Últimas indefectivações

sexta-feira, 18 de abril de 2025

Falar Benfica - Conversas #14

Uma Champions socialista e com assinatura


"A liga milionária, capitalista, vai elevar ao Olimpo trabalhos de inspiração coletiva, sem uma grande figura central, e com assinatura indelével dos respetivos treinadores

PSG, Arsenal, Inter e Barcelona são, com todo o mérito, os semifinalistas da Liga dos Campeões. Três trabalhos consolidados por Luis Enrique, Mikel Arteta e Simone Inzaghi, que acumulam alguns anos ao leme das respetivas equipas, e outro, que também inclui assinatura, do alemão, Hansi Flick, embora com menos tempo de gestação (embora nem por isso com menor impacto) num Barcelona, que antes da sua chegada até parecia reclamar um líder com ligação mais profunda a La Masia.
As quatro equipas refletem ainda um futebolista mais socialista, de visão coletiva e sem superestrelas, ainda que o conceito seja sempre relativo quando nos lembramos dos 70 milhões pagos por Kvaratskhelia, depois dos 60 e 50 milhões que custaram respetivamente João Neves e Doué; os 31 dados por Frattesi; os 55 reclamos por Olmo; ou os 87 no total que saíram dos cofres do Emirates por Calafiori e Merino. Também seria preciso retirar o rótulo de craque a Lewandowski, Lautaro, Lamal, Raphinha, Dembélé, Odegaard, Saka e outros, o que não faz sentido. No entanto, são estrelas a trabalhar sobretudo para o coletivo, preocupados tanto no momento com bola como quando alguém a perde e é necessário recuperá-la.
Dos quatro emblemas, a maior transformação foi certamente a que se verificou na Cidade-Luz. Luis Enrique, que já tinha recusado treinar os franceses quando lá coabitavam Messi, Neymar e Mbappé, aceitou o desafio quando restava o francês para hoje já nem dele precisar dar corpo à esperança da tão aguardada conquista da Liga dos Campeões. Mais, o espanhol, figura imensa para lá do treinador, mesmo com a má vontade habitual para a Imprensa, o que se poderia virar contra si, preferindo dirigir-se diretamente aos adeptos, lavou por completo a face de um clube-Estado, que continua a ser mais rico do que os outros e ganhar facilmente dentro de portas, e era certamente odiado pelos mais tradicionalistas, no mais sexy da atualidade. Bastou um homem com uma personalidade apaixonante, uma filosofia de jogo coletivo, que teve a contribuição óbvia do português Luís Campos na construção de um grupo de trabalho para hoje e amanhã, e jogar bem à bola para tamanha metamorfose.
Vêm aí duas meias-finais tremendas. Um Inter competitivo há várias épocas diante de um Barcelona jovial e empolgante, e o tal PSG sensual a enfrentar um Arsenal de grande quilate. De cinema!"

Os erros de arbitragem não nascem todos iguais


"Enquanto más decisões dos árbitros escaparem pelos pingos da chuva e ataques à integridade do jogo continuarem impunes ficará tudo na mesma

