Últimas indefectivações

segunda-feira, 27 de outubro de 2025

Orgulho benfiquista


"Quero, enquanto Presidente do Sport Lisboa e Benfica, expressar o meu profundo orgulho pela vitalidade democrática do nosso Clube.

O Sport Lisboa e Benfica e os seus Sócios deram, uma vez mais, uma plena demonstração da sua inigualável grandeza – em Portugal e no mundo.
Estabelecemos um novo recorde mundial num dia intenso de democracia, pluralismo e respeito pela história e pelos valores do Sport Lisboa e Benfica.
Foi, também, um dia de inexcedível demonstração de profissionalismo e de paixão pelo Clube por parte de todos os colaboradores que tornaram possível que um ato eleitoral de dimensão tão extraordinária decorresse com inesquecível lisura e exemplaridade.
Em nome pessoal e da Direção que tenho a honra de liderar, expresso o meu sincero agradecimento a todos os Sócios, a todas as candidaturas e a todas as pessoas envolvidas neste ato eleitoral, que ficará para sempre inscrito como um dos momentos mais marcantes da história do nosso Sport Lisboa e Benfica."

Noronha....

Rui Costa...

Vitória na Hugo dos Santos

Benfica 105 - 72 Guimarães
27-20, 29-25, 26-11, 23-16

Mais uma vitória larga, desta vez, com os actores secundários a tomarem conta do jogo, com os Triplos a entrarem...

O Benfica Somos Nós - S05E20 - Arouca e Eleições...

Rui Costa foi fixe, Noronha Lopes nem por isso


"O maestro venceu de forma clara neste sábado porque o povo confia nele

O povo saiu à rua, votou em massa e pronunciou-se. O nome de Rui Costa surgiu como grande vencedor deste ato eleitoral, mas apesar da grande diferença para Noronha Lopes, a votação no maestro não lhe permite tomar posse.
Ainda assim, Rui Costa tem todos os motivos para estar satisfeito e confiante numa reeleição. Já Noronha Lopes chocou com a realidade.
As sondagens em Portugal não têm refletido de todo as votações em urna, seja na política ou no futebol. O que pelo menos levanta questões de metodologia. A demografia do país tem mudado e, olhando para este caso concreto, o Benfica tem esta particularidade de abranger todo o território nacional e ainda vários pontos no estrangeiro.
Noronha talvez tivesse razão para estar otimista, mas Lisboa não representa o Benfica no seu todo. As sondagens e as votações realizadas no Estádio da Luz foram mais próximas no resultado de ambas, mas faltou um Portugal inteiro a Noronha Lopes.
Posto isto, há segunda volta e muitos fatores entram em equação. Haverá a mesma adesão? Duvida-se. Os apoiantes de Rui Costa serão menos a votar, acomodados na vantagem que o maestro teve nesta primeira volta? E os de Noronha? Ficarão em casa resignados aos 26 por cento ou, já exaustos desta campanha, desiludidos por Noronha não abdicar e terminar já com o momento para haver um ambiente de paz?
A ida a uma segunda volta é legitima, mas perante tamanha diferença não se perceciona como João Noronha Lopes pode dar a volta à situação. Terá muito que fazer para convencer eleitorado de todos os quadrantes. Mostrar a todo o país que é uma pessoa confiável, humilde, sincera e capaz de levar o Benfica para a frente. Até aqui, não o conseguiu fazer. Isto perante um Rui Costa cuja postura é elogiada e valorizada, mesmo quando o próprio admitiu que o mandato podia ser melhor.
Aliás, o melhor resultado de Bagão Félix para o Conselho Fiscal em comparação com o de Noronha Lopes indicia uma desconfiança no candidato à direção que não existe sobre o antigo ministro, que anda na esfera pública há muitos anos e tem reputação imaculada. Há sempre ideias em todas as candidaturas, mas a relação de confiança e a perceção de fiabilidade no candidato é fundamental.
Há um caminho para Noronha Lopes chegar à presidência, ainda que improvável, que é suceder algo como nas presidenciais de 1986. Aí, também Freitas do Amaral obteve 46,3% dos votos na primeira volta, enquanto Mário Soares teve 25%.
Como o país sabe, Soares viria a ser Presidente da República. A esquerda política, mesmo aquela que o combateu sempre, uniu-se para derrotar Freitas do Amaral com um slogan que ficou para a história: «Soares é fixe.»
Noronha está em situação idêntica, melhor na percentagem, mas pior na lógica. Precisa que os votantes de Manteigas e até de Vieira se unam em torno dele, como o PCP fez para com Soares, outrora inimigo número 1. É desde logo muito improvável que isso suceda por vários motivos.
Primeiro, Vieira é mais próximo do eleitorado de Rui Costa do que de Noronha Lopes. Essa é uma grande diferença para o exemplo de 1986. Até se pode teorizar que o votante Vieira é um eleitor contra Rui Costa, magoado pelos acontecimentos de 2021. Uma teoria possível, mas difícil de ver em prática, mesmo que, numa ironia monumental, Vieira apelasse ao voto em Noronha Lopes - esse gesto beneficiaria ou prejudicaria mais o candidato da lista F?
Os votantes de João Diogo Manteigas são poucos para dar a vitória a Noronha Lopes, à luz dos resultados deste sábado. Seriam precisos os de Martim Mayer, e seriam os votos de Vieira a decidir. O próprio candidato da Lista C tem de fazer a sua leitura pessoal e política. Se tem ambições futuras, Manteigas tem de escolher com sensibilidade os próximos passos a dar, porque como se viu nesta campanha, o passado volta sempre.
Antes de se conhecer o resultado final dos dois pavilhões da Luz, era altamente improvável uma reviravolta, correndo o risco Noronha Lopes, numa tentativa de querer fazer como Soares, levar com um resultado avassalador. A leitura dos resultados desta primeira volta é clara: Rui Costa é fixe, Noronha Lopes nem por isso…
No rescaldo, o gestor disse que «quase 60% dos benfiquistas não se revê no rumo que o Benfica está a tomar». É uma maneira de ver as coisas. Outra possível é a de Rui Costa, que argumentou que há 70% que acham que Noronha Lopes não é a solução.
Rui Costa encheu o campo, está em controlo do jogo e pelo repique a Noronha está em boa forma para o que falta jogar."

