Últimas indefectivações

sábado, 13 de outubro de 2018

Caminhando alegremente rumo à Liga Panda

"A selecção nacional jogou e ganhou na Polónia com a naturalidade das coisas naturais. São maravilhosamente jovens muitos dos nossos jogadores mas dão conta do recado como gente crescida. Na realidade, dão boa conta de todos os recados. Bernardo Silva, por exemplo, antes do jogo com os polacos enviou a Leonardo Jardim palavras de estima por ocasião do despedimento do homem com quem trabalhou e com quem foi campeão de França no Mónaco. De seguida equipou-se, subiu ao relvado e foi o melhor em Chorzow. Quando acabou o jogo, Bernardo Silva agradeceu os elogios e explicou o que se tinha passado em campo numa frase curta: "trata-se de uma selecção nova com uma forma diferente de jogar." Gente crescida.
Os trabalhos das selecções europeias e sul-americanas levaram do Seixal um forte contingente de jogadores do Benfica. É bom sinal. Rui Vitória continuará, assim, a gozar o estatuto de líder por mais 15 dias até o campeonato regressar e, enquanto não regressa, segue o treinador do Benfica trabalhando com os disponíveis. Nestas circunstâncias tão pouco invulgares é frequente recorrer a jogadores do escalão abaixo para suprir ausências e completar o elenco necessário para a função. E foi isso mesmo que Rui Vitória fez chamando Rodrigo Conceição para se juntar ao treino do remanescente da equipa sénior nesta última quinta-feira. Rodrigo é filho de Sérgio Conceição, o treinador do FC Porto.
A propósito, um bom nome para o campeonato português seria Liga Panda. Sim, Liga Panda. Os seus responsáveis estão a fazer por isso. Depois do castigo aplicado a uma mascote por ocupação de uma área reservada a não-mascotes surgiu agora a notícia de uma multa ao Portimonense por delito artístico do corte da relva. Regressemos rapidamente ao Estádio da Luz.
O próximo jogo oficial levará o Benfica até à Sertã para discutir com o Sertanense uma eliminatória precoce da Taça de Portugal. Por todas as razões, a equipa a apresentar na Beira Baixa vai ser muito diferente da equipa que venceu tangencialmente o clássico no domingo passado com um golo suíço festejado exuberantemente à moda latina. O facto de Rui Vitória ter chamado aos trabalhos o filho do treinador do FC Porto não significa que Rodrigo Conceição se vá estrear na equipa principal na Sertã. Nada garante que tal venha a suceder. O que garantidamente não pode deixar de ocorrer é um vago, vaguíssimo mal-estar no Dragão e nos dragões provocado pela notícia e pelas imagens de Conceição Júnior esforçando-se sorridentemente ao lado de campeões como Jonas e Samaris e logo na semana em que o FC Porto perdeu com o Benfica na Luz e "a culpa não foi do árbitro" tal como disse, com toda a propriedade, Conceição pai. Se Rui Vitória fosse um sujeito maquiavélico chamava todas as semanas Rodrigo Conceição. Mas não é."

Cinco de vantagem...

Benfica 37 - 32 Hafnarfjordur
(19-16)

Somos superiores mas é preciso ter cuidado, estes Islandeses têm bons fundamentos, têm jogadores com remate fácil, e têm cultura de Andebol...
Defendemos mal, é verdade que tivemos demasiadas exclusões, algumas incompreensíveis, mas mesmo com todos os jogadores em campo, podíamos defender melhor...!!!

Fácil...

Benfica 3 - 0 Ac. Espinho
25-10, 25-12, 25-16

Jogo fácil, rodando praticamente todos os jogadores, já que amanhã temos um jogo de grau de dificuldade mais elevado, com o Sp. Espinho (que hoje 'levou' 3 secos do Esmoriz - provavelmente 'pouparam' os titulares todos!!!).
Gostei de ver o regresso do Rapha... e o puto Bernardo tem estilo...

