recta final foi tremendamente injusto, mas o facto é que os Lagartos mesmo jogando pouco, marcam golos, nem que seja às 3 tabelas... e ainda, acertaram 3 vezes nos postes!!!
A juventude desta equipa está a ganhar rotação e experiência... esta equipa, nas próximas épocas, poderá necessitar de alguns ajustes, mas a maior parte destes jogadores, é para fazerem toda a carreira com o Manto Sagrado!
Que diferença brutal, quando os apitos são iguais para as duas equipas!!!
Tudo às cabeçadas na Calimero TV
"Se alguém viu a 'Summit' lá fora, ficou a saber que os presidentes dos maiores clubes portugueses nem se podem ver uns aos outros, mas o evento reforçou a necessidade de olhar para dentro
Eu, ingénuo, me confesso. Assumo ter acreditado que a relação entre três presidentes com experiência de balneário significaria uma nova fase no futebol português, mas os últimos dias deixaram pouca ou nenhuma margem para alimentar a ilusão. Afinal, o antigo jogador do Benfica, o antigo treinador do FC Porto e o antigo médico do Sporting são incapazes de contrariar certos vícios do passado. Podem ter oferecido novas perspetivas aos seus adeptos, mas pouco parecem dispostos a fazer pelo futebol português. Quando olham para dentro, só conseguem ver as suas cores. Desafiados a apresentar uma visão moderna, decidiram recuperar uma personagem de animação criada em 1963.
A casca de ovo fica bem na cabeça de quem vive de queixas e queixinhas, manobra para desviar atenções tão antiga quanto o referido pintainho, mas, por este andar, o crucial processo de centralização dos direitos televisivos vai ganhar o nome de Calimero TV.
Nem era preciso que Villas-Boas viesse dizer que «os presidentes não se podem ver uns aos outros» e que andam «às cabeçadas». Há muito sabemos que é cada um por si e todos contra todos no futebol português. O presidente portista até pediu ajuda à Liga e à FPF, mas nessas instâncias a estratégia mantém-se: desvalorizar ou fingir que nada se passa. De tal forma que Pedro Proença, focado na organização da «maior «summit de futebol do mundo», ainda não comentou algo que merecia esclarecimento imediato, tal a gravidade da declaração de Frederico Varandas sobre o alegado «mapeamento das afinidades dos órgãos sociais da FPF».
Esta guerra aberta colide com a sede de internacionalização que está bem patente nos inglesismos da Summit, mas é justo valorizar o evento. O melhor exemplo talvez tenha sido o presidente do Famalicão, pela forma como explicou a importância do mercado interno, utilizando o uruguaio Manuel Ugarte como modelo, já que Miguel Ribeiro vendeu-o ao Sporting por um valor três vezes maior do que comprou, e os leões transferiram-no para o Paris Saint-Germain por 10 vezes mais. Promover esse círculo será benéfico para o futebol português, em alternativa a um modelo que insiste em contratar fora, quando tantas vezes nada acrescenta ao que existe por cá. Até porque, como disse Villas-Boas no mesmo evento, «os Vinícius Jr. da vida já são contratados por Chelsea e Real Madrid em vez de FC Porto e Benfica».
Mais uma razão para olhar para dentro."
Considere-se o mexilhão avisado
"«Nós [os três grandes] dominamos provavelmente 80 por cento da demografia desportiva portuguesa. Em Itália, Espanha ou Alemanha há forte identificação regional, o que não acontece cá»
André Villas-Boas, presidente do FC Porto, no Portugal Football Summit
Diz o povo que quando o mar bate na rocha quem se lixa é o mexilhão, e o mexilhão do futebol português pode considerar-se avisado, a partir de hoje, porque vem aí o mar.
Depois da posição do Benfica de deixar a Liga Centralização, que negoceia a centralização dos direitos televisivos a partir de 2028, imposta por lei, os recados de André Villas-Boas, presidente do FC Porto, no Portugal Football Summit, tiraram quaisquer dúvidas: seja qual for a fórmula encontrada para dividir as receitas de TV (se realmente se chegar à centralização, porque tenho dúvidas que aconteça, tal o atraso no processo), o bolo terá de ir quase todo para águias, dragões e leões. Os mais pequenos que se lixem.