Eleições Benfica: pontos positivos e pontos negativos


"O ato eleitoral do Benfica decorreu durante o dia de ontem. Sem ter acesso aos resultados, vou-me focar nos pontos positivos e negativos da campanha.

Profissionais BTV
Começo pela BTV. Não deve ser fácil para os profissionais da BTV lidarem com todo este processo eleitoral, porque quem controla e quem dita as regras neste canal é uma das partes interessadas neste processo. Apesar desta limitação, a importância destas eleições exigia que a TV do clube estivesse presente e que conseguisse demonstrar independência nas suas funções. Assim, foram promovidas entrevistas individuais com o mesmo formato a todos os candidatos. Em todas estas entrevistas o tom, o conteúdo e a dinâmica foram idênticas.
A TV do clube deu voz e espaço para que todos que se apresentaram a sufrágio pudessem apresentar as suas ideias. A gestão das entrevistas foi independente e rigorosa. Neste campo realço dois pontos importantes. O primeiro, e mais óbvio, foi a forma como quem lidera percebeu a importância de a TV, em determinados momentos, estar ao serviço do clube e não de quem o lidera. O segundo, e também bastante visível, é a capacidade e competência dos profissionais que desempenham funções na BTV.
O debate entre todos os candidatos voltou a ter uma boa organização, com tempo e espaço para que todos pudessem apresentar os seus argumentos e, mais uma vez, bem moderado e com total independência.
O ponto negativo, e que não tem a ver com os profissionais que trabalham na BTV, está relacionado com a ausência de debates 1X1. Independentemente do número de candidatos parece-me que seria importante ter um formato mais reduzido para que pudesse haver um confronto de ideias mais específico e, no limite, um maior esclarecimento por parte dos sócios que pretendem votar em consciência.

