Últimas indefectivações
quinta-feira, 21 de novembro de 2019
Gabriel 2024
Renovação por mais um ano, com actualização salarial seguramente, com um jogador que tem demonstrado alguma irregularidade (com lesões à mistura), mas neste momento é fundamental! Basta recordar que no último ciclo de jogos, de 3 em 3 dias, o Gabriel foi um dos poucos que fez os 90 minutos em todos os jogos!!!
Cadomblé do Vata (antecipações, conspirações e ex-futuros treinadores)!!!
"1. Em apenas ano e meio, o FC Porto antecipou metade das receitas previstas para 10 anos no contrato com a Altice... mesmo assim, ficou longe do recorde do Sporting CP que num só verão, antecipou os 4 títulos previstos para 45 anos no histórico do palmarés deles.
2. As más línguas profissionais de serviço andam a tentar passar a mensagem de que a OPA do Benfica às acções do Benfica têm como objectivo garantir 4 milhões de euros ao LFV quando ele sair da presidência... não sejam parvos pah, que o homem não precisa disso... basta-lhe vender o Rúben Dias para sacar o dobro sem sair do poleiro.
3. Numa daquelas teorias mirabolantes que parece inventada pela mesma inteligência que se lembrou da cerveja sem álcool, o jornal O jogo o SL Benfica saiu altamente beneficiado da jornada de selecções, porque todos os seus jogadores ganharam ritmo... pena que o ritmo que o Seferovic ganhou foi na bicicleta de ginástica.
4. Ao fim de pouco mais de 1 ano no estaleiro, José Mourinho foi apresentado o Tottenham... ao mesmo tempo, a CMTV perdeu um treinador para colocar todas as semanas a caminho do Benfica, quando Jesus renovar pelo Flamengo.
5. Como era de prever, com a ida de Mourinho para os Spurs, os jornais desportivos não tardaram a colocar Bruno Fernandes na rota do clube londrino... a imprensa nacional parece aquelas bandas que já nem se preocupam em produzir originais, limitando-se a singles de covers com dois ou três arranjos diferentes."
A melhor de sempre
"Se há coisa a que sempre resisti, e vou continuar a resistir, é a entrar em comparações para saber quem é o melhor jogador de sempre, porque acho que é absolutamente impossível comparar um futebolista dos anos 50 do século passado com um futebolista da actualidade.
Tudo é diferente.
Preparação física, regime alimentar, medicina desportiva, equipamentos, relvados, qualidade das bolas, metodologia de treino, profissionalismo e tantas outras diferenças que tornam impossível dizer quem foi o melhor de sempre.
Pelé, Eusébio, Di Stéfano, Stanley Mathews, Maradona, Cruyff, Bekenbauer, Ronaldo, Ronaldinho, Messi, Cristiano Ronaldo, Garrincha… Um deles terá sido, mas não é possível compará-los.
Questão não muito diferente é, uma vez mais em teoria porque de outra forma não é possível, escolher aqueles que em conjunto formariam a melhor equipa de sempre de um determinado clube ou de um determinado país.
Por exemplo de Portugal.
Entre a primeira grande competição em que estivemos, o Mundial de 1966 em Inglaterra, e o próximo europeu “saltimbanco”, em mais uma péssima invenção da UEFA, qual seria o naipe de jogadores que constituiria os 23 seleccionados capazes de fazerem a felicidade de Fernando Santos e de todos os portugueses?
Começando pela baliza, entre os guarda redes desse mundial (Carvalho, José Pereira e Américo), e todos os que se lhes seguiram, quais seriam os três convocados para essa selecção ideal?
Damas, Vítor Baía e Rui Patrício seriam as minhas opções com a devida licença de Bento, Silvino, Neno, Ricardo, etc.
Na lateral direita duas escolhas: Artur, “o ruço”, e João Pinto, que foram os dois melhores laterais direitos que me lembro de ver jogar com o devido respeito por Morais, Gabriel, Paulo Ferreira, Pietra ou os actuais Cancelo e Ricardo Pereira.
Centrais? Humberto Coelho, Ricardo Carvalho, Vicente e Fernando Couto com Eurico, Rui Rodrigues, Jorge Andrade e Pepe a serem também opção.
Do lado esquerdo da defesa ainda não vi melhor que Hilário, que seria acompanhado por Dimas num sector onde a concorrência não é muita, pese o belo percurso que vem fazendo Raphael Guerreiro e boas prestações de Nuno Valente, Alberto, Rui Jorge ou Inácio.