Quando a Liga acenava com 300 milhões de euros anuais para dividir por todos, a ilusão de que o mexilhão iria sair beneficiado manteve-se...
Agora que se percebeu que os 300 milhões são impossíveis (nem 200...), os grandes fazem finca-pé de que não estão dispostos a perder dinheiro, lembram o impacto que têm no mercado — os tais 80 por cento de que fala Villas-Boas, se olharmos apenas para os clubes da Liga e não para todo o panorama, até talvez pequem por escasso —, a forma como arrastam, mesmo assim, as poucas receitas dos outros para cima (com bilheteira, apostas e cedência de verbas da UEFA, como lembrou AVB), e o mexilhão não tem por onde fugir da rocha..."
O respeito pelos valores do Benfica e o exemplo de Félix Bermudes
"Na família Benfiquista usualmente chamamos de “Pai” a Cosme Damião, alguém que atingiu a eternidade através do Sport Lisboa e Benfica, elevado ao patamar da excelência. Contudo, a seu lado no Olimpo do SLB, em letras douradas, estará certamente Félix Bermudes.
Félix Bermudes, um enorme Benfiquista “tripeiro”, para além de ter sido Presidente e atleta de várias modalidades, no difícil ano de 1907, foi talvez a principal figura que permitiu que quase 120 anos depois, nos intitulemos do maior Clube do mundo em termos de sócios. Usando uma expressão sem parcimónia, “um homem maior que a vida”.
Desconhecido para alguns, aprendi a ver este nosso consócio eterno como modelo inspirador de Benfiquismo, recordando o entusiasmo de ler e ouvir gravações acerca do que fez pelo nosso Clube e pela Cultura em Portugal. Para mim, sem hesitação, um dos maiores da nossa História. Acresce que para além do muito que fez pelo nosso “Glorioso” foi também um escritor de mão cheia.
A este respeito, na última AG do nosso Benfica, tive oportunidade de fazer uso da palavra para, previamente à questão do regulamento eleitoral, falar de algo que considero essencial: o respeito. Parece-me bastante evidente que somos todos consócios e parte da mesma família. Podemos não estar de acordo, até discutir com paixão, mas há linhas que não devem (podem) ser transpostas … linhas vermelhas, aqui em duplo sentido, até literal…
O respeito e a decência têm de imperar no SLB, e os ataques cobardes e gratuitos entre sócios não podem ter espaço. Seja quem for. E pensar ou fazer diferente é desonrar os nossos valores e a nossa Gloriosa História.
Usando a este propósito as palavras de Félix Bermudes, partilho uma passagem de um texto que escreveu intitulado “Porque sou benfiquista?”
“Esse espírito de fraternidade uniu a Família Benfiquista num só bloco, em que o rico e o pobre, o iletrado e o culto, o poderoso e o humilde perdem de vista as diferenças que os separa, e se nivelam na mesma devoção a uma bandeira, a um emblema, a um símbolo, a um Ideal!
Sou Benfiquista porque, nesta família social, sinto retribuído por todos, o respeito que a cada um manifesto. Porque o lar benfiquista fechou a sua porta à indisciplina, à grossaria, à brutalidade, à insolência; e a harmonia da sua vida interna reflete-se luminosamente na sua missão externa”…
Tenho o privilégio de ter Amigos como candidatos a órgãos sociais em várias listas nestas eleições. A todos apresento os parabéns pela coragem e sentido de missão para se candidatarem e desejos de boa sorte caso sejam eleitos.
No entanto, não pode valer tudo para atingir objectivos eleitoralistas, seja quem for o visado. E se a questão foi tema na AG, perante o que tem sucedido recentemente, é (lamentavelmente) o principal tema.
Acredito que acima da questão de quem vença ou perca as eleições que se aproximam, se for este o rumo que escolhemos percorrer, poderá estar em causa a identidade de um Clube único, de um sonho eterno que tem de evoluir sem perder de vista o que o fez chegar aqui: a união dos seus associados e o respeitos por valores essenciais desde 1904. Sem isso, não haverá realmente vencedores, apenas um derrotado: o Sport Lisboa e Benfica.
Perante isso, cabe a todos nós pensarmos seriamente o caminho que queremos trilhar, e, individualmente, pensar no papel que queremos ter ou como futuramente pretendemos que a família nos recorde…
Quo Vadis Benfica?"