A gestão das campanhas
Ao longo destes meses, todos os candidatos tiveram espaço e tempo para apresentarem as suas ideias. Com o desenvolvimento das redes sociais fica mais fácil chegarem a mais pessoas. Os candidatos mais conhecidos são os mais apetecíveis e têm maior destaque na comunicação social. Os que não têm tanto protagonismo, conseguem alcançar o seu público alvo de outras formas, seja através de podcasts ou entrevistas para as várias plataformas existentes.
A minha análise, neste caso, vai para a forma como as diferentes equipas de gestão de campanha geriram o seu caminho. Percebo que os candidatos com menor dimensão mediática tenham de ir a todas as solicitações. Esta é uma forma de estarem presentes e de apresentarem as suas ideias. Mas e os outros? Faz sentido terem dado entrevistas de manhã, à tarde e à noite? Faz sentido estarem a responder às mesmas questões várias vezes ao dia? Faz sentido deixarem no ar mensagens repetidas como se parecessem cassetes estragadas?
Percebo que quem se candidata queira chegar a todo o lado, que pretenda responder a todas as solicitações para demonstrar abertura, não fugir a nenhuma questão e para evitar quaisquer críticas de sócios, mas a questão que coloco é se tantas solicitações são positivas ou negativas para os candidatos? Para um candidato que não tenha o dom da palavra e que não consiga criar muita empatia a falar, faz sentido ir a todas? A imagem negativa que pode deixar compensa a disponibilidade que quer demonstrar? Se quer ir a todas as solicitações não deveria ter mais cuidado de modo a evitar apresentar as ideias sempre da mesma forma e com as mesmas palavras?
Em eleições tudo conta e todos os pormenores são fundamentais. Ninguém consegue agradar a todos e as escolhas devem ser feitas de uma forma criteriosa. Não estou com isto a dizer que os candidatos devem fugir a entrevistas. O que estou a dizer é que aqueles que têm maior dimensão têm de ser seletivos. Por vezes, menos pode significar mais. Conforme escrevi na última semana, esta foi a campanha dos chavões e das ideias mecanizadas. A questão que coloco é: se os candidatos tivessem sido mais seletivos, será que ficava com uma ideia diferente? Será que os chavões e as ideias mecanizadas foram exponenciados pela enorme quantidade de solicitações a que os candidatos mais bem posicionados acederam? Fica a dúvida...

A vitalidade
Apresentaram-se seis candidatos. Este facto permite retirar inúmeras conclusões. O que me parece óbvio é que o Benfica é um clube demasiado atrativo. O presidente do Benfica goza de um estatuto que poucos têm em Portugal. A dimensão social, o reconhecimento, o poder de ser reconhecido em qualquer lado, as portas sempre abertas para entrar e a vertente financeira fazem com que o lugar de presidente seja extremamente apetecível. Tudo isto é uma realidade.
Também é verdade que é bom haver seis candidatos com ideias e projetos diferentes. Ao contrário do que dizem não analiso isto de uma forma negativa. Seis candidatos não deveriam causar pressão no clube. Tal só acontece se encararmos um ato eleitoral como uma guerra ou como uma ameaça.
A questão é que há mais opção de escolha. Neste caso, os sócios votantes têm de ter a capacidade de perceber, de uma forma natural, o que querem para o futuro do clube. Têm ainda de conseguir distinguir, de uma forma clara, quem são os populistas, aqueles que aparecem apenas porque querem protagonismo. Estes são os candidatos perigosos.
Também é determinante perceberem quem está mais bem preparado para a função e quais os candidatos que representam os valores e a cultura que cada sócio pretende ver refletida no seu clube. Seja qual tenha sido o resultado da votação de ontem, espero que estas eleições possam trazer mais transparência, competência e credibilidade ao Benfica e, indiretamente, ao desporto em Portugal.

A Valorizar: Sócios do Benfica
À hora que escrevo a afluência às urnas é incrível. No dia de ontem o Benfica ultrapassou o recorde de sócios votantes de um clube não só em Portugal (que já era seu), mas também a nível mundial, superando o registo que pertencia do Barcelona. Com tudo isto, ganha o Benfica."

