"Não sei a quem pertence a autoria do estudo sobre os direitos televisivos que o presidente da Liga, Mário Figueiredo, apresentou na Comissão de Educação da Assembleia da República. Ignoro igualmente em que pressupostos se fundamenta o estudo para concluir que as receitas televisivas, que hoje ascendem a 63 milhões de euros, podem duplicar ou triplicar se os direitos deixarem de ser negociados subjectivamente (clube a clube) a passarem a sê-lo colectivamente (pela Liga em representação dos clubes). Este é um combate que Mário Figueiredo sustenta desde a primeira hora e é pena que seja uma voz isolada e com pouco eco na comunicação social. Há muito que eu defendo a bondade desta solução e estou certo de que o acréscimo de proventos seria substancial para todos, mas não me atrevo a quantificá-los. Os exemplos da França e da Itália, onde os grandes se opunham à centralização, são elucidativos. Mas aí foi por via legislativa que os respectivos Governos impuseram a mudança e julgo que essa deve ser a via escolhida pela nossa Liga.
A UEFA que tão discricionariamente interfere na gestão dos clubes podia ao menos recomendar às federações a negociação colectiva (através da Liga), como ela própria faz nas competições europeias. Mas a UEFA tem outros problemas para resolver. Ao reconhecer a Federação de Gibraltar (que é um protectorado britânico mas que a Espanha afirma ser um território sob a sua soberania) meteu-se num enorme sarilho, porque nuestros hermanos - se a decisão for mantida - já ameaçaram retaliar com a bomba atómica a secessão da UEFA! Temem uma deriva que faça ressurgir os velhos anseios da Catalunha e País Basco de terem as suas próprias federações desportivas."
Manuel Martins de Sá, in A Bola
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