Últimas indefectivações

terça-feira, 1 de julho de 2025

Homenagem a Manuel da Costa


"Na deslocação a Cantanhede, os Campeões Latinos venceram a equipa local em partida repleta de ardor e emoção

Para além da prática desportiva, o Benfica desde a sua génese foi sempre um clube aberto a causas sociais. A sua popularidade, grandeza e prestígio foram crescendo ao longo das décadas, tornando-o num dos maiores baluartes do desporto nacional. Desde cedo, os valores da solidariedade e do associativismo impeliram o Clube a marcar presença em inúmeras inaugurações de estádios e homenagens a figuras do mundo desportivo.
Em 1951, aproveitando o feriado de 31 de Janeiro, o Benfica deslocou-se a Cantanhede para homenagear Manuel da Costa, antigo jogador encarnado da década de 40. Após ter passado pela Académica e pelo Atlético, Manuel da Costa era então jogador e treinador dos Marialvas, campeões distrital. À chegada, a comitiva benfiquista foi efusivamente saudada por muitos sócios, amigos e simpatizantes, lançaram-se foguetes e o Rancho 'Os Esticadinhos' abrilhantou o momento com as suas danças. Após os tradicionais cumprimentos na sede do clube marialvino, o convite do industrial Moisés Pascoal, os encarnados dirigiram-se à Quinta da Ponte de Vagos, para um almoço regional. No final da refeição, Alberto de Andrade, presidente dos Marialvas, dirigiu palavras de grande apreço à comitiva encarnada, tendo Francisco Retorta agradecido em nome do Benfica toda a hospitalidade recebida.
Um pouco antes da partida de futebol, no centro do relvado realizaram-se as cerimónias da praxe, com a entrega de várias ofertas a Manuel da Costa, enquanto os dirigentes do Benfica e os dos Marialvas realçavam as suas qualidades desportivas. A todos os componentes do grupo lisboeta foram oferecidas caixas com vinho da região.
O recinto encontrava-se repleto de público que ali afluiu um pouco de todas as partes com o desejo de ver jogar os campeões da Taça Latina. Às 15:45 deu-se início à partida de futebol, e logo o Benfica se impôs em campo através de jogadas de bom recorte técnico. Aos 9 minutos, uma hesitação da defesa adversária permitiu a Arsénio marcar o primeiro golo da partida e colocar os encarnados em vantagem. Porém, a turma marialvina não se deixou atemorizar pela classe do Benfica, imprimindo velocidade e interesse ao desafio, e a resposta não se faz esperar. Aos 17 minutos, Manuel da Costa, com um excelente remate, bateu Bastos, restabelecendo a igualdade no marcador. Na segunda parte, a turma lisboeta entrou em campo com o firme propósito de resolver a partida a seu favor, porém os Marialvas continuaram tenazmente a opor-se a tais desejos. Só aos 87 minutos é que Arsénio, após lhe ter sido anulado anteriormente um tento por se encontrar em posição irregular, quebrou o impasse e marcou o golo da vitória encarnada.
Conheça os campeões latinos e outras histórias do futebol encarnado na área 12 - Honrar o País, do Museu Benfica - Cosme Damião."