5 Minutos: Eleições...

Terceiro Anel: Diário...

BF: 1.ª volta...

TNT - Melhor Futebol do Mundo...

Rola a Bola #45 - 100M no Lixo ( SLB & FCP )

Zero: Afunda - S06E09 - O escândalo das apostas e as primeiras impressões

Vermelho no Branco #16 - Eleições...

Visão: Eleições...

Kanal - Tamos Juntos - Arouca...

EM DIA DE RECORDE MUNDIAL


"BENFICA 5 - 0 Arouca

00 hoje é dia de eleições, as atenções estão divididas, farei do jogo um relato mais resumido.
07 penálti a nosso favor, foi preciso o VAR, bola em braço aberto, nada a fazer, PA-VLI-DIIIIIIIIS um-zero, que bem marcado!
17 abre os olhos, ó apitador! Então não é penálti sobre o Prestianni? Não? Vais ter que ir ao VAR outra vez? E foste, que remédio! E que bem, insisto, que o Pavlidis marca penáltis: bolas secas, bem colocadas, junto ao poste! Dois-zero!
28 primeiro perigo deles é oferta inacreditável do Sudakov. Remataram ao lado, menos mal.
42 o hat trick do Pavlidis, uma bonita chapelada, foi defendido pela barra. Tinha sido bom, porque o jogo tem tido muito poucos motivos de interesse. Contem lá quantas defesas fizeram os redes?
45+4 Otamendi foi ao quinto andar e meteu-lhe a cabeça: três-zero! El capitan ao seu nível, no ar é tudo com ele, que máquina!
49 já está!!! PA-VLI-DIS, quatro-zero, terceiro golo do grego, não venham cá com histórias que é só de penálti, bela insistência! Vale a pena carregar até ao fim das jogadas.
58 Prestianni: apontamentos para uma titularidade mais continuada?
62 Mourinho a meter Barreiro e Schjelderup. Pena não ter metido também um ou dois miúdos.
66 Mourinho ouviu-me: o João Rego para o jogo. Este miúdo não há meio de ganhar cabedal. Parece franzino demais, mas isto sou eu treinador de bancada a analisar.
90+2 um penálti que não atrasa nem adianta, mas vai servir para a dragartada nos atirar à cara os penálti assinalados a nosso favor. Ivanovic: cinco-zero!"

Inundadas as urnas do Benfica, faltava Pavlidis inundar a Luz com golos


"Levados pelo ímpeto dos mais 85 mil sócios que participaram nas eleições do Benfica, os encarnados foram ao Estádio da Luz golear (5-0) o Arouca, agressivos a pressionar a todo o campo e a atacar os espaços em ataques rápidos. Em dia de sufrágio histórico, a equipa fez um hat-trick de penáltis, teve Pavlidis a festejar três vezes e preferiu os esticões ao controlo constante

