Últimas indefectivações

quarta-feira, 11 de janeiro de 2017

O mérito do Benfica

"As queixas de Sporting e FC Porto (muitas vezes exageradas ou injustificadas) não podem confundir-se com os deméritos próprios e o mérito do Benfica, que assenta em 10 razões:
1. Fôlego financeiro - Fruto, sobretudo, dos avultados encaixes com vendas de jogadores e da presença constante na Champions, o Benfica tem um poder económico e aquisitivo superior aos rivais.
2. Estabilidade - A pressa de ganhar é inimiga do sucesso. É mais fácil trabalhar sobre vitórias, com menos pressão.
3. Plantel - O Benfica tem claramente melhor plantel do que leões e dragões. Não estamos a falar apenas de 'onzes', aí regista-se até um certo equilíbrio. Um aspecto determinante perante tantas lesões.
4. Treinador - Rui Vitória não trabalha em bicos de pés, é competente e prático, gere bem os recursos humanos à disposição e tem um discurso positivo e coerente, mantendo o grupo focado.
5. Sistema de jogo - Rui Vitória retirou velocidade e vertigem ao jogo da equipa, em relação ao que acontecia com Jesus, dando-lhe maior segurança. A equipa é organizada, pragmática, concentrada e eficaz, além do notável compromisso colectivo.
6. Scouting - O departamento de prospecção encarnado, muito reconhecido a nível internacional, consegue estar muitas vezes à frente da concorrência.
7. Formação - A cantera do Benfica foi alvo de um profundo processo de reestruturação e de uma forte aposta, com os resultados à vista.
8. Comunicação - É certo que tudo é mais fácil quando se ganha, mas o Benfica tem a capacidade de perceber que em comunicação o menos é sempre mais.
9. Adeptos - A Luz é um dos estádios com mais adeptos em toda a Europa, e fora o Benfica joga em casa.
10. Estrelinha - Não há campeões sem pontinha de sorte e o Benfica também tem tido os seus momentos. Reduzir tudo isto ao 'penalty' A, ao fora de jogo B ou à expulsão C é não querer ver o óbvio."

Gonçalo Guimarães, in A Bola

Benfica, um recorde do outro mundo

"(...)
Ontem em Guimarães o Benfica manteve um recorde de invencibilidade que deve ser único no futebol europeu minimamente competitivo: com a vitória no Afonso Henriques, o Benfica completa nove anos e 42 jogos (37 vitórias e 5 empates) sem qualquer derrota na Taça da Liga, uma sequência sem paralelo na história do futebol nacional (na Taça de Portugal, por exemplo, o recorde de invencibilidade, também do Benfica, cifra-se em três anos e meio e 28 jogos).
A última (e única) derrota dos encarnados na Taça da Liga remonta a 30 de Outubro de 2007 (1-2), e aconteceu no estádio do Bonfim perante o V. Setúbal de Carlos Carvalhal - curiosamente, o autor de golo da vitória sadina foi o mesmo Edinho que há dias eliminou o Sporting. A passagem à final four, ainda à ausência dos dois únicos adversários que lhe tem sido superiores em jogo jogado (Sporting e FC Porto), o Benfica tem praticamente garantida a oitava Taça da Liga em dez edições. É mesmo assim, sem eufemismos."