Ricardo Ferreira, in O Benfica

Um western


"A estreia do Benfica no Mundial americano assemelhou-se a um filme de cowboys. Não dos mais requintados, como os de John Ford ou Howard Hawks, mas daqueles de série B, com pancadaria do princípio ao fim e gritos na plateia.
Não sei quantas equipas europeias estariam preparadas para enfrentar 'aquilo'. E por mais jogos que já tenhamos visto da Copa Libertadores, quando toca a nós, o efeito é perturbador.
O Benfica, mal ou bem, tentou jogar futebol. O Boca Juniors entrou em campo com outras intenções, e rapidamente transformou a partida numa outra coisa qualquer. Entradas duríssimas, agressões, provocações, simulações, quebras de ritmo, enfim, um manancial de tácticas subterrâneas, de fazer inveja ás equipas mais pequenas e belicosas da nossa Liga. Só faltou levarem armas.
É claro que nada 'daquilo' teria sido possível sem a complacência de uma arbitragem, digamos, ridícula. Total ausência de critério e de rigor, exibicionismo, e uma gestão de jogo caótica. Por fim, 5 minutos de compensação numa 2.ª parte que esteve constantemente parada e justificaria um extra bem mais prolongado. Sem dúvida, uma péssima promoção para a nova prova da FIFA.
Do que sobrou do triste espectáculo fica um empate, que os próximos jogos ditarão se foi, ou não, um bom resultado. Face às circunstâncias do jogo, face aos minutos de inferioridade numérica, recuperar de 2-0 para 2-2 deixou-nos, pelo menos, em condições de ir para a cama com alguma serenidade e sem perder o sono.
Agora há que vencer o Auckland City, preferencialmente por uma diferença de golos significativa, e depois se verá como fica a classificação à entrada para a última jornada. Este sonho americano, para já, continua vivo.

PS: Parabéns ao nosso basquetebol, pelo tetracampeonato, e à nossa formação, pelo inédito hat-trick de títulos."

Luís Fialho, in O Benfica

Jogar bem e fazer bem!


"Poderia ser este o lema do projeto Community Champions, porque é disso mesmo que se trata. De um lado, no campo, jogar para ganhar, competir lealmente a atingir a superação individual e de equipa para conseguir suplantar todos os adversários. De outro, na comunidade, treinar o olhar, para ver com olhos de ver, e refletir em conjunto sobre a realidade do bairro e da vida em comunidade. Identificar onde é possível fazer a diferença, uma vez mais individualmente e em equipa, para agir e melhorar a vida coletiva. Em poucas palavras: aprender a ser atleta e cidadão!
Este é um tema particularmente caro e importante nos dias que correm, porque, quando ouvimos falar de jovens que vivem em bairros, as maioria das vezes, as notícias que passam são muito positivas, e essas, precisamente essas, são as que ganham mais tração nas redes sociais. Mas há mais, muito mais que isso nos bairros, assim como jovens com muito valor que prezam a ética e querem afirmar o seu papel social.
Parece pouco, isto de 'jogar' à bola, para os importantes desafios que os jovens e a nossa sociedade enfrentam. Parece, mas não é, porque há muito mais no futebol para lá do simples ato de jogar: há saúde física e mental, há pertença, há fraternidade e orgulho. E tudo isto se convoca quando um punhado de jovens decide formar uma equipa e aceitar o repto de ser melhor em todos os campos de sua vida. O Benfica, através da Fundação, traz o futebol e o seu mundo mágico. A Gebalis, parceira de sempre do projeto, traz os bairros e todos os seus recursos para fazer acontecer. Juntos aparecem aos jovens como um desafio irresistível e sério, e os jovens, claro está, respondem e mostram o seu valor: em campo e na vida!"

Jorge Miranda, in O Benfica

BTV: Entrevista - Di Maria...

Benfica a 118 dias de ir a votos


"As eleições nos clubes regem-se por preceitos muito particulares, que têm mais a ver com a emoção do que com a razão, e radicam, sobretudo, na conjuntura e não na estrutura.

