🚨 Oficial: Rui Costa recandidata-se à presidência do Sport Lisboa e Benfica pic.twitter.com/R2rzfSqNDY
— Visão Vermelha 🎙️ (@VVermelha) July 10, 2025
Últimas indefectivações
sexta-feira, 11 de julho de 2025
Rui Costa...
Mais uma vez comidos de cebolada
"VAMOS PERCEBER COMO E PORQUÊ
1. O Benfica também teve obras no estádio da Luz. Teve até mais para além das obras, teve dois concertos que atrasaram essas obras.
2. O que têm os outros clubes a ver com as obras em Alvalade? Como é possível condicionar o sorteio de todos aos interesses de um?
3. O Sporting pode pedir, mas a Liga não pode aceitar sem consultar outros clubes diretamente interessados na alteração, como é o caso do Benfica, que jogando na mesma cidade não podem os seus jogos em casa coincidir na mesma jornada com os do Sporting em Alvalade.
4. As obras foram um pretexto apenas. O que o Sporting conseguiu com a história de não poder jogar a primeira jornada em casa nada teve a ver com as obras.
5. Conseguiu, ao jogar a primeira jornada fora, que a última jornada, porventura decisiva, seja jogada em Alvalade e em consequência que o Benfica feche a liga fora de casa.
Para quem não vislumbra a importância desta questão, basta que pensem se na última Liga o Sporting tivesse ido a Guimarães e o Benfica tivesse recebido o Braga na última jornada. Fazia toda a diferença, ou não?
6. Os jogos da liga a seguir a jornadas da Champions são muito complicados porque as equipas ficam desgastadas pela intensidade competitiva, física e mental dos jogos da Champions. Logo, nada melhor do que jogar em casa a seguir a jogos da Champions. Com o começo da Liga fora, o Sporting garantiu que 5 dos 8 jogos pós jornadas de Champions são disputados em Alvalade. E se o Benfica se apurar para a fase de liga da Champions, vai por causa disto jogar 5 dos 8 fora de casa. Faz toda a diferença, ou não?
7. O que fez o Benfica perante esta situação? Como pudemos mais uma vez ser comidos de cebolada pelo Sporting? Tem razão Bruno Lage: precisamos ser muito mais agressivos fora do campo para ganhar, também com mais agressividade, dentro do campo."
Polvo...
"O POLVO do futebol português voltou a usar o seus tentáculos para favorecer os meninos especiais da turma. Porque pediu o SportingCP para jogar a primeira jornada da Liga fora de casa?
As obras do estádio de Alvalade serviram de mote e desculpa para mais uma manobra, com vista a criar um beneficio para o Sporting e o seu presidente.
Lembrar que também o Estádio da Luz sofreu obras e o SLBenfica não usou esse expediente.
➡️ Vejamos:
1° - Jogando fora na primeira jornada garantem desde logo que o último jogo da Liga é em casa. O que obriga o Benfica a fazer o último fora, uma vez que são as duas equipas da mesma cidade, e como tal têm de alternar os seus jogos caseiros.
2° - Jogando fora na primeira jornada o Sporting de Frederico Varandas, garante a realização do sexto jogo de campeonato em casa e com isso a vantagem - tal como na época passada - de jogar mais jogos em casa após as partidas da liga dos campeões. Entre as datas dos jogos de campeonato e os da liga dos campeões, os intervalos de tempo são sempre idêntico, e quem jogar o sexto jogo do campeonato em casa, tem sempre uma sequência de jogos que lhe permite jogar mais encontros em casa depois dos jogos da liga dos campeões, evitando assim o desgaste e o perigo inerente de jogar fora e em condições físicas mais precárias.
Basicamente é o mesmo que dizer que durante a fase de liga, o Sporting irá jogar 5 vezes em casa (após jogos da Champions) e apenas 3 jogos fora. Já o SL Benfica fará exatamente o contrário...Isto, claro está, se partirmos do princípio que os encarnados ultrapassam as pré-eliminatórias de acesso à prova milionária da UEFA.
