Últimas indefectivações
terça-feira, 12 de agosto de 2025
Amanhã temos Nice na Catedral
"VAMOS CARREGAR EM 4x4x2?
1. Gosto da tática 4x4x2, gosto de ver o Benfica com mais presença - de qualidade - na área adversária. Pavlidis jogava muitas vezes abandonado à sua sorte na frente, sozinho, entregue a si próprio, na luta até rebentar - era substituído muotas vezes cedo no jogo.
2. Com dois avançados fisicamente possantes e trabalhadores, é possível pressionar à largura a primeira linha de construção adversária.
3. Sendo as despesas da frente distribuídas por dois jogadores, Pavlidis tem tudo para aguentar mais facilmente os 90 minutos de cada jogo, ou, pelo menos, mais tempo dentro do campo.
4. O 4x4x2 era difícil de implementar com Kokcu no duplo pivô do meio campo. As contratações de Barrenechea e Ríos, a que se soma Aursnes-faz-tudo, trouxeram mais intensidade e capacidade de luta à nossa linha média, mais facilidade na recuperação da bola, incluindo em terrenos mais adiantados, também maior capacidade de choque na disputa de duelos.
5. Tudo isto permitiu maior conforto ao setor defensivo, que não deu grandes chances ao Nice: uma só oportunidade de golo, apenas dois remates enquadrados, Trubin a fazer não mais do que duas defesas, qualquer delas sem dificuldade de maior, aliás.
6. Barrenechea e Ríos, a que se somou Aursnes-faz-tudo, deram-nos mais capacidade de saída sob pressão adversária, com mais acerto, com mais critério, com maior fluidez, com menos erros não forçados. Se alguém tiver dúvidas, vá rever os golos de Nice, os dois: no primeiro, a bola mudou 14 vezes de posse entre os nossos jogadores até chegar à brilhante conclusão de Ivanovic; no segundo, mudou 15 vezes até o Tino mandar aquela bomba sem hipóteses para o guarda-redes deles. Mas houve mais uma série de jogadas de perigo com forte envolvimento coletivo.
7. Dos reforços, há também que destacar em Nice a prestação de Dedic: perdemos Carreras, um lateral com alta propensão ofensiva na esquerda, podemos ter ganho um, Dedic, na direita, com a mesma facilidade em jogar por fora e por dentro. A confirmar nos próximos tempos, a começar já no jogo de amanhã.
8. Noventa minutos jamais farão de uma equipa uma máquina trituradora, de um jogador um craque sem medida ou de um sistema o sucesso garantido. Por isso estas notas valem o que valem. Amanhã há mais - desta vez na nossa casa!"
A arbitragem abriu-se ao futuro
"Muito do que foi reivindicado durante décadas para acabar com a opacidade na Arbitragem, vai acontecer. É tempo dos demais agentes do futebol assumirem uma atitude positiva e não aproveitarem a situação para branquearem publicamente insucessos desportivos...
É atribuída a Servius Sulpicius Galba, general romano destacado na Hispânia, e depois, durante sete meses, Imperador de Roma, a ideia de que os Lusitanos eram um povo curioso, porque não se governava nem se deixava governar. Desde então, muita água do ‘Tagus’ e do ‘Durius’ chegou ao Atlântico, Portugal passou de Nação a Estado monárquico a 5 de outubro de 1143, tornando-se republicano precisamente 767 anos depois. Mas a característica identificada por Galba manteve-se até aos dias de hoje, plasmada no génio de António Variações: «Estou bem, aonde não estou, porque eu só quero ir, aonde eu não vou, porque eu só estou bem, aonde não estou...»