O verão do Benfica vai ser quente, e o primeiro mês do outono, escaldante. São 118 os dias que nos separam das eleições dos Órgãos Sociais para o quadriénio 2025/29, candidatos de densidades diferentes, natureza vária e procedência diversa, não faltam – o que dá nota de como é apetecível o lugar agora ocupado por Rui Costa – e o início da época de 2025/26 será determinante para o apuramento do vencedor. As eleições no clube da Luz, tradição que remonta a anos em que o Estado português não era adepto de ir a votos, muito menos de forma democrática, sempre foram, e continuam a ser, um fator pontual de instabilidade, mas enquanto o modelo de clube de sócios prevalecer, este continuará a ser o pior sistema de escolha, tirando todos os outros. Numas eleições, por exemplo, para a Assembleia da República, normalmente é determinante a expetativa de bem-estar económico associada a cada candidato. Num clube, os padrões são diferentes, têm muito a ver com a conjuntura, e baseiam-se, em grande parte, em emoções e sensações. É por isso que as maiorias que elegem presidentes são sempre voláteis, vogando ao sabor dos resultados desportivos, porque ninguém vai ao Marquês celebrar Relatórios e Contas. Sem querer menosprezar nenhum dos anunciados candidatos (entre os quais há quem pretenda apenas demarcar território, a pensar no futuro), Rui Costa vai ter em João Noronha Lopes, que está no terreno a preparar uma campanha bem estruturada, um adversário formidável, pelas ideias de inovação e renovação que lhe estão associadas. Mas quem pensar que o atual presidente, apesar do sentimento de desilusão provocado nos benfiquistas por uma temporada de 2024/25 que soube a pouco, tem poucas hipóteses de ser reeleito, engana-se redondamente, porque estará a misturar a ‘bolha’ que frequenta as Assembleias Gerais, com um universo de votantes que deverá este ano chegar aos 50 mil. Rui Costa, ao contrário de Noronha Lopes, que só pode prometer, pode fazer, e tem um tempo útil - os tais 118 dias – para fazê-lo. Sejamos absolutamente objetivos: se o Benfica se apurar para a Liga dos Campeões, e começar bem a Liga, é minha convicção que Rui Costa sucederá a Rui Costa (e não meto a Supertaça Cândido de Oliveira na equação). Se algum destes pressupostos não se verificar, a insatisfação atingirá níveis que podem ser solo fértil para que a alternativa Noronha Lopes floresça.
Por tudo isto – e porque é sabido que cai mal entre os benfiquistas tudo o que possa perturbar e prejudicar a construção da nova equipa – parece inevitável que Rui Costa coloque a carne toda no assador das aquisições, e apresente argumentos desportivos, traduzidos em resultados, que lhe reforcem a vantagem de ser incumbente. Também se torna óbvio que o antigo maestro vai ter de se rodear de caras novas prestigiadas, que acrescentem à causa e retirem argumentos aos adversários. Aceito que digam que este processo emotivo que leva à escolha dos presidentes dos clubes é pouco sofisticado, e devia ser mais racional. Mas é o que é e continuará a sê-lo."

BI: Conversas... - Ricardo 'El Tetra' Fernandes...

Zero: Mercado - Dragões olham para central italiano

5 minutos: Diário...

Terceiro Anel: Diário...

Zero: Tema do Dia - Quem é Farioli?

Zero: Ataque Rápido - S06E46 - Com Carlos Daniel: o balanço do SL Benfica e o novo FC Porto

Campeões nacionais


"O destaque desta edição da BNews é o título nacional de futsal conquistado pelo Benfica.

1. Título ganho na negra
O Benfica venceu, por 3-4, frente ao Sporting no quinto e último jogo da final do Campeonato Nacional de futsal, conquistando o título pela nona vez. Na mensagem de felicitações, o Presidente do Sport Lisboa e Benfica enaltece o "enorme espírito de conquista e ambição" do grupo de trabalho.

2. Entrevista de despedida
Di María fala do Benfica, do impacto do Clube na sua vida e carreira e do seu percurso de águia ao peito.