Ao contrário do que tem sido veiculado na
comunicação social, o SL Benfica pediu o adiamento da Supertaça de Portugal, de forma a preparar melhor o arranque desta época - já de si atípica. Foi o clube de Alvalade que se RECUSOU a adiar. E porquê? Mais uma vez para conseguir uma vantagem. Todos sabemos que o SL Benfica terá apenas 2 semanas de preparação para disputar o troféu, ao contrário dos sportinguistas que terão o dobro.
É aqui que entra Pedro Proença. O presidente da FPF está a ser coniventes com estas artimanhas que favorecem os mesmos de sempre. Proença, que tanto fala em exportar o nosso futebol para aumentar receitas, permite que o clube mais prestigiado de Portugal tenha que competir em desigualdade. E é onde mais lhe dói, que o SL Benfica devia atuar:
➡️ Para a Supertaça, os encarnados - a fim de defenderem os seus interesses económicos - deviam era apresentarem-se com a EQUIPA B!
➡️ Desvalorizar este troféu e todos os outros troféus nacionais. Taça de Portugal, Taça da Liga, Supertaça de Portugal devia jogar só com a EQUIPA B!
Imaginem só as figurinhas e a imagem que seria passada, para o exterior, das provas organizadas por alguém que tem grandes ambições de entrar na estrutura da UEFA.
Já não lhe bastavam os problemas da própria FPF, das situações mal resolvidas com o antigo timoneiro da Federação e agora ter o MAIOR clube português a jogar só com a EQUIPA B!
O POLVO está vivo e bem vivo! E os rostos deste polvo são bem conhecidos! Cabe ao SL Benfica não se deixar comer de cebolada."
Rui Costa já entrou em campanha eleitoral
"Presidente do Benfica está a preparar a próxima temporada desportiva como se não houvesse eleições à distância de quatro meses. Está mandatado para tal e ninguém lhe admitiria inação ou falta de comprometimento. Pelo contrário, sócios, demais candidatos e adeptos exigem-lhe competência máxima, ainda que, para muitos, tardia
A data das eleições do Benfica, em outubro, com as temporadas desportivas (não apenas a futebolística, mas principalmente, também as das ditas modalidades) já em curso, afeiçoa-se a uma mais do que previsível recandidatura de Rui Costa à presidência do clube. Não faria sentido, a não ser que houvesse impedimento ou indisponibilidade, que uma liderança que não pode adiar a preparação da próxima época (e naturalmente as seguintes) renunciasse ao sufrágio, a não ser, que, em eventualidade remota e improvável, estivesse alinhado com putativo candidato e a este declarasse inequívoco e incondicional apoio, passando-lhe a pasta. Nas condições de fim de mandato em que se encontra Rui Costa, nem o próprio e muito menos outrem com pretensões ao cargo aceitariam essa sucessão pacífica. Nenhum dos candidatos conhecidos, todos de rutura com o modelo de gestão preconizado pelo antigo futebolista, encararia esse cenário.
Assim, Rui Costa está a preparar a próxima temporada desportiva como se não houvesse eleições à distância de quatro meses. Está mandatado para tal e ninguém lhe admitiria inação ou falta de comprometimento. Pelo contrário, sócios, demais candidatos e adeptos exigem-lhe competência máxima, ainda que, para muitos, tardia. Por esses motivos, Rui Costa irá recandidatar-se. Fala-se em oficialização nos próximos dias. Entretanto, reforce-se, por estar em funções e não descura argumentos que possam valher-lhe a reeleição e já tomou decisões com relevância na composição do seu (atual, mas que crê próximo) executivo e na estrutura do futebol profissional. Desde logo, a substituição (de Lourenço Coelho por Mário Branco) na direção-geral e a saída de Rui Pedro Braz do cargo de diretor desportivo, cuja competência há muito duvidosa na opinião pública benfiquista, mas à qual Rui Costa tem sido impassível. Estas mudanças, o atual presidente, na iminência de eleições que as colocam imediatamente a prazo, poderia não ter tomado.
