😍🎙️ A mensagem de Jan-Niklas Beste para os Benfiquistas!#JanNiklasBeste2029 pic.twitter.com/xWAxxtYsX5
— SL Benfica (@SLBenfica) July 11, 2024
Últimas indefectivações
sexta-feira, 12 de julho de 2024
Jan-Niklas Beste
Horas e horas de comentários supostamente bem informados e nickles, nada!!! Linhas e linhas de comentários nas redes sociais, com fontanários infalíveis... e nada!!!
Defesa esquerdo contratado, Beste! Pré-convocado para o Europeu, melhor jogador duma das grandes surpresas da Bundesliga, nas primeiras posições em vários itens nos rankings individuais, contratado em 'segredo', por metade do valor referenciado no Transfermarkt...!!! E mesmo assim, alguns já encontraram 'defeitos'!!!
Vou esperar pelos jogos para ter uma opinião definitiva, mas parece-me um jogador muito parecido com o Grimaldo... inclusive nas bolas paradas! Tem jogado a extremo, numa equipa mais defensiva, mas para mim o teste do algodão, será a forma como irá definir na 1.ª fase de construção... porque defensivamente, pela agressividade, até parece-me melhor que o Grimaldo!!!
Coitadinhos!!!
O jornaleiro do pasquim @Record_Portugal está indignado porque o jogador nem boa tarde diz 🤡
— Luís Paulino (@luisjmdop) July 11, 2024
“Cofinas” há anos a achincalharem o clube, invenções e capas vergonhosas… até mereciam muito mais que “boa tarde”, só que levar o que mereciam não era preciso abrir a boca… pic.twitter.com/a6NODgDhyC
Trabalho...
🎯🏃♂️ pic.twitter.com/zRajx4D1JQ
— SL Benfica (@SLBenfica) July 10, 2024
🎙️ Rollheiser: "A equipa vai dar tudo dentro de campo, para vos dar alegrias." 🔗 https://t.co/HfsrrKguo1 pic.twitter.com/Dv1kVQbrGy
— SL Benfica (@SLBenfica) July 11, 2024
O 10 está morto, viva o 10!
"O futebol conseguiu destruir de forma autofágica o seu maior símbolo e fonte de magia
O futebol inverteu-se, deixou-se virar do avesso. Hoje, tudo é invertido, falso ou decimal: os laterais, os centrais e os extremos invertidos, os 6,5 e os 9,5, e os falsos 9 e 10. Até o guarda-redes passou a ser o falso líbero. O jogador tornou-se híbrido, ocupa, à vez, mais bolsas de espaço.
O trinco, médio defensivo destruidor e posicional, morreu. O dez, símbolo-maior não só em campo, mas de um modo de estar e de vida, quase de rockstar, é apenas número sem significado. O extremo clássico está em vias de extinção.
As linhas apertaram para levar ao limite a máxima de Cruijff e Michels: torna o campo grande com bola e pequeno sem esta. O problema é que hoje já ninguém lhe devolve as reais dimensões. Todos não só sabem como pensam mantê-lo o mais reduzido possível.
Num mundo em que se privilegia o futebolista aposicional e multifuncional, ao 10, primeiro, roubaram o espaço. Apertaram o que havia entre linhas até se sentir claustrofóbico. Então, exilou-se num flanco. Destros na esquerda, canhotos na direita, e partir daí para dentro.
Contudo, tornou-se vítima do próprio sucesso e abriu o caminho aos extremos de pé contrário, mais dribladores e explosivos, embora com menos passe. Messi sobrevive por ser um génio, porém já combate «últimas batalhas».
Outros baixaram, como Pirlo e Modric. Mas teriam sempre de ser muito bons como foram para subsistir, ou o multifuncional garantiria sempre mais recuperações e os mesmos passes verticais.
Com os extremos em diagonais outside-in, os treinadores abusam das linhas de 5 e acrescentam gente ao interior. O jogo tornou-se mais defensivo: na busca de superioridades, na falta de risco, na aposta nas bolas paradas ou nos penáltis.