Obviamente

"E ao fim desse azedo domingo mais uma vez senti que há uma coisa que custa ainda mais do que uma derrota injusta: uma derrota justa

Um amigo meu de (quase) toda a vida, engenheiro de almas por vocação e profissão, e portanto sabedor da minha adição ao desporto, aqui há uns tempos interpelou-me nos seguintes termos: «Mas tu diverte-se mesmo com isso? Faz-te sentir realmente melhor? É coisa que te dê mais alegrias do que tristezas?»
Confesso que nunca tinha pensado tal tópico nestes termos quase brutais. Nem tão-pouco jamais havia ensaiado esse espécie de contabilidade analítica reportada a festejos e desânimos. Mas assim como sei bem que nem mesmo os maiores feitos me transportam a estados de euforia, também não ignoro que não consigo sentir-me imune ao mal estar decorrente dos desaires. Por exemplo, adoro futebol, mas sigo também com muita atenção, nomeadamente, a Fórmula 1 e o motociclismo. Pois bem, recapitulamos então agora o sucedido na madrugada do último domingo. O dia começou com o Grande Prémio do Japão corrido em Suzuka. Escusado será dizer que sou um puro ferrarista, incondicional apoiante da Scuderia do Cavallino Rampante. Logo, dispenso-me de confessar o quanto me irritou a derrota dos carros encarnados e a inerente quarta vitória consecutiva da Mercedes através do tetra campeão Lewis Hamilton, o qual desta forma praticamente pôs um ponto final nas esperanças do também tetra campeão Sebastian Vettel em recuperar o título. Saltemos agora das quatro rodas para as duas. Corrida de Moto 2 a disputar na Tailândia. Miguel Oliveira precisava de triunfar para se aproximar do líder do mundial da categoria, o italiano Francesco Bagnaia. Resultado: o transalpino venceu e o lusitano ainda se deixou ultrapassar na última volta, baixando assim para o último lugar no pódio e, necessariamente, ficando ainda mais distante do ceptro de campeão. Foi uma excelente forma de começar o dia, sem dúvida nenhuma. O qual, porém, não poderia terminar sem o maior dos clássicos nacionais em futebol. Toda a gente sabe o respectivo resultado. E no fim desse azedo domingo mais uma vez senti que há uma coisa que custa ainda mais do que uma derrota injusta: uma derrota justa.
Victis honus! (Glória aos vencidos!)"