André Pipa, in A Bola

A favor do Mundial dos 48

"A FIFA decidiu que o Campeonato do Mundo do futebol, a partir de 2026, passe a ter uma fase final disputada por 48 selecções, ou seja, 23 por cento do total das federações nacionais. O modelo escolhido para essa fase final trará mais jogos - passa-se de 64 para 80 - mas o vencedor disputará o mesmo número de partidas, sete. Não se compreendem, assim, os protestos elitistas perante uma medida que vai, de certeza, promover o desenvolvimento do futebol, trazendo aos grandes palcos selecções emergentes e criando uma onda de entusiasmo em novos adeptos. Sejamos absolutamente claros: João Havelange e Sepp Blatter não fizeram tudo mal, tiveram decisões importantes que contribuíram de forma decisiva para o salto planetário que o futebol deu nas últimas décadas. Por isso, parece-me acertada a política de continuidade de Infantino em relação à expansão do beautiful game. Feita segundo parâmetros de transparência, é claro, que estiveram ausentes da FIFA com Havelange e Blatter. Ter 48 selecções numa fase final significa, sobretudo, ter mais equipas asiáticas e africanas, locais do globo onde a sede pelo futebol é muita mas as condições físicas e técnicas precisam de ser melhoradas. A hipótese de disputar um Mundial deverá funcionar como fortíssima motivação, solidificando o estatuto do futebol como principal modalidade à face da Terra.
PS - Ainda The Best para CR7. O português teve praticamente os mesmos votos entre seleccionadores, jogadores e jornalistas (85; 85; 84). Já Messi teve 59 nos seleccionadores, 44 nos jogadores e 23 nos jornalistas. Será desta forma que o argentino é visto actualmente nas três classes?"

José Manuel Delgado, in A Bola

Nem tudo muda

"As prioridades que presidiram à aprovação de um novo formato para os Mundiais de Futebol provam que algumas coisas nunca mudam

1. Provavelmente, a aprovação pela FIFA do novo formato do Mundial de futebol, que alarga o número de participantes de 32 para 48 a partir de 2026, devia deixar-nos preocupados. Desde logo por ser óbvio que, a dez anos da sua implementação, se trata de uma decisão apressada pela necessidade de satisfazer agendas políticas - o alargamento, embora originalmente previsto para 40 clubes, foi uma das promessas de Gianni Infantino e garante-lhe uma base de apoio alargada - e financeiras - de acordo com um estudo da FIFA, o aumento de 16 países na fase final vai corresponder a um acréscimo de cerca de 600 milhões de euros de receita - esquecendo os interesses desportivos - é preciso baixar bastante a fasquia da qualidade para permitir a entrada a mais 16 países. A questão é que satisfazer agendas políticas e financeiras, atropelando os interesses desportivos, soa exactamente ao tipo de coisa que Sepp Blatter faria. Era suposto que alguma coisa tivesse mudado, não era?
2. Algures numa sala na sede da Liga, Pedro Proença deve ter respirado um suspiro de alívio com os dois golos que Gonçalo Guedes marcou ao Vitória de Guimarães ontem à noite. O presidente do organismo que tutela o futebol profissional nunca o admitirá, mas todos sabemos que a estreia o novo formato de final-four da Taça da Liga sem nenhum dos três grandes seria um embaraço para os patrocinadores e operadores televisivos, comprometendo à partida o sucesso daquela que é uma aposta pessoal dele, mas também uma última tentativa para reanimar a prova."

O fim do empate

"Começa aqui

Não façam esse ar chocado: era evidente, desde o início, que o campeonato do mundo passaria a 48 países, não obstante todos os estudos que o desaconselhassem. Infantino foi eleito com esse programa, o que também demonstra como as federações e as confederações se estão nas tintas para quem sustenta o futebol.
Por mim, concentro-me nessa pequena (sic) alteração de regulamentos que impõe, a partir do Mundial"2026, a eliminação de todos os empates com recurso a pontapés da marca de grande penalidade. Justificação apresentada: impedir as igualdades combinadas, por conveniência mútua (o que, já agora, significa que existem). Verdadeira razão: o espectáculo televisivo.
Não, não é uma pequena alteração de regulamentos. É o princípio do fim do empate e é, por isso, (mais) uma agressão à matriz do futebol. Tal como aconteceu com a passagem dos dois pontos por vitória a três - uma boa medida, que veio ajustar a eficácia dos campeonatos sem ferir a integridade do jogo propriamente dito -, isto de dirimir os desempates vai acabar por generalizar-se.
Só não se generaliza mais depressa porque o que preocupa os senhores das confederações e das federações é tudo menos o futebol dos países que representam. Interessa-lhes (tantas vezes) andar em comités e em congressos, coleccionando privilégios e (em alguns casos, como demonstrado) contas em paraísos fiscais.
Mas escrevam isto: o empate vai acabar, e ainda será no nosso tempo. Já agora, proponho mais medidas americanas. Golos contando a dobrar quando são marcados de fora da área, por exemplo. Pancadaria bem filmada sempre que houver um pé em riste. Raparigas seminuas passeando-se com cartazes com um "2" gigante quando começar a segunda parte. Sou todo por raparigas seminuas."