De forma inacreditável, um futebol autofágico destruiu o seu maior símbolo. Perdeu magia, ficou previsível, igual, enfadonho. E, aí, sobressai o original, com respostas para tudo.
Os sul-americanos, que ainda protegem Messi e James, olham com desdém para a Europa. A Argentina, única capaz de quebrar a série de Mundiais ganhos pelo Velho Continente num momento afirmação da sua maior figura, ainda os cria. O Brasil não. Até o relacionismo de Diniz, que combatia a normalização do juego de posición, entrou em desgraça.
Todo o continente atravessa uma crise de talento. E se, de repente, os resultados se tornarem ainda mais negativos, cairá o maior obstáculo a nova (e infeliz) europeização da América Latina."
João Neves — na vontade o futuro
"De pouco valerá Rui Costa acenar com nova proposta de renovação se o jovem decidir sair
A um mês do pontapé de saída da nova época, ou seja da primeira jornada do campeonato, o plantel do Benfica, como das restantes equipas, está longe de estar fechado. Contratados o médio Leandro Barreiro e o avançado Vangelis Pavlidis, no caso do grego uma tentativa óbvia de encontrar alguém com as características mais adequadas ao que pede o jogo de Roger Schmidt, depois de Arthur Cabral não ter correspondido às expectativas, falta ainda um lateral-esquerdo, que não deverá demorar muito a chegar à Luz, para ser titular, e um lateral-direito para competir com Alexander Bah. Podemos todos identificar outras fragilidades e necessidades no grupo, mas essas são, para já, as prioridades do Benfica.
Como qualquer clube português que depende da venda dos melhores e mais valiosos por muitos milhões para manter equilibrado o modelo de negócio, o Benfica vai mesmo perder alguns jogadores. Rui Costa já foi confrontado com propostas para as transferências de João Neves e António Silva, seguramente outras mais elevadas chegarão à Luz, mas sem o valor que o Benfica considerará justo. Não foi pouco dinheiro: €60 milhões pelo médio e €35 milhões pelo defesa-central.
João Neves é mesmo o elefante na sala de estar do Estádio da Luz, considerando que o Benfica está disponível a vender o passe de António Silva para ficar com o médio. Rui Costa já lhe ofereceu um novo contrato, dobrando o salário para um milhão de euros limpos, mas a verdade é que o jovem não aceitou. Não poderemos evitar concluir que não sentiu nesse valor o reconhecimento que considera justo, sobretudo quando outros companheiros ganham bastante mais do que isso. Foi um mau começo para quem quer a muito custo que João Neves fique pelo menos mais uma época.
Rui Costa sabe, melhor do que ninguém, por ter negociado contratos na qualidade de jogador e presidente, que estará condenado a perder João Neves no momento em que ele for sensível a uma proposta financeira e desportiva que o Benfica não lhe poderá oferecer. Não é preciso recuar muito. Enzo Fernández foi insensível a todos os argumentos para continuar na Luz depois do Mundial e de uma oferta do Chelsea. Nem sequer parou para pensar na promessa de que teria a porta aberta para deixar a Luz menos de seis meses depois, no fim da época. E saiu em janeiro. Gonçalo Ramos, como Rui Costa reconheceu, já não estava com a cabeça no Benfica desde que recebeu uma oferta do PSG. E saiu sem sequer jogar a Supertaça com o FC Porto.
O futuro de João Neves está, pois, na vontade dele. Se sair os efeitos na equipa são imprevisíveis, isso obrigará o Benfica a substituí-lo, mas os efeitos emocionais nos sócios e adeptos são fáceis de adivinhar – será, não obstante as melhores explicações, considerado um fracasso do Benfica, da Direção, de Rui Costa. Kika Nazareth e João Neves são, provavelmente, os mais queridos da nação benfiquista. A primeira saiu por uma «proposta irrecusável». O segundo poderá ser confrontado com o mesmo."
