Últimas indefectivações

segunda-feira, 7 de janeiro de 2019

Vieira entre a solução e o problema

"Vieira terá de fazer regressar o Benfica à sua identidade. Se não o fizer, passará a ser, ele próprio, o principal problema do clube

A saída de Rui Vitória do Benfica era uma saída anunciada, desde aquela noite de insónia de Luís Filipe Vieira, que lhe deu tempo para pensar e mudar de opinião. No jantar da véspera, o treinador estava despedido e ao pequeno almoço do dia seguinte estava readmitido. O problema, como Vieira viria a constatar, é que nem mesmo o presidente do clube consegue mudar o destino quando ele próprio o traça. Vitória tornou-se, desde essa altura, um treinador a prazo, porque estava definitivamente fragilizado na sua autoridade e na sua capacidade de fazer convencimento das suas capacidades para pôr a equipa a jogar bom futebol, recuperando-lhe a saúde mental que manifestamente lhe faltava.
Portimão foi a gota que entornou, em definitivo, a paciência dos benfiquistas e do seu presidente e, sinceramente, até acho que acabou por ser um alívio para Rui Vitória, que sendo um homem com princípios e com sentido de dignidade humana, sofria com o prolongar de uma situação constrangedora.
Porém, perante o coro conformado pela inevitabilidade da medida tão drástica quanto previsível, há que colocar um grãozinho na engrenagem dos pensamentos feitos à medida. E a questão é esta: se Rui Vitória foi competente durante os primeiros dois anos para dar uma bi-campeonato ao Benfica, como pode ter sido incompetente nos dois anos que se seguiram, mantendo (no mínimo) os mesmos conhecimentos e juntando a esses conhecimentos mais e melhor experiência?
A resposta não está obviamente na qualidade técnica do treinador, estará, isso sim, na inabilidade com que tratou a gestão humana da equipa, que se ressentiu de muitas e variadas circunstâncias, a menor das quais não terá sido o desmanchar da feira de uma estrutura que, afinal, só era aparentemente sólida na fachada.
Vitória terá, assim, sido vítima da sua impreparação para se confrontar com este tempo peculiar do Benfica. Nunca imaginou que, atacada pelas forças dos generais do Norte, a sólida e impenetrável estrutura desabasse e o deixasse, a ele e à equipa, totalmente desprotegidos e indefesos.
Para se aguentar neste vendaval em que as ondas passavam por cima do barco, o Benfica teria precisado de um comandante capaz de agarrar sozinho no leme e decidir o rumo, levando, com el, uma tripulação crente e convicta. Rui Vitória não tem esse estilo. E mais um homem de se encarregar de uma tarefa do que de uma missão; mais um rigoroso executante técnico do que um líder capaz de navegar sem terra à vista.
Vieira procurará, agora, alguém com esse perfil de comando. Em tempos muito recentes tinha um eleito: Jorge Jesus. Neste momento, até por intuição, algo em que é verdadeiramente qualificado, percebe que corre um risco sério de ficar exposto na primeira linha de tiro de uma parte muito significativa de adeptos do clube.
Entretanto, aqueles que mais e melhor pensam a realidade do Benfica, já perceberam que o problema mais importante que o Benfica tem para resolver não é o treinador, mas o próprio Benfica. Prioritário é mudar de rumo de política e de gestão, regressar a uma ideia de competência e de honradez e, sobretudo, não se sentir atraído por repetir o estilo e a prática do FC Porto. Lisboa não é o Porto, o Benfica não é o FC Porto, Vieira está muito longe de ser Pinto da Costa, a cultura desportiva dos dois clubes é muito diferente, e expressão social dos adeptos é outra, quase nada do que resultado no Dragão alguma vez resultará na Luz. Daí que Vieira tenha de fazer regressar o Benfica à sua identidade e ser capaz de a fortalecer. Se não o fizer, então, Vieira passará a ser, ele próprio, o principal problema do Benfica."

Vítor Serpa, in A Bola

Inevitável!