Paulo Teixeira Pinto, in A Bola

Do Mineirão para o Itaquerão

"Estamos a meio da final da Copa do Brasil, a prova que oferece ao seu vencedor o maior valor monetário na América do Sul – 50M de reais = cerca de €11M, mais até do que a Libertadores. O Cruzeiro recebeu o Corinthians na primeira mão, no Mineirão, em Belo Horizonte, e Thiago Neves marcou, mesmo antes do intervalo, o golo que atribui vantagem aos azuis. Significa isto que, na próxima semana, em São Paulo, o Corinthians está obrigado a colocar a bola na baliza de Fábio. 
Mano Menezes teve o seu primeiro grande êxito no futebol brasileiro quando, em 2004, levou os gaúchos do 15 de Novembro às semi-finais da Copa. E desde aí nunca teve problemas em reconhecer que tem o seu quê de defensivista. Na madrugada de quarta para quinta (hora portuguesa), o treinador cruzeirense operou uma mudança no alinhamento titular provável. Mas resultou bem. Em vez de jogar com Lucas Silva como médio-transportador, apostou em Ariel Cabral para aumentar a combatividade do eixo do meio-campo ao lado do capitão Henrique. Ainda que se tivesse comprovado que o Corinthians ia jogar na retranca e contra-ataque, à semelhança da primeira mão da semi-final no Maracanã contra o Flamengo, ao Cruzeiro também competia manter a equipa capaz de interromper as ligações apoiadas do Timão. O Corinthians joga sem ponta de lança, mas com muitos “baixinhos” a trocar as voltas nos três quartos do campo.
Ou seja, a Raposa ia atacar e, nesse aspecto, Lucas Silva até seria bem mais adequado para aumentar a definição das combinações perto de Robinho, Thiago Neves, Barcos e Rafinha na aproximação à baliza de Cássio. Mas também era importante ter alguém, como Cabral, que fechasse a porta aos atacantes da equipa de Jair Ventura.
O Corinthians joga sem um ponta de lança. Não tem um Hernán Barcos como tem Mano no Cruzeiro. Isso acontece porque Jô, artilheiro do Timão no ano passado em que foram campeões com Carille, deixou o emblema do Parque São Jorge rumo ao Japão. Rodriguinho foi para o Egito e Roger, que poderia ser esse ‘9’, está impossibilitado de atuar na Copa, por já o ter feito pelo Inter. Por esse motivo, Jair Ventura, filho do lendário extremo Jairzinho, herdou o lugar de Osmar Loss há pouco tempo e nem dez jogos somou como técnico do Corinthians. Jair tem apostado na cristalização do 4-2-4, sem ponta de lança. Mateus Vital e Jadson são as duas unidades mais centradas no ataque, ainda que o ex-Vasco, geração 98, venha defender mais atrás, perto dos outros dois médios-centro - Douglas, centrocampista canhoto com mais rotura (pós-Maycon), estava castigado para o jogo da primeira mão. Mas tanto Mateus como Jadson se misturam muito na zona ofensiva, contando que Clayson e Romero também o fazem. Torna-se um ataque com muitas deambulações, que Mano Menezes respeitou, ao ponto de ter aumentado a cobertura à frente de Leo Santos e Henrique.
Mano Menezes tinha o seu chefe na defesa, Dedé, imperial no jogo de cabeça. Mas não tinha o seu melhor atacante disponível. De Arrascaeta, que costuma ser o extremo-esquerdo, viajou com a Selecção uruguaia (dois particulares na Ásia) e, por causa dessa colisão com as datas FIFA, não pôde jogar a primeira mão da final da Copa e nem é certo que possa actuar no Itaquerão. Mano reza, agora, pela compreensão de Tabárez.
Sem De Arrascaeta, o veloz Rafinha (35 anos!) encostou na faixa esquerda, à frente de outro acelerador (Egídio), enquanto Robinho, com perfil de jogo mais pausado, fugia da direita para o meio para se aproximar de Thiago Neves. Cabral também poderia forçar alguns desajustes no posicionamento de Ralf, o trinco do Timão, mas a permanência de Robinho e de Thiago Neves no centro da zona ofensiva foi determinante para convidar Edilson a avançar pela faixa direita e a criar confusão em Clayson.
Nem Cruzeiro nem Corinthians serão campeões nesta época, mas, para além do prémio monetário elevadíssimo, sabem que o triunfo na Copa do Brasil oferece lugar garantido na Libertadores 2019, razão que os levou a dar prioridade a esta prova, mais do que ao campeonato. No caso do Cruzeiro foi ainda mais flagrante, pois alcançaram os quartos-de-final da Libertadores, tendo sido eliminados pelo Boca Juniors. E até no dérbi de BH contra o Atlético, para o campeonato, jogaram com habituais suplentes.
Apesar de só ter marcado três golos até agora, Barcos tem sido o avançado preferido por Mano Menezes. Fred esteve seis meses parado, Sóbis é mais utilizado como segundo-avançado e Sassá apanhou uma suspensão valente depois do soco a Mayke, do Palmeiras. Não é a conjuntura mais perfeita para o treinador, mas ele tem aprendido a optimizar com o pouco que tem e sobretudo a vincar um tipo de jogo bem calculado, a ponto de há alguns anos ter sido chamado para a Canarinha. 
Foi assim que, com Chicão, Elias, Jorge Henrique e o Ronaldo Fenómeno, que ganhou a Copa de 2009 pelo Timão contra o Inter e não deixa de ser o responsável pela injecção de DNA de marcação na equipa do Corinthians, estilo "europeízado" que depois faria furor com Tite e Carille. Mano teve esse mérito de fundar um tipo de jogo gregário e reactivo que ajudou o Corinthians a subir à Serie A brasileira até ao título de campeão mundial com Tite, em 2012, contra o Chelsea de Rafa Benítez. Já Cristóvão Borges e Oswaldo Oliveira tentaram sair dessa tendência, para desenvolver um futebol mais vistoso, e não se deram bem no Timão.
Agora, para o desfecho desta Copa do Brasil 2018, Mano está do lado do Cruzeiro, exactamente contra o Corinthians. Terá Jair Ventura algum truque na manga ultrapassar o emblema penta-estrelado? É provável que não faça as coisas de forma muito diferente, mas convém que não haja falhas na zona defensiva como houve no golo de Thiago Neves, em que Clayson ficou a pensar na morte da bezerra."

