"O“Sunday Times” denunciou, recentemente, um escândalo de corrupção, envolvendo membros da “respeitável” multinacional que dá pelo nome de FIFA e que, há muito, dirige com mão de ferro os destinos do futebol mundial. Desta vez a polémica centrou-se na organização do Mundial’2018, de que Portugal é candidato em parceria com a Espanha.
Fazendo-se passar por empresários que pretendiam assegurar a escolha dos Estados Unidos como sede da maior competição do futebol mundial, repórteres daquele jornal gravaram e filmaram conversas comprometedoras com membros destacados do Comité Executivo do organismo liderado pelo cérebro privilegiado de Sepp Blatter, o grande defensor da verdade desportiva, desde que... sem recurso à tecnologia.
Amos Adamu, dirigente nigeriano e principal protagonista deste caso, terá, alegadamente, exigido 750 mil euros para apoiar a candidatura dos Estados Unidos, enquanto o líder da Confederação da Oceânia e vice-presidente da FIFA, Reynald Teimarii, terá pedido 1,7 milhões de euros para construir uma academia. Dois valores “modestíssimos”, mesmo tendo em conta a crise mundial que atravessamos. Não sei se a Comissão de Ética, “sentinela vigilante” de Blatter, já terá analisado o vídeo que revela as negociações dos suspeitos, o que, a ser verdade, constituirá uma surpreendente abertura aos meios tecnológicos. O que sei é que o “Daily Telegraph” apareceu, agora, a querer envolver Portugal, noticiando que a candidatura ibérica está também sob investigação da FIFA, devido a um alegado acordo com o Qatar, candidato à edição de 2022. O que já provocou uma reação indignada de Gilberto Madaíl.
A propósito deste escândalo, não posso deixar de prestar uma justa homenagem ao velho jornalista britânico Andrew Jennings, o único do Mundo que, desde 2003, está proibido de participar nas conferências de imprensa do organismo máximo do futebol mundial. Jennings é o autor de três livros sobre o Comité Olímpico Internacional e a FIFA, em que revela alegados casos de corrupção, prometendo-nos para breve um novo livro sobre um caso em que a Justiça, ao fim de alguns anos, acabou por admitir ter havido dirigentes da FIFA que receberam “luvas”. O espantoso é que nenhum deles será punido porque – segundo Jennings – na época em que os factos ocorreram, a lei do país que é sede da FIFA até permitia o famoso “jogo do bicho”(!). Numa entrevista divulgada recentemente na Internet, Jennings esclareceu que “os figurões, que participaram no caso, apenas vão ter de pagar as custas legais do processo e que os seus nomes não serão revelados (!)”. Sem comentários.
Confesso que não me surpreenderia se aparecesse por aí qualquer outro membro do Comité Executivo a tentar vender-nos o seu voto. Mesmo sabendo que Portugal está “nas lonas” e que o que mais o preocupa, de momento, nada tem a ver com os “futebóis”. Para já, basta-nos o título de campeões da… “pelintrice” que, pelos vistos, será nosso, não por muitos anos e bons, como costuma dizer-se, mas por muitos anos e... maus!"
Fazendo-se passar por empresários que pretendiam assegurar a escolha dos Estados Unidos como sede da maior competição do futebol mundial, repórteres daquele jornal gravaram e filmaram conversas comprometedoras com membros destacados do Comité Executivo do organismo liderado pelo cérebro privilegiado de Sepp Blatter, o grande defensor da verdade desportiva, desde que... sem recurso à tecnologia.
Amos Adamu, dirigente nigeriano e principal protagonista deste caso, terá, alegadamente, exigido 750 mil euros para apoiar a candidatura dos Estados Unidos, enquanto o líder da Confederação da Oceânia e vice-presidente da FIFA, Reynald Teimarii, terá pedido 1,7 milhões de euros para construir uma academia. Dois valores “modestíssimos”, mesmo tendo em conta a crise mundial que atravessamos. Não sei se a Comissão de Ética, “sentinela vigilante” de Blatter, já terá analisado o vídeo que revela as negociações dos suspeitos, o que, a ser verdade, constituirá uma surpreendente abertura aos meios tecnológicos. O que sei é que o “Daily Telegraph” apareceu, agora, a querer envolver Portugal, noticiando que a candidatura ibérica está também sob investigação da FIFA, devido a um alegado acordo com o Qatar, candidato à edição de 2022. O que já provocou uma reação indignada de Gilberto Madaíl.
A propósito deste escândalo, não posso deixar de prestar uma justa homenagem ao velho jornalista britânico Andrew Jennings, o único do Mundo que, desde 2003, está proibido de participar nas conferências de imprensa do organismo máximo do futebol mundial. Jennings é o autor de três livros sobre o Comité Olímpico Internacional e a FIFA, em que revela alegados casos de corrupção, prometendo-nos para breve um novo livro sobre um caso em que a Justiça, ao fim de alguns anos, acabou por admitir ter havido dirigentes da FIFA que receberam “luvas”. O espantoso é que nenhum deles será punido porque – segundo Jennings – na época em que os factos ocorreram, a lei do país que é sede da FIFA até permitia o famoso “jogo do bicho”(!). Numa entrevista divulgada recentemente na Internet, Jennings esclareceu que “os figurões, que participaram no caso, apenas vão ter de pagar as custas legais do processo e que os seus nomes não serão revelados (!)”. Sem comentários.
Confesso que não me surpreenderia se aparecesse por aí qualquer outro membro do Comité Executivo a tentar vender-nos o seu voto. Mesmo sabendo que Portugal está “nas lonas” e que o que mais o preocupa, de momento, nada tem a ver com os “futebóis”. Para já, basta-nos o título de campeões da… “pelintrice” que, pelos vistos, será nosso, não por muitos anos e bons, como costuma dizer-se, mas por muitos anos e... maus!"
Tenho uma observação a fazer sobre este tema:
Então os 'Anti-Pidescos', os 'Anti-Autos de Fé', já discutem um assunto que chegou à opinião pública através de uma 'câmara escondida', gravando uma conversa sem a autorização dos participantes, gravação feita sem qualquer controle judicial?!!!
Então isto não é uma grosseira violação da privacidade dos membros da FIFA?!!!
Sinceramente...