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quarta-feira, 27 de abril de 2011

O outro Portugal Europeu

"Se os golos e as boas exibições servissem para amortizar a dívida que deixou Portugal à beira do abismo, os das duas últimas jornadas europeias podiam, também a esse nível, ter prestado um bom serviço. Falo em particular daqueles que vi, ou seja, dos do Benfica frente ao PSV, forte equipa holandesa que não chegou para contrariar, nas duas mãos, o ímpeto ofensivo, a imaginação e o poder concretizador de jogadores da Luz.

Até parece que, nestas noites em que as equipas portuguesas tão bem se portaram, Portugal, mesmo com tantos estrangeiros em campo, quis dizer à Europa dos ricos, e ao Mundo em geral, que nem mesmo a adversidade económico-financeira é capaz de nos derrotar, de nos reduzir a uma sombra daquilo que sabemos valer. E o certo é que uma boa parte dessa Europa levou para contar.

O Benfica, mesmo tendo em conta o empate da segunda mão, esteve à altura de uma equipa experiente e perigosa. Foi impressionante ver jogadores já com tantos jogos no activo a demonstrarem uma vitalidade, uma energia e uma pujança física incomuns. Isso só acontece quando existe uma forte motivarão psicológica e uma efectiva liderança. Se tal não acontecesse, é bem possível que, depois de ter recebido o Porto na Luz, o Benfica se encontrasse animicamente enfraquecido. Mas não. Vimo-lo forte e determinado, demonstrando ter a capacidade, essencial no desporto, na actividade profissional, na política ou na vida, de se concentrar no essencial e de não perder tempo a lamentar o que ficou pelo caminho. Do caminho, o que verdadeiramente conta sempre é a parcela que ainda está por cumprir. E assim o Benfica europeu ajudou-nos a dizer e a pensar que quem joga assim não precisa de receber tácticas do FMI, pois apresenta saldo positivo. Todos sabemos que não é o Futebol que resolve os problemas de um País deprimido e empobrecido, mas em alturas como esta dá uma ajuda de peso."


José Jorge Letria, in O Benfica

Cada vez mais decisivos

"A derrota deixou-me muito triste e apreensivo, porque o andamento do jogo me fez sentir que os meus vaticínios se esbatiam, com a passividade que vi seguir-se ao primeiro golo do clube do Porto. Tanto mais que tendo a Equipa gerido relativamente bem, durante toda a primeira parte, a vantagem da vitória com que vínhamos da Lameira de Cima, doeu ver como faltou o ânimo (e as pernas) logo depois do segundo golo, aliás, marcado em evidente fora-de-jogo.

Se a Equipa se revelara, de início, devidamente cautelosa, respeitando mas também impondo respeito ao adversário, depois deste segundo golo deixou-se que a ansiedade prevalecesse, precisamente quando a concentração e o pulmão se tornavam mais decisivos.

Nós, os mais velhos, bem sabemos como qualquer derrota, todas as derrotas, não fazem parte do glossário do Glorioso. por isso a maior responsabilidade de uma derrota, clara como esta e nas circunstâncias em que ela aconteceu na quarta-feira, é a gama de lições que devem trazer ao próprio grupo de trabalho.

E estou seguro de que cada um dos nossos, nos diversos patamares e áreas do sanctus santorum em que a nossa Equipa tem sabido preservar-se, saberá extrair as devidas conclusões com que se emendam os erros e as falhas, de modo a que, já no próximo jogo da final da Taça da Liga, a Águia levante voo, para outra das viagens vitoriosas que marcam o registo fundacional do Sport Lisboa e Benfica.

É por isso, e com esse sentido que, apesar deste inesperado desaire, estou agora ainda mais inteiramente confiante do que estava, quanto ao desfecho do jogo de sábado, na final em Coimbra, assim como relativamente aos desafios da meia-final europeia.

Para já, teremos pela frente o valoroso adversário que o Futebol Clube de Paços de Ferreira demonstrou ser durante toda a época, sem precisar das mesmas sistemáticas ajudas institucionais de toda a sorte (até químicas, quem sabe?), que os outros não podem (e nem nunca foram capazes de) dispensar para ganhar, nos últimos vinte anos.

E logo a seguir, nos jogos de 28 de Abril e 5 de Maio, depara-se-nos um clube cheio de pretensões que, com alguma sorte e algum trabalho bem feito (ainda que com ajudas inequívocas e substanciais), aspira ascender a uma plataforma que, por enquanto, não parece ser a sua.

Com essa justa esperança chamo, pois, à colação, o carácter, a ambição, o espírito de sacrifício e de resistência, o sentido de responsabilidade e o talento colectivo, assim como a agudeza técnica dos nosso jogadores - sejam quais forem os que Jorge Jesus vier a escalar para cada um dos serviços.