Sexismo

" ‘Sexismo’ tem sido uma palavra muito utilizada nos últimos tempos no mundo do desporto. Basta recordarmo-nos dos dados da FIFA sobre o número de casos de assédio contabilizados com agentes desportivos durante o último Mundial: segundo este organismo, registaram-se cerca de 30 incidentes, mas admite-se que muitos mais terão existido.
Será que este tipo de comportamentos é reflexo dos valores da sociedade actual? Será que no século XXI e a liberdade só veio para o ‘outro’ e não para nós?
Escrevo sobre este assunto a propósito da suspensão de três meses aplicada pelo Conselho de Disciplina (CD) e que deve ser analisada por nós. Não pelo castigo, mas pelo que leva alguém com anos de futebol e, ainda mais caricato, ligado ao futebol feminino a ter uma atitude sexista.
A forma leviana como provocou a árbitra, dizendo-lhe que devia estar em casa a lavar a loiça, é descriminação. Atitudes destas continuam a existir por esses campos fora, o que já é de lamentar, e as árbitras devem sempre mencioná-las nos relatórios. O pior é que tais comentários sejam de um condutor de jovens, de alguém que tem a missão de ser um exemplo e ensiná-los a ser melhores homens e mulheres.
Não nos cabe a nós dizer se o castigo foi justo ou não; cabe-nos contribuir para denunciar estas atitudes que nos devem envergonhar, pois nunca sabemos se um dia não é uma filha nossa a desempenhar essas funções, sendo assediada ou descriminada desta forma. Todos temos direitos elementares, mas tem de haver limites para todos.

Nota: de salientar a postura de fair play e respeito que José Gomes, treinador do Rio Ave, teve no passado domingo depois de ter sido expulso no jogo com o Sp. Braga. Fez um pedido de desculpa aos 110 jovens árbitros que tinham o tinham estado a ouvir na véspera a falar dos exemplos e posturas dos árbitros. Um gesto nobre – e infelizmente tão raro – que nunca é de mais divulgar."

Benfiquismo (CMLXXVII)

Benfica...

Jogo Limpo... Seara, Guerra & Fanha... Tic-Tac...!!!

Uma Semana do Melhor... Boa Disposição!

Sem Lema mas com leme

"Os portistas podem até dizer em balanço do fim de semana que é melhor perder com o primeiro do que com o último