Os ingredientes secretos do bullying

"O recente caso ocorrido em Almada, que veio a público na passada semana (aqui), chocou o país não só pela violência dos actos mas, também pelo facto dos seus protagonistas demonstrarem uma assustadora frieza ao filmar e publicar o sucedido na internet.
Com o sucedido, veio novamente a conhecimento público, uma preocupante estatística que nos faz estar nos primeiros lugares da Europa, no que respeita a este tema: mais de 600 denúncias mensais em contexto escolar (sendo que, acontece também em contexto desportivo, laboral... e afins).
A Associação Americana de Psicologia (uma das grandes referências na área) classifica o bullying com uma forma de comportamento agressivo, onde alguém, de forma intencional e repetida, ameaça (ou causa danos) a integridade física e psicológica de outra pessoa, seja por contacto físico, palavras ou outras acções mais subtis.
Contudo, e mais preocupante ainda, ninguém "nasce" bully (agressor). Na realidade, trata-se de um comportamento aprendido... e, isto sim, é assustador.
Assustador porque as gerações que nos irão suceder estão a ser "treinadas" naquilo que poderíamos designar por "coartação emocional" ou, por outras palavras, numa imensa incapacidade em sentir... sentir-se e sentir o outro.
Neste enquadramento, sem conseguir discriminar o que se sente e sem ser capaz de sentir o que o outro sente... os comportamentos agressivos têm terreno fértil para aumentar de frequência e de intensidade.
Trata-se, sem duvida de um problema "multifatorial", cujas origens serão difíceis de discriminar em toda a sua extensão, pelo que gostaria apenas de avançar com uma reflexão sobre este tema.
A agressividade ou a passagem ao ato sem razão aparente, como se fosse um impulso (e, sendo-o, aparentemente, parece que não nos sentimos responsabilizados), "treina-se" todos os dias.
Quando vemos uma criança "maltratar" um animal, uma outra criança, um idoso e... mais grave ainda, às vezes, os próprios pais.
Se calhar, cabe aqui clarificar o que será isto de "maltratar". Será toda a forma que resulte numa falta de respeito à integridade física e emocional do outro e, aqui, poderíamos incluir um infindável número de comportamentos, senão, vejamos:
- levantar a voz, bater com portas, empurrar, bater, usar ironia, gozar (assistimos muitas vezes a uma imensa confusão entre o "gozar com.." e "brincar com"), prejudicar intencionalmente (ou não), entre tantas outras formas... podem ser traduzidas num só denominador comum: agressividade, ainda que às vezes de forma encapotada (como é o caso da ironia).
O grande problema que temos neste tipo de questão, vai para além do agredido e do(s) agressor(es)... e a única razão porque se mantém, advém muitas vezes do silêncio de quem assiste.
E aqui sim, refiro-me a adultos (pais, professores e outros) que, ao observarem a instalação deste tipo de comportamentos, acabam por não actuar cirurgicamente quando os mesmos são expressos... o que resulta, na cabeça de quem os actua, numa percepção de que "é aceitável agredir o outro" (verbal ou comportamentalmente).
Vejamos:
Não é aceitável instrumentalizar um animal promovendo dor ou mal estar emocional;
Não é aceitável danificar intencionalmente propriedade alheia (ex: o espaço escolar ou de um clube); 
Não é aceitável responder mal aos avós que, diariamente e muitas vezes, viabilizam a funcionalidade das famílias;
Não é aceitável responder de forma desadequada a toda e qualquer pessoa que evidencie qualquer característica que possa ser diferente da nossa;
Não é aceitável assistir a que as nossas crianças participem em qualquer forma de lançamento de boatos;
Não é aceitável que as nossas crianças (na realidade, a geração que irá cuidar da nossa geração), levantem a voz ou faltem ao respeito a pares ou adultos;
Contudo, diariamente, as crianças aprendem isto na minha, na sua, na nossa casa.
E isto porque, muitas vezes, chegamos sem energia a casa, sem disponibilidade para "olhar", identificar, que o que foi outrora um impulso, transforma-se a cada dia num comportamento treinado e adquirido... Seja porque o permitimos ou, mais grave ainda, porque muitas vezes, nós próprios o actuamos (caindo aqui no velho ditado: "Olha para o que te digo e não para o que eu faço"... como se fosse possível).
Urge, necessariamente, uma consciência global que resulte numa acção global.
O bullying, aconteça em contexto escolar, desportivo ou laboral, não é um problema das vítimas e dos agressores: é um problema de todos nós e que só poderá ser resolvido por todos nós.
As campanhas que por vezes surgem, evidenciando os sofrimento infligido na vítima podem, por efeito perverso, servir quase como uma "espécie de troféu" para um potencial agressor. Aliás, o primeiro vídeo que foi colocado na internet de alguém a ser espancado, para além de um movimento pontual de "consternação" (que daí pouco passou), mais serviu para incitar a que outros repetissem "tal proeza".
Um bully, diz-nos a literatura científica, é alguém que, por ser muito inseguro, quer assumir-se pela força e, esta, só pode ser actuada se conseguir isolar a sua "vítima".
E, na realidade, é isto que tem acontecido. As pessoas que têm sido alvo deste tipo de manifestações tem-nas vivido, quase sempre, de forma isolada e sem protecção.
E isto porque, todos nós ainda não nos comprometemos com a solução deste problema (às vezes, estar só um pouco mais atentos a pequenos indícios), como se ele não nos pudesse atingir.
Em 2016 houve mais de 600 exemplos que nos deveriam inspirar a ser "mais e melhor", a participarmos mais, como comunidade.
Em 2016, houve mais de 600 denúncias... ou, se virmos por outra perspectiva, houve mais de 600 exemplos de coaragem.
E, estes sim, deveriam inspirar a nossa capacidade de resposta."