De Jorge, por outro lado, sei que posso esperar a frieza de análise e a decisão rápida e eficiente que tantas vezes ele nos tem provado possuir, especialmente durante estes seus dois primeiros anos Benfiquistas.

O mesmo espero de toda a vasta equipa dos seus colaboradores, prudentemente gerida por Rui Costa, que trabalham os diversos sectores da Equipa.

O dos médicos, também: é fundamental que os melhores índices físicos dos atletas sejam repostos, de maneira a voltarem a garantir a maior fortaleza anímica a todos e a cada um deles.

Todos me são as garantias suficientes e bastantes para voltar a ver o Benfica ganhar de novo, e concludentemente, em qualquer dos três embates.

Cada vez mais decisivos, aliás."


José Nuno Martins, in O Benfica

Vêem mais?

"Os jornais escreveram, com a maior candura, que Eduardo Salvio «contraiu» uma lesão no jogo com o PSV em Eindhoven. «Contraiu» é uma maneira de dizer, própria de quem passa a vida a branquear toda a porcaria que inundou o Futebol. Porque a verdade é que, com frequência, atletas do Benfica «contraem» cotoveladas na cara, joelhadas nas costas, pontapés nas pernas e nos joelhos, no confronto com a numerosa descendência dos 'Paulinhos Santos' que proliferam no Futebol Nacional. E lá fora também acontece. Óscar Cardozo esteve dois meses parado devido a lesão que «contraiu» às patas de um sarrafeiro grego ao serviço do Schalke. E agora, Eduardo Salvio «contraiu» um dedo do pé partido por uma entrada assassina de Abel Tamata. Os jornais também se apressaram a publicar o acto de contrição do holandês ao saber da gravidade da lesão de Salvio. E ponto final: ninguém se interroga.


Salvio fez a 'cabeça em água' ao PSV no jogo de Lisboa: desbaratou a defesa dos holandeses, marcou dois golos, aos 45 e 51 minutos, que sentenciaram o resultado. No encontro da segunda mão, na cidade da Philips, o PSV tinha três golos de desvantagem e uma vaga esperança de inverter esse resultado. Para isso teria que tirar a iniciativa atacante ao Benfica e tentar marcar, sem sofrer golos. Tamata, que nem sequer alinhara em Lisboa, tentou resolver, logo aos oito minutos, com uma entrada criminosa que o alemão Wolfgang Stark sancionou, muito simplesmente, com cartão amarelo, o equivalente a um puxão de camisola. Salvio não joga mais esta época. Espero vê-lo a jogar na próxima época de 'águia ao peito'.


Diz a propaganda da UEFA que os árbitros agora vêem mais nas competições europeias. É bom que vejam, porque neste caso não viram."




João Paulo Guerra, in O Benfica




PS: Curiosamente, o mesmo árbitro, hoje, expulsou em Madrid, um jogador da casa, por uma jogada parecida, mas menos grave!!! 'Oferecendo' a eliminatória ao Barcelona!!! E recordo que em Eindhoven os sarrafeiros do PSV foram vários, e nenhum foi expulso...!!!

Objectivamente (Santa Aliança)

"Continua a saga portista com a obsessão de chegar ao final da época sem derrotas na Liga depois da conquista do título. Na última jornada, frente ao Sporting, uma vergonhosa arbitragem de Artur Soares Dias, do Porto, deu mais uma vitória para somar a tantas outras alcançadas esta época com ajudas dos amigos da arbitragem!

Pessoas há que acham já não valer a pena denunciar e lutar pela verdade desportiva. E, curiosamente, até por parte de alguns rivais que têm responsabilidade de representar uma grande fatia dos adeptos do Futebol em Portugal, como é o caso do Sporting!

Depois de terem sido «roubados» no Dragão, foram incapazes de denunciar a situação junto do «amigo» PC, resumindo com «falinhas mansas» critérios de arbitragem, «melhoras de visão», ou mesmo(!) mudança de banco dos suplentes da esquerda para a direita para evitar pressão sobre o árbitro auxiliar que sempre sofre por parte do banco portista.

Aliás, o próprio PC disse no final do jogo: «Não ouvi reparos dos dirigentes do Sporting e acompanhei-os sempre (situação confirmada com imagens onde estão os dois presidentes muito chegadinhos em cordial e amena cavaqueira)».