Quanto ao meio campo aí as coisas fiam mais fino porque as escolhas são muitas e boas.
Sem grandes preocupações quanto a sistemas tácticos ou a posições específicas digamos que tendo de escolher seis médios as opções (quase nenhuma indiscutível) seriam:
Coluna, o grande capitão, que provavelmente é o único que merecerá uma concordância generalizada por parte de todos os que lerem este texto, João Alves, “o luvas pretas”, Rui Costa que espalhou magia em Florença, Milão e Lisboa, António Oliveira cujo talento ímpar foi acompanhado por uma visão de profissionalismo muito pouco exigente, Deco que chegou, viu e venceu, superando algumas animosidades por ser brasileiro de origem e Maniche que tinha sempre um rendimento elevadíssimo nas fases finais das grandes provas.
Claro que ficam de fora nomes de peso e que podiam discutir com os escolhidos um lugar sem qualquer dúvida como são os casos de Jaime Graça, Rui Barros, António Sousa, Toni, Jaime Pacheco, Costinha, Shéu e mais alguns.
O ataque, contando com as seis vagas restantes, não deixa grandes dúvidas.
Eusébio, Ronaldo, Figo e Futre parecem-me completamente indiscutíveis e depois se lhes juntarmos Jordão e Chalana creio que seria um sexteto absolutamente fabuloso em termos de qualidade.
Deixando de fora nomes como Néné, Gomes, Pauleta, Manuel Fernandes, Simões, José Augusto, José Torres, Ricardo Quaresma, Bernardo Silva e mais alguns.
E com a “sorte “ de Peyroteo, Travassos e Matateu não entrarem para estas contas, por serem anteriores a 1966, porque caso contrário as escolhas seriam mais difíceis.
Esta é matéria, como tantas no futebol, em que o velho provérbio de “cada cabeça cada sentença” tem a mais plena das aplicações porque em cada adepto há um treinador/seleccionador de bancada e por isso se entende perfeitamente que não haja duas opiniões iguais quanto à totalidade dos jogadores.
Acreditando que pelo menos Eusébio, Ronaldo e Figo serão amplamente consensuais.
Mas nunca fiando..."
A guitarra que chorava gentilmente
"Jackie Stewart entendeu sempre a amizade que George Harrison lhe dedicou como um privilégio sem igual na sua vida
George Harrison e Eric Idle eram bons amigos. Aliás, George foi sempre um grande admirador dos Monty Python, a ponto de lhes ter pago a produção de A Vida de Brian. Conta Eric que, certa vez, estavam ambos sozinhos numa praia escondida do Havaí quando apareceu um fulano. Ao ver George soltou um grito: «George Harrison!?. Que diabo faz por aqui?». Ao que, cândido, Harrison respondeu: «Bem, todos temos que estar em algum lado...».
Um lugar onde George estava muito era em tribunal por guiar demasiado depressa. Ficou sem carta meses a fio. Outro lugar onde estava com frequência era nas boxes dos grandes prémios de Fórmula 1. Tornou-se amigo íntimo de Jackie Stewart e levou-o muitas vezes a Friar Park, uma mansão vitoriana de 120 quartos que comprou em Hanley-on-Thames e que encheu de adoradores de Krishna, de uns poucos de pindéricos que viviam à sua conta, e de malta de todas as artes, desde a música ao automobilismo. Jackie, com aquele seu sotaque escocês que tem sempre um rugido alcoólico, queixava-se da forma como George conduzia mas gabava-lhe a maneira como entendia os mecânicos: «Fica ali, atento a tudo, pergunta atrás de pergunta, querendo saber a função de cada peça. Depois, quando o conheci melhor, percebi que também era assim minucioso com a música, procurava encaixar notas como se estivesse a montar um motor».
Harrison agradeceu todos os elogios com uma canção: Faster. Dedicou-a a Stewart e a Nicky Lauda. Não era uma grande canção, mas depois de Something, verdadeiramente só compôs outra balada de topo, Sweet Lord, que por acaso nem era dele e lhe valeu mais umas temporadas no lugar onde estava com mais frequência: o tribunal.
«Chose a life in circuses
Jumped into the deepest end
Pushing himself to all extremes
Made it, people became his friend...».