105x68... com o rescaldo da Taça CTT

Campanha anti-Benfica

"Daqui a menos de um mês há clássico no Dragão e se até lá a águia não desacelerar no seu voo, quem sair derrotado poderá começar logo a preparar a próxima época...

O presidente da Liga de Clubes ou está em parte incerta ou anda muito ocupado: até agora, que se saiba, nenhuma medida se lhe atribui no sentido de colocar ponto final em alarido sem nexo, nem sequer ter feito uma advertência aos factores da confusão. Como não ouve, nem lê, não pode agir, é claro.
Também precipitada, e se calhar de pouco efeito, se revela a decisão do Conselho de Arbitragem em convocar os clubes profissionais para uma reunião, amanhã, na Cidade do Futebol, quando, vistas as coisas com a ponderação devida, e eliminadas as indignações que fazem parte do catálogo de incidências de cada temporada desportiva, a maior parte deles olha para esta trapalhada com reservas. 
No caso em concreto violaram-se os limites da razoabilidade. Houve ameaças e a necessidade de requerer às autoridades um reforço de protecção como se elas não tivessem mais que fazer senão preocuparem-se em despender tempo e dinheiro com a afectação de recursos suplementares em missões de segurança e vigilância, provocada pelo mau perder de quem, não sendo capaz de provar no recinto de jogo que é o melhor, por marcar mais golos e somar mais pontos, utiliza os árbitros como biombo para esconder os próprios erros. Transferir para um fora de jogo ou um penalty mal assinalado a culpa pelo insucesso em competição de regularidade e de longa duração só convence quem não se importa de viver enganado.