"Pode Vitória não ter perdido muitas batalhas mas estava na cara que perderia a guerra. Pelo que fez e como fez e pelo que disse e como disse

Estava mesmo a ver-se que a corda partiria ao primeiro desaire: Vitória durou apenas mais um mês como treinador do Benfica desde que esteve quase despedido. Era tão frágil a sua condição de treinador na Luz que à primeira derrota acabou, mais ou menos como se esperava, por cair de vez.
Há um mês, mais dia mesmo dia, quando Rui Vitória esteve despedido e deixou de o estar em apenas 12 horas, talvez só mesmo o presidente do Benfica acreditasse numa nova luz ao fundo do túnel que pudesse, súbita e surpreendentemente, renovar a relação de Vitória com a equipa, a relação da equipa com Rui Vitória e, sobretudo, a relação de Vitória e da equipa com os adeptos.
O que o presidente do Benfica devia ter percebido e, pelos vistos, não conseguiu na altura perceber é que ao ter mantido Rui Vitória depois de quase o despedir ainda o deixou num cenário pior. E, com isso, apenas adiou o inevitável. No fundo, talvez o próprio Vieira o soubesse e talvez tenha querido apenas ganhar tempo. Mas era, como foi, inevitável este fim.
Quase tão difícil como entender a decisão de Vieira de manter Vitória foi, porém, a decisão de Vitória de se ter deixado manter por Vieira.
No que terá, há um mês, acreditado Rui Vitória que já não fosse capaz de acreditar agora, a crer na verdade, como creio, que foi o próprio Vitória, desta vez, a pôr o lugar à disposição?
Acreditou no inacreditável?
Acreditou que ter apenas o presidente do seu lado seria suficiente para voltar a cair em graça?
Sim, admito que será mais fácil criticar agora a decisão que Vieira tomou há um mês.
Mas a verdade é que mesmo a ganhar (e o Benfica do repescado Rui Vitória só perdeu um jogo, este de quarta-feira, em Portimão) foi sempre mais ou menos evidente que a decisão de Vieira não teria grande futuro.
Há muito que a questão no Benfica deixou de ser ganhar ou perder; a questão, no Benfica, foi sempre o modo como a equipa foi ganhando, e o modo como, mais tarde ou mais cedo, a equipa voltaria a perder. Como perdeu.
O problema no futebol, como sempre, não é ser derrotado; o problema é como se é derrotado.
Ganhar e perder faz parte.
Mas o Benfica ganha muitas vezes mal e perde quase sempre bem. E é isso que os adeptos já não suportam.
E não suportam que o treinador ache tudo isto normal como se o futebol fosse isso mesmo, apenas um jogo de futebol, onde tudo acontece porque acontece, porque é assim mesmo, porque se foi feliz ou infeliz, se teve sorte ou azar, porque querer não é sempre poder ou poder nem sempre é querer.
Pode Rui Vitória gostar do estilo e desse discurso e podem muitos dos seus defensores a apreciar bastante o estilo e o discurso de Rui Vitória.
Mas a realidade é outra: ganhar como o Benfica ganhou em Montalegre e perder como o Benfica voltou a perder, desta vez em Portimão, torna-se facilmente inaceitável para quem, como os adeptos, exige a uma equipa como a do Benfica que dê sempre tudo em todos os jogos. E para quem, como os adeptos, esperam que o treinador lhes explique o que se vê e lhes mostre que podem confiar na mudança. Nada que Rui Vitória já conseguisse fazer.

É difícil compreender como pode o Benfica jogar tão pouco depois de dar 6 ao Braga. Mais: já não tinha sido muito fácil de compreender, aliás, como pôde o Benfica jogar tão pouco como jogou na Vila das Aves, para a Taça da Liga, meia dúzia de dias após a goleada aos bracarenses. E quase tão difícil como entender o jogo da equipa foi sempre perceber o modo como o treinador o explicou.
Por mais estranho que possa parecer, aliás, talvez o melhor exemplo da frágil situação de Rui Vitória tenha sido o continuado discurso cinzento do treinador mesmo após ver a equipa esmagar o Braga, com uma exibição que sem ter sido deslumbrante foi, ainda assim, do melhorzinho que se viu o Benfica fazer esta temporada. O que deveria esperar-se?
Que o treinador viesse dizer: «É este o Benfica que eu quero; é este o Benfica que o presidente quer e é este o Benfica que os adeptos querem. É este o Benfica que temos de ser e é este o Benfica que vamos ser!»
Em vez disso, o discurso de Rui Vitória voltou a ser, pura e simplesmente, mais do mesmo: inócuo, de muita fala e pouco diz e, sobretudo, sem chama ou entusiasmo, incapaz de seduzir ou inspirar, como se a explicação de um jogo de futebol pudesse, repito, ser reduzida à simples condição de no futebol, como diria La Palisse, se ganha, se perde ou empata, porque o futebol é mesmo assim!...