Não é propriamente «something in the way she moves», mas ele também viria, mais tarde, a trocar os passos à melodia que dedicou à primeira mulher, Patty Boyd, depois de ela ter passado para as mãos de Eric Clapton, e com uma justificação brilhante: «Acho que o_Eric nunca me perdoou por eu não ter ficado chateado de ele me ter levado a Patty».
Ao ler uma biografia sobre Harrison que essa espécie de meu irmão mais novo, Jorge Laires, fez questão de me entregar para ler em aviões – À Porta Fechada – fiquei com a ideia que sempre tive dele, do George, não do Jorge, embora sejam ambos predestinados para as cordas: viveu tão amargurado por estar continuamente na sombra de John Lennon e Paul McCartney que a pergunta que Roy Orbison lhe fez quando soube do assassinato de Lennon faz todo o sentido – «Não estás contente por não teres sido tu?». Sobreviveu-lhe mais uns anos. É estranho pensar que Harrison quando morreu era um rapazinho para a minha idade (58 anos), mas é mais estranho ainda pensar que Mark David Chapmann deu quatro tiros nas costas de John numa altura em que Lennon estava nos 40. Ainda por cima no mesmo dia em que lhe tinha assinado o último álbum. A propósito disso George também arranjou uma magnífica pilhéria para deixar de dar autógrafos: «Desculpe, mas desde Chapmann não gostou da dedicatória em Double Fantasy, estou muito renitente em fazer dedicatórias».
Perco-me. Falava da Fórmula 1 e da amizade de Harrison com Jackie Stewart. Faster saiu depois da morte de_Ronnie Peterson e tinha uma capa carregada de campeões, desde Stirling Moss a Fangio e de Jim Clark a Graham Hill, com Lauda e Stewart no meio, pois claro:
«Faster than a bullet from a gun
He is faster than everyone
Quicker than the blinking of an eye
Like a flash you could miss him going by
No one knows quite how he does it
But it’s true, they say
“He’s the master of going faster».
Nada que Lennon e McCartney não fizessem em melhor, mas não vou alimentar essa querela.
Stewart, por seu lado, aceitou a amizade de Harrison, e depois da de Ringo Starr, como uma bênção: «George had a great soul. His instinct was to forgive rather than to condemn and, when people behaved badly, he would make excuses for them. I learnt so much from him». E contou como, uma vez, na Suíça, George começou a tocar numa viola músicas dos Beatles e a explicar-lhe como tinham surgido da cabeça de cada um: «I remember sitting there, thinking this had to be one of the greatest privileges anybody could have».
Faster não ficou para a história da música e, aí injustamente, George Harrison não ficou para a história da Fórmula 1, logo ele que viajava de Montecarlo para o Brasil e para a Austrália atrás daquilo que chamou a vida de circos. A amizade entre ele e Stewart ficou para a história dos homens. Lá no fundo talvez se ouvisse... «while my guitar gently weeps»."
Treinador ou ex-jogador
"Um dos maiores sábios que o jogo produziu, Valeri Lobanovski, ensinou que “um treinador tem de começar por esquecer o jogador que foi”, e bem pode dizê-lo, logo ele, que foi um jogador admirável mas entrou em rota de colisão com o primeiro grande mestre do futebol do leste europeu. Victor Maslov, que o treinou num Dínamo de Kiev dos inícios de 60, não via no extremo criativo Valeri o espírito gregário, com o inerente compromisso defensivo, indispensável à forma de jogar “socialista” que preconizava. No futebol também se percebe a história e a vida.
E a vida é irónica: Lobanovski, o mais rebelde dos comandados veio a tornar-se o discípulo maior do homem que lhe abreviou o fim da carreira. Maslov tinha inovado como talvez ninguém antes: sepultou o vetusto WM para se tornar percursor do 1.4.4.2, combateu a marcação ao homem como algo que “humilha e oprime moralmente o jogador que tem de a fazer” e lançou a noção de pressing, pela necessidade de retirar tempo de posse ao adversário. Mais revolucionário que isto não é fácil. Lobanovski acrescentou rigor às noções de pressing e defesa zonal mas principalmente juntou mais reflexão ao jogo. Esquecendo o jogador que foi, assumiu-se como teórico, puxou um matemático (Zelentsov) para a equipa técnica introduzindo a estatística, fundou a estratégia na preocupação de encontrar “novas formas de acção que não permitam que o adversário se adapte ao nosso estilo de jogo” e até escreveu a quatro mãos um livro sobre “As Bases metodológica do Desenvolvimento dos Modelos de treino”. E assim criou duas gerações de Dínamos em Kiev, que ficam como as melhores (de todas!) equipas da antiga União Soviética e da nova Ucrânia, primeiro a de Blokhin e depois a de Shevchenko. Em todos os grandes momentos do futebol ucraniano até ao início do século XXI o factor comum foi sempre Lobanovski, seja nas vitórias, como as das Taça da Taças de 1975 e 1985, ou nas derrotas, como a que o seu Dínamo sofreu frente ao FC Porto de Futre e Madjer na meia final dos Campeões de 87 ou a da inesquecível final do campeonato da Europa de 88, com a União Soviética a cair frente à Holanda após o golo o mais bonito já marcado numa final, o do vólei de van Basten.
