Últimas indefectivações

quarta-feira, 11 de junho de 2025

Falta o quase...!!!

Benfica 89 - 81 Corruptos
24-17, 23-20, 25-19, 16-25

Só mais uma!!! Obrigação cumprida, e agora estamos a uma vitória de mais um título!

Boa atitude defensiva, dominando as tabelas, com os Triplos a entrarem no início do jogo e com uma eficácia satisfatória nos Lances Livres nos 3 primeiros períodos! Acabámos por gerir mal, a vantagem no 4.º período, que quase permitiu ao adversário reentrar no jogo!

Juvenis - 17.ª jornada - Fase Final

Guimarães 2 - 5 Benfica
Banjaqui, Pastel, Isaac, Anísio, Ferreirinha


Goleada, num campo sempre complicado, garantindo a vantagem para a última jornada: a Vitória ou um Empate, no Benfica - Corruptos, e seremos Campeões, completando assim o Tri nas três principais categorias de formação!!!


Leandro...

Treino...

Terceiro Anel: Bola ao Centro #134 - Em terras do Tio Sam!!!

El Mítico #135 - Mundial de Clubes FIFA 2025 - Club Atlético Boca Juniors

Rabona: Serie A in CHAOS: Napoli has a BIG opportunity to DOMINATE...

Preparação para o Mundial


"O Benfica já está em solo norte-americano a preparar a participação no primeiro Campeonato do Mundo de Clubes. Este é o tema em destaque na BNews.

1. Boa sensação, passo a passo
Em Tampa, nesta terça-feira, 10 de junho, Leandro Santos falou à comunicação social antes do treino da equipa benfiquista no Waters Sportsplex, cujos primeiros minutos foram abertos à Imprensa. "É uma boa sensação. É muito bom, para mim, estar aqui. Para mim, que sou da Formação, e para os outros jogadores da Formação também. É aproveitar cada momento que tiver para crescer, para evoluir. O nosso foco é ganhar ao Boca Juniors. É o primeiro jogo, vamos passo a passo", afirmou o jovem defesa.

2. Foco na competição
Tiago Gouveia, nas declarações prestadas à Imprensa na segunda-feira, salientou: "É um orgulho enorme estar aqui. Estou com uma vontade gigantesca de dar o meu melhor e de ser feliz. Estamos felizes por fazer parte desta competição e por poder disputar este tipo de jogos. Todos os jogos são decisivos."

3. Primeiro treino na América
Veja as melhores imagens do primeiro treino do grupo de trabalho às ordens de Bruno Lage em Tampa, Florida.

4. Dividido
Gaitán, antigo jogador do Benfica formado no Boca Juniors, em entrevista à BTV na antecâmara do desafio entre os dois emblemas no Mundial de Clubes: "Nem quero ver [risos]. São dois clubes com uma massa adepta muito grande, e isso vai ser muito bom para o espetáculo. Não consigo escolher um. Sou adepto do Boca desde miúdo, mas o Benfica marcou-me para toda a vida. Era bom que empatassem e passassem os dois à próxima fase."

5. Final: mais perto do objetivo
No jogo 2 da final do play-off do Campeonato Nacional de basquetebol, disputado nesta tarde no Pavilhão Fidelidade, o Benfica triunfou perante o FC Porto (89-81). Com este resultado, numa decisão à melhor de 5 jogos, as águias ficam a uma vitória do objetivo tetracampeonato.
Nota ainda para o primeiro embate da meia-final do play-off do Campeonato Nacional de hóquei em patins no feminino. Benfica e Escola Livre têm encontro agendado na Luz às 18h30.
Hoje de manhã, em Guimarães, os Juvenis visitaram o Vitória SC e ganharam por 2-5, podendo conquistar o título nacional na última jornada no Benfica Campus frente ao FC Porto.

6. Entrevista
O andebolista Ole Rahmel está de saída do Benfica e concedeu uma entrevista em que aborda os seus cinco anos de águia ao peito.

