"Depois de uma eliminatória da Taça de Portugal diante do Cinfães, que se prevê tão tranquila quanto festiva, regressa, já na próxima semana, a sumptuosa Champions League, com todo o seu encanto, e grau de dificuldade máximo.
Com um vitória em casa, e uma derrota fora, pode dizer-se que o Benfica está perfeitamente dentro dos carris do apuramento, sendo provável que os próximos dois jogos, diante do Olympiakos, venham a determinar quem acompanha o PSG rumo à Fase seguinte da competição. Ou seja, uma vitória na Luz frente aos gregos afigura-se fundamental nesta corrida, pois qualquer outro resultado, mesmo não nos eliminando sumariamente, deixará contas demasiado complicadas por fazer.
Muito se tem discutido a hipótese de o nosso Clube apostar mais ou menos na competição, e ter mais ou menos possibilidades de atingir a respectiva Final. Muitas vozes extrapolaram palavras do nosso presidente, subvertendo-as, e transformando um sonho legítimo e saudável, numa exigência que jamais foi feita aos jogadores ou ao técnico. Há que dizer, com toda a clareza, que chegar à Final da Champions, no contexto actual do Futebol português e europeu, pode obviamente ser um sonho (quem não o tem?), mas não poderá constituir um objectivo concreto, e muito menos uma exigência. As diferenças de orçamento face a 'tubarões' como Barcelona, Real Madrid, Manchester United, Chelsea, Juventus, Dortumind ou Bayern de Munique não deixam margem para grandes expectativas, seja onde for que se dispute a última partida da prova. O objectivo do Benfica para a Liga dos Campeões terá de ser, por enquanto, a passagem à Fase seguinte. Isto sim, está de acordo com o poder financeiro e desportivo de que dispomos. Em termos realistas, as nossas exigências não deverão ir muito mais além, e o que vier a mais, bem-vindo será.
É com esta humildade que devemos enfrentar os difíceis adversários que temos pela frente. E é com esta atitude que podemos, eventualmente, vir a superar aquilo que neste momento é expectável."
Luís Fialho, in O Benfica