Em inglês é floodlights, por acoplação. Junta-se a palavra “inundação” à de “luzes” para se chegar ao que em português merece um termo próprio. Para nós é holofotes, sem colar palavras com cuspo, para quem se inglesa é uma inundação de luz. Quando os respetivos se acenderam dentro do Estádio da Luz, as bancadas à pinha, a exacerbação constante de benfiquismo lá fora, desde a oito e meia da manhã, poderia fazer crer, porque as pessoas deixam-se contagiar pelas impressões, que no relvado haveria de ser uma exuberância parecida no crescendo.
Tão cedo que surgiu animação, assim pareceu. Precipitou-se o Benfica para a frente logo no arranque, pressionando alto, envolvendo a área com os seus, forçando os passes com alvo na área. Uma falta à esquerda deu um livre, Sudakov foi bater a tarefa, saiu-lhe sem jeito assinalável e o cruzamento frouxo, a meia-altura, tocou no braço amarelo de Espen Van Ee. O penálti teve outra diligência de Pavlidis, mecânico correr, rematar e festejar (9’) para embalar o interior da Luz no que a plateia ansiava por ter vindo embalada do que vivera no exterior.
Porque desde as oito e meia da manhã que assomaram às urnas e souberam, a cada hora, da boa graça do número de votantes a aumentar, as dezenas de milhar a engordarem rumo aos recordes. A democracia do Benfica resplendecia, animaram-se os sócios e inundaram a eleição para decidirem o presidente, havia uma chama imensa na participação cívica, se calhar não era estapafúrdio juntar a inundação às luzes, mas em português a palavra é outra por tal não se traduzir para um relvado. Pelo menos, para o da Luz.
De novo, pareceu que sim, outra vez, quando o frenético Prestianni, regressado da final do Mundial sub-20 com a Argentina para se estrear a titular, se esgueirou na frente de Tiago Esgaio. Derrubado do pequeno de cabelo pintado de loiro, houve outro penálti para o cobrador do fraque ser chamado a repetir. Para o mesmo lado rematou Pavlidis (22’), os encarnados engordavam também esta contagem. Mas da pressão a todo o campo, do ímpeto em quererem ir para a frente extraía-se apenas os dois remates a 11 metros, não um fio de jogo sem soluços.
Poucas eram as jogadas com princípio, meio e fim, que punham a equipa a construir da sua área para desempacotar na outra baliza. Os passes limpos de Tomás Araújo não eram correspondidos no miolo, onde Enzo se dedicava mais aos lançamentos longos e o tímido Sudakov, atreito a ficar com a bola, se precipitava em dá-la de primeira. Por duas vezes a desperdiçou na metade do campo encarnada, uma delas para servir Pablo Gozálbez, espanhol que no conforto de só ter Trubin entre ele e a baliza não acertou com o remate no alvo. A partir da meia-hora o Arouca soltou-se, já se viu Puche e Trezza a usarem o avançado Barbero para apoios frontais e a equipa espreguiçar-se, no ataque, à imagem de uma treinada por Vasco Seabra.
De bola corrida, a inundação de benfiquismo nas urnas fazia a equipa engolir pirulitos no campo. A equipa de José Mourinho, agressiva a querer a bola de volta, apenas criava algo quando apertava os adversários e recuperava a posse no meio-campo alheio, assim Enzo o fez de cabeça para Ríos lançar Pavlidis e o grego tentar um maroto chapéu, que foi à barra. Quando a iniciativa partia do Benfica, era-lhe difícil chegar à área do Arouca como o fazia a partir de cantos de Lukebakio. Foram dois a causar arrelia, ambos a ligar o pé esquerdo do belga à cabeça de Otamendi. Ao segundo, o argentino marcou já nos descontos.
A extrema eficácia inspirou a equipa a carregar um pouco mais na rotação com que fazia as coisas. Esgotado o intervalo, o Benfica voltou para encostar o Arouca atrás, a pressão um pouco mais intensa, os passes com maior acerto, os jogadores decididos a tentarem simplificar as ações. Viveu mal o adversário com a postura, sem saber como livrar-se das chocalhas, nem para impedir os 166 centímetros de Prestianni de ganharem uma bola no ar, logo dar em Pavlidis e o grego, depois de felizardo num ressalto, ter a ratice precisa para chegar ao hat-trick (50’). E vão nove golos neste campeonato para o grego, ninguém tem mais do que ele.
Mais agressiva nas disputas, incisivo depois a explorar os espaços vagados por um Arouca desorganizado na perda de bola, a equipa beneficiava do enérgico Prestianni, capaz de gerar ligações com colegas em espaços curtas ou de acelerar a jogada nos últimos metros. Teve no pé destro um remate em corrida que João Valido, rápido de reflexos, barrou com um braço. Noutro ataque acelerado, Lukebakio teve na chuteira canhota um remate arqueado demais para encontrar a baliza. O Benfica não inundava o jogo com um controlo em linha reta, a viver de respirações constantes, parecia que tinha maior conforto a confiar nos esticões que dava em ataques rápidos
O remate que Schjelderup fez rasar um poste, ao finalizar uma jogada da esquerdo para dentro, teve a mesma moda quando Mourinho já trocara as companhias de Enzo no miolo, colocando João Rego e Leandro Barreiro a escudarem o argentino, gente fresca para vigiar o japonês Fukui, saído do banco como fonte de bons passes no Arouca. Fora Naïs Djouahra, francês também lançado na segunda parte, que existe para vadiar no campo em busca de quem com ele tabele, os visitantes pouco tiveram com que ripostar.
Nos derradeiros 10 minutos ficaram à vista as costas de muitas cadeiras, destapadas por adeptos que abandonaram o estádio com o relógio ainda a correr. Não viram Franjo Ivanović, poupado a ser extremo improvisado, a chapar um remate de pé esquerdo que o guarda-redes desviou. As gentes que já tinham ido inundar as ruas em redor do estádio quiçá se apressaram a ir para perto de uma televisão, uma casa do Benfica, ou a sede de campanha de um candidato. Ter eleições coincidentes com um jogo obriga a escolhas, a de muitos preferiu não ver o penálti com que o avançado croata fez, já quase no toque do sino, o 5-0.
Foi praticamente o último ato que os holofotes da Luz iluminaram, uma inundação sobre a relva a juntar à que se foi aglomerando em filas sob água. Muitos sumiram do estádio antes do fim para regressarem à vida cívica benfiquista, as urnas já tinham fechado às 22h, mas a contagem dos votos ainda era infante. “A atmosfera do estádio estava incrível, era um dia especial para o Benfica”, disse Pavlidis quando o jogo acabou, certeiro no resumo. Ninguém ainda sabia quem ia ser o próximo presidente, essa última inundação só lá mais para dentro da noite."