No Benfica, Rui Vitória ganhou nos dois primeiros anos muito mais do que muitos (como eu) esperariam; e ganhou por muitas razões, entre as quais, por ter, naturalmente, sabido ganhar. Sem dúvida. Esses êxitos já ninguém lhos pode tirar.
Mas concordará Rui Vitória que ganhou também pode ter sido surpreendentemente feliz mesmo quando pareceu mais perto do insucesso; ganhou porque outros inesperadamente se deixaram perder; ganhou porque os astros se alinharam me muitos jogos, e ganhou, em última análise, porque nalguns momentos até Nossa Senhora de Fátima o protegeu.
Vitória soube ganhar, mas concordará que, nesses dois primeiros anos, a sorte também raramente lhe foi madrasta.
E mesmo num jogo de futebol onde muito do que acontece tem explicação, a sorte não nos virar costas pode fazer muita diferença.
Nestes últimos dois anos (que acaba por não cumprir), o percurso de Rui Vitória foi mais de acordo, afinal, com o que muitos (como eu) esperavam: quase sempre a descer. E chega o percurso de Vitória ao fim pelo fraco jogo da equipa e pelo fraco discurso dele como primeiro responsável.
Mesmo perdendo apenas algumas batalhas, Rui Vitória acaba, como já há muito se esperava, por perder assim a guerra. Perde pelo que fez e pelo que disse. Perde pelo modo como fez e que fez e pelo modo como disse o que disse.
Não sai por ter deixado de ganhar jogos, porque foi ganhando sempre mais jogos do que perdeu.
Sai porque falhou o penta, sai porque não ganhou mais títulos, sai pelo que a equipa foi jogando (mal) ou deixou de jogar (bem), sai pelo que a equipa foi sendo capaz de fazer ou de não fazer nos chamados jogos grandes, sai pelo folhetim Luisão, sai pelos reforços que afinal pouco reforçaram, sai, também, pela pobre e lamentável imagem que a equipa foi deixando, nestes últimos dois anos, na Europa, e sai, pelos vistos, porque já ninguém dentro do próprio Benfica (incluindo talvez mesmo os jogadores) é capaz de acreditar no treinador e de aceitar o que se vê: um treinador incapaz de pôr a equipa a jogar bom futebol.

Não imagino quem será, em definitivo, o sucessor de Rui Vitória. Mas acho piada a quem sugere que a larga maioria dos benfiquistas não quer que o sucessor de Rui Vitória seja Jorge Jesus. Há mesmo quem fale de 90 por centro contra o regresso de Jesus e apenas 10 a favor. Acho piada.
Terá sido perguntado a todos os benfiquistas se querem Jesus e não dei por isso? Terá sido feita alguma verdadeira sondagem e estive distraído?
Devo evidentemente admitir que muitos benfiquistas possam não querer Jorge Jesus de volta ao Benfica. Mas parece-me inaceitável que alguns ilustres comentadores falem nas televisões em nome dos adeptos do Benfica só porque alguns desses ilustres comentadores televisivos defendem que Jesus não deve voltar ao Benfica.
Não estou assim tão certo que a maioria dos benfiquistas não queiram Jesus e apenas o digo pelo que ouço de alguns adeptos do Benfica, do mesmo modo que ouço alguns adeptos do Benfica afirmarem não desejar o regresso de Jesus.
Daí concluir-se que um ou outro universo representa a maioria vai, naturalmente, uma enorme distância. Ou não vai?
Não sei, repito, se vai ser Jesus ou não o sucessor de Vitória. Defendo apenas a minha opinião, a de que esta equipa do Benfica precisa de um treinador como Jesus.
 Uma única certeza, considerando o que nos habituámos a ver: a de que Filipe Vieira decidirá pela sua própria cabeça. Com ou sem luz. Queira ele ou não Jesus.
(...)"