7. Bom desempenho
Gerson Baldé venceu a prova de salto em comprimento no Meeting Fanny Blankers Koen, nos Países Baixos.

8. Contributos benfiquistas
O voleibol benfiquista esteve representado por dois jogadores na Seleção Nacional masculina e três na equipa nacional feminina portuguesa nos mais recentes desafios da Golden League.
E a Seleção Nacional feminina de polo aquático contou com seis atletas do Benfica no sucesso obtido na fase de apuramento para o Europeu 2026 da modalidade.

9. Benfica 1 Minuto
A atividade desportiva benfiquista dos últimos dias em 60 segundos.

10. Iniciativa do Museu
O Museu Benfica – Cosme Damião esteve no Espaço Kids do Bossa Market, evento de cultura brasileira que se realizou em 7 e 8 de junho na FIARTIL, no Estoril."

AA9 Skillz: Seleção...

Feira dos Três #61 - Leo Lins, Leis e Ligas

Zero: 5x4 - S05E36 - Benfica já lá está, falta parceiro

BolaTV: F1 - Grande Circo...

Zero: Mercado - Choque entre Varandas e Gyökeres!

5 minutos: Diário...

Terceiro Anel: Diário...

Zero: Tema do Dia - Depois da festa, os desafios

Observador: E o Campeão é... - A relação entre Gyökeres e o Sporting vira novela

Terceiro Anel: Seleção...

Simples: Seleção...

Vá lá, Nuno, já podes devolver-lhes o Yamal...


"Nuno Mendes andou a encher os bolsos nos últimos cinco meses. Yamal, na final da Liga das Nações, foi só o último e juntou-se a Salah, Foden, Saka, Lautaro, Kimmich e Sané... Bola de Ouro?

Primeiro foi Phil Foden, do Man. City, a surgir-lhe pela frente na fase de grupos da Champions já em janeiro de 2025; Nuno Mendes tratou dele.
Depois, foi a vez de ter de lidar com Mohamed Salah, do Liverpool, nos oitavos de final da Liga dos Campeões no início de março, e o miúdo do PSG tratou do assunto.
Veio, então, nas meias-finais da liga milionária em maio, Bukayo Saka, o venenoso atacante do Arsenal, e... adivinhem? Intransponível e com classe, o lateral-esquerdo, sem qualquer truque de magia, simplesmente apagou o gunner do mapa.
Chegou a final da Champions, com o Inter, há menos de dez dias, e, um a um, foi eliminando opositores, como Dumfries, Lautaro Martínez ou Çalhanoglu: todos tentaram invadir o seu território, de todos Nuno Mendes tratou.
Já chega? Para dizer que é o melhor lateral-esquerdo do Mundo seria suficiente, mas... há mais. Se achávamos que já tínhamos visto tudo o que haveria para ver do internacional que saiu do Sporting em agosto de 2021, então estávamos bem enganados...
Nuno Mendes não se ficou pelo sabor doce e inebriante da subida aos céus de Munique por conta da conquista da UEFA Champions League. O que se viu depois disso, na semana que se seguiu, senhoras e senhores, foi digno da Bola de Ouro.
As pré-listas estavam feitas. Quem se pusesse a adivinhar o top-10 de potenciais vencedores do maior prémio individual do futebol, decerto poria lá Vitinha e Dembélé, ou Yamal e Vinícius, ou ainda Raphinha, Mbappé, Salah, Pedri, Vinícius, Lewandowski ou Lautaro. Aceita-se. Mas só até à tarde do passado domingo.
É que, já depois de lidar com Kimmich e Sané na meia-final da Liga das Nações, o que se viu na final contra Espanha, na qual não só pôs Yamal no bolso (como se isso fosse pouco, quando estamos a falar do mais excitante e valorizado jogador da atualidade), mas também foi fundamental para o marcador (num disparo carregado de alma fez o primeiro golo português, assistindo depois Ronaldo para o segundo, tal como já acontecera com os alemães), passa a ser crime de lesa-futebol não incluí-lo entre os favoritos à Bola de Ouro.
Nuno Mendes tem só 22 anos. Teve a carreira em risco por conta de grave lesão que o afastou por 11 meses, mas voltou melhor do que nunca. Tem só 22 anos, repito, e já venceu 13 troféus, quatro deles nas últimas semanas: Liga das Nações, UEFA Champions League, Ligue 1 (4x), Taça de França (2x), Supertaça francesa (2x), Liga portuguesa, Taça da Liga e Supertaça Cândido de Oliveira. Tem só 22 anos..."