3. Empréstimo anunciado
Jurásek passa a representar o Besiktas.

4. Título na formação
Os Sub-17 masculinos de hóquei em patins do Benfica são campeões nacionais.

5. Contributo internacional
Gabriel Cavalcanti é vice-campeão do mundo Sub-21 de andebol por Portugal.

6. Bons desempenhos
Isaac Nader e Fatoumata Diallo em destaque por Portugal no Europeu por equipas de atletismo."

O sucesso do andebol português não apareceu por acaso


"“Quando entrei, sentia que os jogadores vinham à seleção fazer um frete. Porque vinham para perder. Porque foram muitos anos a perder, muitos anos”. A frase que abre a passadeira a esta newsletter é de Paulo Jorge Pereira, selecionador nacional de andebol. Não fala de uma realidade do século passado, nem sequer com 20 anos. Numa entrevista a esta casa, o treinador recordava o que encontrou quando assumiu o cargo em 2016. Há nove anos, portanto.
Há uma década, o andebol português ainda sentia os nefastos efeitos da guerra entre Liga e Federação, quezílias que redundaram no ridículo de haver dois campeonatos em simultâneo ou de termos equipas de escalões secundários a representar Portugal em competições europeias. Como não há nada que afaste mais o investimento do que o banzé, a modalidade sofreu. De 2006 a 2020, a seleção nacional tornou-se irrelevante e desapareceu das provas internacionais, fosse Europeus ou Mundiais.
Mas essa tal modalidade cujos praticantes bufavam a cada chamada à seleção, temendo uma qualquer aleatória derrota frente a um adversário excêntrico, deu-nos, só este ano, dois feitos históricos: um 4.º lugar no Mundial de seniores e, este fim de semana, a medalha de prata no Campeonato do Mundo de sub-21. Em ambos os certames, a derrota só chegou frente à Dinamarca, potência máxima do andebol. Em 2022, o Benfica venceu a Liga Europeia, a segunda competição mais importante da Europa. Esta temporada, o Sporting chegou aos quartos de final da Liga dos Campeões. Antes, o andebol nacional já tinha logrado uma inédita participação nos Jogos Olímpicos ou dois segundos lugares nos dois últimos Europeus de sub-20.
Como aqui chegámos? é uma pergunta que geralmente fazemos com aceção negativa, tantas vezes um desabafo suspirado de quem verdadeiramente não tem respostas. No andebol, a pergunta vem de um lugar de surpresa e orgulho. E essas respostas existem.
O investimento dos três grandes no andebol foi decisivo. Hoje, Sporting, FC Porto e Benfica, sendo clubes ecléticos, não têm condições inferiores a algumas das melhores equipas da Europa. As condições dadas pela federação, com o aumento de dias de estágio para as seleções e melhoria das condições dos mesmos, ajudou. Mas, curiosamente, num mundo dividido e em que as elites políticas nos dizem para desprezar o que é estrangeiro, veio lá de fora o início de muita coisa. Como nos explicou Carlos Martingo, selecionador desta malta nova que na Polónia colocou Portugal outra vez ao nível dos gigantes, o andebol português é uma feliz mistura de influências. Soviéticas, às mãos de Aleksander Donner; sérvias, com Ljubomir Obradovic; nórdicas, com a chegada de Magnus Andersson ao FC Porto, ou espanholas, por estarem aqui ao lado. A chegada de jogadores cubanos a Portugal, no início da segunda década do século XXI, deu à seleção “peso e altura”, a “alegria” (que saudades de Quintana), mas também “a ambição e nenhum tipo de preconceito de jogar contra atletas de renome”, frisou, por sua vez, Paulo Jorge Pereira, ainda antes do heróico apuramento para Tóquio 2020.
Esse “fator mental”, a “convicção” que se pode “ganhar a qualquer um”, sublinhou-nos há dias Carlos Martingo, fez o resto: hoje, Portugal, esse país que há 10 anos nem se qualificava para competições seniores, já entra para ganhar em qualquer prova.
Faltar-nos-á, talvez, o poder físico e a intensidade de uma equipa como a Dinamarca - ainda que no domingo a diferença não tenha sido assim tanta. Mas o jogador português apareceu também para dar cabo das ideias feitas, de preconceitos, como bom produto de uma mistura. “É um bocado como o jogador espanhol: não somos nem os mais altos, nem os mais fortes, nem os mais bonitos, provavelmente. Mas temos uma qualidade tática extraordinária, jogadores muito inteligentes, aquela ‘manha’. Somos desenrascados e isso é bom para aproveitar qualquer situação de jogo”, disse o espanhol Chema Rodríguez em 2022, quando treinava o Benfica.
O sucesso do andebol português não é, por isso, coisa do acaso, de astros alinhados, de acidentes ou eventualidades. É feito de muito trabalho de sapa, da influência de muitos e do esforço de tantos outros treinadores em clubes formadores. É um exemplo do desporto português, mais um, um daqueles milagres que dão muito trabalho."