Comunicado da Mesa da Assembleia Geral
"A Mesa da Assembleia Geral do Sport Lisboa da Benfica presta o seguinte esclarecimento:
1.º É falso que a Mesa da Assembleia Geral tenha recusado qualquer candidatura à Comissão de Remunerações.
2.º As candidaturas recebidas foram todas, sem qualquer exceção, admitidas para avaliação da sua regularidade.
3.º Considerando que o artigo 78, número 1 dos Estatutos dispõe que "a Comissão de Remunerações é eleita pelos sócios em lista conjunta com os Órgãos Sociais e tem um mandato de quatro anos", a Mesa da Assembleia Geral informou as candidaturas, quer nas reuniões preparatórias, quer nas comunicações, quer nos procedimentos estatutários publicados, que o seu entendimento dos estatutos é claro – e por todos foi compreendido: a norma impõe que a Comissão de Remunerações seja eleita nos termos aí referidos, a não ser que o Regulamento, que não foi aprovado em AG, a especializasse.
4.º As candidaturas, todas sem exceção, cumpriram com este normativo, nos termos expostos."
Fim de semana preenchido
"A atividade benfiquista em destaque nesta edição da BNews.
1. Contributos internacionais
Siga o desempenho dos jogadores do Benfica ao serviço de várias seleções nacionais.
2. Laços fortalecidos na adversidade
Veja o conteúdo BPlay sobre os processos de recuperação de lesão de Bah e Manu.
3. Troféus para ganhar
O Benfica tem hoje a possibilidade de vencer dois troféus. Às 16h00, em Loulé, a equipa masculina de voleibol disputa a Supertaça, com o Sporting. Às 18h00, em Odivelas, é a vez da equipa feminina de hóquei em patins também lutar pela Supertaça.
4. Mais jogos do dia
Na Luz, em masculinos, há andebol entre Benfica e Águas Santas (14h30), dérbi de futsal com o Sporting (16h00) e embate com o Turquel em hóquei em patins. As equipas femininas de voleibol e de futsal têm deslocações ao CD Fiães (16h00) e ao GD Árvore (19h00), respetivamente. Os Juniores recebem o Torreense, às 15h00, no Benfica Campus.
5. Bastidores
Veja imagens exclusivas da deslocação a Turim da equipa feminina de futebol do Benfica.
6. Convocatórias
Duas jogadoras do Benfica estão convocadas para seleções jovens femininas de futebol brasileiras. A seleção nacional de futsal conta com seis atletas do Benfica. E são também seis andebolistas do Benfica chamadas pela seleção nacional feminina.
7. Reforço
O marchista Eduardo Camarate passa a representar o Benfica.
8. Campeão nacional
Na pesca desportiva, o atleta do Benfica Pedro Bessa é campeão nacional da 1.ª Divisão Individual (boia).
9. História agora
Veja a rubrica habitual das manhãs de quinta-feira na BTV.
10. Em Destaque
Os principais conteúdos e temas que marcam a agenda do Sport Lisboa e Benfica nas diferentes plataformas do Clube.
11. Bolsas do Ensino Superior
Decorre, até 15 de outubro, o período de candidaturas a Bolsas de Ensino Superior atribuídas pela Fundação Benfica.
12. Comunicado da Mesa da Assembleia Geral
Leia o comunicado oficial da Mesa da Assembleia Geral do Sport Lisboa e Benfica acerca da apresentação das candidaturas aos Órgãos Sociais do Sport Lisboa e Benfica e à Comissão de Remunerações."
E se me enganei?…
"Qualquer cargo público carece de empenho, vocação, projeto e validação. Sobretudo quando se trata de uma das posições mais invejadas, pela sua notoriedade, influência, alcance, poder direto e indireto, protagonismo e escrutínio. Para não falar, evidentemente, da perspetiva de dimensão internacional e de uma ótima remuneração.
Ser presidente da Federação Portuguesa de Futebol é, provavelmente, o cargo mais desejado pela esmagadora maioria dos dirigentes desportivos nacionais, justamente pelos motivos que apontei no parágrafo anterior, constituindo uma espécie de cereja no topo do bolo, apenas ao alcance de alguns, com a óbvia necessidade da criação de uma ampla base de reconhecimento e apoio, alicerçada na experiência, na magnanimidade, na transversalidade.