Já se sabendo a confiança reiterada no treinador Bruno Lage e apesar de a remodelação (reforço e dispensa) do plantel estar ainda indefinida, Rui Costa já está em campanha pré-eleitoral, mostrando um vigor reformista pouco visto durante o seu mandato. Acrescentando a decisão de suspender a participação do clube no processo de centralização dos direitos televisivos, ao encontro de posição unânime no universo benfiquista (candidatos presidenciais incluídos), Rui Costa está a tentar reabilitar a imagem de um líder parcimonioso com as entidades que tutelam o futebol em Portugal.
São os primeiros de outros trunfos eleitorais de Rui Costa que previsivelmente se seguirão (contrações sonantes para a equipa de futebol contribuirão sobremaneira). Não se sabe se suficientes para eventual recondução ao cargo, mas indubitavelmente proveitosos.
Rui Costa tem uma vantagem substancial sobre os adversários (os oficiais e eventuais outros) na corrida ao trono encarnado: pode tomar decisões importantes, com impacto nos associados (eleitorado), sem que possam ser consideradas por aqueles (ou pelos demais candidatos à sucessão) como eticamente reprováveis em vésperas de campanha. Porque é tempo de decisões, das inadiáveis e das que não. Rui Costa sabe-o. A data das eleições é apenas (in)oportuna."
Se o Governo mete mão nisto...
"Se o futebol português não se consegue empenhar em algo que devia ser de todos, se permitir que o Governo faça uma intervenção que não quer, como pode querer o resto?
Lá no final de tudo está a mão do Governo. A Lei é clara e está escrita para todos perceberem. Liga e Federação devem apresentar uma proposta conjunta sobre a centralização dos direitos televisivos, a entrar em vigor quando o decreto-lei obriga: 2028/29. Também está lá escrito que o Governo terá o poder de decisão, caso nada seja feito, ou nada se conclua, melhor dizendo, até porque há a promessa da Liga Portugal de Reinaldo Teixeira de tentar fazer agora o que, pelos vistos, não fora feito nos últimos anos sobre o tema.
Ninguém sai impune disto. É mau, dá sinal de um futebol que, mesmo quando se trata da própria sobrevivência, não se entende.
Nunca será fácil encontrar uma chave de distribuição que agrade a todos, senão o assunto estava tratado, mas por outro lado é muito fácil perceber que os valores anunciados em primeira mão são impossíveis de alcançar.
Há muita matéria escrita sobre a centralização, um dos temas que tem passado pelas páginas de A BOLA com recorrência e por vários intervenientes (um exemplo): o atual presidente da Liga, quando ainda era candidato, o seu opositor, quem concorreu à Federação contra Proença, quem é candidato ao Benfica, consultores, advogados e até meros adeptos. Ninguém pode dizer, portanto, que desconhecia o tema, ideias várias sobre o mesmo, e, não menos importante, a Lei que impõe a obrigatoriedade da coisa.
A centralização de direitos de TV é uma coisa tão grande que mexe com as operadoras, donas elas dos direitos existentes até aqui. Aliás, mexe com empresas de media também, de forma direta — o que farão Sport TV, DAZN, e quem tem detém canais de TV? — e indireta através de um possível menor investimento numa indústria cuja existência, não o ignoro, é a razão pela qual também existem publicações de desporto, entre elas este jornal.
O futebol português tem razão em pedir um IVA para a bilhética reduzido, mais de acordo com outras atividades; o futebol português tem razão em pedir apoio para infraestruturas, porque são elas que levam a uma melhor prática desportiva e onde houver um estádio poderá haver um pavilhão; o futebol português até poderá ter alguma razão em discutir um IRS diferente para os seus atletas.
Mas se o Governo tiver de intervir numa coisa em que todos deveriam estar empenhados e de acordo, querem o quê, afinal?"
Rui Costa responde a Vieira
"Presidente do Benfica deu um murro na mesa e de imediato abanou todo o futebol português.
Aí está Rui Costa a dar um murro na mesa. O presidente do Benfica passou das palavras aos atos e, num ápice, abanou o futebol português. Bastou uma carta enviada ao presidente da Liga, com conhecimento de todos os clubes, a manifestar a intenção de ver o processo de centralização dos direitos televisivos suspenso para que nada fosse como dantes.