Viram-se gregos com a águia que voou com as duas asas...


"Mourinho deu largura ao ataque e mais agressividade ao meio-campo. Com essas duas mudanças, os encarnados até disfarçaram a desinspiração de Sudakov e Lukebiako, e a inconsistência de Ríos, e controlaram um Arouca que viajou até à Luz e não levou o autocarro para dentro do campo. Pavlidis fez três golos, mas que bem que jogou Prestianni!

Três penáltis - dois do VAR e um do árbitro - deram corpo à goleada do Benfica sobre o Arouca, num dia em que o clube de Cosme Damião mostrou ao mundo a matéria de que é feito. Foi um triunfo sem sobressaltos, construído cedo, que apenas teve um soluço, já com 2-0, quando Sudakov fez um passe açucarado a Gozálvez, que por pouco falhou a baliza à guarda de Trubin.
O golo de Otamendi, já no lavar dos cestos da primeira parte acabou com as dúvidas quanto ao vencedor, e numa segunda parte essencialmente de gestão, com algumas boas saídas em ataque rápido, a ‘manita’ acabou por aparecer. Obviamente que o triunfo do Benfica não merece discussão, mas a expressão final do ‘placard’ representou um castigo demasiado pesado para um Arouca que quis jogar futebol; mas a diferença de cilindrada entre as equipas acabou por falar mais alto...

MOURINHO E A LARGURA
Há muitos anos houve uma polémica com a seleção do Brasil, porque os ‘canarinhos’ não tinham extremo-esquerdo e, dizia a ‘torcida’, jogavam feridos de asa. Continuando no campo da ornitologia, e passando do canário para a águia, José Mourinho decidiu dar asas ao ataque da sua equipa, colocou Lukebakio (está a 30 por cento do que pode e sabe) na direita e Prestianni na esquerda, e o jovem argentino agradeceu-lhe a autorização para jogar o Mundial de sub-20 com uma exibição de encher o olho, vibrante, alegre, sem medo para ir para cima dos adversário, tornando-se, enfim, o parceiro certo para Dahl, que não tem a vocação atacante de um Grimaldo ou de um Carreras.
Equilibrada a equipa nas alas, houve outra ‘novidade’ na atitude apresentada pelo meio-campo do Benfica, menos tímido na hora de fazer pequenas faltas táticas, que lhe permitiram raramente desposicionar-se do ponto de vista defensivo. Estivesse Sudakov com outro acerto, e Ríos com maior continuidade no seu futebol, e a exibição do Benfica podia ter subido uns furos. Mas Roma e Pavia não se fizeram num dia e as duplas das alas Aursnes/Lukebakio e Dahl/Prestianni podem pegar de estaca, até porque o norueguês tem a disciplina tática que falta a Dedic.
Mas falar deste jogo e não referir Pavlidis, seria pecado de lesa-majestade. O grego marcou três golos, dois dos onze metros, e provavelmente será disso que a maioria dos adeptos se lembrará. Mas o trabalho defensivo realizado pelo antigo jogador do AZ Alkmaar, foi simplesmente notável e não se resumiu a tentar roubar a bola ao Arouca nas saídas curtas. Foi possível ver Pavlidis a sofrer uma falta junto à linha de fundo de Trubin, quando acompanhou um adversário que tinha quebrado linhas aos encarnados.