E, já agora, se formos mais longe na avaliação de um perfil, na capacidade de gestão, de aglutinação de diversas e muito distintas conceções do desporto e da modalidade, teremos, para o eleito, um quadro muito exigente. Se quisermos, um quadro de alta competição, para o qual se requer um atleta musculado, focado e determinado.
Não fui um dos que, à partida, rejubilou com a candidatura e posterior eleição de Pedro Proença como líder da entidade federativa. Um excelente árbitro, reconhecido na Europa e no Mundo como um dos melhores e mais dotados da sua geração, mas com uma passagem pela Liga Portuguesa de Futebol Profissional com alguns objetivos incumpridos, ou, pelo menos, deixados a meio, tal como, de resto, o seu mandato.
Por natureza, entendo que os eleitos, até para valorização da sua posição e credibilização da sua ação, devem cumprir na íntegra as obrigações temporais decorrentes da sua escolha. Como bem sabemos, não foi o caso de Proença no seu ultimo mandato à frente da Liga Portugal.
E embora tal fosse previsível, a dado passo da narrativa que conduziria à sucessão de Fernando Gomes na liderança da Federação Portuguesa de Futebol, ficou a sensação de orfandade em relação ao trabalho iniciado pelo antigo juiz internacional na entidade gestora do futebol profissional em Portugal.
Mas o tempo, aquele que tudo adequa e resolve, e que, como Pedro Calderón de la Barca tão bem caraterizou («que o diga o tempo, o único que, sem dizer nada, diz tudo…»), empenha-se em demonstrar que Pedro Proença está a realizar um excelente trabalho na FPF, tentando aproveitar o muito que de bom foi feito nos últimos 15 anos (quer desportiva, quer estruturalmente), e em trilhar caminhos de valorização crescente de um património único, como o da modalidade que mais recursos move e que mais adeptos mobiliza no nosso país.
Há várias nuances a considerar, na avaliação do trabalho de gestão de um organismo com a dimensão e o alcance da FPF. Do ponto de vista desportivo, a equipa de Proença consegue, nos primeiros tempos, vitórias importantes nas Seleções Nacionais, seja com a equipa A, seja com os escalões de formação. Também beneficia de qualificações importantes, a nível internacional, com o futsal a marcar excelentes momentos.
Mas Proença, não eleito para um importante cargo executivo na UEFA nos primeiros dias do seu consulado na Cidade do Futebol, encontrou nesse desaire (que deixou Portugal órfão numa estrutura muito significativa na influência e no lobbying no futebol do Velho Continente), a oportunidade para relançar a sua imagem, num mandato pautado por um imenso protagonismo individual, garantido por uma presença constante nos media tradicionais mas, sobretudo, numa navegação bem orientada e gerida nos social media. Goste-se ou não (é um estilo de liderança em absoluto contraponto com a anterior…), a personalização e promoção da sua imagem e atividade enquanto presidente da Federação Portuguesa de Futebol tem-no ajudado e projetado, porque o trabalho — muito profissional e francamente bem executado — demonstra o poder da comunicação externa num modelo anteriormente não experimentado na Cidade do Futebol.
Por outro lado, articula em várias direções as vertentes que são efetivamente decisivas: tenho alguns amigos, líderes ou membros de Direções de Associações Distritais de Futebol (não votantes em Proença), que me vão igualmente confessando a sua positiva surpresa em relação ao modo como os contactos, a interação e a capacidade de entendimento dos seus problemas e anseios específicos são abordados, no seio da nova Direção, com encontros cíclicos e profícuos.
E, no âmbito internacional, ninguém, com algum bom senso e perspetiva de futuro em relação ao posicionamento do futebol português nas instâncias internacionais, poderá colocar em causa o sentido de oportunidade da realização da Portugal Football Summit e, essencialmente, dos temas nela abordados, da qualidade e perfil dos convidados internacionais. Mas, mais importante que tudo isso, do posicionamento de Portugal como país da carruagem da frente no futebol mundial, como co-organizador do Mundial-2030, candidato a outras provas de dimensão global, ou parceiro no desenvolvimento e na promoção da arbitragem (algo que, de resto, advém de uma postura estratégica de há muitos anos que levou o próprio Pedro Proença a finais da Liga dos Campeões e do Europeu, à Taça das Confederações e à fase final de um Mundial).