Quando Frederico Varandas, presidente do Sporting, disse, em fevereiro, que o critério da arbitragem nos jogos do Sporting era diferente do critério nos jogos dos rivais, sugerindo estar a ser prejudicado ou Benfica e FC Porto beneficiados, escrevi que não seria preciso esperar muito para outros o seguirem. Foi preciso esperar mais que o que esperava, foi preciso esperar pelo último fim de semana, ainda assim mais que o anúncio do castigo do Conselho de Disciplina, no início de abril, ao líder dos leões, que, como se sabe, no uso dos direitos dele, e bem, recorreu para o Tribunal Arbitral do Desporto. Lá para as calendas gregas, quando pouco importar, logo se conhecerá a decisão final.
O Benfica manifestou, agora, profunda preocupação por ter sido ignorado um penálti contra o Sporting e assinalado um inexistente a favor do Arouca na Luz, exigiu rigor e competência e alertou para o perigo de a verdade desportiva ser desvirtuada por más decisões de arbitragem, assinalando que existe VAR para evitar e corrigir erros grosseiros.
As discussões sobre a arbitragem não são exclusivo cá do burgo, quem tem prestado atenção sabe que aqui ao lado, em Espanha, aquilo tem sido um fandango. Mas também em Inglaterra se discutem erros, não havendo mal nisso. Até nos Estados Unidos, nas ligas de basquetebol (NBA) ou futebol americano (NFL), que fizeram mais cedo o caminho de auxiliar os árbitros com tecnologia, continua a haver erros, alguns difíceis de aceitar.
A introdução do VAR foi uma das medidas mais importantes no futebol nos últimos anos, já não há volta a dar, chegou para ficar. E em todos os jogos são eliminados erros com graves consequências. O que ninguém pode é pedir que a tecnologia do VAR ofereça o que apenas o homem, na sua imperfeição, tem para dar.
Não pode existir, posto isto, é impunidade — ou pelo menos a perceção de impunidade — de quem erra, árbitros ou videoárbitros, na mesma medida em que não pode existir impunidade de quem ultrapassa os limites da liberdade de expressão e ataca os fundamentos da integridade do jogo. O pior é que andamos neste pântano de suspeições e insinuações há tantos anos que nem damos conta da nossa sujidade. Poucos haverá, em Inglaterra ou nos Estados Unidos, que pensem que jogo esteja viciado, já por cá parece ser cada vez menos aqueles que acreditam que não está.
Porque nem todos os erros nascem iguais, ou seja, devem ser julgados pela gravidade, há uma forma de contribuir para que todos possamos olhar para decisões dos árbitros apenas por aquilo que são, boas ou más — abra-se a comunicação para todos das conversas entre árbitro e VAR (lá chegaremos), permita-se que os árbitros falem em conferência de Imprensa, preste contas quem tem responsabilidade de liderar o setor, explique-se publicamente quais são os efeitos de um erro com influência no resultado e como é feita a avaliação e a classificação dos árbitros.
Que seja tudo transparente e que nada fique por esclarecer. Vai, infelizmente, demorar. Agora ainda ficará tudo na mesma. E cá andaremos, cantando e rindo, como se tudo o que vemos e vivemos seja normal. Quem não terá perguntas para fazer ou respostas para ouvir depois de introduzido ao conceito de rasteira com a cabeça?"

O Benfica tem medo de ser feliz


"Duas vezes a águia chegou ao 1.º lugar, duas vezes só resistiu uma semana. Tem melhores condições para ser campeão, mas atrapalha-se quando chega ao topo. Já o Sporting, se for campeão, merece que se lhe tire o chapéu, tal a capacidade de resistir a tudo...