João Bonzinho, in A Bola

Gotham City !!!

"Vou partilhar uma história de ficção. Num País que não existe, um profissional de uma cidade contacta um colega de outra cidade. Invoca uma necessidade urgente de conversarem. Presencialmente. E qual era o tema? Uma investigação que decorria nas autoridades da sua Cidade, movida por afinidades clubisticas assumidas por fanáticos. O fanatismo e ódio a membros de outros clubes e Cidades - desse País de fantasia - eram os valores sociais reinantes, segundo disse. E por aí podia ganhar-se muito. O ambiente era o de uma espécie de Gotham City, para evitar extensas descrições. Em síntese, eram frequentes as actividades criminosas impunes, mesmo os processos que chegavam a julgamento acabavam com a absolvição de arguidos fortemente indiciados. Ultimamente, já nem abriam inquéritos sobre notícias de crime divulgadas publicamente.
Segundo o profissional dessa animada Cidade, foi delineado um plano de longo prazo que passava por esgotar os recursos públicos da acção criminal, através de frequentes denúncias anónimas contra outros clubes da outra Cidade. A par disso, tinha sido organizada uma milícia que recorria à violência constante para criar um ambiente de intimidação junto da comunidade desportiva e não só. A execução deste plano seria ocultada com a imputação falsa destas práticas aos outros clubes vítimas das mesmas.
Durante a reunião, o profissional contactado ouviu uma história na qual os factos não eram muito precisos mas indiciavam que um dos Clubes da sua cidade manteria contactos com empresários e dirigentes de outros clubes, para estes serem muito competitivos em determinados jogos. Era esta a tese de mais um caso. Nada de muito original, portanto. Mas o sumo da abordagem era a possibilidade de afectar investigações que poderiam ser perturbadoras, a troco de dinheiro! Com pilim tudo mudaria. Até o ódio! Seriam pagos serviços em ambiente internacional. Esses fluxos seriam depois distribuídos por canais de confiança.
A questão óbvia foi colocada: como é que isso sobrevive à jurisdição soberana? A resposta foi tranquila, existiam laços familiares que fortaleciam a rede. Paralelamente, existia ainda um meio de comunicação disposto a pagar uma choruda prestação por um exclusivo. Para que tudo corresse bem ainda havia uma proposta de parceria para partilha de oportunidades.
O profissional contactado ouviu e transmitiu a quem de direito. Nunca mais se disponibilizou para conversas deste tipo e chegou a interrogar-se se teria sido ameaçado. Mesmo no plano da ficção, ficou a pensar se isto seria possível... Encolheu os ombros e desejou que fosse tudo uma mistificação. Só num País muito corrupto seria possível uma tal degradação de valores institucionais.
A esperança é que nesse País, que não existe, a opinião pública resistisse aos estímulos básicos do crime organizado, apesar de réplicas desta história aparecerem noticiadas de quando em quando. Por exemplo, quando as actividades criminosas contínuas eram mais evidenciadas (fraudes nas arbitragens de jogos, agressões a adeptos de outros clubes no espaço público) logo surgia um título num jornal a insinuar que o criminoso seria a vitima. Caramba, que história!
Isto nunca aconteceria entre um povo de brandos costumes. A ficção e a realidade não coincidiriam numa miséria tão decadente. Só que quem não gosta de Gotham City tem de estar preparado para tudo."

Bis !!!

Benfiquismo (MLVII)

Mais um...

Vermelhão: Ambição...

Benfica 4 - 2 Rio Ave


Remontada, com muitos golos e muita alegria...!!! Foram dois os treinos dados por Bruno Lage, se alguém estaria à espera de uma alteração radical, não percebe muito como isto funciona... Se alguém quiser usar o exemplo do Mourinho no Manchester United, desengana-se, pois lá por Inglaterra o problema era claramente 'pessoal' entre o treinador e a 'estrela' da companhia, algo que não aconteceu no Benfica!!! No Benfica, os 'problemas' são mais complicados de debelar... E não são dois treinos que iriam mudar tudo...