AROUCA QUIS JOGAR
Esta é uma discussão com barbas no nosso futebol: perante a diferença abissal de meios à disposição dos treinadores, o que devem fazer os ditos pequenos quando defrontam os ditos grandes? Defender com toda a gente, num hercúleo 5x4x1, ou tentar surpreender o adversário com um futebol que procure espaços entre linhas? Vasco Seabra tem optado pela segunda via, e não serão estes 5-0 que irão fazê-lo mudar de ideias, porque ao longo da carreira tem um percurso frente ao Benfica muito conseguido. Porém, na noite eleitoral, a equipa de Mourinho esteve muito coesa a defender (exceção feita aos casos já assinalados), o que impediu que a estratégia arouquense, que noutras alturas (na época passada, por exemplo) deu frutos, funcionasse.
Há, pois, dedo de Mourinho nos aspetos referidos, da largura do ataque e da agressividade. Mas o produto do que tem trabalhado (pese embora estes 5-0) ainda está longe do que pode ser o ‘seu’ Benfica, pela simples razão de que há jogadores, entre os encarnados, que estão fora de forma (provavelmente caminham ao encontro do seu melhor...). Quando se juntar o que Mourinho quer com mais alguma coisa que alguns jogadores tenham para dar, esta equipa do Benfica começará a tomar a forma de um conjunto a ter muito em conta.

EM CONSTRUÇÃO
Um dos aspetos a melhorar no Benfica (para lá do jogo timorato de Sudakov e da irregularidade de Ríos, a que se juntou a ânsia de dar nas vistas de João Rego e Lukebakio – este desejoso de faturar, logo egoísta) tem precisamente a ver com a qualidade e o tempo do último passe, em ataques rápidos que começaram com muita qualidade, e acabaram desperdiçados.
Mesmo assim, Pavlidis e Ivanovic ainda obrigaram João Valido a duas boas defesas (58 e 88), enquanto que só por uma vez, na segunda parte, algum perigo rondou as redes de Trubin, numa iniciativa de Mansilla (86). Depois do balde de água gelada de Newcastle, este triunfo deu para o Benfica lamber as feridas, mostrando ao mesmo tempo ser um projeto interessante em construção, mas longe ainda de estar concluído."

Prestianni do Mundial sub-20 e o Pavlidis do costume


"Argentino não teve medo de ir para cima dos adversários e mostrou ser forte candidato a manter a titularidade. Grego marcou três golos nas quatro claras oportunidades que teve

(8) - Pavlidis
Aproveitou muito bem a faltinha com a mãozinha de Van Ee, que deu origem ao primeiro penálti, para, aos 9’, marcar o 1-0, com remate colocado para o lado direito do guarda-redes. Logo a seguir, aos 13’, quis ser benemérito e oferecer o golo a Prestianni, mas Tiago Esgaio impediu que a bola chegasse ao argentino. Mais uns minutinhos e foi a vez de Trezza cometer falta sobre Prestianni na área. Pavlidis voltou a marcar a grande penalidade e para o mesmo lado: 2-0. Era o oitavo golo do grego na Liga, quinto da marca dos 11 metros. Perto do intervalo, tentou o hat-trick através de um chapéu que lhe saiu demasiado alto. A abrir a segunda parte, recebeu a bola de Prestianni e, à entrada da área, rematou forte para, agora sim, chegar ao hat-trick. Tocou meia dúzia de vezes na bola e marcou três golos. Melhor era quase impossível.