Dou por mim a ler Pessoa. «Agir, eis a inteligência verdadeira. Serei o que quiser. Mas tenho que querer o que for. O êxito está em ter êxito, e não em ter condições de êxito.» Paro de ler para mastigar as palavras, com o cerimonial dos tempos pausados e apurado sentido de degustação. Pessoa não se lê à pressa, não se lê nos transportes públicos, não se lê enquanto esperamos por uma consulta, exige que o queiramos ler e o queiramos ainda mais entender.
Ao ler Pessoa, dou por mim a pensar: quem quer ser campeão? E se a pergunta parece a despropósito - claro que Sporting e Benfica querem ser campeões - na prática o que ambas as equipas têm feito obriga a uma reflexão cuidada.
No devaneio dos pensamentos que nem sempre controlo e muito menos disciplino, dou por mim a concluir que cada campeonato tem uma moral da história para contar no fim. Assim de repente, e olhando apenas para os últimos anos, a moral do de 2004/05 é que o pragmatismo do Benfica de Trapattoni foi mais eficaz do que o futebol muito elogiado do Sporting de Peseiro, e que um jogador que até já coxeava a correr, pode ser herói: Pedro Mantorras. A moral da época de 2010/2011, é que às vezes uma equipa pode ser tão superior às outras que nem as deixa acreditar, como aconteceu com o FC Porto de Villas-Boas. A moral do campeão de 2015/2016 é que a humildade de um Benfica de Rui Vitória se pode sobrepor-se à arrogância de Jorge Jesus, então no Sporting. A moral da época 2017/2018 é que é possível a um treinador como Sérgio Conceição fazer omeletes com os ovos que o FC Porto já tinha dentro de casa, alguns até de lado para outros consumirem, usados porque não havia dinheiro para comprar ovos novos. E a moral do campeonato de 2021 se resume num «e se corre bem?», de mal a COVID que afastou os adeptos dos estádios.
Se o Benfica for campeão, a moral é que é possível corrigir rapidamente um erro que todos sabiam ser um erro: permitir que Schmidt começasse a época de forma tão fragilizada. E que se pode ser campeão trabalhando com honestidade. Sem rasgos, mas honestidade, competência e correndo de novo de trás para a frente. Mas o problema é que com Lage o Benfica assumiu duas vezes a liderança. E por duas vezes a deixou fugir na semana seguinte. No primeiro caso, o benefício de ter sido em Alvalade, agora não há grande explicação no empate com o Arouca. E quem se agarrar ao erro de arbitragem - como se noutros jogos não tivesse acontecido o inverso, é normal - está a fugir ao essencial. Tem o Benfica medo de ser feliz, tendo melhores condições para o âxito?
Se o Sporting for campeão, a moral é que se pode ser campeão resistindo a tudo. À saída inesperada de um treinador marcante; a um erro de casting, mas defensável, de um treinador numa fase em quase tudo se deitou a perder; a uma inacreditável onda de lesões que chegou a afastar oito habituais titulares no título da época passada... Se o Sporting for campeão, é porque o quer mesmo muito, num desejo superior às suas forças, não podendo tanto quanto o Benfica, que até teve margem para se reforçar, e bem, em janeiro.
Dou por mim a ler Pessoa. «Agir, eis a inteligência verdadeira. Serei o que quiser. Mas tenho que querer o que for. O êxito está em ter êxito, e não em ter condições de êxito.»"

De Rúben Neves a Bernardo Silva, passando por... Matheus Nunes


"FC Porto, Benfica e Sporting já prepararam, e bem, a próxima época.

Não está a correr de feição a primeira época de André Villas-Boas como presidente do FC Porto. A herança, todos o sabíamos, era bem pesada e apesar de tudo ter começado da melhor forma, com a épica conquista da Supertaça — com a inesquecível reviravolta, de 0-3 para 4-3, diante do campeão Sporting —, os problemas começaram e continuam a fazer-se sentir.
No futebol, tudo leva tempo. É dos livros. Novo presidente, mudança de treinador, plantel transfigurado. Neste contexto, dificilmente os bons resultados podem suceder-se, o que torna natural a época atribulada dos dragões. Vítor Bruno não resistiu aos primeiros desaires e acabou substituído por Martín Anselmi, que foi contratado, acredito, para começar de imediato a preparar a próxima temporada.
O mesmo será dizer que esta foi uma época perdida e que o FC Porto desbaratou o ano zero e vai começar tudo de novo. Neste momento, luta apenas para recuperar o terceiro lugar no campeonato, uma tarefa que não se afigura fácil, dado o potencial do SC Braga, e que se reveste de enorme importância, tais as consequências que pode ter a ver com a próxima campanha, até porque daqui a pouco tempo estará a participar num inédito e desgastante Mundial de Clubes.
O treinador descoberto no México, no Cruz Azul, foi uma aposta de risco e a ousada ideia de jogo do argentino não tem facilitado a tarefa. É preciso tempo — no mínimo, uma campanha iniciada com uma pré-época — e, essencialmente, jogadores de qualidade. O que, convenhamos, é o maior problema. Os dragões vivem um tempo de vacas magras e as limitações financeiras são imensas, o que desde logo condiciona as contratações. E, claro, a permanência das mais-valias.
Por aqui se explicam as transferências de Nico González e Galeno, por aqui se escancaram as portas para a saída de Diogo Costa ou se torna tarefa gigantesca segurar a joia da coroa, Rodrigo Mora, um talento extraordinário, que já me parece a mais na periférica Liga portuguesa.
Ou muito me engano ou o FC Porto vai ter de reconstruir a equipa, assim ao jeito de um novo ano zero, o que para um adepto dos dragões nunca será fácil de aceitar, tal a habituação a conquistas consecutivas durante décadas.
Para já, Villas-Boas está a começar bem, procurando o regresso de Rúben Neves, como A BOLA revelou. Um médio de enorme qualidade, com muito para dar ao futebol, pois apenas tem 28 anos, e uma referência do clube. Um jogador capaz de suportar o peso de uma reconstrução, não encarnasse ele a mística azul e branca.
É por este prisma que observo também a intenção de o Benfica fazer regressar Bernardo Silva, notícia também adiantada por A BOLA. Outro talento de indiscutível qualidade. Um craque, que irradia classe.
Já agora, se me permitem deixar um conselho para igualar as contas dos três grandes, considero que o Sporting tudo deveria tentar para fazer regressar a Alvalade… Matheus Nunes."