Não sou — nunca serei — dono da verdade, enquanto jornalista. Em 40 anos de carreira, procurei estabelecer equilíbrios e não me deixar levar por vedetismos fúteis e fáceis. Por isso, não tenho nenhum problema, em relação à ideia inicial sobre a atual gestão da FPF, de lançar a mim próprio a mais simples das perguntas: e se me enganei?…
Cartão branco
Tem, seguramente, um dos mais especiais temperamentos do futebol português (e talvez internacional). Já assim era como jogador (de elite!), e assim continua, sem enganar ninguém nem vender gato por lebre, na carreira de treinador. Mas é um coração mole para os seus, é extremamente rigoroso, exigente e competente, defende o grupo como muito poucos, e tem tido inegável sucesso. Sérgio Conceição chega, agora, ao Golfo Pérsico, certamente com um muito musculado acordo financeiro, para treinar o Al Ittihad. Embora a liga saudita não me seja particularmente querida, Sérgio merece o melhor nesta nova fase da carreira.
Cartão branco
Habituei-me a vê-la e a segui-la ao longo de décadas, por força da televisão pública, única em tempos, e pela competência, pela capacidade de contar histórias com um sorriso e com a bonomia de quem acreditava haver sempre uma face positiva das notícias. Tão necessário isso era, e tão essencial continua a ser, numa era evolutiva dos media em que a emergência da ação e a ditadura do tempo empurram as narrativas jornalísticas para um beco de difícil saída. Dina Aguiar terminou o seu tempo nos ecrãs, mas continua com o sorriso de sempre, e a capacidade de inspirar, motivar e ensinar novas gerações de jornalistas. Que este seja sempre o seu lado bom da vida."
Superliga: Barcelona isola Real Madrid
"O 'regresso' dos catalães à família UEFA e um aliado e rival que se mantém para já sem reação
Não deve ser fácil ser presidente de um clube como o Barcelona, que goza dum enorme prestígio internacional com adeptos em todos os cantos do mundo do futebol, mas que, ao mesmo tempo, passa por uma séria crise financeira que já dura há vários anos e cujo final não se vislumbra. Joan Laporta herdou do seu antecessor, Josep Bartomeu, essa difícil situação que o tem obrigado a ter de encontrar soluções imaginativas, próximas ao funambulismo, que lhe têm permitido cumprir, quase em cima da hora, as normas de fair play financeiro impostas por LaLiga, algo mais permissivas que as da UEFA que impôs ao Barcelona uma sansão de €60 milhões pela venda de direitos televisivos futuros, multa depois reduzida para 15 milhões com a condição de que essas normas não voltem a ser vulneradas.
Joan Laporta entrega-se agora ao complicado equilíbrio de aproximar-se o mais possível à UEFA sem romper, por agora, pelo menos oficialmente, o seu compromisso, com Florentino Pérez, de sócios no projeto da Superliga. Nesse exercício de fortalecer a amizade com Aleksander Ceferin, Laporta esteve com ele em Paris na cerimónia de entrega da Bola de Ouro à qual, naturalmente, faltou Florentino, depois convidou-o para assistir ao jogo do Barça com o PSG embora isso o tenha obrigado a engolir o sapo de ter de receber o «traidor» Luís Figo no camarote de honra do estádio de Montjuic.
A compensação veio uns dias depois com a autorização da UEFA para que dispute em Miami o Villarreal-Barcelona da liga espanhola. Mas há mais favores que Laporta pode vir a necessitar e o mais próximo será que a UEFA considere que o Nou Camp, ainda em obras, reúna as condições para que nele se disputem os jogos da segunda fase da atual edição da Liga dos Campeões. Por outro lado, o caso Negreira, o vice-presidente dos árbitros a quem o Barcelona pagou durante anos até chegar aos 8 milhões de euros, continua sem ser julgado e uma sentença condenatória poderia levar a UEFA a aplicar o regulamento, expulsando o Barça das suas competições.