Os dirigentes do Sporting deveriam saber quem é que lhes tem retirado a hipótese de lutar por títulos nas últimas décadas. Basta olhar para o historial da Liga e ver... quem tem sido campeão! Continuem muitos deles obcecados pelo anti-benfiquismo primário, juntando-se sempre aos portistas, numa alternadeira situação de fragilidade que até dá pena! Mas o problema é deles! São capazes de tratar ainda com esta deferência um indivíduo que enxovalhou, humilhou e tratou 'abaixo de cão' o conhecido roupeiro, Paulinho, que é só uma das figuras mais consensuais do Futebol português e um homem que merece o carinho e todos nós! Só os sportinguistas não enxergam isto!"


João Diogo, in O Benfica

Não há pachorra

"Nem tanto ao mar, nem tanto à terra. Abram os olhos, que isto não é a cabra cega e muito menos a caça aos gambuzinos! Há para aí uma nova linha de apoio à vítima que só é explorada, aceite e mantida em funcionamento pelos que têm vistas curtas e horizontes estreitos. De repente os emissores da mensagem vestem-se de meninos do coro e apontam os pecados e pecadilhos aos que consomem a vida a queixar-se da falta de vergonha dos primeiros. R quando alguém lhes aponta o dedo transformam-se em virgens ofendidos e 'ai ai ai ai, ai ai ai', como diz o outro. Contudo, muito francamente, não sei quem é o pior, se os falsos puritanos ou os crentes que acreditam em tudo e acabam por lhes dar razão. Os actores que abrem a boca em sinal de reprovação, atiram bombas e ficam a rir-se atrás de um árvore, em regozijo por causa das vítimas e danos materiais causados deste lado.

Por cá há unidades que aceitam as indignações dos reprovadores como se fossem verdades sem merecer reparo nem argumentação. Aceitam, fazem da mentira um salmo inatacável e desatam a vociferar impropérios aos que necessitam de defesa contra os disfarçados de detentores da razão e respeitadores da lei.

Abram os olhos, não sejam ingénuos. Sabem que este canal de televisão existe para proteger o Sport Lisboa e Benfica? E que dá voz a quem tem opinião, obviamente contrária às daqueles que nos atacam? Porventura, parece-vos estranho que haja pessoas aqui, com nome expresso e perfeitamente identificadas na televisão, indignadas com décadas de inverdade desportiva?

Já não há pachorra para tanto truque de ilusionismo, já não há pachorra para o contra-informação, já não há pachorra para a defesa do indefensável.

Abram os olhos e não acreditem em tudo o que é dito e escrito, especialmente quando os emissores da mensagem desejam somente a desgraça do Sport Lisboa e Benfica."


Ricardo Palacin, in O Benfica

12ª jornada - Juniores - Fase Final



...terceiro lugar em risco, exige-se mais.

Adeus ao título (mais uma vez, será que vale a pena participar nas competições europeias?)







Como se temia, a marcação do 'jogo do título' a meio de uma eliminatória das competições europeias, não era uma 'boa ideia', se calhar a intenção era mesma essa, condicionar o resultado...!!!

O Benfica perdeu muitos pontos desnecessariamente durante a época, mas recuperou, e neste momento tinha aspirações legítimas ao título, mas caso já se tenham esquecido, este foi o Campeonato onde os Corruptos ganharam um jogo, porque a 'mesa', simplesmente esqueceu-se de contabilizar um golo ao adversário!!!

Mentira

"As legítimas ambições benfiquistas na revalidação do título terminaram, há semanas, no embate de Braga, palco de mais um escândalo protagonizado por um trio de árbitros que inquinaram o resultado. Também assim havia acontecido na fase embrionária da Liga nacional, altura em que o Benfica foi empurrado para a metade inferior da tabela, ademais com um atraso quase inultrapassável em relação ao guia da prova, o FC Porto. As contas estão fechadas há muito. Ainda assim, o que se viu no último fim-de-semana? Na Luz, uma equipa de arbitragem incompetente anulou aquele que seria o primeiro golo 'vermelho' frente ao Beira-Mar. Por que razão Aimar e Carlos Martins, para cúmulo, foram admoestados com cartolina amarelas? Deve ter sido por perguntarem ao juiz (?) da partida se conhecia as leis do jogo...

E no Dragão? A tal equipa, até à data invencível, sempre amparada por arbitragens generosas, viu um penálti ser-lhe perdoado a escassos segundos do termo da contenda perante o Sporting. Foi uma constante ao longo da temporada. O novo campeão nacional pode dever muitos pontos a Falcão ou a Hulk, mas deve muitos também ao desempenho viciado de muitos árbitros e respectivos auxiliares.

O recorde benfiquista de 72/73, consubstanciado num triunfo no Campeonato sem mácula da derrota, está quase a ser igualado pelo FC Porto. Está mesmo, só que a moral, essa, não é a mesma. O Benfica de Hagan foi intérprete de um trajecto limpo, o FC Porto está a ser intérprete de um trajecto borrado com o odor da desonestidade."