Serve este introito para apresentar o tema que, no âmbito desportivo, marcará os próximos tempos, e que tem a ver com a verdadeira revolução anunciada para a erradicação da opacidade na arbitragem. Porque, «eu só estou bem aonde não estou», as medidas de transparência anunciadas, justas, clarificadoras, desmistificadoras da ‘maçonaria’ dos árbitros, vão ser primeiro aplaudidas, e depois, à medida que o campeonato se desenrolar, os casos surjam, e o contentamento de uns seja a desilusão de outros, serão postas em causa. É assim que somos, será assim que continuaremos a ser, mas os grandes passos na evolução social do nosso País foram dados à revelia do politicamente correto, fundados, isso sim, em convicções fortes e causas justas. Como é o caso. Pode ser lido, no site da FPF: «O Conselho de Arbitragem vai avançar com uma série de medidas a desenvolver no decorrer da época 2025/26, seguindo uma política de transparência e de abertura para a explicação dos vários momentos da arbitragem nacional. Deste modo, serão desenvolvidas as seguintes ideias: - Serão abordados quinzenalmente os lances com revisão VAR dos campeonatos profissionais e os respetivos áudios, com início após a 2.ª jornada; - Serão abordados semanalmente os vários lances de dificuldade elevada num programa formativo e explicativo no Canal 11 a iniciar no dia 20 de Agosto, referente à 1° jornada, e sucessivamente a partir dessa semana; - O Conselho de Arbitragem da FPF e a sua Direção Técnica irão fazer uma avaliação pública de 10 em 10 jornadas; - Será divulgada a apreciação das equipas de arbitragem pelo Conselho de Arbitragem no site da FPF com a métrica de "satisfatório", "insatisfatório" ou "bom".» Basicamente, tudo o que foi pedido, por entender-se como fundamental para que a arbitragem saísse da Torre de Marfim onde estava em permanente estado de sítio, acaba de ser concedido. Perante isto, o que vão fazer os clubes? É bom que não esqueçam que têm a responsabilidade histórica de ficarem do lado da solução, e não do problema. Se não entenderem que esta é a via da credibilização, e que é chegado o tempo de não sacudirem sistematicamente a água do capote dos insucessos para cima dos árbitros, tornando-se fatores de evolução, então estaremos perante um caso perdido. A Arbitragem teve a coragem de dar o passo em frente que durante muitos anos se lhe exigiu. Merece, pois, uma atitude cooperante por parte dos restantes agentes do futebol, sob pena de, em caso contrário, se concluir que, essencialmente, os clubes, enquanto patrões da indústria, não governam nem se deixam governar."
Que tipo de presidente precisa o Benfica?
"O Sport Lisboa e Benfica prepara-se para viver um dos momentos mais decisivos da sua história. As eleições presidenciais de outubro de 2025 contam já com cinco candidatos oficialmente assumidos, num cenário que promete ser o mais competitivo de sempre.
Rui Costa, atual presidente e figura incontornável do futebol português, procura a reeleição com base na continuidade do projeto iniciado em 2021, apostando na estabilidade, na valorização da formação e na modernização da estrutura do clube. João Noronha Lopes, gestor reputado, regressa com uma candidatura focada na profissionalização da gestão, transparência e internacionalização da marca Benfica, sendo visto como o principal opositor à continuidade.
João Diogo Manteigas, advogado especializado em direito desportivo, apresenta uma visão jurídica e institucional para o clube, com propostas centradas na revisão estatutária e na proteção dos interesses dos sócios. Martim Borges Coutinho Mayer, empresário com experiência na indústria automóvel e financeira, aposta numa gestão empresarial rigorosa e na diversificação das fontes de receita do clube. Cristóvão Carvalho, também advogado e empresário, propõe uma refundação do Benfica com foco na ética, na cultura benfiquista e na aproximação aos jovens adeptos. Além destes, Luís Filipe Vieira, ex-presidente do clube, tem sido apontado como possível candidato, embora ainda não tenha confirmado oficialmente.
As propostas dos candidatos convergem em alguns pontos, mas divergem em abordagens e prioridades. A governança e transparência são temas centrais, com todos os candidatos a defenderem o reforço dos mecanismos de auditoria e compliance, incluindo auditorias regulares, maior escrutínio dos contratos e revisão dos estatutos. A valorização da formação e das modalidades amadoras é outro ponto comum, com diferentes estratégias para aumentar o investimento e a visibilidade.