Mas mudaram alguma coisa, principalmente a ambição. Ao apostar num 442, o Bruno Lage deu imediatamente uma indicação clara: jogar para a frente... sem medo! Sempre defendi que o Benfica tem que jogar em 442; deve existir um plano B, mais conservador, mas o plano A, tem que ter dois avançados na frente... O Bruno com tão pouco tempo de preparação, podia-se ter refugiado na 'continuidade' táctica, mas não... e nem no final, depois do 4-2, regressou' ao 433.
Notou-se hoje, a vontade de mudar os processos ofensivos. Houve menos bola longa sem sentido (houve algumas mudanças de flanco intencionais...). Houve mais saídas de bola 'controladas'. Houve mais jogadores em zonas de finalização. Houve jogo 'entre-linhas' no meio, com o Félix: para se aproveitar as alas, têm-se que criar potencial perigo no meio, senão fica fácil defender...!!!

Defensivamente, voltámos a cometer muitos erros. O principal 'problema' do 442 são os equilíbrios no meio campo, e neste momento a equipa não tem os mecanismos posicionais para fazer bem esse trabalho... E no início da 2.ª parte, antes do 3-2, abriram-se demasiados 'buracos' na zona central... Com o Fejsa a sair na pressão, e o Pizzi a não conseguir compensar... Mas os problemas são mais profundos: a equipa tem que apreender a defender novamente...
É verdade que o Rio Ave ao jogar com 2 avançados fortes fisicamente, colocou-nos problemas que 'raramente' temos no Tugão, mas temos que melhorar... Creio que a 'cassete' deste jogo, será muito útil na revisão deste jogo, para fazer entender aos jogadores quais os movimentos que têm que fazer, a defender... A 'linha' defensiva praticamente não existe: o 'famoso' jogador 'coberto, 'jogador' descoberto, que o Benfica era especialista deixou de funcionar!!!
A equipa entrou com a intenção de pressionar alto, retirar a bola ao Rio Ave, mas quando fomos obrigados a recuar as linhas, a nossa má defesa 'posicional' ficou exposta.
Haverá alguns a recordar os seis golos ao Braga, para dar a entender que esta 'fome' goleadora na Luz não é nova. Mas eu realço a ausência do Jonas!!! Nas últimas épocas, sempre que o Jonas não jogou, a nossa média de golos baixou. Esta época, sem o Jonas, só em Salónica marcámos muitos golos... A dinâmica ofensiva que a equipa demonstrou foi novidade... E com este esquema, o talento do Jonas ainda terá mais espaço...!!!

Se o nosso 3-2, foi um pouco contra a corrente do jogo, naquele momento, o 0-2 no início também tinha sido contra a corrente, pois foi o Benfica que entrou melhor no jogo...

O MVP para o Seferovic foi totalmente justo (esteve nos 4 golos!!!)... mas o Félix também fez um grande jogo, fazendo de Jonas, no jogo entre-linhas e marcando!!! Eu sei que não serei consensual, mas o Pizzi mesmo falhando algumas marcações defensivas, fez um dos melhores jogos da época: foi dele a recuperação de bola, e ainda fez a assistência para o 4.º!!!
Excelente entrada do Zivkovic...
Em sentido contrário, o único erro que o Bruno Lage cometeu foi não substituir o Salvio mais cedo!!! Fez um jogo horrível... Vem de uma longa paragem, em Portimão, até tinha entrado razoavelmente bem, mas... A questão do 442, expõe em demasia o Fejsa, que mesmo melhorando nos últimos jogos, está longe do Fejsa de outras épocas... Noutros jogos, provavelmente será necessário, outra 'companhia': como o Gedson... ou o Gabriel com boa atitude!!!
Tem feito boas exibições, mas hoje também esteve mal: o Odysseas podia e devia ter feito mais nos dois golos... a bola devia ter sido interceptada, nas duas ocasiões, principalmente no 1.º... pois no 2.º a bola faz uma trajectória 'complicada'!!!

