"Depois da 18.ª jornada o Benfica está matematicamente mais perto do título e psicologicamente mais longe dele. A derrota do FC Porto na Madeira deu aos encarnados a possibilidade de fechar praticamente as contas do campeonato em Paços de Ferreira. Ao não o fazer, o Benfica ressuscitou um adversário morto e criou um bloqueio psicológico a si mesmo. De facto, não há razão para ser assim, falta menos uma jornada, menos um jogo dos mais difíceis, e a vantagem é igual, seis pontos.
Jorge Jesus tinha razão quando disse que o empatar já era positivo naquelas circunstâncias em Paços de Ferreira. É uma ilusão pensar, que após a venda do Enzo, com o Gaitán lesionado, com tantas dificuldades, vai jogar-se um jogo daqueles com alguma facilidade.
Ainda assim três bolas nos postes podiam ter mudado o curso da história, mas no futebol dos ses alimentam as conversas, mas não mudam a tabela classificativa.
Na última jornada não aumentámos a distância pontual para o rival, mas diminuímos a distância para o fim do campeonato, com a mesma vantagem, o que também é positivo.
Ganhar ao Boavista é o único antídoto neste momento. Obrigatório amanhã ganhar os três pontos. Ganhar para manter a distância, ganhar para elevar o moral, ganhar para ficar mais perto do fim do campeonato com os olhos no objectivo do título.
A última jornada foi a excepção, FC Porto e Benfica não vão perder muitos pontos até ao fim, e quem perder não ganhará o campeonato.
Luís Figo, seria um excelente presidente da FIFA, mas a FIFA nunca escolhe excelentes presidentes. Também por isso, esta candidatura é apenas um marcar de posição de alguém cujo percurso dentro e fora dos relvados honra o futebol. É bom que haja senhores a concorrer a lugares normalmente ocupados por garotos."
Sílvio Cervan, in A Bola