Pedro Proença: um abraço genuinamente político


"Não me soou falso o abraço de Pedro Proença a Roberto Martínez na cerimónia de entrega do troféu da Liga das Nações no museu da FPF, prova brilhantemente conquistada por Portugal frente àquela que continua a ser, para todos os efeitos, a melhor seleção da atualidade e a que melhor futebol oferece aos adeptos, a Espanha. Ainda assim, é importante reter o que aconteceu antes de toda aquela alegria se soltar, imparável, no relvado do Allianz Arena, em Munique.
Martínez não teve da nova estrutura da FPF a proteção que se exigia a um treinador que, goste-se ou não, tem contrato até 2026. Proença enganou-se na zona de entrevistas rápidas e até falou em 2028 - terá a renovação com o técnico na cabeça? Não terá, decididamente. Foi um erro deixar cozinhar em lume brando um eventual despedimento do espanhol se não ganhasse a Liga das Nações? As reações de apoio incondicional dos jogadores ao selecionador nacional, em especial por parte de Cristiano Ronaldo, antes da final com a Espanha, deixaram claro que a interrupção do projeto não iria beneficiar o grupo nem o seu crescimento, por muita legitimidade que Proença tenha, como presidente eleito por esmagadora maioria, de ver outro treinador no comando de Portugal. Se é que vê mesmo, e se assim for, quem, porque sendo o selecionador um treinador, nem todos os treinadores dão bons selecionadores.
É um engano pensar-se que um mestre da tática ou os seus derivados geram um líder capaz de consensos na diversidade que é um conjunto de jogadores de topo que atuam nos melhores clubes do mundo. Aquele abraço de Proença, que não foi falso, teve uma certa genuinidade política, de quem se deu por (con)vencido. E isso também é um exercício de humildade. Não interessa ter um presidente da Federação omnipotente. Importa ter um líder que saiba entender o contexto, ler as sensibilidades e que não menospreze o efeito que esta conquista da Liga das Nações tem no contexto do apuramento de Portugal para o Mundial de 2026.
Nada impede Proença de ter a sua própria visão sobre como deve Portugal jogar. Nenhum adepto se importará que a qualidade do futebol praticado pela Seleção Nacional se aproxime da de Espanha. Contudo, o futebol não é só estética. Se fosse, nunca teríamos sido campeões europeus em 2016. É estratégia, é sabedoria, é também jogar com os melhores e com aqueles que estão em melhor forma. É ter Cristiano Ronaldo do nível atual (potenciado por Martínez) e tirá-lo do campo quando já não dá mais. É ser atrevido e formar uma asa esquerda com Nuno Mendes e Rafael Leão, obrigando o campeão europeu a mexer no onze e a mexer mal, tirando Lamine Yamal e Oyarzabal. É essa ousadia e a ausência de medos cénicos que enchem o patriota de orgulho."

Martínez contra Martínez: o bom, o mau e aquele com que ficamos


"Espanhol tornou-se o primeiro estrangeiro a levar a Seleção Nacional a um título, ainda que o menos importante, o da Liga das Nações, que deveria servir sobretudo como preparação para o Mundial