Impossível não falar do Godinho: não são os erros que me irritam, todos erram... Agora, a intenção do Godinho durante os 90 minutos foi clara: três expulsões perdoadas, Nadjack e Bruno Moreira. além do Matheus Reis... Mas onde a 'premeditação' foi mais clara, foi na marcação dos locais das faltas ou dos lançamentos laterais: o Rio Ave chegou a marcar lançamentos 10 metros à frente do local correcto; ao Benfica chegou a marcar faltas 2 metros 'atrás' do local onde a falta foi efectivamente cometida!!!
Ainda não vi na televisão, mas não preciso, porque aconteceu à minha frente: no lance do 1.º golo do Rio Ave, no inicio da jogada, existe uma falta clara sobre o André Almeida... é empurrado, pelas costas, quando tenta cortar uma bola de cabeça... mais uma vez o VAR 'desligou-se'!!!
Sempre apreciei o Bruno Lage, ainda antes de ir para as Arábias, quando estava nos Juvenis. Um dos problemas desta mudança de treinador foi o momento do calendário. Estamos numa sequência extremamente complicada, com pouco tempo para treinar... e com jogos fora de casa, de elevado grau de dificuldade. Pessoalmente, acho que o Bruno deveria ser o treinador, pelo menos até ao final da época... Mas isso tem que ser assumido, deixar a 'moer' nos media um autêntico 'rodízio' de putativos treinadores, é extremamente negativo...

Liderança...

Benfica 4 - 0 Eléctrico

Mais uma boa vitória, com mais um festival de oportunidades perdidas, em mais um jogo com uma arbitragem ridícula...
Agora temos a Taça da Liga...

Mais uma goleada...

Sintrense 0 - 15 Benfica


Estamos quase a chegar aos 200 golos!!!

Vitória (e derrota)

"No futebol, há máxima que diz que os deuses estão sempre ao lado de quem tem o melhor treinador - e quando Rui Vitória começou a parecer pior treinador do que é deixaram de estar ao lado do Benfica (e, em Portimão, foi claro como a água e a mágoa). Por isso lhe aconteceu o que lhe aconteceu.
José Mourinho afirmou-o, uma vez:
- Sou treinador de futebol, não sou o Harry Potter. O Harry Potter faz magia. No mundo real, a magia não existe, a magia é ficção - e o futebol é realidade.
Sim, o futebol é realidade - e é, sobretudo, a realidade do resultado. E é realidade porque não se pode ganhar através de varinhas mágicas ou pós de perlimpimpim - e só se ganha fazendo o que é preciso fazer-se para não se perder o que se está obrigado a ganhar (ou a continuar a ganhar) - e sim: Rui Vitória deixou de conseguir fazê-lo. Por isso lhe aconteceu o que lhe aconteceu.
É, também é realidade: no futebol mais importante do que explanar-se uma boa ideia de jogo é uma equipa mostra-se em boa emoção. Depois de epifania que Luís Filipe Vieira teve durante o sono (descontando-se-lhe o fogacho do SC Braga) o que realmente se viu foi uma equipa sem boa ideia de jogo e sem melhor emoção - firme no seu carácter, apaixonada na sua vontade. Foi uma equipa a ceder ao disparate e ao desleixo, angustiada e angustiante - mesmo que Rui Vitória desatasse a exclamar que não (em vez de lhe mudar o rumo). Por isso lhe aconteceu o que lhe aconteceu.
Se na guerra o pessimismo pode ser uma traição - no futebol é sempre uma perdição. Com ele na cabeça dos adeptos (e nos pés de quem está a jogar mal e a competir ainda pior...) a cada minuto que passava o Benfica era menos Benfica - e Rui Vitória também. Por isso lhe aconteceu o que lhe aconteceu. E aconteceu-lhe o que lhe aconteceu por outras razões, por o futebol ser mesmo assim: ser mais fácil despedir o treinador do que o presidente (ou os jogadores contratados em vão e os que partem ou incendeiam o balneário) - escondidos ou não...).