A realidade do Benfica a 11 de julho de 2024
"Impressionante, a corrida aos bilhetes de época; fundamental, aprender com os erros cometidos; e a conclusão é que a aposta no equilíbrio e no coletivo é sempre a que recompensa mais...
Qual é a realidade do Benfica no início da temporada de 2024/25? Nada mais fácil de caraterizar: apesar do aumento de preços, dos 45 mil lugares de época disponíveis para Red Pass, há cerca de 400 ainda no mercado, para uma lista de espera que ronda os 17 mil. Quer isto dizer que, apesar das desilusões da temporada passada, apesar da míngua de títulos, a que a Supertaça não matou a sede, apesar da desconfiança generalizada relativamente a Roger Schmidt, apesar das Assembleias Gerais marcadas pela contestação, o benfiquista puro e duro, do Terceiro Anel, que não pertence a qualquer bolha elitista que funciona em circuito fechado, continua a acreditar no clube, no lema, na força da tradição, e mais uma vez diz presente, abstraindo-se das questões políticas, apostando no que paga (e não é já assim tão pouco): 90 minutos caseiros, nacionais e internacionais, de uma experiência imersiva, de partilha de um ideal, uma cor e de uma comunhão centenárias, traduzidos, na expressão maior, no quarto de hora que durou, sem bola, o intervalo do jogo com o Marselha, na época passada, na homenagem a Sven-Goran Eriksson. Esse é o Benfica que não tem preço.
E quanto ao plantel? Francamente, se não houver saídas, ao dia de hoje o Benfica apenas precisa de um defesa esquerdo que esteja para lá de todas e quaisquer dúvidas. É claro que daria sempre jeito um Nélson Semedo ou um João Cancelo que jogasse igualmente em bem em qualquer das alas. Mas, mantendo os pés na terra, e sabendo que Aursnes é capaz de fazer essas posições, a prioridade será investir, sem tibiezas, incertezas ou hesitações, em alguém que pegue de estaca, e nesse particular, quer o departamento de scouting, quer o próprio treinador, devem atravessar-se, sendo que ainda hoje não se sabe quem foi responsável pela contratação de Jurásek.
Mas vamos falar de futebol. Se Aursnes for o escolhido para a ala esquerda (ou, imagine-se, João Mário), sabendo-se que tenderá a reforçar o ‘miolo’, privilegiando o jogo interior, o lateral deverá ter condições para chegar à linha de fundo, fazendo a ala, à imagem de Grimaldo. Contratar um jogador que não tenha estas características (como foi o caso de Jurásek, ou aconteceu com a adaptação canhestra de Morato) só pode resultar em asneira. Aguarde-se pelo reforço anunciado e também pela evolução de Carreras…
Ainda falando de futebol, agora com maior profundidade, e entrando já no âmago da estratégia e do modelo: o que quer Roger Schmidt? Na primeira época de águia ao peito, o técnico alemão foi perfeitamente explícito: apostou num futebol moderno, feito de pressão alta, onde todos trabalhavam por igual no momento de recuperação da bola, e a partir daí, com o adversário desequilibrado, criava superioridade numérica que materializava em golos. Graças a esta forma de jogar, em que todos colaboravam por igual, foi capaz de sobreviver à perda do melhor jogador, Enzo Fernández, e além de vencer a Liga, realizou uma excelente campanha europeia. Mas na época seguinte, as mudanças foram muitas, e para pior, e é a partir dos erros cometidos que Schmidt deve aprender a esquematizar 2024/25. E quais foram esses erros? À partida três, crassos, imperdoáveis, de palmatória:
1) – Quando saiu Gonçalo Ramos para o PSG, o Benfica perdeu o primeiro defensor, e hipotecou a possibilidade de executar a pressão alta que lhe permitia roubar a bola ao adversário e atacar a seguir em superioridade numérica. Por isso, passou a ser mais fraco, quer a defender, quer a atacar, porque escolheu para substituir Ramos um ótimo futebolista, Arthur Cabral, mas talhado para outro futebol. Enfim, um erro de casting.
