"As prioridades que presidiram à aprovação de um novo formato para os Mundiais de Futebol provam que algumas coisas nunca mudam
1. Provavelmente, a aprovação pela FIFA do novo formato do Mundial de futebol, que alarga o número de participantes de 32 para 48 a partir de 2026, devia deixar-nos preocupados. Desde logo por ser óbvio que, a dez anos da sua implementação, se trata de uma decisão apressada pela necessidade de satisfazer agendas políticas - o alargamento, embora originalmente previsto para 40 clubes, foi uma das promessas de Gianni Infantino e garante-lhe uma base de apoio alargada - e financeiras - de acordo com um estudo da FIFA, o aumento de 16 países na fase final vai corresponder a um acréscimo de cerca de 600 milhões de euros de receita - esquecendo os interesses desportivos - é preciso baixar bastante a fasquia da qualidade para permitir a entrada a mais 16 países. A questão é que satisfazer agendas políticas e financeiras, atropelando os interesses desportivos, soa exactamente ao tipo de coisa que Sepp Blatter faria. Era suposto que alguma coisa tivesse mudado, não era?
2. Algures numa sala na sede da Liga, Pedro Proença deve ter respirado um suspiro de alívio com os dois golos que Gonçalo Guedes marcou ao Vitória de Guimarães ontem à noite. O presidente do organismo que tutela o futebol profissional nunca o admitirá, mas todos sabemos que a estreia o novo formato de final-four da Taça da Liga sem nenhum dos três grandes seria um embaraço para os patrocinadores e operadores televisivos, comprometendo à partida o sucesso daquela que é uma aposta pessoal dele, mas também uma última tentativa para reanimar a prova."
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