Rui Costa sabe da dimensão do Benfica e entendo esta tomada de posição como um momento de afirmação. Do clube e principalmente dele mesmo. Não acredito que haja um benfiquista que neste capítulo não concorde com o seu presidente, o mesmo será dizer que o candidato Rui Costa começou de imediato a capitalizar votos. Um trunfo jogado na altura certa, como que respondendo ao posicionamento de Luís Filipe Vieira e que reforça uma recandidatura que está iminente. E ainda com o bónus de juntar a arbitragem às críticas. Na mouche!
Rui Costa retira espaço à oposição — sejam lá quantos forem os adversários que se apresentem a sufrágio nas eleições de outubro... — e vai ao encontro dos desejos dos adeptos, que, ávidos de vitórias, esperam agora começar a ver a chegar à Luz os reforços. Creio que este é momento ideal para o fazer.
O Mundial de Clubes já lá vai e há que capitalizar a novela Gyokeres. Sim, o goleador sueco começa a ser um problema para o Sporting. O melhor jogador da Liga nas duas últimas épocas e o grande responsável pelo bicampeonato dos leões, já se percebeu, não vai continuar em Portugal, o que automaticamente reforça a confiança dos rivais.
André Villas-Boas foi o primeiro a capitalizar o momento em Alvalade. Despediu Martín Anselmi, contratou Francesco Farioli e aproveitou a apresentação do treinador italiano para prometer «o maior mercado de sempre» no FC Porto. Assim, sem deixar dúvidas. Uma mensagem clara para os adeptos, que veem as esperanças reforçadas. Com Farioli — ou sem Martín Anselmi… —, Gabri Veiga, Borja Sainz, mais os outros reforços que o presidente acaba de prometer e, fundamentalmente, com Gyokeres bem... longe.
O sueco marcou uma era no futebol português. Foram só duas temporadas mas o impacto foi tão grande que daqui a muitos anos ainda estaremos a falar do supergoleador, pelo que haverá um antes e um depois de Gyokeres. A nova época será, sem dúvida, um teste à estrutura leonina. Tem a palavra Frederico Varandas, que em meio ano perde Ruben Amorim, Hugo Viana e agora Gyokeres.
Na Luz, Rui Costa não perdeu tempo e antecipou-se às eleições. Escolheu Mário Branco para o lugar de Lourenço Pereira Coelho, mas as mudanças no futebol dos encarnados não ficaram pelo diretor-geral, já que o diretor desportivo, Rui Pedro Braz, também está de saída do clube.
Com Bruno Lage garantido no comando técnico, seguem-se os reforços. Primeiro Dedic, agora Rafael Obrador. Falta, claro, o peixe graúdo. Mas, é dos livros, uma equipa constrói-se de trás para a frente. E depois de dois laterais começarão a chegar os craques. Isso é garantido, mesmo que o presidente não os tivesse prometido. Nem era preciso. Todos sabemos que em ano de eleições não faltam presentes…"
Comunicado
"O Sport Lisboa e Benfica esclarece que teve recentemente conhecimento da pretensão do seu antigo treinador, Jorge Jesus.
O Clube já encetou conversações com os representantes de Jorge Jesus e tem total convicção de que tudo será resolvido de forma amigável a contento de ambas as partes, muito em breve."
Trump, porcos, peixes e bicicletas
"Está na hora de atirarmos para trás das costas a imagem do «porco a andar de bicicleta». A realidade já ultrapassou a ficção há muito tempo. Poderemos, eventualmente, pensar na anedota dos peixes que vão a nadar tranquilamente no fundo do oceano e um deles atira: «Vamos lá acima respirar um bocado?», ao que o outro responde com uma chapada nas guelras do perguntador e a exclamação: «Cala-te, estúpido, os peixes não falam!».
Isto, ao pé da indicação de Donald Trump como Nobel da Paz por parte desse pacifista chamado Benjamin Netanyahu, é mesmo apenas uma anedota. Mas, ainda assim, mais verosímil e aceitável no plano do bom-senso.
De chorar por mais
Vai ser criada uma associação de mulheres muçulmanas em Portugal. Chamar-se-á Afaq e significa “horizontes”.
