"Do acto eleitoral do Sport Lisboa e Benfica resultaram duas conclusões muito claras.
Por um lado, a esmagadora maioria dos sócios votantes manifestou a vontade de que a difícil caminhada prosseguida na última década - que levou o Benfica da indigência competitiva, institucional e moral, até a um nível bem mais compatível com a sua história - não seja inflectida, nem deitada para o lixo.
Por outro lado, ficou provado que o ruído que se tem feito ouvir à volta do Clube, e por vezes da equipa de Futebol - recordemo-nos da inacreditável recepção após a Taça da Liga da época passada -, encontra raiz, não num movimento oposicionistas sério, forte e esclarecido, mas tão somente num pequeníssimo bando de arruaceiros, que, sob a forma de petardos, ameaças e insultos, usa a intimidação para fazer ouvir uma voz que, no contexto dos 250 mil sócios do Benfica espalhados pelo mundo, é absolutamente insignificante e residual.
Seria interessante, aliás, identificar tais indivíduos (nomeadamente os dez ou quinze que estiveram no pavilhão naquela sexta-feira, e desrespeitaram o Benfica, o seu Hino, os Órgãos Sociais democraticamente eleitos, e os milhões de benfiquistas que seguiam os acontecimentos via televisão), punindo-os com a expulsão do Clube - isso caso sejam efectivamente associados, e caso sejam efectivamente benfiquistas, coisa que não tenho por adquirida.
Quem procede daquela forma, está a mais no Benfica, envergonha os nossos sócios, e provoca a chacota dos rivais. Não falo aqui necessariamente dos 'No Name Boys', grupo que prezo, que tenho defendido em várias ocasiões, e que quero acreditar não esteja, pelo menos na sua maioria, envolvido no caso. Também não falo de alguns membros da lista perdedora, que, estou certo, não se revêem em tais atitudes.
Por isso mesmo devemos tentar perceber que figura está, de facto, por detrás daquele tipo de movimentações de guerrilha, que se estende igualmente a alguns campos da blogosfera e das redes sociais. Não sei quem é, mas desconfio."
Luís Fialho, in O Benfica