Rui Vitória ganhou o clássico. Se há muito mérito na forma como Sérgio Conceição colocou o FC Porto a pressionar alto e não deixou o Benfica construir jogo na primeira parte, há todo o crédito de Rui Vitória como na segunda parte desmontou o lego portista e construiu uma vitória que só não foi tranquila porque Fábio Veríssimo arrancou uma expulsão anedótica (perdoando as do Maxi, Herrera e Otávio) a Lema. Ficámos sem Lema mas mantivemos o leme na rota da vitória.
Num jogo tranquilo para Vlachodimos, com zero defesas efectuadas, foi na batalha do meio campo, nas conquistas das segundas bolas, na alma de querer vencer que o Benfica conseguiu o êxito. No Benfica não se festejam jogos, festejam-se títulos e, por isso, foram apenas três pontos os que aconteceram na Luz.
Os portistas podem até dizer em balanço do fim de semana que é melhor perder com o primeiro do que com o último. Vistas as contas azuis e brancas ontem apresentadas na CMVM talvez estes três pontos sejam o menor dos problemas, mas essas não são contas do seu rosário.
Há muito a melhorar no Benfica, muito para vencer, muitas alegrias para alcançar, pelo que os outros (adversários) têm para mim interesse circunstancial.
Talvez por ser raro, queria deixar um aplauso pela educação, civismo e exigência interna das palavras de Frederico Varandas, numa altura de maus resultados (perdeu no futebol, voleibol, andebol, hóquei em patins) e instabilidade, onde seria mais fácil inventar uma manobra de diversão. Não sei se tem soluções para salvar o Sporting, mas, por agora, já mostrou ter educação e maturidade, que comparadas com o que existia o colocam no patamar do Olimpo.
O Benfica lidera novamente o campeonato, espera pela viagem à Sertã na Taça de Portugal e segue com exigência e rigor em busca dos objectivos da reconquista.
Referência final obrigatória para mais uma vitória na Supertaça de voleibol. Primeiro pela qualidade do adversário. Contra um Sporting recheado de estrelas houve um colectivo encarnado muito forte. Vi o jogo ao lado do professor José Jardim, a quem me ligam sabidos laços de amizade e consideração. No fim, na alegria da vitória, havia um destinatário desta conquista, como de todas as que temos conseguido anos a fio: Rui Mourinha, o presidente da secção. Embora não se visse no pavilhão, Rui Mourinha esteve lá sempre, em todos os serviços do Zelão, sempre que o Gaspar rematava ou quando o Ivo recebia e, por isso, a Supertaça é desse grande campeão."

Sílvio Cervan, in A  Bola

Polvo à Lagareiro?!!!

Fina hipocrisia...

"Na semana passada, Pinto da Costa afirmou que 'o futebol não pode ser uma guerra, tem de servir para unir o país'. Logo o acusaram de hipocrisia, o que se compreende. Porém, justiça lhe seja feita, é sobretudo uma vitíma da sua megalomania e incompetência e, verdade seja dita, da incapacidade dos seguidores do desporto português em lhe reconhecerem, simultaneamente, o empenho em prol de tamanho desiderato e a obstinação pela perseguição de um objectivo nobre e porventura inalcançável, exigindo-lhe permanente pragmatismo e a constante prevalência do bem maior, mesmo que por vezes se veja na contingência de tomar caminhos enviesados. Em poucas palavras, o homem não só é um papa, merece a canonização.
Ciente da enorme empreitada a que se dedicou, começou por dar pequenos passos, alcançando sucesso, embora parcial por não ter percebido que já os romanos diziam que neste canto da Ibéria havia um povo que nem se governava nem se deixava governar. Enfim, somos muitos, demasiados para sermos unidos por um homem só.
Nem Alberto João Jardim o conseguiu com os madeirenses, uma pequena parcela do país.
Alguns árbitros, dirigentes associativos (até de clubes), jornalistas, autarcas e muitos outros viram-se subitamente unidos, o que não é despiciente. Afinal de contas são portugueses e tinha de começar por algum lado. A meio do caminho desviou-se e procurou, talvez fruto de um inusitado fervor pós-colonista, incluir cidadãs brasileiras. E depois destas, sportinguistas em cargos directivos apoiados por uma turba desesperada.
Falhou clamorosamente, o 'país' continua desunido e o futebol é, infelizmente, uma guerra. Ou então é mesmo hipócrita.

P.S. É fácil expulsar um jogador do Benfica..."

João Tomaz, in O Benfica

Culpas e ilicitudes

"Eu sei, porque já me disseram amiúde, que as letras que reproduzo nos meus artigos deveriam ser todas em português.
Confesso, que tenho feito um esforço enorme em conjugar essa vontade dos leitores com o significado da letra e com o momento emocional que sentimos quando escrevemos.
Tal conjugação tem sido muito difícil, até porque as letras portuguesas com estas características todas não são abundantes.
Mas a questão agora é outra. Os Ditch Days são uma banda de Lisboa, e as suas letras em inglês. Daí ter inserido esta semana uma dessas letras. É mais um exemplo de que o que parece não é, e o que é deixa de o ser porque a informação faz que nunca tivesse existido!
Fake News são um meio muito perigoso de se noticiar que alguém é arguido, quando não o é, agravado pela forma destemida e irresponsável como é divulgado.
Não se podem lançar notícias falsas que destroem as pessoas, sem que estas possam sequer desmentir. Isso não é bom jornalismo e nunca será!
Mas contra tudo isto, o povo continua a exigir e quer é mais 'sangue'!"