Numa sessão pública recente, um jovem amante de futebol queixava-se de não ter tido nenhum comentário no seu blog quando fez um texto - que o orgulhava, percebeu-se – precisamente sobre o histórico Dínamo de Kiev. Também aqui os comentários serão provavelmente menos do que se alinhasse umas ideias mais ou menos criativas sobre a acção dos dirigentes desportivos ou o contributo do VAR. Confesso que esses temas me cansam, que o meu jogo é outro, o do relvado, feito de boas ideias e grandes jogadores (a ordem não é arbitrária), até porque de opiniões de circunstância, segundo os amores e os humores do dia, está o futebol cheio. Como bem escreveu Rui Tavares, esta semana no Público, decerto longe de pensar nesta minha adaptação futebolística: “Olhem pelo ecrã do vosso telemóvel: ele está cheio de opiniões. Vocês não precisam de mais uma. Mas já histórias, isso sim – vamos sempre precisar de mais uma história.” São as histórias de Lobanovski, como de Maslov, ou antes deles Meisl e depois Cruyff ou Menotti que fazem o melhor da história do jogo. E às ideias juntam-se os homens para os dar o melhor que o jogo tem e teve, no sorriso de Ronaldinho Gaúcho como na rebeldia de Cantona, no codino de Baggio e nos olhos bugalhudos de Schilacci, na carapinha de Valderrama ou nas tranças de Makanaky, nos dribles incríveis de El magico Gonzalez, o deus de Cádiz, ou nos golos incomparáveis de Le Tissier, talvez o melhor jogador da história que nunca jogou numa grande equipa. Destes últimos que citei, nenhum se tornou treinador, pelo menos de topo. Talvez porque lhes fosse impossível esquecerem-se dos jogadores que foram.
Nota colectiva – Itália – a histórica azzurra falhou o Mundial mas chega impante ao Europeu, feita de juventude e golos, pela mão experiente de Mancini. Obteve vitórias em todos os jogos de qualificação, com um score indiscutível de 37-4 em golos. Construída sobre a solidez de Bonucci, Jorginho e Verratti, na maturidade de Insigne e Immobile, esta é já a geração de craques absolutos que não podemos mais perder de vista: Chiesa, Zaniolo, Barella, Tonali, Pellegrini, Sensi, mais esse talento subvalorizado que é Bernardeschi.
Nota individual – José Mourinho vai ter mais uma vida no topo do futebol inglês, que o currículo dele amplamente justifica mas em que falhar de novo é proibido. E é exigente a obra, que o Tottenham está hoje entre os 5 maiores emblemas do Reino e a herança de Pochettino é pesada. O contexto imediato favorece - no 14º na tabela, só pode melhorar - mas serão outros dois os factores críticos de sucesso: a construção de uma nova equipa técnica, mais feita de ideias para o futuro que de fidelidades do passado (e os primeiros sinais apontam nesse sentido), e a modelação de um jogar mais de iniciativa que de expectativa e com dose superior de identidade face à estratégia."
Flamengo: Jesus, o novo homem mau, coleccionador de desafectos e botinadas
"Faz 60 anos que um treinador estrangeiro ganhou um título nacional do futebol brasileiro. Por sinal, o título obtido pelo argentino Carlos Volante em 1959 - quando o Vitória da Bahia venceu o Santos de Pelé - é até hoje o único obtido por um treinador estrangeiro no Brasil.
Este é o tamanho do paradigma que o treinador Jorge Jesus deve quebrar ao se tornar campeão brasileiro de 2019 nos próximos dias, dirigindo o Flamengo.
A 11 pontos do segundo colocado, o clube carioca pode ser campeão neste final de semana, sem nem sequer entrar em campo. Basta que o Palmeiras não vença a partida de domingo contra o Grêmio.