Laporta deu, esta semana, outro passo mais no sentido da aproximação: foi a Roma e efusivamente recebido por Ceferin e por Nasser Al-Khelaifi, que o convidaram para assistir à Assembleia Geral do EFC (European Football Clubs). No seu regresso a Barcelona, Joan Laporta afirmou que «o Barcelona tem uma posição muito clara» e que os «afetados» sabem qual é: «Queremos chegar a um acordo com a UEFA, pacificar o futebol europeu e que os clubes que estão na Superliga voltarem à UEFA. Estamos progredindo nas negociações e confio em alcançar um acordo o mais depressa possível, já estamos muito perto de conseguir um entendimento. Tanto Ceferin como Al-Kelahifi estão na posição de promover esse acordo e de nos acolher de novo na UEFA e na EFC.». Al-Kelahifi dá como um facto consumado o regresso do Barcelona e depois de recordar que a Superliga nasceu morta, lançou um apelo: «Queremos que todos voltem, incluindo o Real Madrid, esta é a sua família e a sua casa.» Por enquanto, por parte de Florentino Pérez, não há qualquer reação."
Abel Ferreira, um caso raro no Brasil
"Há fenómenos que o futebol explica mal. No Brasil, país onde a paixão dita as leis e a paciência é uma virtude quase extinta, Abel Ferreira é uma “anomalia” que virou referência. Em 1.800 dias à frente do Palmeiras, o treinador português tornou-se o símbolo de algo que há muito o futebol brasileiro tinha perdido: continuidade.
Desde a sua estreia no banco do Verdão, a 5 de novembro de 2020, Abel tem mais tempo à frente do Palmeiras do que a soma de 16 dos outros 19 treinadores da Série A. E também mais tempo do que a soma dos dias dos três treinadores que estão há mais de um ano à frente dos seus clubes. A soma do tempo de trabalho dos 16 treinadores que estão há menos de um ano à frente de clubes do Brasil resulta em 1.677 dias. Abaixo de Abel Ferreira aparece Rogério Ceni, que se estreou pelo Bahia há 754 dias. Léo Condé (Ceará) completa o top-3 com 459 dias.
É um número que impressiona e um contraste que ilustra o caos instalado na cultura desportiva do país do futebol. O treinador português não é apenas uma exceção estatística, é um exemplo de como se constrói uma dinastia num ambiente instável.
O futebol brasileiro vive refém do imediatismo. O ciclo é conhecido: derrota, crise, demissão, esperança, nova demissão. O dirigente cede à pressão da bancada, da torcida e o projeto morre antes de nascer. Nesse cenário, Abel Ferreira criou no clube uma genuína cultura humanista, onde todos se sentem parte de um só corpo, de um só propósito. Conseguiu unir jogadores, staff e adeptos em torno de um ideal coletivo, onde o sucesso individual só faz sentido quando serve o todo que é grupo. Ergueu um modelo de sucesso que resiste ao tempo e aos humores das redes sociais. O segredo está na liderança. O português trouxe para o Brasil uma ideia europeia de gestão, baseada em planeamento, meritocracia e processos claros, mas adaptou-a à realidade emocional e imprevisível do futebol brasileiro. Nunca procurou ser brasileiro, procurou compreender o Brasil. E talvez seja aí que começa a sua vitória mais silenciosa.
Abel não fala só de tática. Fala de pessoas, de propósito e de identidade. Nos momentos de maior pressão, o seu discurso não é sobre o adversário, mas sobre o que a sua equipa pode controlar: atitude, coragem, concentração e sem medo de arriscar. A palestra ao intervalo no recente clássico contra o São Paulo, em que o Palmeiras perdia por 0-2 e acabou a vencer 3-2, é um retrato fiel da sua filosofia: recomeçar, acreditar, agir. Disse no balneário: Agora vamos tentar ganhar nós a segunda parte, ok? Vamos por tarefas, está entendido? É isto que temos de fazer agora. A primeira parte, meus amigos, 2-0 para eles. Agora, 0-0, vamos começar a segunda parte, ok? Ganharmos a segunda parte, um golo de cada vez. Precisamos de entrar com calma e fazer um golo só, para entrar no jogo outra vez. Depois, se Deus quiser, ir à procura do segundo com calma. É isto que temos de fazer. E manter o controlo cá atrás, disse o técnico aos jogadores.
A lição foi colocada em prática no segundo tempo e com sucesso, já que Vítor Roque (70'), Flaco López (74') e Ramon Sosa (89') operaram a reviravolta.