António Simões, in A Bola

Futebol não é para românticos

"Vieira e Vitória terão, há um mês, acreditando em algo que todos sabiam impossível. E só adiaram um divórcio que se percebia ser inevitável

Rui Vitória não resistiu à primeira derrota depois de voto de confiança que Vieira lhe dera há pouco mais de um mês. De nada lhe valeram as sete vitórias que se seguiram - a que juntou o empate na Vila das Aves que garantiu presença na final four da Taça da Liga. Ao primeiro desaire o treinador caiu mesmo. O que mostra, por si só, quão frouxa era a luz vista pelo presidente naquele noite de insónia no Seixal. Sejamos claros: a saída de Rui Vitória era inevitável. O que Vieira fez há um mês foi apenas adiá-la, embora ninguém tenha ainda percebido bem porquê. Era - depois daquele desastre em Munique e da crise que o antecedeu - evidente que nem Vitória tinha condições para continuar a ser o treinador do Benfica nem o presidente tinha condições para segurá-lo, por muito que quisesse. Foi pena que nem um nem outro tenham percebido que chegara, ali, a hora de se despedirem. Acima de tudo porque, por tudo o que ganhou em três anos e meio na Luz, Vitória merecia uma saída bem mais graciosa. Culpados? Os dois, que terão acreditado em algo que todos os outros percebiam ser impossível. Ou a prova de que o futebol não se coaduna com romantismos.

Por falar em romance. Haverá, porventura, apenas uma falha que Vitória pode apontar a Vieira nesta relação de três anos e meio: a forma como nunca o conseguiu proteger da sombra de Jorge Jesus, fragilizando mais ainda (junto dos adeptos e, até, no balneário) a posição do treinador que lhe dera o tetra. Que fique, pelo menos, a lição para o futuro: seja quem for o treinador que escolha para o futuro, imediato ou mais longínquo (a não ser que seja José Mourinho...), tem Vieira de enterrar de vez esta história. Costuma o povo dizer que não há amor como o primeiro. Talvez seja verdade. Mas quando se está noutro casamento, é contraproducente andar sempre a falar de quão bom eram esses tempos ou, pior ainda, ser incapaz de descartar um possível regresso a outros braços. Pode até pensar-se. Dizê-lo à boca cheia é mais chato. Mais vale negar, mesmo que seja mentira. Que, ao contrário do romantismo, é coisa com que o futebol nem se dá mal.
(...)"

Ricardo Quaresma, in A Bola

Alteram-se os prémios

"A 27.12.2018 foi publicada a Portaria n.º 332-A/2018 que altera a Portaria que fica os resultados desportivos a considerar, o montante e os termos da atribuição de prémios em reconhecimento do valor e mérito de êxitos desportivos.
De acordo com o preâmbulo da Portaria: «A presente alteração vem suprir as lacunas identificadas, procurando, desde logo, melhorar globalmente os montantes dos prémios a atribuir por resultados obtidos em Jogos Olímpicos, Jogos Paralímpicos e Campeonatos do Mundo e da Europa, estimulando ainda as representações multidesportivas nacionais (...). Por outro lado, garanta-se a equiparação dos prémios entre os universos olímpico e paralímpico, introduz-se ainda, para efeitos de reconhecimento do respectivo mérito, a previsão de atribuição de prémios a resultados obtidos nos Jogos Europeus, organizados pelos Comités Olímpicos Europeus. Pretende-se assim dar um novo estímulo dos atletas de alto rendimento para a obtenção de resultados de mérito, aos seus treinadores e equipas técnicas, aos seus clubes e aos árbitros, juízes, jurados e coordenadores de equipas de arbitragem que atinjam patamares de excelência no desempenho das suas funções no contexto desportivo internacional. As medidas de apoio agora introduzidas têm por base a relevância para o País dos resultados obtidos nos principais eventos desportivos internacionais, tendo também em consideração critérios de qualidade nas classificações que vieram a ser obtidas».
As disposições transitórias determinam que o regime actual aplica-se aos resultados desportivos a partir de 01.01.2017 e também aos prémios a árbitros, juízes, jurados ou coordenadores de equipas de arbitragem já solicitados."

Marta Vieira da Cruz, in A Bola