No ponto
A diatribe do Chega com os nomes de crianças foi condenada (quase) de ponta a ponta dentro do espetro democrático.
Insosso
A Operação Marquês deve servir de caso de estudo para o futuro da Humanidade. Sob todos os ângulos.
Incomestível
Era suposto falar de Desporto? OK, temos tempo. Por agora o Mundo está perigoso demais."
O conselho de Luis Enrique à família de Diogo Jota
"Luis Enrique solidário com a família do Diogo e do André.... O treinador do PSG sabe do que fala quando o tema é luto... Perdeu uma filha de 9 anos e sugere uma pergunta que pode ajudar muito…
E de repente… o silêncio. Que se instalou como trovão, a separar um antes de ruído e um depois de nada. Um silêncio que passou a permitir apenas uns ecos de vozes que, bem intencionadas, tentam dar sentido ao que sentido não tem e minorar um sofrimento que vai ter ainda de crescer antes de se aprender a viver com ele. Por fim, um silêncio de um profundo vazio, já sem vozes, pessoas a entrar e a sair, jornalistas, um bispo e vários padres, flores, manchetes, homenagens.
A dor é menos difícil de suportar do que o vazio. Para este não há poções mágicas, há apenas o tempo – muito tempo – e um esforço diário para o preencher. Peça a peça, dando ao nosso mundo um novo sentido e à dor um novo significado. O verdadeiro luto da família de Diogo Jota e André Silva começa agora. No silêncio do vazio. Vai ser uma viagem dura.
Luis Enrique, treinador do PSG, falou dessa viagem com propriedade numa declaração de condolências à família de Diogo e André. Luis Enrique sabe do que fala: em 2019 perdeu a filha, de nove anos, depois de uma penosa luta contra um raro cancro ósseo. E, recentemente, revelou como aprendeu a lidar com esse vazio: fazendo questão de falar com os familiares mais próximos das coisas engraçadas e bonitas vividas com a filha, como se ela estivesse presente; e, ainda mais importante, respondendo à seguinte questão: «se eu acredito que a minha filha vive noutro lugar e nos está a ver, que dirá ela da forma como estamos a viver a sua partida?». E na resposta, que todos nós daríamos igual, o início de um processo de cura interior e até de… perdão, já que não haverá pai no mundo que não se sinta um pouco culpado, por qualquer razão, de não ter podido salvar um filho, mesmo que racionalmente saiba que não o podia ter feito. Culpado até de sobreviver ao próprio filho. E acredito, por fim, que serão os três filhos de Diogo Jota a fazer pequenos milagres todos os dias para que a mãe e os avós consigam ultrapassar este vazio imenso.
Confesso: as reações globais à morte do Diogo e do André surpreenderam-me. Na quantidade e na qualidade dos comentários. O Diogo é o tipo de pessoa que faz os outros sentirem-se bem. É brisa e não ventania. Discreto, mas ‘perfumado’. O tipo de pessoa que todos nós gostamos. Às vezes só nos apercebemos disso quando o perdemos. Só isso explica a dimensão das homenagens, em todas as áreas, em todos os quadrantes, em todos os pontos do mundo. Bem hajas Diogo.
Referir ainda que não darei um cêntimo para o inacreditável debate sobre a ausência de CR7 nas cerimónias fúnebres do Diogo e do André. Se há área onde não me atrevo a comentar, a dar ordens e muito menos julgar, é a forma como cada pessoa vive o luto, sente ou não a partida de alguém. É uma área demasiado pessoal e íntima e onde não sabemos nada para julgamentos e processos sumários.
Evito também grandes tiradas e considerações sobre o verdadeiro sentido da vida. Ao fim de quase 55 anos, apenas dois princípios me são úteis: em primeiro lugar, ser a melhor pessoa que conseguir, tratar todos com simpatia e generosidade, sabendo que quanto mais pessoas forem felizes à minha volta melhor para mim; em segundo, contentar-me com o que tenho, apreciar o que tenho. É de altíssimo risco investir a felicidade no que gostaríamos de ter ou ser… Não é falta de ambição. Pelo contrário. O lucro está no dia de hoje. Porque o dia de hoje é tudo o que temos."