(5) Trubin - Primeira parte tranquilíssima excluindo remate de Pablo Gozálbez rente ao poste esquerdo, segunda tranquila. A pulsação não terá passado das 60 ou 70 ao longo dos 90 minutos.

(6) Aursnes Apareceu mais fresco e com maior mobilidade do que nos últimos jogos, quer a defender, quer a atacar. Ainda não foi o melhor Aursnes do Benfica, mas mostrou-se mais influente.

(6) Tomás AraújoVoltou a fazer parelha com Otamendi no centro da defesa. A última vez fora a 31 de agosto, na jornada 4, na deslocação a casa do Alverca: vitória por 2-1. Seguro com e sem bola nesta goleada.

(7) Otamendi Intenso, como sempre; perigoso de cabeça, igualmente como sempre. Pouco depois da meia hora, na sequência de pontapé de canto, desvio poderoso de cabeça, mas por cima. Estava na cara que haveria de marcar e fê-lo aos 45+6', obviamente de cabeça, após canto de Lukebakio na direita e falha de João Valido. (6) Dahl – Tal como Aursnes, pareceu dois ou três furos acima dos últimos jogos. Defendeu bem e atacou razoavelmente bem.

(6) Enzo BarrenecheaNão teve muito trabalho e, por isso, não se evidenciou. Sem erros e sem rasgos.

(6) Richard Ríos Bem, aos 42’, a lançar de cabeça o contra-ataque. Seguro e eficiente, até sair aos 67' para entrar João Rego.

(5) Sudakov Passou os primeiros 25 minutos quase despercebido até que, aos 29’, teve tremenda distração e fez um passe perigoso no meio-campo… mas para Pablo Gozálbez, que, à entrada da grande área do Benfica, rematou rente ao poste esquerdo. Mostrou qualidade com a bola nos pés, mas teve pouca influência no jogo ofensivo e mostrou-se incapaz de cumprir tarefas defensivas.

(6) LukebakioAlgo trapalhão e lento na primeira parte, deu nas vistas apenas no canto que esteve na origem do golo de Otamendi. Melhorou no segundo tempo, mas parece que lhe falta ainda perceber melhor o contexto coletivo de um jogo.

(7) Prestianni Entrou com tudo depois de um grande Mundial sub-20. Movimentava-se com intensidade e velocidade e, aos 21’, sofreu falta de Trezza dentro da área: penálti convertido por Pavlidis no 2-0. Sofreu diversas faltas ao longo do primeiro tempo, o que o impediu de criar maior perigo perto da área do Arouca. Voltou em grande na segunda parte, ganhando de cabeça (!) a bola a Tiago Esgaio, que sobrou para o terceiro remate fatal de Pavlidis. Ainda teve um grande remate perto da hora de jogo, defendido muito bem por João Valido. Sempre que recebia a bola só tinha uma palavra na cabeça: baliza, baliza, baliza. Forte candidato a ser, nos próximos jogos, titular.

(5) Leandro BarreiroEntrou para segurar e não teve tempo nem jogadas para poder brilhar.

(5) Schjelderup Pouco mais de meia hora em campo e sem capacidade para grandes rasgos, a não ser, perto do fim, numa arrancada pela esquerda.

(6) João Rego Entrou muito bem, quer a partir para a baliza do Arouca, quer a associar-se com os companheiros. Sofreu o penálti que Ivanovic transformaria no 5-0 final.

(5) IvanovicBom remate aos 89', na zona frontal da baliza do Arouca, para defesa apertada de João Valido. Impecável a bater o penálti para o 5-0.

(-) Ivan Lima Pouco tempo em campo, o necessário para se ir ambientando a um nível competitivo bem superior."

Vinte e Um - Como eu vi - Arouca...

Esteves: Arouca...

Terceiro Anel: Arouca...

BF: Arouca...

Observador: Relatório do Jogo - Arouca...

5 Minutos: Arouca...