Últimas indefectivações

quinta-feira, 11 de outubro de 2012

Desesperante!!!


Benfica 3 - 3 Gyor

Estar a ganhar 3-0 a três minutos do fim, e acabar por permitir o empate a 3 !!! Não lembra a ninguém...!!!
Fui seguindo o jogo via net, somente com informações escritas no site da UEFA, sem imagens... mas parece que voltou a acontecer aquilo que eu temo em todos os jogos: o Benfica ataca mais, o adversário defende com tudo, e se nos últimos minutos o Benfica não tem uma vantagem grande, arrisca-se a não triunfar, porque devido às 'regras' do Futsal, sem fazer nada por isso, fica a jogar em 'inferioridade' numérica, quando o adversário em desespero, tenta o 5x4 !!! Muitas vezes as coisas até correm bem, e conseguimos marcar aqueles golos de baliza a baliza, mas existem excepções, e esta manhã foi uma!!!

Como escrevi na crónica do último jogo com o Cascais, estava com pouca esperança. Tivemos azar no sorteio, o grupo é provavelmente o mais difícil, a equipa ainda por cima não está a jogar o seu melhor Futsal, e hoje com o adversário teoricamente mais fraco, não conseguimos vencer... agora estamos obrigados a vencer os 2 jogos que faltam. Amanhã temos jogo com o Luparense (Campeão Italiano), que hoje levou 1-6 do Ibéria (a equipa da casa...), e em caso de vitória, vencer o Ibéria no último jogo, algo que não será nada fácil, tendo em conta as variáveis dentro da quadra, e fora da quadra!!!

Ética e esperança (II)

"É difícil expressar a ideia da esperança. Mesmo assim, arriscaria a definição de Jean Gultton: a esperança é a predisposição de espírito que leva a acreditar na realização do que se deseja. Na essência, um valor humano. E uma virtude, no sentido aristotélico.
A esperança não se dilui, porém, na ilusão ou na fantasia. E também não se confunde com o sonho. Ou seja, precisa de esperar. Esperar é um verbo que é muitas vezes desesperante. Ou desconcertante. Que o diga o mundo do desporto...
A esperança também não se dissolve no desejo, embora não o dispense. Podemos desejar, sem esperar. Desejar ser sempre campeão, ganhar o Euromilhões ou não pagar os cada vez mais brutais impostos, não significa que tenhamos essa esperança. O desejo é a matéria-prima da esperança, mas não o seu produto acabado.
A esperança é racional, mas, no limite, a emoção pode ultrapassar a razão. É assim no desporto, onde a emoção até pode ser protagonista. Aí chegaremos à patalogia da esperança que é - usando um plebeismo - a fezada. No futebol, o adepto é um clássico exemplo desta overdose de esperança. Que tanto o conduz, bipolarmente, à euforia de se achar dono da esperança, como à necrose do desespero.
Quantas vezes uma falseadora ideia da esperança é a via directa para o desastre, é o negacionismo da realidade pura e dura, é encobrir o medo com a fantasia e a ignorância com a imaginação.
A esperança é um empréstimo que se pede à felicidade, resumiu magistralmente Joseph Joubert. Uma prova fiduciária que precisa de ser honrada. Mesmo nas nossas paixões clubistas e nas compulsivas chicotadas psicológicas..."

Bagão Félix, in A Bola

Merecia mais eco

"Não sei a quem pertence a autoria do estudo sobre os direitos televisivos que o presidente da Liga, Mário Figueiredo, apresentou na Comissão de Educação da Assembleia da República. Ignoro igualmente em que pressupostos se fundamenta o estudo para concluir que as receitas televisivas, que hoje ascendem a 63 milhões de euros, podem duplicar ou triplicar se os direitos deixarem de ser negociados subjectivamente (clube a clube) a passarem a sê-lo colectivamente (pela Liga em representação dos clubes). Este é um combate que Mário Figueiredo sustenta desde a primeira hora e é pena que seja uma voz isolada e com pouco eco na comunicação social. Há muito que eu defendo a bondade desta solução e estou certo de que o acréscimo de proventos seria substancial para todos, mas não me atrevo a quantificá-los. Os exemplos da França e da Itália, onde os grandes se opunham à centralização, são elucidativos. Mas aí foi por via legislativa que os respectivos Governos impuseram a mudança e julgo que essa deve ser a via escolhida pela nossa Liga.
A UEFA que tão discricionariamente interfere na gestão dos clubes podia ao menos recomendar às federações a negociação colectiva (através da Liga), como ela própria faz nas competições europeias. Mas a UEFA tem outros problemas para resolver. Ao reconhecer a Federação de Gibraltar (que é um protectorado britânico mas que a Espanha afirma ser um território sob a sua soberania) meteu-se num enorme sarilho, porque nuestros hermanos - se a decisão for mantida - já ameaçaram retaliar com a bomba atómica a secessão da UEFA! Temem uma deriva que faça ressurgir os velhos anseios da Catalunha e País Basco de terem as suas próprias federações desportivas."

Manuel Martins de Sá, in A Bola