Jesus tornar-se-á então um campeão épico para a história do esporte nacional. É difícil falar de uma saga no futebol brasileiro sem recorrer ao seu principal intérprete: o dramaturgo e escritor Nelson Rodrigues (1912-1980). Ele preferia os jogadores aos técnicos: “Que entende de alma um técnico de futebol? Não é um psicólogo, não é um psicanalista, não é nem mesmo um padre”, zombava.
Se houvesse, entretanto, testemunhado a chegada do português ao Brasil, talvez Rodrigues baptizasse-o de Beau Geste Jesus. Tema de um livro inglês dos anos 20 (obra de P.C Wren) e de um filme americano dos anos 60 (dirigido por Douglas Heyes), a história dos irmãos Digby e Beau Geste relata como um expatriado com culpas do passado pode se tornar um herói em terras distantes. Os irmãos Geste, depois de assumirem o roubo da jóia de um lorde inglês, fogem e se alistam na lendária Legião Estrangeira.
Em busca de um novo sentido para a vida, os irmãos se redimem numa sangrenta batalha no deserto. Quando Geste teve sua tropa abatida, conseguiu reverter a derrota iminente em uma vitória espectacular.
Nelson Rodrigues usou o paralelismo do livro inglês em crónica do jogo amistoso entre as selecções de Brasil e Jugoslávia disputado em 19 de dezembro de 1968 no Estádio Mineirão, em Belo Horizonte.
Os jogadores do Atlético Mineiro foram convidados a representar a selecção brasileira, sob o comando de um lendário treinador, Yustrich. A Jugoslávia era uma das forças do futebol mundial. Em 15 minutos de jogo, marcara 2 a 0 e dava a impressão de que imporia uma goleada aos brasileiros. Eis que os brasileiros reagiram e viraram o placar. Um feito heróico, na narrativa superlativa de Rodrigues: “Foi um espectáculo empolgante de paixão. Mas eu pergunto: quem foi, acima de todos e de tudo, o autor do milagre? Eis o seu nome: Yustrich. Temos a mania de dizer que técnico não ganha jogo. Bem sei que ele não dá uma única e escassa botinada. E nem enfia os gols da vitória. Mas, sem aparecer, ele pode estar por trás de cada botinada, dispondo. E o nosso Yustrich é do tipo guerreiro do capitão de Beau Geste”.
A graça da história é que Yustrich, tendo nome de estrangeiro, jeito de estrangeiro e temperamento de estrangeiro, não passava do interiorano mato-grossense. Dorival Knippel (1917-1990) tomou o nome do goleiro argentino Juan Elias Yustrich pela semelhança física que tinham.
Do alto dos seus quase um 1,90m de altura e de temperamento explosivo Yustrich ficou marcado por polémicas, troca de sopapos e ameaças de morte, folha corrida que lhe valeu o apelido de “O Homem Mau”.
Tal epíteto pode ser usado agora para mostrar como diversos treinadores brasileiros têm reagido ao sucesso de Jorge Jesus - - que está por trás de cada gol, cada botinada, cada jogada ensaiada do Flamengo. Sua chegada ao Brasil, com a próxima vitória do Brasileiro e a classificação para a final da Libertadores, reacendeu a discussão sobre conceitos, formação, qualidades e defeitos dos treinadores nacionais.
De Renato Gaúcho a Argel Fucks, passando por Mano Menezes e Vanderlei Luxemburgo, os técnicos do país verbalizaram o incómodo com o que chamam de “oba-oba” em torno do treinador português.
Mano Menezes, técnico do Palmeiras, questionou os seguidos elogios a Jorge Jesus. "O jeito que o Flamengo está jogando agrada a todo mundo. Os técnicos não somos contra isso. Mas não podemos achar que o futebol brasileiro começou agora." O presidente da Federação Brasileira de Treinadores de Futebol, Zé Mário, 70, zombou: “Quero ver
Jorge Jesus já disse não entender a antipatia dos treinadores brasileiros".
"Sou um treinador como eles, vim trabalhar. Não vim tirar o trabalho de ninguém, não vim ensinar ninguém. Também queria lembrar para os meus colegas que em Portugal já trabalhou um brasileiro, chama-se (Luiz Felipe) Scolari, um grande treinador . Foi acarinhado por todos os treinadores portugueses. Além dele (Felipão) teve Lazaroni, Abel Braga, Carlos Alberto, René Simões, Paulo Autuori. E nós treinadores portugueses, quando eles tiveram lá, tentávamos aprender e tirar alguma coisa positiva e nunca foi essa agressividade verbal que os treinadores brasileiros têm sobre mim. Não entendo essas mentes fechadas”, exacerbou-se.