Recordes são ótimos mas será preciso mais para crescer


"O Euro-2025 de seleções femininas ainda nem começou e já estabeleceu novo recorde de bilhetes vendidos. Na Suíça, as bancadas estarão esgotadas e a festa é garantida. Por estes dias, o feminino alimenta-se de boas notícias.
Em Inglaterra, no Euro-2022, os bilhetes vendidos cresceram 132 por cento face a 2017. Agora serão 670 mil, mais 500 milhões a ver através da televisão. Os que, como eu, visitarem a Suíça para ver jogos deixarão por lá cerca de 190 milhões de euros.
Aguenta mais alguns números?
Dias antes da boa notícia dada pela UEFA, um estudo previa que em 2030 o futebol feminino estará entre os cinco desportos com mais adeptos. Em vez dos atuais 500, seremos 800 milhões a gostar. Crescer 38 por cento parece otimismo, mas de 2020 até hoje o crescimento rondou os 60 por cento.
O futebol jogado por mulheres atrai público diferente, como se percebeu na recente final da Liga dos Campeões entre Arsenal e Barcelona, em Lisboa. Ser diferente não é um problema, antes uma extraordinária oportunidade.
A maior parte dos fãs que gostam de futebol feminino são mulheres, as principais decisoras quando se trata de consumir. O estudo, percebe-se, é um aviso às marcas: os adeptos estão lá e vocês, as grandes empresas, estão a ficar para trás. Um pouco óbvio de mais, esperemos que funcione.

Pouca gente nas bancadas
No feminino existe competência para criar eventos que são notícia (Mundiais, Europeus, final da Champions, recordes de espectadores um pouco por todo o lado), mas na solidão dos dias normais o futebol jogado por mulheres assemelha-se a uma pequena e média empresa, longe do poder e influência de uma multinacional.
O estudo até pode prever 800 milhões de adeptos, mas será que andam só no Instagram?
Em Portugal, por exemplo, a média de espectadores por cada partida da Liga BPI ronda os 500. Em Espanha são 1600, em França 1500, na Alemanha 2700 e em Inglaterra, enfim, quase 7 mil. Em alguns destes países a época de 2023/2024 até foi melhor do que a última. Com tão pouco interesse quotidiano, é difícil afirmar que de facto existe um mercado e apelar aos patrocinadores que se juntem a uma atividade que ainda não é de massas.
No programa Unstoppable que define metas até 2030, a UEFA coloca como um dos pontos fundamentais a melhoria das competições internas. De facto, em 2023/2024 existiam na Europa apenas três campeonatos femininos totalmente profissionais, em 2019/2020 era apenas um. O objetivo é ter seis em 2030.
Quem trabalha no feminino está consciente da realidade, que pouco tem a ver com o que se viverá durante um mês no Euro.

Os ricos que paguem a mudança
O futebol feminino só foi reconhecido pela UEFA em 1971, resultado da escassa visão dos dirigentes, na generalidade homens. A primeira competição de seleções ocorreu em 1982/1984.
As seleções jovens femininas surgiram em 1997/1998, quase no século XXI.
As provas europeias de clubes são de 2001/2002, dez anos antes de a primeira mulher aceder ao Comité Executivo da UEFA. Por essa altura nasceu a Champions feminina. Estes registos são claros quanto à visão do futebol sobre a mulher em campo.
Aproveito para contar uma história do meu tempo na Federação Portuguesa de Futebol. Certo dia, recebemos na Cidade do Futebol especialistas que andavam a fazer a radiografia das federações, sobretudo na área da formação. Depois de muita conversa, perguntaram como funcionava o nosso departamento feminino. Expliquei que não tínhamos. O feminino fazia parte do dia-a-dia do presidente, da Direção e também do meu, na altura diretor-geral. Logo, de todas as equipas da FPF.
Na generalidade das estruturas do futebol o feminino ainda funciona numa sala que nem todos sabem muito bem onde fica. É visto como algo que apareceu para ocupar relvados, além de fundos. Quem pensa assim já lá estava, por vezes há muito tempo. A novidade são as raparigas que, alegres, surgem para treinar. Sabemos como por vezes é difícil lidar com a diferença.
De facto, hoje o investimento no feminino tem retorno quase inexistente.
Não duvidem, será assim durante muito tempo.
Precisaremos de décadas, apesar de o crescimento das praticantes federadas estar a acelerar na Europa e de haver jogadoras com milhares de seguidores nas redes sociais. Durante anos, os ordenados serão diferentes, os estádios também, tal como as assistências. As marcas pensarão duas vezes, os direitos televisivos serão de baixo valor.
Os ricos — leia-se o masculino — continuarão a ser chamados a pagar o atraso que eles próprios ajudaram a criar e manter.
O futebol feminino é uma oportunidade excelente de trazer novos — ia escrever melhores… — adeptos para este desporto, mas vai ser necessário continuar a investir. É uma mudança, não uma revolução.
A UEFA faz muito bem ao estabelecer como um dos objetivos para 2030 a utilização do futebol feminino como força de mudança positiva na sociedade. A bola é um dos instrumentos mais poderosos que conheço. Pode funcionar.