Roberto Martínez entrou para a final four com a corda ao pescoço. Era ao selecionador nacional exigido que ganhasse a Liga das Nações, caso contrário seria despedido. Não houve qualquer desmentido de Pedro Proença desde o dia em que chegou à Cidade do Futebol, e foram várias as notícias que apontaram José Mourinho ou Jorge Jesus, o primeiro até presente em Munique, como prováveis sucessores.
Para não parecer simples fezada ou uma mudança job for the boy (os seus consigo, se quisermos traduzir, que consistia em colocar responsáveis da cor política vencedora nos vários departamentos de um Governo e cargos de empresas públicas), expressão que já não se houve assim tanto no quadro político por se ter embrenhado profundamente na cultura nacional, o dirigente precisava do peso dos resultados do seu lado. Ou, melhor, das suas consequências: mais uma grande Seleção que não atingia o seu potencial por culpa de não ter selecionador à altura.
Bater a Alemanha em Munique ou a campeã europeia e detentora do troféu Espanha foi vulgarizado por Proença ao ponto de se tornar uma obrigação, algo tão natural como o próprio presidente da federação, horas depois, à chegada a Lisboa, dedicar o troféu ao técnico que ele próprio colocara entre a espada e a parede, e quisera despedir.
Que não haja dúvidas: era clara a intenção de aproveitar o esperado descalabro em Munique, na sequência dos resultados e exibições no Campeonato da Europa e no apuramento para a fase final, que fizeram elevar o tom da crítica, para rescindir o contrato e retirar do lugar, fosse por razões desportistas ou meramente egocêntricas, a escolha do antecessor Fernando Gomes para o cargo. A equipa técnica e o próprio Martínez sabiam-no, calculo que os jogadores se tenham apercebido do que se passava à sua volta. Essa pressão terá sido, depois, fundamental para que o tiro tenha saído pela culatra.
Hoje, o risco de mudar é tremendo, tanto que o discurso tocou pela primeira vez no nome do técnico. Nada estranho, é política e a memória política é sempre a primeira a desaparecer. Curiosamente, aquele «habituem-se» faz lembrar a capa de António Costa na Visão – ainda que protestada posteriormente pelo então Primeiro-Ministro – meses antes de deixar o cargo ou até o tom daquele post da conta oficial da Liga Portugal quando Portugal perdeu para os Países Baixos o 6.º lugar do ranking da UEFA: «Aproveitem enquanto podem…» Estão a aproveitar até hoje…
Ainda antes de ser confirmado, em janeiro de 2023, Roberto Martínez trazia consigo um problema. Era estrangeiro. Pior, era espanhol, o que levou a que de imediato se soltassem vozes de discordância. Afinal, o nosso chauvinismo, de onde tantas vezes retiramos a conclusão de que temos os melhores treinadores do mundo – basta olhar para quem ocupa os cargos nos principais clubes para vermos que já não é bem assim; até aquele que mais sucesso internacional granjeou e que certamente veria com muito bons olhos a entrada na Cidade do Futebol treina hoje o vice-campeão da Turquia –, não nos permitia encaixar bem a ideia de que o selecionador não fosse português. O técnico ganhou alguns pontos ao se expressar na língua de Camões e com a sua contagiante simpatia, mas teria sempre menor margem que um da casa. Ou começava a golear os maiores ou a tolerância desapareceria rapidamente.
Não o podemos comparar com o contexto de Fernando Santos, porque o engenheiro ganhou logo no início, e ainda que cedo se tenha percebido que esse rumo não o levaria a ganhar outra vez ainda hoje muito boa gente o veria com melhores olhos no cargo do que ao espanhol. Já Paulo Bento passou 1452 dias ao leme contra os 882 de Martínez e Scolari – sim, estrangeiro, mas brasileiro, o que faz muita diferença para a psique coletiva do país – chegou aos 1756, mesmo depois de um Maracanazo em casa com a Grécia no primeiro troféu que disputou. Temos melhores jogadores hoje? Posso admitir que sim, mas os outros não ficaram propriamente mais fracos. Exceto os gregos, claro.
Não há, obviamente, treinadores perfeitos e é verdade que Roberto Martínez se destaca em determinados aspetos e noutros ainda não convence. Comecemos pelos positivos:

1. Ligação aos jogadores
Se algo se percebeu nesta Liga das Nações é que os jogadores estão com Roberto Martínez e que, se for preciso, escolherão o seu lado, seja o que for que isso valha. Não terá sido agradável a quem o queria fora do cargo ver Cristiano Ronaldo a sair de forma tão veemente em sua defesa (e por duas vezes). Depois, a resposta dos jogadores à pressão que colocavam sobre o seu líder foi exemplar. Uma primeira vez, diante da Alemanha. A segunda, definitiva e até dogmática perante os espanhóis. Sempre a reagir às desvantagens, aos momentos de maior infelicidade e a conseguirem recuperar-se primeiro a si próprios e depois nos resultados. Terão sido as exibições mais coletivas de que me lembro da equipa das equipas, ainda que não haja a harmonia coletiva nos diversos momentos, o que tem que ver com as decisões tomadas. Mas todos sabemos a importância que é obter o compromisso dos atletas para que haja sucesso. Isso Martínez conseguiu, algo que nenhum dos alegados candidatos ao lugar pode garantir na mesma medida.