Quando a dor abala o balneário
"No desporto, como na vida, há partidas anunciadas e outras que roubam o chão. Quando um colega sai por transferência, há despedidas, mensagens, algum lamento e, por vezes até algum descontentamento ou saudade, mas a vida segue e os laços não se quebram. Contudo, quando um colega morre, não há conferência de imprensa que prepare a equipa para o silêncio que se instala, o descontentamento não tem um rosto e os laços quebram numa imagem sem futuro. Fica um lugar vazio no balneário, no campo e no interior de cada um.
Este artigo não pretende continuar a explorar a dor, nem fazer referências a situações especificas. Se recuarmos ao longo dos anos podemos encontrar diversas perdas no desporto, nas mais diversas modalidades, com mais ou menos mediatismo, com mais ou menos impacto nas comunidades, mas com o mesmo impacto dentro da equipa ou equipas desportivas. Um impacto que não atinge o seu auge no momento da perda, mas sim nos tempos seguintes, no espaço do balneário, nas refeições, nas ações mais rotineiras onde ausência começa a pesar.
Os laços que se criam numa equipa não são comparáveis aos de qualquer outro ambiente de trabalho convencional, por muitos que às vezes se faça paralelismos. Ali, vive-se junto, vive-se as viagens longas, os estágios intensos, a distância da família, vive-se as vitórias, as derrotas, as lesões, as incertezas, os medos. Cada elemento da equipa é parte da identidade do grupo, do nós que está sempre junto nos momentos bons ou maus, um nós que pode ter as suas divergências e os seus conflitos, mas que ainda assim opera como um só em momentos críticos.
A Teoria da Identidade Social explica este fenómeno. Não somos só indivíduos, somos aquilo que representamos coletivamente e numa equipa desportiva este sentido de identidade coletiva está, por norma, deverás exacerbado pela natureza e intimidade das suas relações. Numa equipa desportiva existe como uma extensão entre o Eu e o Nós, como uma simbiose quase perfeita entre a identidade pessoal e a identidade coletiva. Como tal, quando um membro desaparece, esse nós fica danificado. E o impacto vai muito além da ausência em campo porque representa uma perda, um vazio, para a própria identidade.
Assim como a identidade, também a dor é uma dor partilhada, mas esta partilha não atenua a sua intensidade, antes pelo contrário. De acordo com a teoria do trauma coletivo este não se esgota na soma das dores pessoais, representa uma rutura na narrativa partilhada de quem somos enquanto grupo. E no desporto, essa narrativa é vivida todos os dias através dos rituais, dos códigos que o grupo conhece, naquela cumplicidade em que basta um olhar para comunicar. Quando uma equipa perde um dos seus, perde um elo da sua história, uma parte da identidade emocional construída em conjunto. A ausência física transforma-se numa presença simbólica, por vezes difícil de nomear, mas impossível de ignorar.
Este é um momento crítico para as equipas, enquanto coletivo, mas também do ponto de vista da saúde mental e bem-estar de cada um dos seus elementos. O trauma coletivo exige um trabalho simbólico de reconstrução através do qual o grupo precisa de dar sentido ao que aconteceu, reconfigurar o seu nós e criar formas de coesão. No desporto, isso pode passar por homenagens, gestos de tributo, palavras partilhadas, mas também por momentos de escuta e cuidado psicológico. Sem este trabalho, o grupo pode continuar a competir, mas emocionalmente fraturado com possíveis consequências não só para o desempenho do grupo, mas também para a saúde mental de todos.
É aqui que falamos do processo de luto, no início a perda é apenas consciente, mas não sentida. O cérebro percebe a ausência física, mas em termos emocionais demora a aceitar a ausência simbólica. É com o tempo, nas rotinas mais básicas que o vazio se enche de dor e é importante auxiliar as equipas (cada um dos seus elementos) a realizar este processo de luto de forma completa e saudável. Isso não significa fugir ou evitar a dor, mas sim respeitar cada uma das suas etapas e perceber que tudo tem o seu tempo. Mas o tempo da competição não é o tempo do luto e, por isso deve ser reforçado o apoio psicológico dado aos atletas neste momento."
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