"As legítimas ambições benfiquistas na revalidação do título terminaram, há semanas, no embate de Braga, palco de mais um escândalo protagonizado por um trio de árbitros que inquinaram o resultado. Também assim havia acontecido na fase embrionária da Liga nacional, altura em que o Benfica foi empurrado para a metade inferior da tabela, ademais com um atraso quase inultrapassável em relação ao guia da prova, o FC Porto. As contas estão fechadas há muito. Ainda assim, o que se viu no último fim-de-semana? Na Luz, uma equipa de arbitragem incompetente anulou aquele que seria o primeiro golo 'vermelho' frente ao Beira-Mar. Por que razão Aimar e Carlos Martins, para cúmulo, foram admoestados com cartolina amarelas? Deve ter sido por perguntarem ao juiz (?) da partida se conhecia as leis do jogo...
E no Dragão? A tal equipa, até à data invencível, sempre amparada por arbitragens generosas, viu um penálti ser-lhe perdoado a escassos segundos do termo da contenda perante o Sporting. Foi uma constante ao longo da temporada. O novo campeão nacional pode dever muitos pontos a Falcão ou a Hulk, mas deve muitos também ao desempenho viciado de muitos árbitros e respectivos auxiliares.
O recorde benfiquista de 72/73, consubstanciado num triunfo no Campeonato sem mácula da derrota, está quase a ser igualado pelo FC Porto. Está mesmo, só que a moral, essa, não é a mesma. O Benfica de Hagan foi intérprete de um trajecto limpo, o FC Porto está a ser intérprete de um trajecto borrado com o odor da desonestidade."
João Malheiro, in O Benfica
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