João Félix...



"Bem sei que as notícias recentes, levadas a cabo pelos pasquins habituais mais não visam do que tentar criar um clima de instabilidade no balneário e gerar conteúdos para os detratores que se alimentam disto.
Mas aproveitando a deixa, tenho que fazer uma comparação que para mim é inevitável...o talento é geracional, João Vieira Pinto, após a sua má experiência no estrangeiro preferiu abdicar de muitos milhões ao longo da carreira e construir uma carreira brilhante em Portugal, se hoje é por vezes um ídolo esquecido nas nossas hostes apenas se deve à sua saída, sem qualquer tipo de responsabilidade, para o nosso rival...se não fosse isso, hoje seria aplaudido vezes e vezes sem conta no nosso estádio.
Dai a minha comparação, João, olha para a carreira, olha o que ainda podes alcançar, pensa que mais vale abdicar de uns milhões agora, por algo que daqui a 30/40 anos valerá muito mas muito mais.
O Benfica não têm o poder financeiro para te garantir os salários principescos que vais usufruindo, mas terás o amor e o carinho que te vai faltando para poderes colocar em prática jogo sim, jogo sim a tua magia em campo. Sei nem que amor e carinho não pagam dividas nem, neste momento, enchem o bolso...mas daqui a 30/40 anos quando os €€ já não entrarem no bolso verás que não há nada que pague aquilo que Augusto, Águas, Eusébio, Coluna sentiam ao serem aplaudidos de pé por uma multidão que os ama incondicionalmente...podes achar que é pouco...mas nessa altura acredito que irás achar que nada no mundo paga esse reconhecimento...
Enfim...um devaneio meu..
Isto tudo apenas para dizer...volta que será bem recebido e acarinhado."

5 minutos: Diário...

Terceiro Anel: Diário...

Zero: Tema do Dia - Lesão de Neymar: Ainda tem condições para continuar?

Fim de semana preenchido


"Esta edição da BNews é dedicada a vários temas da atualidade benfiquista.

1. Próximos jogos
Sexta-feira, a equipa B visita a U. Leiria às 11h00. Os Juniores e os Juvenis recebem, respetivamente, o Ac. Viseu às 15h00 e o Casa Pia às 11h00.
Às 17h30, na Luz, começa a final dos play-offs do Campeonato Nacional de voleibol entre Benfica e Sporting.

2. Agenda para sábado
O Benfica desloca-se a Guimarães para defrontar o Vitória SC (20h30). A equipa feminina de futebol recebe o Valadares Gaia em jogo da primeira mão das meias-finais da Taça de Portugal (14h00). Em basquetebol, a equipa masculina defronta o Sporting no reduto leonino (15h00) e a feminina tem embate na casa do Quinta dos Lombos (11h45). A equipa feminina de futsal visita o Leões Porto Salvo (18h00).

3. Especial informação
Graves erros de arbitragem em debate na BTV.

4. Homenagem
O Bicampeão Europeu José Augusto foi celebrado no Barreiro por ocasião da apresentação do seu livro no auditório Manuel Cabanas, na Biblioteca Municipal. Clube | José Augusto celebrado na sua terra, no seu Barreiro!