Quando chegou em 2020 ao Allianz Parque, Abel foi recebido com desconfiança. O Brasil ainda vivia sob o eco do efeito Jorge Jesus, e muitos viam no novo português apenas uma tentativa de repetir a fórmula. Mas Abel rapidamente provou ser de outro molde. Rígido no trabalho, emocional no discurso, obsessivo nos detalhes e intransigente na disciplina, o seu estilo chocou primeiro e conquistou depois.
Hoje, o respeito é unânime. Dentro e fora do clube. A gestão do grupo, a clareza das ideias e a capacidade de extrair o máximo de cada jogador transformaram o Palmeiras numa equipa competitiva, regular e mentalmente forte. Não é o talento que explica tudo; é a organização, o foco, a exigência e a capacidade de gestão entre vendas e compras a bem da sustentabilidade e consolidação financeira do clube. Nos últimos cinco anos, o Palmeiras perdeu jogadores fundamentais, mas manteve o padrão. Onde outros viam problemas, Abel viu oportunidades para reinventar. E reinventou.
Sob o seu comando, o Palmeiras não venceu apenas títulos, dez troféus em menos de cinco anos, como também valorizou talento jovem de forma exemplar. Abel soube lançar, rentabilizar e proteger promessas. Foi assim com Endrick, hoje no Real Madrid (os merengues pagaram ao Palmeiras 35 milhões de euros fixos, com a possibilidade de mais 25 milhões em variáveis), com Estevão, contratado pelo Chelsea por 45 milhões fixos mais 16,5 milhões dependentes de objetivos, ou com Vitor Reis, transferido para o Manchester City por 35 milhões de euros. Três exemplos de jovens que cresceram sob o olhar atento de um treinador que, mais do que potenciar, educa. Abel Ferreira mostrou ao futebol brasileiro que a formação pode e deve ser parte de um projeto vencedor, não apenas uma solução de recurso ou de urgência.
Mas há uma dimensão que explica o seu sucesso e que o distingue de tantos outros: a forma como vive o ofício. Abel Ferreira é um influencer de comportamentos, alguém de cabeça fria e coração quente. Um treinador que pensa com racionalidade e age com paixão. Um líder que se desafia constantemente, que se coloca à prova todos os dias, que não se acomoda nem quando ganha. Não gosta de zonas de conforto, porque nelas não há crescimento, desenvolvimento nem evolução. Sem indagação, reflexão e inovação, o futebol morre. É essa inquietação permanente, essa fome de superação e de evolução, esse desejo de ser melhor amanhã do que é hoje, que o mantém no topo há quase cinco anos.
E porque, no futebol como na vida, ninguém ganha sozinho, é justo reconhecer o papel da sua equipa técnica composta pelo João Martins, Vítor Castanheira, Carlos Martinho e Tiago Costa, profissionais de enorme competência e lealdade, que partilham da mesma ética, competência e visão. A coesão e a complementaridade deste grupo são parte essencial da longevidade e do sucesso do projeto. Da mesma forma, é impossível ignorar o trabalho discreto e eficaz do seu empresário, Hugo Cajuda, cuja gestão de carreira tem permitido a Abel crescer em estabilidade, serenidade e foco. São pilares invisíveis de uma caminhada que é coletiva, não individual.
A diferença entre Abel e a maioria dos treinadores brasileiros não é apenas de nacionalidade, é de coerência. Enquanto muitos técnicos se moldam à pressão dos resultados e aos caprichos dos dirigentes, o treinador português mantém a sua linha. Fala o que pensa, mesmo quando isso incomoda. Grita, confronta, explica. É emocional, sim, mas é sobretudo lúcido. E é também por isso que o seu nome se tornou intocável no Palmeiras. Mesmo quando fala em regressar à Europa, o clube protege-o e a torcida venera-o. A relação é de respeito mútuo e de confiança construída. Não é fácil ficar tanto tempo num banco brasileiro sem rachar por dentro. Abel conseguiu e com resultados.
Atualmente, conduz o Palmeiras na liderança do Brasileirão, com os mesmos 55 pontos do Flamengo, mas com menos um jogo, (joga esta noite frente ao Juventude). Está também nas meias-finais da Libertadores, pela quarta vez em seis anos. Repito: é a quarta vez em seis anos que Abel coloca o Palmeiras entre os 4 melhores da América do Sul. É uma máquina competitiva, capaz de se adaptar a cada momento da época, de cada jogo tirar lições, e de cada obstáculo fazer um motivo para crescer.
