"Não tenho outro pensamento que não seja o de, clima de união, irmos ao Marquês, em Maio, comemorar o 'tetra a 6'...
24 Fevereiro de 04
Na passada terça feira, dia 28... fizemos 113 anos... de paixão, de glória e de mística. Benfica, maior muito mais que Portugal!!!
Com este artigo escrito, não fiquei insensível à conferência de imprensa de Rui Vitória, após o jogo no Estoril, com o 2.º golo a ser obtido por Mitroglou, em hipotética posição irregular. Ao contrário de outros que se poderiam refugir no «ainda não vi as imagens», «parece-me no limite», ou qualquer coisa do género, como noutros lados, Rui Vitória afirmou o que... podia afirmar: que não o chocaria se o golo fosse anulado.
Apesar da dificuldade e do ângulo de visão poder induzir o árbitro assistente em erro. Mas - e isso Rui Vitória não pode dizer, mas eu posso - não nos façam passar por anjinhos! Não nos ofereçam golos como o 2.º golo, no Estoril, validado pelo assistente Inácio Pereira - sim, o mesmo que não viu, ou não quis ver, o penálti flagrantíssimo sobre Carrillo em Setúbal - , porque não era importante para o desfecho da eliminatória. Eu não quero pensar nem admito que a validação daquele golo seria muito conveniente para qualquer máquina de branqueamento, para que fossemos beneficiados num momento do jogo em que a eliminatória poderia parecer resolvida, para dar argumentos a quem se tem esforçado para criar a ideia de que o Benfica é o beneficiado!
Poderemos sempre perguntar-nos sobre qual seria a decisão de Inácio Pereira sobre este mesmo lance do 2.º golo do Benfica, no Estoril, se ele tivesse ocorrido em Setúbal, há uns dias apenas. Porque, ao contrário do momento em que decidiu mal este (irrelevante) a nosso favor, no Estoril, decidiu muito mal o tal lance (esse sim, relevantíssimo), aí contra nós, em Setúbal. Eu sei, como demonstrou Rui Vitória, que somos diferentes, mas... ser bom não é ser parvo!
Nem aceitar que voltem às espertezas saloias do tempo do Apito Dourado!!! Atenção redobrada, pois então, para Vila da Feira!!!
A reunião que pode mudar tudo (ou não)
Segunda-feira (e não terça, como por brincadeira foi anunciado) o Presidente do Benfica - e só o Presidente do Benfica - reuniu, como antes solicitara, com os membros do Conselho de Arbitragem da FPF (Secção Profissional). Nesse encontro, como se pode depreender do comunicado a que, entretanto, foi dada publicidade (excelente comunicado, excelente mesmo, refira-se), o Benfica deu voz ao que todos pensamos, mas que custou a obter vencimento como posição oficial.
É que, no faroeste dos futebóis lusitanos desta época - passada a aventura quixotesca verde e branca (como o Presidente deles gosta de se auto designar) do ano passado - contra malta da corda, com uma folha de serviços carregadinha de entradas na Wikipédia quando digitamos «Apito Dourado», não basta pregar a boa nova e oferecer a outra face! Não, não basta, antes pelo contrário!
E o Presidente do Benfica percebeu o que pensamos, viu o que vimos, entendeu o que queremos!
O que vêem, o que pensam e o que querem os sócios, os adeptos, os simpatizantes do Benfica! Percebeu (há muito, digo eu) que se impunha um murro na mesa!
Um murro contra a possibilidade de se poder repetir, nesta época, o modelo de isenção de arbitragens que... tantos títulos nos tiraram, há uns anos!
Nesse comunicado, o Benfica denunciou e muito bem - passamos a citar... «o ambiente de coacção e condicionamento que tem sido gerado sobre a arbitragem por parte de outros clubes e que se agravou a partir do momento em que se assistiu à invasão do Centro de Treinos do Polo Profissional dos Árbitros na cidade da Maia por parte de elementos afectos à claque do FCP». Pois, na verdade (já aqui o referi), esse foi o momento de viragem no actual campeonato!
E nem sequer precisamos de aqui invocar um texto que circula nas redes sociais sobre as verdadeiras ameaças à integridade física e à liberdade, não dos árbitros, mas dos seus familiares! Da mulher que é avisada no trabalho, dos filhos que recebem ameaças, dos irmãos, dos pais nos locais de trabalho, onde se encontram com amigos... em todo o lado onde possam ser encontrados por quem - publicamente, para que saibam quem foi - os ameaça!!! Pois o Benfica questionou o Conselho de Arbitragem (e passo a citar, de novo, o referido comunicado) «sobre as medidas que este adoptou face às ameaças expressas à integridade física de árbitros e seus familiares e declarações públicas de principais responsáveis desses clubes, que punham em causa directamente a honorabilidade e segurança dos responsáveis do sector e equipas de arbitragens».
Mas como garantir a não existência de ameaças se elas são públicas e nada acontece? O que aconselharia o bom senso? Nomear árbitros de Conselho de Arbitragem mais distantes dos locais onde é mais fácil concretizar tais ameaças ou demonstrar a possível violência sobre quem se sente fragilizado por ver nessa situação a mulher, os filhos, os pais, os irmãos! O que fez o Conselho de Arbitragem?
Nomeou árbitros ali da zona!
O que aconteceu? Beneficiados sempre os mesmos! Desde que (e volto a repetir essa parte do comunicado do Benfica)... «se assistiu à invasão do Centro de Treinos do Polo Profissional dos Árbitros na cidade da Maia por parte de elementos afectos à claque do FCP».
Porque tememos e lamentamos (e volto, a citar) «que a ausência de sanções no âmbito disciplinar verdadeiramente punitivas daquelas situações crie um clima de impunidade que acentua a necessidade de serem tomadas medidas urgentes em nome da credibilidade das competições e devida protecção das equipas de arbitragem».
O problema é que essa impunidade, essa sensação do que tudo pode ser feito... desde que seja para evitar o nosso treta... está lançada aos quatro ventos! O que eles querem é evitar o nosso 36!
Ora, os beneficiados do costume (ou, como se costuma dizer, em conversa de rua, os «suspeitos do costume») têm como padrão de imparcialidade as arbitragens dos tempos do Apito Dourado!
Por isso, tudo, para eles, que não seja ganhar assim... sabe-lhes a pouco (como diria Sérgio Godinho). E, neste particular, o clube anti Benfica do Porto tem o apoio quase generalizado do clube anti Benfica de Lisboa! Porque eles, todos eles, só não querem o que nós queremos: que o Benfica ganhe!
A partir de agora, como o ano passado, teremos 11 finais, que teremos que ganhar aos nossos adversários! Mas também ao medo. Com arbitragens distantes do tempo do Apito Dourado onde valia tudo, porque o tempo de nos terem roubado no campo e darem entrevistas a explicar o inexplicável já lá vai! Mas com medo! Medo que, na hora de cada dúvida, transformará cada decisão nessas circunstâncias, connosco, a favor dos outros, e cada decisão, também com essas mesmas dúvidas, sempre favorável aos nossos perseguidores directos! Medo de todos sobre o que lhes poderá acontecer se nós ganharmos!
Mas, ainda assim, vamos ganhar! Talvez jogando duas vezes mais, como alguém prometeu para sempre, quando cá chegou, e, dos 6 anos que por cá andou, só cumpriu no primeiro!
Mas, ainda assim, vamos ganhar! Porque a inveja deles não ganha jogos. Só com ajudas do tipo Apito Dourada!!!"
Rui Gomes da Silva, in A Bola