Esta barafunda corresponde a uma sucessão de equívocos que já devia ter sido travada, pela responsabilização de que a tem promovido através de esquemas diversos, valendo-se da fragilidade das estruturas. Não se lhes exige que imponham o silêncio, era o que faltava, mas, no mínimo, pede-se-lhes que actuem disciplinarmente com a firmeza que se impõe, ou a permitida, em função dos constrangimentos regulamentares, quando por actos e palavras se pretende transformar a sã rivalidade entre clubes, a essência da festa do futebol, em luta tribal em que a única regra é o vale tudo para se atingir um fim.
Não há condições para regressar ao tempo do senhor Abel, mas que há vontade nisso, parece que sim. Não por causa de elementos da claque Super Dragões terem tido o atrevimento de ameaçar o árbitro Artur Soares Dias e de este ter apresentado queixa na polícia, o que já é um passo em frente e de grande significação (perdeu-se o medo!), mas pelo grotesco do cenário: intimida-se e logo a seguir pede-se desculpa em directo, como prova de arrependimento espontâneo e sincero, sem antes deixar de transmitir a mensagem pretendida.
Até a Direcção do FC Porto se deu ao cuidado de emitir um comunicado para se congratular «com a posição tomada pela Direcção da claque Super Dragões», elogiando-a por ter manifestado repúdio por «todo o tipo de violência sobre as equipas de arbitragem». Extraordinária arte de comunicar esta...

Em Alvalade, casa do parceiro desta campanha anti-Benfica, porque não é mais do que isso que se extrai desta contestação às arbitragens, a comunicação é menos aprimorada, embora igualmente bizarra. No início do ano novo, em entrevista ao Record, o presidente leonino disse o seguinte:« o Sporting era frontalmente contra o Vítor Pereira. Já não está lá. muitas das coisas que estão a ser aplicadas pelo CA (Conselho de Arbitragem) derivam das propostas do Sporting que, durante muito tempo, foram trabalhadas com a APAF».
Entretanto, uma semana depois,além de prometer apresentar uma exposição junto das entidades competentes, e confessando-se «absolutamente contra qualquer tipo de violência», no calor de uma presidência aberta produziu este mimo de sensatez: « mas podem ter a certeza absoluta de que foi a última vez que o Sporting teve uma intervenção calma, pacífica e ponderada, porque não vamos aturar mais isto».
Isto, é o quê, afinal? Um pouco de várias coisas: promessas por cumprir, falta de títulos, projecto europeu falhado, resultados que entusiasmam pouco, treinador que se julga o melhor do mundo e nunca se engana, perigo de outra época fracassada, eleições daqui a dois meses e o que a imaginação de cada um ajuntar à lista.
No final, como é da tradição, sobra para os árbitros, questão velha e que os clubes jamais quiseram enfrentar com seriedade: ora a ignoram, ora a açoitam. Sendo certo, porém, que, nesta situação particular, o clima vai desanuviar, como já deu para perceber, além deste conluio envergonhado FCP-SCP +para travar o SLB dar sinais de exaustão é que daqui a menos de um mês há clássico no Dragão e se até lá a águia não desacelerar no seu voo, quem sair derrotado poderá começar logo a preparar a próxima época."

Fernando Guerra, in A Bola

Inevitável

"Pela nona vez consecutiva o clube da águia chega à fase final da Taça da Liga.