A modernização da comunicação com os sócios e adeptos é também uma prioridade, com apostas em plataformas digitais, conteúdos exclusivos e maior interatividade. A sustentabilidade financeira, por sua vez, é abordada através da gestão do passivo, renegociação de contratos e captação de novos patrocinadores.
Com mais de 250 mil sócios, o Benfica é um dos clubes com maior base associativa da Europa. A mobilização para estas eleições será decisiva. A comunicação dos candidatos tem-se intensificado nas redes sociais, podcasts e debates televisivos, refletindo uma nova era de envolvimento democrático no futebol português.
As eleições de 2025 no Benfica não são apenas uma escolha de liderança — são uma oportunidade para redefinir o futuro do clube. Entre continuidade e renovação, os sócios terão nas mãos o poder de decidir que Benfica querem construir.
Mais do que olhar apenas para as características de cada candidato, os sócios do Benfica devem centrar a sua preocupação em dois pontos essenciais: 1) que equipa de gestão vai acompanhar cada candidato e 2) qual a estratégia de longo prazo para o clube, não apenas na área desportiva, mas também financeira, de marketing e de negócios."
Esquece lá o passado, Abel
"A tolerância para com o melhor treinador da história do Palmeiras terminou no momento em que lhe deram um dos melhores planteis do Brasil. Agora, a bola está do seu lado e tem de sair a jogar
Há algo que ninguém pode tirar a Abel Ferreira. Está na história do Palmeiras, ao quebrar à primeira a maldição de Jorge Jesus sobre portugueses e a Libertadores e acumular múltiplos troféus a partir daí. E não foi só uma página de um livro gigante, aponta-se-lhe, há muito e com mérito, o estatuto de melhor de sempre do clube paulista.
Manteve depois a competitividade quando não havia possibilidade de investimento e jogadores importantes saíam. Garantiu sempre andar na luta pelos principais troféus e, ao mesmo tempo, que o seu nome permanecesse intocável, com o tal contrato só à espera de ser assinado, ainda que com uma ou outra ameaça pelo meio em voltar a casa. Aqui entre nós, que ninguém nos ouve, a cerca de 8000 quilómetros de Portugal, assegurou que as portas de Benfica, Sporting e FC Porto permaneçam abertas para um futuro próximo. Faça isso pouco ou muito sentido, mediante o contexto atual ou até pelas diferenças que normalmente existem entre o seu modelo de jogo e aquele que se espera ver das bancadas dos principais estádios do país.
Hoje, no entanto, crescem sinais de insatisfação dos adeptos, com a presidente Leila Pereira a ter de garantir que a aposta em Abel é inequívoca, mesmo pressionada por sempre abomináveis atos de violência. O cenário mudou. O técnico, numa conferência de imprensa no final de julho, lembrava, de forma quase premonitória: «Estou aqui porque ganhei. Se não ganhar, posso ir embora.» É que Abel, de facto, já não ganha há algum tempo e, agora, é mais ou menos consensual que tem o melhor plantel de todo o Brasileirão, a par talvez do Flamengo. Ainda que sempre competitivo, o seu Palmeiras denota as mesmas dificuldades do que quando lutava contra as adversidades: falta de criatividade no ataque, pouca presença na área e poucos golos marcados. Para os adeptos, excessos à parte, começa a não ser suficiente.
O passado já pouco importa e Abel Ferreira sabe isso melhor do que ninguém. É a vida de um treinador. E ao elevar o Palmeiras bem até ao topo ficou também ele próprio vítima do seu sucesso. Não deve haver adepto que não exija títulos para este ano e o sinal que lhes chegou da eliminação na Taça do Brasil não foi nada positivo.
A Abel não restará mais do que tentar sair um pouco fora da caixa e melhorar o nível do seu jogo. Já disse que não joga bonito, mas sim para ganhar. Porém, até isso tem provar em campo."
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