Abel Ferreira é, já sem contestação, o melhor treinador da história do Palmeiras. Mas talvez seja mais do que isso: é um caso de estudo sobre liderança no desporto moderno. Num futebol cada vez mais tóxico, onde o resultado da próxima jornada define o valor de uma carreira, Abel representa a ideia de que o tempo ainda é uma das maiores ferramentas.
O seu legado vai muito além dos troféus: está na cultura que deixou. No profissionalismo que exigiu, na mentalidade que construiu, na crença que devolveu a um clube e a uma massa adepta inteira. Talvez por isso, mesmo quando partir, o que será inevitável, Abel continuará a ser o símbolo de um tempo em que o Palmeiras voltou a ser grande. Não apenas por ganhar, mas por saber porque ganha.
Em tempos de projetos descartáveis, Abel Ferreira é o raro exemplo de que, no futebol e na vida, a grandeza nasce da coerência, do trabalho e da coragem de acreditar quando os outros já desistiram.
Um caso raro.
Um caso à parte. Um caso chamado Abel Ferreira."
A minha arbitragem é pior do que a tua
"«A arbitragem do Brasil é a pior do mundo», sentenciou o antigo internacional brasileiro Michel Bastos, na CNN Brasil, após os jogos da última jornada do Brasileirão. «Juizada ruim!», desabafou Neymar nas redes sociais, logo a seguir.
Não foram só os jogadores retirados ou em atividade: a própria classe revoltou-se. «Chegamos ao fundo do poço», opinou o ex-árbitro Carlos Simon, «o sistema faliu», disse Arnaldo Cezar Coelho, outro juiz reformado, «para as últimas 10 jornadas a única solução é a CBF contratar 10 árbitros estrangeiros», propôs o comentador de arbitragem Sálvio Spínola.
A imprensa, claro, não foi meiga: para Carlos Eduardo Mansur, colunista de O Globo, «os árbitros têm um efeito devastador no futebol brasileiro». E o GE pediu aos leitores para elegerem o mais absurdo erro de arbitragem até agora, entre 10 lances, dos quais quatro ocorreram no especialmente desastrado fim de semana passado, incluindo um penálti do tamanho da Avenida Paulista que o árbitro do clássico entre São Paulo e Palmeiras não considerou.
Esse lance motivou a revolta não só do próprio São Paulo, diretamente prejudicado, como também do Flamengo, por mexer com a liderança do Brasileirão. Em contra-ataque, o Palmeiras acusou então os rivais de «pressão descomunal». Para estancar o tumulto, a CBF decidiu colocar esse e outro juiz na geladeira, o equivalente à jarra portuguesa.
Estas coisas só existem no Brasil, não é? Não, não é. Experimente fazer uma busca pela palavra arbitragem na edição online de A BOLA e verá André Villas-Boas a arrasá-la, Rui Costa a dizer que o Sporting é «sistematicamente beneficiado» e Frederico Varandas a enumerar «casos a favor do Benfica» só na semana passada.
Leia então jornais italianos e verá críticas em série, tão violentas quanto aquelas, aos juízes. E não precisa saber turco para ver imagens de árbitros agredidos na liga local.
Em França e nos Países Baixos foram batidos recordes de abusos verbais e físicos contra os homens do apito.
Até na impecável Premier League os ex-internacionais Mark Clattenburg e Howard Webb andam a lavar roupa suja em público.
Mais: na gélida Noruega, conta a ESPN, foram atirados croissants e rolhas de champanhe à cabeça dos árbitros e meia claque do Lillestrom usa t-shirts a dizer «fuck the VAR».
Ou seja, do efervescente Brasil à atinadinha Noruega, os adeptos, os jogadores e a imprensa tendem a ser muito mais críticos das arbitragens do próprio país porque estão muito mais ligados emocionalmente aos clubes, aos jogos, aos resultados dos seus campeonatos.
Não, Michel Bastos, provavelmente a arbitragem brasileira não é a pior do mundo — é mais ou menos como as outras todas."
Liberdade!
CC Sandra Felgueiras e Rodrigo Guedes de Carvalho pic.twitter.com/KT79aZSOvV
— Fever Pitch (@Fever_PitchFC) October 11, 2025
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