Pragal Colaço, in O Benfica

Paso doble

"Não sei se já vos disse, mas não gosto de touradas. E não é coisa nova, fruto do politicamente correcto deste século. É coisa que não aprecio desde criança. Sim, pelos direitos dos animais, que me merecem todo o respeito. Não tiro qualquer prazer de ver um boi a ser espetado com bandarilhas e a sangrar abundantemente no meio de uma arena, esgotado, confuso, indignado com a sua sorte, por mais razões culturais a favor que me possam apresentar. Nem dou espaço a discussões sobre isso. Para mim, não dá. No universo das touradas, consigo respeitar a coragem dos forcados, apesar de serem oito contra um. Tudo o resto - cavaleiros e matadores - faz-me confusão e não gostaria que continuasse a acontecer.
Mas há uma coisa que eu adora nas touradas - o folclore. Gosto da estética dos marialvas com patilhas, dos bonés axadrezados de ir à caça, gosto do brilho das lantejoulas dos toureiros e das madeixas das aficionadas nas bancadas, gosto dos ramos de flores atirados para o recinto mas, acima de tudo, do que eu gosto mesmo é da música e dos olés. Um paso doble será sempre um paso doble, independentemente da conotação negativa da tourada. E quando é tocado como provocação a quem nunca nos respeitou, ainda sabe melhor. Já sei que os bem-pensantes não se reveem na música que tocou no final do clássico, mas eu continuo a achar que é bem mais simpático do que agredir gente nos túneis, cuspir em presidentes de outros clubes, atacar stewards ou ter um adepto da casa a bater num internacional português da equipa adversária. Olé!"

Ricardo Santos, in O Benfica

Que fim de semana tão bonito

"Hoje, dia da publicação semanal do jornal O Benfica, é sexta-feira, e amanhã, se tudo correr bem, será sábado. Está à porta um sempre bem-vindo fim de semana, mas posso garantir ao leitor: este não será melhor do que o anterior. Empolgante, não foi? Ganhar pontos a toda a concorrência e ascender ao lugar que nos é devido. Ah, que maravilha. Ganhar pontos a toda a concorrência e ascender ao lugar que nos é decido. Ah, que maravilha. Não, não me repeti por lapso. A jornada foi tão agradável, que me apeteceu reproduzir a mesma ideia duas vezes. E a alegria não fica por aqui. Tenho boas notícias para os benfiquistas preocupados com dietas e manutenção de uma boa forma física: Seferovic continua a provar que o chocolate está longe de ser a única exportação suíça capaz de nos fazer felizes.
O clássico pautou pelo rigor táctico e ficou bem vincada a estratégia de cada um dos treinadores. Inicialmente, confesso que fui completamente apanhado se surpresa pro Sérgio Conceição. A ideia de colocar Felipe mais subido no terreno, a jogar no meio-campo, parecia ter tanto de inesperada como se ousada. Só à passagem do minuto 52, quando vi o quarto árbitro levantar a placa com o número 25 para ser substituído no FCP, é que eu percebi que aquele sacana que andava a dar uns valentes açoites nos jogadores do Benfica não se tratava de Felipe, mas do Otávio. Por um lado, o tesoureiro do Benfica viu-se obrigado a desembolsar alguns trocos para comprar três ou quatro canelas novas para Cervi e companhia, por outro não será necessário investir dinheiro em madeira para acender a lareira do Seixal no próximo inverno: o Otávio distribuiu lenha suficiente para abastecer o estádio inteiro."

Pedro Soares, in O Benfica