A verdade é que Jesus colecciona desafectos entre os treinador já há algum tempo. Em Abril de 2014, trocou empurrões com o espanhol Julen Lopetegui, quando um estava no Benfica e outro no Porto. Jesus fizera um trocadilho com o nome do adversário, chamando-o de “Lotopegui”. A TV registrou a reacção do espanhol: "Se mudar meu nome novamente, dou um soco em você".
Ex- técnico da Selecção da Espanha e do Real Madri, Lopetegui, hoje no Sevilha, nunca perdoou Jesus. “Não tem categoria. Ele fala muito, fala de todos, porque tem um manto protector. Quando perdê-lo, vai encarar a realidade”.
De certa maneira, Jorge Jesus representa uma chacoalhada nos métodos e nos principais personagens do futebol brasileiro. Conseguiu resultados muito rapidamente porque trabalhou por eles, não se atendo a limites que os boleiros brasileiros atribuem ao subdesenvolvimento dos gestores do futebol. Afinal, como diria Nelson Rodrigues, subdesenvolvimento não se improvisa; é obra de séculos."
Borg foi ídolo Federer é Deus
"Federer gera uma experiência religiosa ao jeito dos Rolling Stones. King Roger tornou-se no deus do ténis.
O ténis continua a atrair muito público, alguns torneios bateram recordes de afluência este ano.
Até mesmo na China, onde é habitual vermos estádios com clareiras, a situação melhora, à medida que também se sente a emergente classe média, à qual o ténis apela como símbolo de elevador social e liberdade individual.
A democratização do ténis nos anos 70 do século XX e a sua progressiva popularidade nas décadas seguintes trouxe um novo público, mais colorido, entusiasta, ruidoso, que festeja nas bancadas como num estádio de futebol.
O ambiente de ‘country club tennis’ não desapareceu e ainda pode ser testemunhado em alguns torneios, como na relva de Newport (Rhode Island), Queen’s Club e Wimbledon (ambos em Londres), nos quais, em momentos de enorme importância, o silêncio total é tão ensurdecedor quanto a descontrolada gritaria dos ébrios numa sessão nocturna do US Open.
Há também públicos distintos numa mesma metrópole. Em Paris, os espectadores do Masters 1000 de Paris-Bercy, num bairro limítrofe, não têm nada a ver com os de Roland Garros junto ao Bosque de Bolonha.
Em Londres sucede o mesmo com a oposição dos bairros chiques do Queen’s Club (West Kensington) e Wimbledon (entre Wimbledon Village e Southfields no Sudoeste), ou, esta semana, a O2 Arena, que recebe o Masters (ou Finais do ATP Tour), no mais popular Sudeste de Londres.
E depois… há o público de Roger Federer.
A dicotomia tenística entre Bjorn Borg e John McEnroe, aliada à loucura dos anos 70, trouxe ao ténis extraterrestres que se divertiam a provocar ‘Big Mac’, à espera da próxima explosão de mau génio do genial campeão norte-americano.
Federer cria uma loucura por onde passa, brotando tanto energúmenos – como os que insultaram o seu adversário Novak Djokovic na final do US Open de 2015 –, como mais exóticos exemplos, como John Burke, o ‘speaker’ do parlamento britânico, que cita Federer nos discursos e assiste, ao vivo ou na TV, à maioria dos seus encontros.
Nunca houve um ídolo como Borg, que provocava histéricas reacções como os Beatles, algo que hoje parece impensável aos jovens que enchem os festivais de música.
Mas Federer gera uma experiência religiosa ao jeito dos Rolling Stones. King Roger tornou-se no deus do ténis. Tal como na banda de Mick Jagger, nunca se sabe quando será a sua última tournée e todos queremos estar lá para contar depois.
É essa mística que Nadal e Djokovic provavelmente nunca atingirão, mesmo que ganhem mais títulos do Grand Slam, mesmo que um dia sejam eles o melhor tenista de todos os tempos."
Afirmação de uma estratégia
"A ambiciosa aposta na expansão das plataformas digitais empreendida nos últimos dois anos tem gerado um crescimento em várias áreas que importa assinalar.