2) A partida de Grimaldo, que fazia as despesas do ataque no flanco esquerdo e se ocupava da maior parte das bolas paradas, foi um tiro no pé que o Benfica deu e nunca foi capaz de emendar. Provavelmente, ao longo da temporada de 2023/24, a ala esquerda foi aquela em que os encarnados se mostraram mais perdidos, especialmente o seu treinador, que chegou a apresentar duplas de profundidade zero formadas por Morato e João Mário, que colocavam a equipa, como dizem os brasileiros ‘ferida de asa’. Com este contexto, o equilíbrio esquerda-direita perdeu-se, e o Benfica passou a ser, a maior parte das vezes, uma equipa condenada a afunilar o jogo contra equipas com a zona central densamente povoada, o que explica os pontos perdidos em casa contras conjuntos do último terço da tabela. Esta realidade, vista já em Roger Schmidt quando ao serviço do PSV, nomeadamente quando teve de jogar contra um Benfica de Jesus com dez jogadores apenas (expulsão de Lucas Veríssimo) e não foi capaz de penetrar a muralha encarnada, repetiu-se amiúde na época passada.
3) A chegada de Di María desequilibrou o resto. De uma penada, o Benfica deixou de atacar pela esquerda com a saída de Grimaldo, e deixou de defender pela direita com a inclusão de Di María. E em relação ao argentino, que não subsistam dúvidas, El Fideo foi o melhor jogador do Benfica com a bola no pé, fez coisas maravilhosas e revelou-se de uma entrega total. Porém, para trás, por mais que quisesse, e quis, já não podia. Seja como for, independentemente de se achar maior ou menor utilidade na presença do argentino na equipa do Benfica, a verdade é que com ele as coisas mudaram muito…
E em 2024/25, como será? Parece claro que Roger Schmidt precisa de regressar às origens, exigir pressão alta, equipa subida e pouco espaço entre setores, usar Pavlidis, que sabe fazê-lo, como usava Gonçalo Ramos, dar a direita um Neres que seja coletivo e se complemente com Bah, ou em alternativa a um Schjelderup que cresceu tanto que foi chamado à Seleção A da Noruega, que tenha em Leandro Barreiro, mais consistente do que Florentino, o par ideal para João Neves, e que se mantenha atento em relação à condição psicológica de António Silva e à condição física de Nico Otamendi, cuja presença nos Jogos Olímpicos de Paris não augura nada de bom para o Benfica.
Esta é a situação a 11 de julho, que pode ser alterada e desmentida pelos ditames do mercado, que não deixará de produzir consequências até ao derradeiro segundo. Para já, uma verdade parece insofismável: o Benfica foi pior de uma época para a outra porque se deixou desequilibrar, apostando em individualidades que por mais que brilhassem nunca acrescentaram ao coletivo. O segredo para 2024/25 estará em devolver o comboio aos carris, colocando o foco na equipa, porque, como se viu em 2023/24, no futebol ninguém ganha nada sozinho."
Intensidade na preparação
"Esta edição da BNews é dedicada a vários temas da atualidade benfiquista.
1. Pré-época
2. Saídas anunciadas
O Benfica anunciou o empréstimo ao Arouca, por uma temporada, de Henrique Araújo. E a saída, a título definitivo, de Leo Kokubo.
3. Sub-23 no relvado
4. Hendecacampeãs nacionais
Vencer a Taça de Portugal é o objetivo que se segue. E a presença dos adeptos na sessão de autógrafos realizada ontem é um tónico adicional.
5. Comunicado
A reação oficial do Sport Lisboa e Benfica à ausência de algumas das mais consagradas hoquistas nacionais na convocatória da seleção lusa para o Mundial."
Tempo de vida ganho!
Rafa: «Seleção? Não vi jogos, não acompanhei o Europeu»https://t.co/CbRS7wnjZU
— maisfutebol (@maisfutebol) July 11, 2024
Comunicado
"O Sport Lisboa e Benfica considera inaceitável que algumas das suas principais atletas e melhores jogadoras da modalidade não tenham sido incluídas na convocatória da Seleção Nacional feminina de hóquei em patins para o Campeonato do Mundo. Uma decisão inexplicável, num ostensivo ato provocatório e persecutório da parte da Federação de Patinagem de Portugal e do seu selecionador.