Ficou ontem à noite confirmado, em Guimarães, que o Benfica é, neste momento, a equipa portuguesa que melhor e maior qualidade exibe, o que a torna séria candidata a ganhar todas as competições em que está empenhado, com excepção, claro, da Liga dos Campeões Europeus, na qual “outros valores mais altos se alevantam”.
Pela nona vez consecutiva o clube da águia chega à fase final da Taça da Liga.
E, desta vez, sem a “incómoda” presença de qualquer outro integrante do trio dos grandes, o que, à partida, permite atribuir-lhe maior dose de favoritismo no/nos despiques que vai agora prosseguir no estádio do Algarve, lá mais para o fim deste mês.
No espaço de quatro dias, o Benfica levou a melhor sobre o Vitória de Guimarães e, curiosamente, sempre pelo mesmo resultado 2-0.
No sábado, Rui Vitória colocara “toda a carne no assador”, como vulgarmente se diz em linguagem futeboleira, no jogo mais importante, porque integrado no calendário da primeira Liga. Ontem, na Taça, abdicou de vários dos jogadores habitualmente titulares, mas sem que a equipa tenha baixado o rendimento.
Com soluções para todos os sectores da equipa, o Benfica não vai ter necessidade de ir ao mercado em Janeiro.
Os jogadores que fazem parte do plantel dão garantias de que lhe vai ser possível prosseguir a boa temporada que vem protagonizando, aproveitando também a irregularidade que vem sendo prosseguida pela concorrência mais directa.
Hoje, cumpre-se a jornada final da fase de grupos da Taça da Liga, havendo ainda três equipas em condições de poderem chegar à Final Four, Marítimo, Sporting de Braga e Rio Ave.
De todas, a equipa madeirense é a única que depende apenas de si própria.
Logo à noite se saberá quem vai juntar-se ao Benfica, Moreirense e Vitória de Setúbal na festa algarvia que vai decorrer a partir do próximo dia 25."

Já nem há uma Liga

"Onde é que isto vai parar?

No meio do ruído (legítimo, em parte) em torno das arbitragens, da preocupação (legítima, totalmente) para com o vandalismo à volta do FC Porto e do aproveitamento (expressão do populismo generalizado, pelo menos) feito por Madeira Rodrigues do crescente fracasso do projecto de Bruno de Carvalho, vamos silenciando a pergunta: e o campeonato?
Talvez nem a devêssemos fazer. Na verdade, já não há um campeonato, mas dois: o do Benfica e o dos outros. E os sinais não são animadores. Por um lado, certos padrões na gestão do plantel do Sporting mostram-se difíceis de perceber. Por outro, jornalistas ingleses - e não devemos surpreender-nos pela origem, que isto é uma feitoria só - põem André Silva no Real, sendo que o FCP precisa de encaixar 115 milhões e o avançado, a continuarem estes 0-0, pode não valer em maio o que vale agora.
Tudo isto adicionado ao regresso de Jonas e ao desanuviamento da enfermaria da Luz. Onde vai parar esta assimetria? E o que restará de interesse pela nossa Liga se a hemorragia não for estancada - nem que seja em primeiros-socorros agora e só no fim da época em definitivo?

Mais golos ainda
O futuro de Ronaldo
Não foram os pontas de lança que ficaram preguiçosos: foram os defesas e os médios que passaram a correr ainda mais. No futuro, também os pontas de lança voarão.
Mas isso já será depois de Ronaldo. Esta carreira exultante - magnífica, perfeita - há de acabar com hat tricks de oportunidade. Bela maneira.
Ainda nem temos ideia do que deste português único um dia dirá a História."

Joel Neto, in O Jogo

PS: Estas palavras de desespero e de impotência, do Lagarto residente na redacção d'O Nojo, soam como uma sinfonia para os meus ouvidos...!!!

Benfiquismo (CCCXLIV)

Chuva... em Londres!!!