5. Lendários
O regresso de Miccoli à Luz.

6. Pentacampeãs dão autógrafos
Foi muito concorrida a sessão realizada na Benfica Official Store do Estádio da Luz.

7. Prestígio
O treinador de andebol do Benfica, Jota González, passa a acumular o cargo de selecionador da Polónia.

8. Reforço
Carolina Monteiro é reforço do andebol feminino benfiquista.

9. Boa classificação
Samuel Barata terminou a maratona de Roterdão no 9.º lugar.

10. Contributo internacional
Três atletas do Benfica estiveram ao serviço da seleção nacional de râguebi na 3.ª etapa da HSBC Sevens Challenger Series.

11. Nadadores benfiquistas em destaque
Diogo Ribeiro conseguiu o ouro nos 50 metros mariposa e Miguel Nascimento a prata na mesma prova. Este último foi ainda 3.º classificado na final dos 50 metros livres no Irish Open 2025. Rafael Mimoso conseguiu um 2.º lugar no Multi Nations Júnior, e, no Meeting Internacional de Felgueiras, foram obtidas 15 medalhas.

12. Bom desempenho na ginástica
Título nacional da equipa masculina no duplo minitrampolim e quatro pódios no Nacional de Duplo Minitrampolim e Tumbling.

13. Goalkeeper experience
A primeira edição foi um sucesso.

14. Visita solidária ao museu
Uma iniciativa do futebol de formação em colaboração com a ARIFA.

15. Casas Benfica de Arouca e de Oliveira de Azeméis
Representantes desta embaixada do benfiquismo estiveram na Luz no desafio com o Arouca."

Cada vez menos diabos, cada vez mais vermelhos (de vergonha)


"Uma frase bem intencionada, e até lógica, de Ruben Amorim que pode ter leitura perversa

«Se estamos a falar de erros, podem ver o meu registo – é o pior da nossa equipa e penso que sou a pessoa certa para a treinar a equipa»
Ruben Amorim, treinador do Manchester United, na conferência de imprensa antes do jogo com o Lyon, da segunda mão dos quartos de final da UEFA Europa League

Era de esperar. Depois de ter deixado Onana de fora no fim de semana, no jogo em Newcastle, na sequência dos erros do guarda-redes em Lyon, na UEFA Europa League, e de Altay Bayindir, o substituto, também ter comprometido, Ruben Amorim passou grande parte da conferência de imprensa de quarta-feira, na antecipação do reencontro do Manchester United com a equipa de Paulo Fonseca, a falar da situação dos guarda-redes. Sem se comprometer sobre se irá tentar contratar alguém para a posição no próximo verão (acho que só se não puder), o treinador português fez a defesa possível de Onana.
O momento mais curioso foi quando lembrou que também acumula erros esta temporada e que nem por isso deixa de acreditar que é a pessoa indicada para liderar a equipa, tendo perspetiva idêntica com o guarda-redes habitualmente titular. Faz sentido, mas a forma como falou deixa outra leitura: é por cometer tantos erros que Amorim é o treinador indicado para este United, porque encaixa na perfeição...
Como é evidente, não era isso que o ex-técnico do Sporting queria dizer. Mas que os diabos vermelhos são cada vez menos diabos e que o vermelho já vem tanto do embaraço nas faces como da cor das camisolas, parece-me difícil contestar. Chegará fazer a limpeza de balneário prometida? É que o coro contra Amorim, questionando a sua competência, vai subindo de tom."

Liga, FPF, futebol português: é tempo de dar respostas


"Com a centralização dos direitos televisivos à cabeça, há temas para falar no futebl português. E não é com 'zonas mistas' fictícias que isso vai suceder