2. Mentalidade
Portugal quer jogar. Quer ter bola e atacar. Ainda que na final four tivesse sido preciso estar em desvantagem para assumi-lo, esse ADN tem de ser o desta equipa. Só que não se defrontavam adversários vulgares. Eram Alemanha e Espanha, que também gostam de ser dominadoras e, sobretudo a Roja, são competentes com bola. Por isso, foi preciso saber sofrer. Se a mentalidade se mostrou ofensiva qb, foi sim 100% vencedora. Portugal esteve sempre dentro do jogo, mesmo quando perdia, e os rivais sofreram. Terá sido este o clique que Portugal persegue há anos para se assumir de vez entre os maiores?

3. Comunicação e inteligência emocional
Roberto Martínez tem boa presença na sala de Imprensa e comunica de forma tranquila, para fora e para dentro. Se não criasse empatia com os jogadores não os teria do seu lado, uma vez que a forma como gere o grupo, colocando o núcleo duro acima de todos os outros, é propensa a criar fraturas, como aconteceu nos últimos anos na Bélgica – e não, amigos, não falhou à frente da Geração de Ouro dos Diables Rouges, já que foi terceiro no Mundial de 2018 depois de eliminar o Brasil e perder nas meias-finais com vencedor França; eliminou Portugal no Euro-2020 para cair nos quartos diante da vencedora Itália; e apenas soçobrou, já com uma equipa envelhecida, no Qatar, aí sim, demasiado fiel a um Eden Hazard muito longe do seu melhor e sem força para colar um balneário a desfazer-se.
No entanto, para já, em Portugal não se vislumbram fissuras. Em alguns momentos, pareceu, apenas, que está demasiado isolado do resto do mundo, sobretudo naquelas declarações sobre as 10 vitórias em outros tantos jogos na qualificação, que passaram claramente ao lado do que o povo quer realmente ver: triunfos diante de Alemanhas, Espanhas e Franças e nas maiores competições, que são o Mundial e o Europeu.

4. Estratégia
É acusado de inflexibilidade tática, mas o problema não está no esquema, seja com dois ou três centrais, dois ou três médios, um ou dois avançados-centro. Em Munique, apresentou-se em 4x3x3, sistema em que a Seleção Nacional joga há muitos anos, depois de nos primeiros tempos e até no Europeu ter usado outros bem mais agressivos, com apenas três defesas. Já experimentou vários médios defensivos, centrais e extremos e só parece fiel mesmo a Diogo Costa e Cristiano Ronaldo, com o círculo de confiança alargado ainda a Bruno Fernandes e Bernardo Silva. Ou seja, tirando os seus, não tem receio em mudar ou renovar dentro dos mais experientes e, diante de Alemanha e Espanha, adaptou-se ainda aos rivais, sem ser demasiado submisso. A insistência em João Neves na direita não caiu muito bem e querer aproveitar Francisco Conceição de início diante da Roja foi muito mais prémio pelo jogo anterior do que decisão lógica perante quem torna muito difícil jogar de costas para a baliza. No entanto, não concordo com a parte da inflexibilidade tática.

5. Integração de jovens
A chamada de Rodrigo Mora, tal como antes de Geovany Quenda, mostram que há preocupação desde cedo em ambientar os jovens aos contexto dos AA. O que não quer dizer que, logo a seguir, a aposta seja imediata. Os degraus são bem altos de se subir. A primeira parte do trabalho é feita, falta o resto.

Depois, há o lado menos bom de Martínez:
1. Excessivo receio dos estatutos
Roberto Martínez não é um homem de roturas, tal como não era Fernando Santos. Também por isso foi o escolhido. A permanência de Cristiano Ronaldo nas convocatórias e depois no onze é um dado adquirido, tal como será com os outros elementos do núcleo duro – Diogo Costa, Rúben Dias, Bernardo Silva e Bruno Fernandes – independentemente da forma que apresentem. O capitão sairá quando não aguentar mais, é essa a premissa que o faz diferir dos outros, o que tapa a óbvia consolidação de outros nomes, que seriam importantes para o presente e futuro imediato da Seleção. Ter o grupo do seu lado, ao manter a confiança dos seus líderes, é para o selecionador mais importante do que o processo que se procura criar ou até o rendimento individual integrado no coletivo.