Uma aposta que vai desde a oferta e acesso de novos serviços via online como também pelo enorme reforço da produção de conteúdos de comunicação nos diferentes meios.
Alguns exemplos, duas em cada três inscrições de novos associados já são feitas via online e o crescimento do número de utilizadores da nova plataforma e-commerce do clube situou-se acima dos 50% na época passada.
Relativamente às redes sociais, ao longo do último ano, ou seja, desde Outubro de 2018, o Benfica tornou-se no clube nacional mais seguido não só no Twitter, mas também no Instagram e no YouTube. Esses números foram ainda alargados ao longo dos últimos doze meses.
Essa consolidação da liderança nacional está associada a uma outra escalada: a europeia. Este salto permitiu ao Benfica, de acordo com o relatório de Novembro de 2019 da plataforma de consultoria digital IQUII, atingir o TOP 20 de clubes europeus das seis principais ligas europeias (Alemanha, Espanha, França, Inglaterra, Itália e, claro, Portugal) no que diz respeito ao número de seguidores no Instagram e de subscritores no YouTube, algo que importa realçar ainda mais tendo em conta a dimensão demográfica do nosso mercado comparativamente aos outros países.
Para este crescimento terá contribuído certamente o enriquecimento dos conteúdos, mais centrados nos verdadeiros protagonistas, jogadores e treinadores, além do próprio clube e a sua actividade, nomeadamente a desportiva e a das Casas e Fundação.
As prioridades têm passado por prestar mais e melhor informação aos benfiquistas, reforçar, dentro do possível, os índices de utilização a nível nacional, e desenvolver a marca do clube a nível internacional. Esta é uma aposta para manter, o esforço é contínuo e o objectivo é melhorar cada vez mais estes indicadores.
Uma palavra ainda para a afirmação da BTV, com cerca de 230 mil subscritores no presente e que tem coleccionado prémios que a distinguem e avalizam a qualidade do canal, sendo reconhecidamente o melhor canal de clube no mundo, o único que transmite, em directo, os jogos da sua equipa de futebol. E outra para o jornal, verificando-se um crescimento da venda em banca, contrastando com a realidade do sector, a das assinaturas, que cresceram 170% (quase triplicaram!) desde Janeiro. Um valor notável.
São números e factos que importam realçar, num momento em que o clube se prepara para lançar um novo projecto de produção de conteúdos, o Benfica Play, que consolida a afirmação e projecção do clube a nível nacional e internacional.
P.S.: Que fique muito claro que o Sport Lisboa e Benfica considera que a escolha anunciada do ex-dirigente do Sporting Clube de Portugal para os quadros de Direção da Liga evidencia desnorte nesta decisão da sua presidência, ainda mais tendo em conta todo o contexto recente vivido no futebol português."
Entrada com o pé esquerdo...
Benfica 1 - 5 Pesaro
Jogo equilibrado, com o Benfica a arriscar mais, a rematar mais (pontaria afinadíssima nos postes), com os Italianos a jogarem no nosso erro... E como era esperado, contra equipas destas, ficar em desvantagem é muito perigoso...
0-1 a meio da 1.ª parte, não ajudou...; empatámos a 10 minutos do fim, mas logo a seguir o Pesaro fez o 1-2! O Benfica arriscou o 5x4 e acabámos por ser penalizados, com vários golos no final...
A ausência do Roncaglio é importante, mas não creio ter sido decisiva... Se em Portugal, o desperdício de oportunidades não é muito grave, nestes jogos é determinante!
O equilíbrio desta Ronda de Elite, é reconhecido por todos, portanto com esta derrota não estamos eliminados, mas temos que vencer os dois jogos seguintes e esperar que este Pesaro escorregue, o que é bastante previsível!
Grande vitória...
Benfica 3 - 0 Mladost Zagreb
25-22, 25-20, 25-22
Resultado enganador, não foi nada fácil: estivemos a perder 11-17 no 1.º Set; 15-16 no 2.º Set; e 19-21 no 3.º Set!!!
Sem o Rapha, ainda lesionado, o jogador que fez a diferença foi o Japa... Com o Théo longe daquilo que fez a época anterior, com o Gaspar (que tem feito um excelente arranque de época) numa noite menos inspirada, foi mesmo o Japa o jogador da noite...
Como a única contratação da época, houve alguma discussão sobre a qualidade do Japa, e de facto fez alguns jogos abaixo do esperado, mas creio que hoje deu garantias, que tem qualidade para ser um 'estrangeiro' no Benfica!