Agora que todos já votaram e todos os pelouros estão entregues e assumidos, é tempo de começar a dar respostas ao futebol português.
A primeira e fundamental, muito bem sinalizada pelo novo presidente da Liga Portugal, é a do processo de centralização dos direitos televisivos. Falta pouco mais de um ano para ter de ser entregue um plano de ação e em 2028, diz a lei portuguesa, os direitos dos jogos das ligas profissionais terão de ser vendidos em bloco. Não se sabe a quem nem por quanto. Pelo (não) andar da carruagem e pela falta de vontade de consensos demonstrada até ao momento, é até possível que o Governo português tenha de fazer uma de duas coisas: adiar o que está legislado ou assumir as rédeas do processo em 2027/2028. 
Mas há mais aspetos a merecer respostas no que respeita à Liga Portugal e à Federação Portuguesa de Futebol, cujo novo presidente acaba de mudar-se da Arena Portugal para a Cidade do Futebol.
No dia da tomada de posse do novo presidente da Liga, houve uma alegada zona mista para declarações. Para quem está menos familiarizado, a zona mista é o local onde os jornalistas são acantonados neste tipo de acontecimentos, à espera que alguém tenha a boa vontade de prestar ali umas declarações. Com todo o respeito pelo clube, o único VIP disponível para falar foi o presidente do Torreense.
Havia perguntas interessantes para fazer a Reinaldo Teixeira e Pedro Proença, por exemplo, sobre a notícia de que, em menos de dois meses, quatro dezenas de funcionários da Liga foram trabalhar para a FPF, deixando o organismo que gere o futebol profissional em défice.
Ou mesmo ouvir alguns clubes sobre este detalhe aborrecido dos direitos televisivos."