2. Avaliação e gestão dos jogadores
Roger Schmidt experimentou João Neves como lateral-direito numa pré-época do Benfica por culpa das lesões e não voltou à solução. Tirando o efeito surpresa do desdobramento em algo que não a função de um lateral-direito, não se vê qualquer utilidade na ideia, porque depois lhe falta a capacidade de dar profundidade. Vitinha como suplente de Rúben Neves, Francisco Conceição a titular diante de uma equipa com forte e numerosa reação à perda, a obrigar a receber de costas para a baliza que se quer atacar, Leão a embater de frente com blocos baixos, Ronaldo a jogar como falso 9 sem qualquer envolvimento coletivo só porque precisa de tocar na bola são situações que mostram decisões pouco lógicas e racionais e também, sobretudo no caso do ponta de lança e capitão, permissividade nos comportamentos que este deve adotar durante as partidas.

3. Ataque posicional
É talvez a grande lacuna desta Seleção. Não ajuda quando se resiste à tentação de receber, de braços abertos, o transplante da espinha dorsal do campeão europeu PSG (João Neves e Vitinha lado a lado), mas não explica tudo. Tem um pouco a ver com o rumo que Martínez adotou, de apostar em velocistas nos flancos, com lançadores atrás, e depois não basta Vitinha e Bernardo Silva para ligar todas as pontas.
Para que os ataques rápidos resultem é preciso espaço, o espaço que teve com a Alemanha e encontrou nos buracos da pressão espanhola. Sem este, perante blocos baixos, a equipa têm de trabalhar para o destapar. E essas dinâmicas estão por criar. Diante da Espanha, no entanto, registe-se um dado positivo: uma maior química entre um monumental Nuno Mendes (por dentro) e Rafael Leão (na linha) sobre a esquerda, o que até então ainda não se tinha alcançado.

4. Aposta sem continuidade nos jovens 
Jogam nos clubes, brilham e são chamados. Só que depois não é fácil somar minutos. Francisco Conceição conquistou o seu espaço, mas terá sido o único e ainda assim é intermitente. Os outros vão precisar que Martínez arrisque algo novo, o que não é muito frequente, tão ligado que está aos seus. Falta essa frescura, essa confiança que outros treinadores têm muito mais rapidamente nos mais jovens. Porque apostar é muito mais do que simplesmente convocar e deixar no banco. Basta olhar para o que se passava do outro lado do campo, na final de Munique.

5. Experimentação excessiva
Pessoalmente, a experimentação não é algo que me choque ou que não me agrade. Se não fosse por aí, o futebol não teria evoluído e alguns jogadores poderiam ter passado ao lado de brilhantes carreiras. No entanto, manter Martínez é, muito provavelmente, ter a porta aberta para um João Neves de vez em quando como lateral-direito, à procura de algo que só o selecionador vê. Ou Nuno Mendes como terceiro central. Se num clube, a situação pode ser trabalhada, numa Seleção alterações em demasia originam invariavelmente perda de consistência. O que pressupõe um risco mais elevado.

Tudo indica que vai ser com Roberto Martínez que Portugal irá atacar o próximo Mundial. O espanhol tem oportunidade ainda de corrigir os problemas que não se apagaram com a conquista de uma Liga das Nações – e que deveria ser principalmente uma rampa de preparação para o Campeonato do Mundo, ainda que, mal ou bem, vá ser julgado pelos resultados aí conquistados, na América do Norte. Só resta saber se, até lá, é Martínez que faz evoluir a Seleção ou Proença quem muda mesmo de treinador. A julgar pela amostra, nunca se sabe."

O perigo de idolatrarmos certas estrelas…


"O jogador em causa queria fazer as coisas à maneira dele, não cumprindo com as regras do estabelecimento e quando foi chamado à atenção reagiu como uma criança mimada e foi para as redes sociais dar conta disso mesmo, com algumas afirmações falsas à mistura.