Recorde também nos prémios
Os clubes tradicionais do futebol masculino estão a chegar e com eles o dinheiro que é necessário e traz recordes de transferências. Mais uma vez, acontecimentos que dão notícias, mas que não refletem a norma dos baixos salários e dos contratos de curta duração.
Em 2020/2021 eram 46 por cento os clubes que só participavam nas provas femininas. Em 2023/2024 o valor desceu para 34 por cento.
Em 2019/2020, só 66 por cento dos clubes participantes na fase de grupos da Champions tinham equipa feminina. Em 2023/2024 já eram 88 por cento. Em breve atingiremos os 100 por cento.
Pelo caminho da mudança estão a ser sacrificados alguns dos clubes amadores que fundaram e suportaram o feminino durante anos.
Em Portugal, Sporting, SC Braga e Benfica estão na Liga BPI há apenas uma década e o FC Porto disputará a segunda divisão na próxima época. Históricos como 1.º Dezembro, Ouriense, Futebol Benfica e Albergaria têm sido incapazes de encontrar meios para permanecer ao mais alto nível.
Na Europa acontece o mesmo. Esta época, por exemplo, o histórico FFC Turbine Potsdam, equipa do leste alemão que foi cinco vezes campeã e até conquistou a Liga dos Campeões em 2004/2005 e 2009/2010, somou apenas um ponto no campeonato. Obviamente desceu. França, Espanha e Itália vivem episódios semelhantes.
Por enquanto, é ainda a construção de um «futuro sustentável» que preocupa a UEFA. Em 2025/2026 a Liga dos Campeões será diferente e haverá uma segunda prova. Portugal terá três equipas e o dinheiro que chegará da Europa para os clubes baterá recordes.
O mesmo acontecerá no Euro-2025.
A UEFA decidiu imitar a FIFA e assegurar que o dinheiro que dá às federações chega mesmo às jogadoras.
Cada federação participante encaixa logo à partida 1,8 milhões e o vencedor receberá quase seis milhões.
Tudo somado, os prémios para as seleções atingem os 41 milhões de euros, mais 156 por cento do que em 2022 e cinco vezes mais do que os 8 milhões de 2017. Recordes, claro. É bom, mas o futebol feminino não crescerá só com boas notícias de quando em vez.
Até porque o futebol feminino bem precisa de quem invista."

Zero: 5x4 - S05E39 - Benfica campeão em Alvalade: que futuro?

Tiro o chapéu na despedida a um Craque de classe Mundial!