Alta pressão no futebol


"O flagelo agoniante dos condenados e a sedutora genialidade dos ganhadores

Dando continuidade ao processo que marca de forma decisiva este último período do campeonato, volto a referenciar uma reflexão que ao longo do tempo tenho dado a conhecer publicamente, neste cair de finados, dada a luta por vezes desconcertante das equipas para vencer o título, acesso à liga dos campeões, provas UEFA, manutenção ou subida de divisão.
Este foco que o ato competitivo, provocado por uma elevada expectativa na conquista de um resultado, quando não for capaz de ser ultrapassado, pode gerar nos jogadores um presságio devastador pelo risco ou receio de perder, acusando um estado de negligência emocional, sabendo-se que, como tantas vezes tenho repetido: quando o medo de perder supera a vontade de ganhar, perde-se quase sempre, vendo-se abertas as portas dos balneários e dos seus acessos, àqueles que mais se podem identificar como os prisioneiros da desgraça.
Não se pode por isso ignorar a importância e influência que os processos emocionais exercem sobre o comportamento dos jogadores e da estrutura profissional que lhes confere a sua verdadeira identidade.
Pelas atitudes verificadas em jogadores movidos por uma causalidade onde possa residir falta de confiança, os nervos e a angústia aumenta-lhes o cansaço, pensam que tudo lhes pode sair mal, individualizando em excessivo as técnicas de ação, cometendo faltas sucessivas, discutindo sobre questões para as quais não têm possibilidades de resolução (relvado, público, árbitro, chuva, vento, etc.), deixando-se envolver por um sentimento base negativo e olhando o futuro como um pesadelo, provando que a inquietação, o desespero e a derrota têm um efeito mais retumbante.
Por vezes, a obrigação absoluta de ultrapassar o adversário pode transferir para o processo emocional um acicate, quando os jogadores não são capazes de dominar este estado de pressão.
A associar nos caso típicos de equipas que, no decorrer da época, firmaram as presenças nas diversas provas internacionais, a ser objeto de larga discussão pela inerente densidade competitiva, se viram por isso destituídas de jogadores em diversas seleções, com a interrupção de rotinas presenciais nos seus clubes de origem, enquadrados noutros perfis de exigência técnica, tática, competitiva e emocional, por vezes associando viagens de longas durações, com alterações climáticas e fusos horários a ultrapassar, pela complexidade do jet lag, que nalguns casos geraram maiores manifestações de fadiga, maior dificuldade de concentração, maior irritabilidade, maior perceção de ameaça e diminuição do estado de alerta, conduzindo a situações de maior fragilidade, quantas vezes autenticadas nas lesões num tempo de prolongada recuperação.
Para contrariar este estado de sítio, terá de se definir claramente a capacidade de empenhamento dos jogadores para um rendimento desejado, permitindo sonhar com o futuro, porque fortes, convencidos e motivados. Contudo, a capacidade humana para superar adversidades é fenomenal. Há equipas e jogadores que, após o relato de fatores adversos, renovam um espírito avassalador, transformando a adversidade numa força mobilizadora e aglutinadora, capaz despertar maior empenhamento para a obtenção do sucesso.
Contemplando o que de forma repetida procuro inserir nas minhas reflexões, tendo presente algumas das minhas experiências que foram objeto de fundamentação pelo sucesso conseguido, anoto a premente necessidade de remodelação de conteúdos no que corresponde à inserção de metodologias de treino. Sendo assim, passo a equacionar algumas dessas referências:
1. Restabelecer ou incrementar um compromisso por parte de cada jogador na concretização de objetivos quer em cada treino, quer em cada jogo, construindo para o efeito um quadro de excelência onde possa colocar os seus rankings de sucesso, podendo ser validados como um elemento desafiador de conquista (passos positivos, assistências para remate e golos, desarmes com eficácia, remates e sua qualificação, etc…). Isto é, pelo estudo e regulação dum código de conduta, permitir através do esforço, disciplina e dedicação uma matriz onde se incorpora a dinâmica de sucesso de cada qual. Estaremos, assim, a ajudar a transferir para o processo de consciência este enriquecimento dum património justificadamente qualificado e substancialmente enaltecido das funções que são exigidas, quer a cada jogador na sua individualidade, quer à equipa na sua globalidade.
Sabemos que os jogadores mais capazes de obter o sucesso também são aqueles que melhor conseguem dominar os índices de pressão que se vão acumulando ao longo do jogo. Para isso, necessitam de identificar as origens deste estado crítico. Em termos somáticos identificam-se pela transpiração excessiva, garganta seca, forte transpiração, arritmias diversas, etc… Em termos cognitivos, estão mais sujeitos às crises de pensamento (não consigo, sou fraco, tenho receio de me lesionar, etc…, aparecendo na memória uma nuvem de incerteza, provocada pelas histórias negativas dos insucessos nos desempenhos registados). Chamei-lhe, num dos artigos em tempos publicado, o veneno da memória. Como consequência de tudo isto, apresentam geralmente uma qualificação técnica de miséria — passes errados, faltas sucessivas, incapacidades flagrantes no teor de finalização, problemas de ordem disciplinar, etc. Podemos construir a partir destas avaliações e reflexões os traços de personalidade dos jogadores que mais resistem e combatem ou, por outro lado, desaparecem perante os desafios que a pressão do jogo lhes impõe. 
2. Inserir na dinâmica processual de treino a técnica de visualização criativa dos gestos técnicos que estão inscritos no código do êxito participativo. É fundamental que as imagens de sucesso sejam previamente e insistentemente documentadas, exaltadas, visualizadas e experienciadas, sendo mobilizadas as fontes de convicção no desejo de se verem repetidas.
3. Outra das formas para ajudar a eliminar os estados de pressão está na aplicação metodológica do trabalho respiratório profundo, associado à técnica de relaxamento muscular progressivo com base nos exercícios de respiração/tensão/relaxamento, capazes de transmitir paz, serenidade, tranquilidade, que pode ser treinada inicialmente num gabinete, sala ou balneário para depois ser aplicada durante o jogo no momento das suas paragens (assistências médicas, substituições, etc.). Creio que esta metodologia de referência assume-se como um processo modelar que ajuda a libertar a tensão acumulada, podendo um jogador, em estado de crise momentânea, ver fortalecido o seu domínio de autoconfiança, manter ou porventura melhorar a capacidade de concentração e autocontrolo e selecionar os melhores níveis de eficácia nas tomadas de decisão.
Perante um alto estado de pressão, associando a qualquer metodologia de treino uma cultura de honestidade, autenticidade, ética, resiliência e otimismo, poderemos — com maior rigor e segurança — atestar comportamentos, ajustar desejos, invocar convicções e então sim, partir para a viagem de sonho onde poderá habilitar ao sucesso."

ESPN: Futebol no Mundo #443 - Semifinais da Champions e exclusiva com Antony

Zero: ZZ - Jornada, bilhetes para os grandes e o mercado (Félix, Bernardo Silva, Rúben Neves)

Zero: Saudade - S03E32 - «Disse ao Fernando Santos para meter o Deco a jogar no Porto: 'É um craque do carago'»

Zero: Afunda - S05E55 - Shai ou Jokic? Green ou Zubac? Reid ou Pritchard?