João Malheiro, in O Benfica

Duas vezes sem derrotas

"1. Estou farto de ler e ouvir dizer que o FC Porto está prestes a igualar a proeza de Jimmy Hagan em 1972/73, quando terminou o Campeonato sem derrotas. Mas todos se esquecem que, cinco anos depois (1977/78), o Benfica treinado por John Mortimore, também fez todo o Campeonato sem perder, só não tendo sido Campeão pela diferença de golos face ao FC Porto (empate em pontos e nos dois jogos realizados entre si).




2. Por mais vitórias que obtenhamos sobre o PSV, nunca esquecerei aquela triste tarde de Estugarda, em 1988, quando perdemos (mal) a final europeia, na 12.ª grande penalidade, a primeira não convertida. Mas soube bastante bem esta passagem às meias-finais, o Benfica tem agora 12 (metade), o dobro das do FC Porto (6) e o triplo das do Sporting (4). Boavista e SC Braga têm as restantes. O Benfica chegou a 8 finais, contra apenas 4 do FC Porto e 2 do Sporting.




3. César Peixoto foi o melhor, ou dos melhores, elementos do Benfica na Holanda, tendo sido decisivo no nosso segundo golo.


Estranhamente, não vi qualquer referência ao facto na crónica de Marta Rebelo no 'Record' de 2.ª feira. Ela que, sendo benfiquista, andou semanas a fio numa lamentável campanha contra o jogador. Deve ser do género daqueles que, quando as coisas não correm bem, assobiam a equipa, em vez de apoiar...




4. O nosso 'bloguer' Sérgio Bordalo esclareceu no programa seguinte da Benfica TV as suas muito comentadas afirmações relativas ao local dos festejos do próximo título do FC Porto por parte de Pinto da Costa e chegou a pedir desculpas a todos quantos terão interpretado mal as suas palavras da semana anterior. Lamentavelmente, a comunicação social, que tanto se referiu ao comunicado do FC Porto a propósito da 'desejada' morte do presidente do clube, não fez uma única referência às explicações do visado, antes continuando a fazer-se eco, em exclusivo, da campanha do FC Porto e do seu presidente contra a nossa televisão."




Arons de Carvalho, in O Benfica

De Victor Hugo a Eça

"Nos últimos meses, Pinto da Costa, que tem o exclusivo nacional daquilo a chamam “fina ironia”, chamou ‘filho da puta’ a um jornalista, ‘palhaço’ a um dirigente do Benfica e, recentemente, referiu-se a um adepto do Benfica como alguém sobre o qual Victor Hugo escreveu “Os Miseráveis”. Tudo se lhe aceita, nada se lhe condena.
No entanto, uma inquietação deveria atormentar esse varão pio da fina ironia. Referir-se à obra “Os Miseráveis” deveria obrigá-lo a conhecer mais da obra do que apenas a leitura do título. Saberia o dito varão que Jean Valjean foi o miserável condenado, perseguido e atormentado durante toda a vida por ter roubado um pão para alimentar a família. De entre os que o perseguiram, destacava-se Javert, o implacável, obsessivo e patético inspector de polícia. O mesmo que usava e abusava do seu poder, para, em nome de uma moral muito própria e questionável, perseguir Valjean. E como não recordar Thénardier?! O corrupto dono de uma estalagem que se viria a associar a um bando de criminosos, terminando os dias como traficante de escravos. Uns em nome da justiça, outros em nome do bom nome que herdaram se arvoraram em baluartes da ordem, da moral e dos bons costumes. Todos eles se demonstraram verdadeiros miseráveis. Abusaram do poder, chantagearam, perseguiram e, pontual e despudoradamente, vitimizaram-se. De entre todos, o que pôde terminar a longa saga de Victor Hugo sem o epíteto de ‘miserável’ foi Jean Valjean. A miséria humana ultrapassa a miopia dos homens e, para quem leu mais do que o título da obra, é óbvio quem são os miseráveis a quem Victor Hugo se refere.
Ao varão lusitano e ilustre detentor do exclusivo da ‘fina ironia’ recomendo a leitura dos grandes escritores do Século XIX. Pode começar por Vitor Hugo e terminar no nosso Eça. O mesmo Eça que escreveu “Que Deus o proteja, e a polícia o não incomode!”."


Pedro F. Ferreira, in O Benfica


PS: Devido aos feriados, e à 'rapidez' dos CTT, só hoje, 4.ª-Feira, recebi o jornal d'O Benfica!!! Assim, vou ter que 'encher' o Blog das já habituais crónicas, em uma só 'empreitada'...!!!

Silenzio !!!