Cadomblé do Vata

"1. Antes de mais, impõe-se uma correcção: não houve nenhum desentendimento entre os adeptos do Vitória e Nelson Semedo... é certo que da bancada choveram cadeiras, mas foram acompanhadas de pedidos de "senta-te aí... pára quieto... dá-nos descanso".
2. É inadmissível marcarem-se jogos para as 21h15... é tão tarde, que um gajo ainda consegue ver a primeira parte, mas dos segundos 45 minutos só se vêem flashes enquanto se tenta convencer uma menina de 3 anos a voltar para a cama depois dela se levantar pela 20.ª vez.
3. Tudo o que Rafa tem de brilhante na construção, tem de inútil na finalização... parece um chef vegetariano a trabalhar numa churrascaria confecciona, mas não consome.
4. No dia em que se oficializou o seu empréstimo ao Génova, tive pena de não ver Taarabt jogar em Guimarães... teria grande significado patriótico, ver mais um marroquino despedir-se da Península Ibérica nas Terras de Ibn Errik.
5. À primeira vista pareceu que Rui Vitória quis lançar André Horta nos descontos para queimar tempo... na verdade o mister só o mandou entrar já com o jogo a terminar porque se esqueceu dele, distraído que estava a preencher a rooming list do hotel algarvio que vai receber o SLB na Final Four da Taça da Liga."

Vermelhão: Algarve aí vamos nós...!!!

Guimarães 0 - 2 Benfica


Dois jogos em Guimarães, duas vitórias por 2-0, com dois onzes muito diferentes... se calhar a grande dúvida é mesmo saber qual das equipas jogou melhor!!! E tal como Sábado jogo decidido na 1.ª parte, com dois golos muito parecidos, ao golo de Jonas do Campeonato!!! E ainda duas 2.ªs partes muito parecidas, com o Benfica a gerir bem a vantagem... A diferença, foi que hoje, ainda levámos mais porrada... com o Xistra a olhar para o lado!!!
Se dúvidas houvesse, a rotação de hoje provou que o Benfica é de longe o melhor colectivo de Portugal... além das questões técnico ou tácticas, a forma como jogadores pouco utilizados se aplicaram, em todas as jogadas, em todos os momentos do jogo... até a forma como celebraram os golos, prova que o plantel do Benfica está perfeitamente consciente daquilo que é preciso fazer para ganhar... e todos eles sabem, que estão muito perto de atingirem o patamar de Imortais no Panteão encarnado, com um Tetra inédito!!!
O Vitória voltou a entrar com ganas, mas tal como no Sábado foram perdendo gás... e nem o excesso de agressividade lhes valeu...!!! E só não foram goleados, porque o Rafa continua a falhar golos e o Pizzi 'decidiu' falhar o penalty!!! Para perceber a qualidade do nosso jogo, apesar de alguns remates potencialmente perigosos, o regressado Júlio César não fez uma defesa complicada...!!!
Algumas curtas notas: o Carrillo terá feito os melhores minutos no Benfica, principalmente na 1.ª parte...; o Zivko confirma todas as suas qualidades; o Lisandro está bem e recomenda-se; sem o Fejsa, o Samaris chega e sobra para o Nacional; o Rafa tem que marcar; o Pizzi devia ter sido substituído; o Semedo não devia fazer gestos para a bancada... mas não é fácil estar 90 minutos a ouvir insultos, a maior parte racistas, de animais sem trela... o senhor Meireles já tem idade para ter juízo...
Mas como é óbvio o MVP foi o Guedes: se o Gonçalo conseguir manter esta eficácia em frente ao golo, combinando com a garra, força e velocidade que tem seguramente, então será mesmo 'grande'!!!
Se hoje, nenhum adversário do Benfica, foi expulso, duvido que outro seja nesta época... vale literalmente tudo...

Estamos no Algarve, preparados para a Meia-final da Taça da Liga com o Moreirense e tudo o resto que vier a seguir... Afirmei no sábado e mantenho, dos potenciais adversários, o Guimarães na minha opinião era o mais complicado... dito isto, amanhã teremos o quadro completo...

Mas antes disso temos o Campeonato, já no Sábado com um Boavista, que irá dar muito trabalho... Será muito importante, acentuar a vantagem sobre os nossos adversários mais directos, nas próximas jornadas... o calendário até parece que 'ajuda' um pouquinho, mas para isso acontecer, é preciso manter a concentração...

Uma nota final: por muito que mereçam, a tradição dos últimos anos é clara, no Benfica os cânticos das bancadas são de apoio ao Benfica, e não com referências ofensivas a outros que nem estão presentes... Não vale a pena copiar os maus exemplos!