Antes do jogo na Crócia vamos ter dois jogos para o Campeonato, um deles, fora, com os Lagartos, e logo a seguir a viagem à Croácia... seria preferível ter todo o plantel disponível! A recuperação do Rapha poderá ser essencial, é só na minha opinião o nosso melhor jogador...
Recordo que o Zagreb, na eliminatória anterior, perdeu 3-1 no jogo 'fora', mas acabou por 'passar' no Golden Set, portanto muito cuidado...
Estamos a dois Set's de regressar à maior competição Europeia de Voleibol...!!!
Roubo em Braga...
Braga 4 - 4 Benfica
Eu sei que estas estórias no Hóquei são repetitivas, mas não podemos deixar de denunciar estes crimes, cometidos sempre a favor dos mesmos, sendo que os autores estão mais do que identificados, mas como toda a estrutura do Hóquei é corrupta, em vez de afastados, os criminosos são premiados. José Pinto um dos árbitros de hoje, é um dos mais 'velhos' ladrões com apito na boca no desporto português, e vai continuá-lo a sê-lo...
Assim por alto: 2 penalty's contra o Benfica inventados, 1 Azul 'contra' o Benfica inventado, 1 LD 'contra' o Benfica inventado; 4 Azuis por mostrar ao Braga, 1 Vermelho por mostrar ao Braga e um penalty por marcar 'contra' o Braga... além de muitas faltas não assinaladas a favor do Benfica, e outras inventadas contra o Benfica... Foi mais ou menos isto...!!!
Sofremos 3 golos de bola parada, e outro foi um auto-golo!!! Mesmo assim marcámos 4, muito à custa do Lamas, mas falhámos as bolas paradas... e no final o Pedro Henriques teve uma paragem cerebral!!! Eu sei que o cansaço afecta o discernimento, observar em directo, dentro das quatro linhas, o roubo a decorrer e não puder fazer nada, é frustrante, mas o Pedro não pode começar a dar tiros nos pés...
Com o empate dos Lagartos em São João da Madeira, e a derrota dos Corruptos em Barcelos, mantemos a liderança isolado, mas é frustrante perder 2 pontos desta maneira (os primeiros pontos perdidos nesta época...)!!!
Também não é novidade, os pés-de-microfone da TVI são uma autêntica vergonha...
Colete de forças
"1. Em Itália, o treinador dos juniores do Invictasauro foi despedido por vencer 27-0 o Marina Calcio. Respeito pelos jogadores das duas equipas e pelo futebol (mesmo de formação) seria parar no 5-0 e fingir o resto do jogo?
2. Frederico Varandas é militar mas não é. É político mas não é. Também é presidente do Sporting mas não é?
3. As vitórias nas modalidades têm funcionado como cuidados paliativos de uma gestão que no futebol teima em parecer Veneza em dias de chuva. Talvez trocando o relvado por um tatami...
4. Depois de sentir que o título de campeão do Brasil já não escapa, Jorge Jesus soltou-se (e bem) e deu uma conferência de imprensa épica (em todos os sentidos). Se ganhar a Libertadores levem o colete de forças para a sala.
5. A verdade é que, como disse um jornalista local,«o Flamengo de Jorge Jesus é uma bofetada na cara do futebol brasileiro». E isso dóis pra caramba.
6. O novo relvado do Benfica é igual ao do Santiago Bernabéu. Já não falta tudo para o sonho europeu.
7. O que Cristiano Ronaldo fez o Maurizio Sarri não se faz, deixando-o arder na fogueira durante oito dias. Não foi digno do campeão que é. E Fernando Santos ajudou à festa pela forma como comunicou sobre o tema.
8. O treinador de Malta bateu com a cabeça no banco e não se lembra de parte da goleada sofrida com a Espanha (0-7). Há males que vêm por bem.
9. Luís Filipe Vieira esteve presente na festa dos 37 anos dos Diabos Vermelhos. A menos que tenha sido raptado, é preciso ter muita lata
10. O Sporting foi associado a Michael (Goiás), ex-traficante que esteve seis vezes à beira da morte por ataques de gangues rivais, ex-viciado em cachaça, ecstasy e cocaína. Promete.
11. O Benfica vai participar na International Champions Cup do futuro. É coisa para correr melhor do que a Liga dos Campeões do presente.
12. A Itália ganhou 9-1 à Arménia. Roberto Mancini com o lugar em risco?"
Gonçalo Guimarães, in A Bola
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