Nunca fui de idolatrar jogadores de futebol embora seja apaixonado pelo desporto rei. Lembro-me na escola, que tinha colegas com os cadernos completamente encadernados com imagens dos seus craques de eleição e que faziam tudo por um autógrafo de algum deles. Penso que o único desportista que segui ao ponto de ser o meu ídolo de infância dava pelo nome de Ayrton Senna da Silva. O piloto de Fórmula 1 era o que me enchia as medidas e com quem mais eu me identificava. Todos os outros, tinha logicamente as minhas preferências e aqueles que dentro do meu clube mais me faziam vibrar, mas sempre coloquei o emblema acima de qualquer artista. Na verdade podemos e devemos apreciar as características, os atributos a forma como se dedicam e se empenham, as vitórias e os feitos que conquistam, as alegrias que nos dão. Tudo isso é certo e faz sentido. Mas há que distinguir bem o que representam dentro de campo, de um carro ou de um pavilhão ou de um ringue, com aquilo que são como pessoas fora deles e que desconhecemos quase na totalidade para além de meia dúzia de intrigas e cochichos que aparecem nos meios de comunicação ou nas redes sociais.
Esta semana, numa praia aqui perto assisti a um ex-jogador de futebol de quem muito gostava ter atitudes que não me pareceram dignas da admiração que tinha por ele. Por um lado deixa-me triste cultivarmos uma imagem de certas pessoas que depois não encontra eco naquilo que é mais importante, na vida real fora do jogo. Por outro, só vem comprovar o que escrevi no primeiro parágrafo, que certos tipos quando despem a capa do seu lado profissional não encontram reflexo do que demonstram nos seus comportamentos porque na verdade são bem diferentes do que imaginamos. O jogador em causa queria fazer as coisas à maneira dele, não cumprindo com as regras do estabelecimento e quando foi chamado à atenção reagiu como uma criança mimada e foi para as redes sociais dar conta disso mesmo, com algumas afirmações falsas à mistura. Deu-se inclusive ao trabalho de durante dois dias continuar com a mesma postura só porque não foi tratado de forma especial como possivelmente é costume, não faço ideia.
É também uma boa forma de percebermos que o dinheiro, a fama ou a glória não compram educação, formas de estar ou maneiras de ser. Ficam ali envaidecidos ou iludidos por uma aparente superioridade quando deveriam ser os primeiros a dar o exemplo. Não sei se é por estarem mal habituados ou simplesmente porque a sua índole não permite mais, se foi só um mau dia (ou dois neste caso) ou se é regra. O que eu sei é que estrelas como esta são seguidas por milhares, às vezes milhões de crianças, que imitam os seus passes e truques, que querem ser como eles e que vão à loucura quando os veem. O que deviam fazer com este privilégio, era saber estar, perceber que muitas vezes são duplamente escrutinados e que têm o seu comportamento mais exposto, dando o exemplo, respeitando e transpondo essa magia para a vida real. Só que alguns não o fazem porque não são assim e não há nada a fazer. A uns metros deste estava o ator e comediante português Salvador Martinha, sempre simpático e diligente com quem o abordava, super discreto e tranquilo mas com uma atitude que dava gosto só de olhar.
Este é o perigo de idolatrarmos certas estrelas sem as conhecermos, sem vermos como se movimentam no dia a dia e como tratam os outros. A um grande corredor ou jogador nem sempre corresponde um grande homem ou mulher, que é muito mais importante. Esse é também um principio que devemos passar aos mais novos a coerência das nossas atitudes, a igualdade com que tratamos tudo e todos, o respeito pelas regras, pelos sítios que frequentamos e pelas pessoas com quem nos cruzamos. Sejam elas quem forem. Há definitivamente quem não o consiga entender por muito que lhes possamos fazer um desenho. Às vezes é só uma má fase, outras é tempo livre a mais mas algumas há, em que não vale a pena nos pormos com rodeios, é “só” má educação e sensibilidade igual à de uma bota da tropa. Sejam um exemplo, cultivem esse exemplo."