"1. Gostei tanto de saber do regresso do Di María que fui com o meu filho e mais um amigo juntar-me aos milhares de Benfiquistas que o foram aplaudir à Luz no dia da sua apresentação, ele lá no alto da varanda que está por cima da porta 18, nós cá em baixo em volta da estátua do maior de todos os tempos.
2. Muitos falam que querem um dia regressar ao Benfica, que são grandes Benfiquistas, mas o Di María foi capaz de passar das palavras aos atos, virou as costas a ofertas de muitos milhões para voltar a vestir o Manto Sagrado. Isto jamais esquecerei, tiro-lhe o chapéu!
3. Nunca alinhei nas críticas de que não defendia, de que não aguentava 90 minutos, etecetera e tal, sempre achei que um jogador do nível de Di María, mesmo que com idade avançada, tinha que ser parte da solução e nunca parte do problema - porque compete aos treinadores encontrar os tempos certos e os desdobramentos táticos necessários para encaixar jogadores de classe mundial numa equipa.
4. Detestei vê-lo a chorar no relvado do Jamor depois da forma como foi tratado na final da Taça. Ainda bem que foi jogar o Mundial de Clubes, jamais merecia deixar o Glorioso num jogo em que só foi chamado a atuar no fim do prolongamento, quando, com o seu génio, era a última hipótese de evitarmos que fosse entregue de mão beijada ao Sporting pelo senhor da VARgonha, Tiago "Moedas" Martins, aquela taça que por direito e mérito devia ser nossa.
5. Adoro o "olá", amargura-me o "adeus", neste caso o adeus custa ainda mais depois de ler a mensagem deixada pela mulher de Di María, Jorgelina Cardoso: "O Benfica estará sempre nos nossos corações, vamos continuar a acompanhar e apoiar em cada jogo deste clube que nos deu tanto amor, durante tantos anos. Obrigada, Benfica, obrigada Lisboa, obrigada Portugal por nos terem sempre feito sentir em casa. Até sempre." O Di María, garanto-te Jorgelina, também estará sempre no meu coração Benfiquista e também vou continuar a apoiá-lo em cada jogo no Rosario Central, a partir de hoje, e enquanto ele lá jogar, o meu clube na Argentina.
MUCHAS GRACIAS, ANGELITO!"

Jaime Cancella de Abreu, in Facebook

Terceiro Anel: Chelsea...

Termina o Mundial para o Benfica


"Nesta edição da BNews, destaque para a despedida do Mundial de Clubes (derrota por 1-4, após prolongamento, com o Chelsea), o 12.º título nacional consecutivo de hóquei em patins no feminino e mais uma medalha de ouro para Diogo Ribeiro no Campeonato da Europa de natação Sub-23.

1. Eliminação nos oitavos de final
O treinador do Benfica, Bruno Lage, observa que "não há jogos nem derrotas fáceis de aceitar". "Uma vez mais, aconteceu-nos de tudo e, com a expulsão [de Prestianni], ficou muito difícil jogar contra uma equipa de topo. É muito duro jogar nestas condições, e com menos um jogador durante 30 minutos tornou-se ainda mais difícil. Ainda assim, acho que fomos a melhor equipa nos primeiros 15 minutos do prolongamento."

2. Reações dos jogadores
Otamendi vinca: "Nunca deixámos de procurar o resultado." Aursnes refere: "Queríamos ficar aqui por mais tempo." Tiago Gouveia dá conta de que "o balneário está muito triste". Barreiro frisa: "Tínhamos de dar tudo pelo golo, e foi isso que fizemos."

3. Benfiquismo pelo mundo
Veja a reportagem sobre Benfiquistas presentes em Charlotte para apoiar o Benfica.

4. Transferência
Meïte passa a representar o PAOK.

5. Dodecacampeãs nacionais
O Benfica é campeão nacional de hóquei em patins no feminino pela 12.ª vez consecutiva. No segundo jogo da final, venceu o Turquel por 0-2.
Na mensagem de felicitações, o Presidente do Sport Lisboa e Benfica salienta que "este título vem fechar uma época memorável a nível nacional".

6. Campeão europeu Sub-23
Diogo Ribeiro, depois de ter conquistado o ouro nos 50 metros livres e a prata nos 100 metros mariposa, venceu a prova dos 50 metros mariposa.

7. Título decide-se na negra
Benfica e Sporting disputam o título nacional de futsal hoje, às 19h00, no Pavilhão João Rocha. Cassiano Klein acredita: "Somos uma equipa que tem muitas hipóteses de vencer."

8. Entrevista de despedida
O voleibolista Eduardo Brito sai do Benfica para um novo desafio profissional."