Mais uma atitude vexatória e desrespeitadora para com o Sport Lisboa e Benfica e as suas jogadoras, cujo contributo foi decisivo para a conquista de mais de 30 títulos, entre os quais 11 Campeonatos consecutivos, e, igualmente importante, para a afirmação e projeção da modalidade em Portugal e além-fronteiras.
O Sport Lisboa e Benfica repudia mais este triste episódio protagonizado pela atual Federação de Patinagem de Portugal, cuja Direção não defende os interesses de Portugal nem da modalidade."
Agenda criminosa...
"No hóquei em patins, a convocatória da seleção feminina para o Mundial de setembro foi recebida com surpresa e, confesso, alguma indignação. O selecionador, inexplicavelmente, decidiu deixar de fora algumas das jogadoras mais consagradas e reconhecidas do mundo.
Sim, leram bem: as jogadoras do Benfica, campeãs por onze vezes consecutivas, Maria Vieira, Marlene Sousa e Maria Sofia Silva, foram sumariamente excluídas. A elas junta-se a Beatriz Figueiredo, que já conhecia bem o sabor amargo de ser preterida.
Meus caros, não tenhamos medo das palavras: esta decisão, na verdade, soa como um ajuste de contas pessoal do selecionador e da Federação contra várias jogadoras do nosso clube.
Afinal, de que adianta ser campeã onze vezes consecutivas se, na hora H, o mérito é simplesmente ignorado? Fica a questão 🤷♂️."
Modelo de negócio do Tugão 'pequeno' em perigo!!!
Nova lei de imigração dificulta contratação de jogadores extra comunitários por parte dos clubes portugueses. Processo que demorava horas passa a demorar várias semanas. pic.twitter.com/6RKapyfARP
— O Fura-Redes (@OFuraRedes) July 11, 2024
Portugal, o Euro 2024 e o silêncio
"A prestação da Seleção na Alemanha é defensável, mas seria bom que alguns dos principais responsáveis a defendessem
«Queríamos mais. Merecíamos mais. Por nós. Por cada um de vocês. Por Portugal. (…) Dentro e fora de campo, tenho certeza de que este legado será honrado e continuará a ser construído. Juntos.»
Cristiano Ronaldo, capitão da Seleção, nas redes sociais, após a eliminação de Portugal no Euro 2024
Em janeiro de 2023, quando apresentou Roberto Martínez como sucessor de Fernando Santos, Fernando Gomes, presidente da Federação Portuguesa de Futebol, estabeleceu as meias-finais das grandes competições como a meta mínima a atingir – com o argumento de que a diferença entre vencer e perder as provas está nos detalhes, mas é preciso avançar bastante para se poder jogar nesses detalhes.
Na semana passada, Portugal caiu no Euro 2024 nos quartos de final. Aconteceu perante a França, vice-campeão mundial, no desempate por penáltis – a má fase de grupos dos bleus, que terminaram o Grupo D atrás da Áustria, atirou-os para o caminho luso e essa coisa dos detalhes acabou antecipada.
Dito assim, a eliminação prematura nos quartos não deslustra. É mais do que defensável. No Mundial 2022 Portugal também caiu nos quartos de final, mas às mãos de Marrocos, o que, convenhamos, não é a mesma coisa, mesmo que a seleção africana já tivesse eliminado a Espanha na ronda anterior…
Se a falha na obtenção do objetivo mínimo é defensável, seria bom que alguém a defendesse – sobretudo porque a qualidade do futebol que a Seleção jogou já é muito mais difícil de aceitar. Fernando Gomes, porém, já deu os parabéns a Pedro Gonçalves pela conquista da Taça Cosafa com a seleção angolana mas ainda não se lhe ouviu uma palavra sobre o Euro 2024 após a eliminação de Portugal (bem sei que não foi Fernando Gomes a compor a mensagem para o treinador português dos Palancas Negras, mas foi feita em nome dele).
Cristiano Ronaldo, capitão da Seleção e um dos jogadores mais criticados por uma prova muito aquém das expectativas, em que Portugal veio para casa após seis horas seguidas sem marcar golos, também não falou logo após a eliminação. O que disse, fê-lo depois, nos seus termos, nas redes sociais, não dando sequer a oportunidade de perguntar porque raio é que Portugal mereceria mais, como defendeu.
A participação da Seleção no Euro 2024 foi muito menos dramática do que a pintaram, mas seria bom que alguns dos principais responsáveis o assumissem."
Inconsciência social no rescaldo do Euro 2024
"Não creio que a Seleção Nacional seja neste momento um lugar seguro para os jovens talentos
Diogo Costa, guarda-redes da Seleção, apesar da eliminação de Portugal saiu do Campeonato da Europa como um quase herói. Há pouco mais de um ano e meio, o mesmo guarda-redes era acerrimamente criticado pela sua prestação no Mundial, especialmente frente à seleção marroquina. Questionou-se o seu valor e até a sua dedicação. António Silva errou (vamos assumir que sim) durante o jogo deste Euro 2024 frente à Geórgia, tal como aconteceu com Diogo Costa no rescaldo do Mundial do Qatar, foi alvo de duras críticas, mas não construtivas. As redes sociais e até os média encheram-se de comentários e posts maliciosos, que não só questionavam o valor do atleta como o ridicularizavam. Infelizmente, a inconsciência social dos danos que podem ser causados com estes comentários não se ficaram por aqui durante este Europeu. Repetiu-se após o jogo contra a França, mas com uma mudança de alvo. Foi a vez de João Félix ser responsabilizado após ter falhado um penálti. Mais uma vez uma enxurrada de insultos, ofensas e mensagens de ódio.
Não importa aqui qual é o atleta alvo de críticas, nem o erro ou dimensão do erro cometido e da sua consequência. Também não se pede que não se analisem os erros dos atletas, nem que os mesmos não sejam avaliados por eles. Isso é inevitável e quando feito de forma adequada pode ser um input positivo para o desenvolvimento do atleta. Mas aquilo a que se tem assistido é tudo menos positivo, este tipo de comportamento que tem sido reiterado pela sociedade em geral tem efeitos nocivos para a saúde mental e bem-estar dos atletas. Na mesma sociedade onde hoje tanto se discute saúde mental, e onde a mesma é utilizada tantas e tantas vezes como bandeira, existe muito pouca consciência de que as palavras são armas e ferem profundamente.
De algum tempo a esta data que se discute o envelhecimento da Seleção Nacional, defendendo-se veementemente a integração de atletas mais jovens. Mas será de facto a Seleção Nacional um lugar seguro para os jovens talentos? Deveria ser, mas não creio que neste momento o seja. Um lugar seguro para jovens é um lugar onde se possam desenvolver e, sim, errar faz parte do processo de desenvolvimento, faz parte do ganhar experiência. Quando qualquer erro coloca o atleta no olho do furacão, então não é um lugar seguro.
É enquanto jovens que os indivíduos estão mais vulneráveis às opiniões alheias e às pressões externas. Quando um jovem atleta é alvo de críticas severas e exposição mediática tão negativa a sua autoestima pode sofrer um golpe significativo, pois a autovalorização dos jovens é altamente influenciada pela perceção de aceitação ou rejeição por parte dos outros. Apesar do impacto poder ser maior em jovens, independentemente da idade, isto pode desenvolver no atleta inseguranças, dúvidas, medos e anseios que em futuras situações de pressão podem surgir como bloqueadores à sua atuação. Esse medo pode resultar em um ciclo de autossabotagem, onde a preocupação com o julgamento externo impede o atleta de atuar ao seu melhor nível. Em termos de saúde mental situações como esta podem levar os atletas a desenvolver síndromes do espectro da ansiedade, mas também depressivos, com todas as consequências negativas que daí podem advir."
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