Últimas indefectivações

quarta-feira, 17 de fevereiro de 2021

Regresso à competição...

Benfica 28 - 23 Belenenses
(14-11)

Depois de uma paragem prolongada devido ao Mundial, regresso ao campeonato com uma vitória tranquila, sem sermos obrigados a fazer uma grande exibição...

Antevisão...

Treino...

Objectivo: passar!


"A eliminatória entre Benfica e Arsenal, que terá início amanhã, em Roma (devido às restrições de viagens, no contexto da pandemia, entre o Reino Unido e Portugal), é cabeça de cartaz nesta fase da Liga Europa, ao opor dois clubes que assumiram, logo no arranque da fase de grupos, pretenderem chegar o mais longe possível na prova.
Para chegarem aos 16 avos de final, tanto Benfica como Arsenal passaram incólumes na fase de grupos, sendo que os ingleses conseguiram mesmo o pleno de triunfos. Ambos ocuparam o pódio das equipas mais goleadoras: o Arsenal foi o segundo mais concretizador, com 20 golos, enquanto o Benfica atingiu os 18, a terceira melhor marca.
Tanto o treinador Jorge Jesus como o jogador Rafa assumiram hoje, na conferência de imprensa de antevisão à partida, que, embora o Arsenal se trate de um adversário muito forte, o Benfica terá uma palavra a dizer na contenda. O nosso treinador reconheceu o poderio atacante dos gunners e aventou a possibilidade de alterar a estratégia defensiva, realçando, porém, que a necessidade de uma boa organização precede a escolha do sistema a utilizar.
Esta será apenas a segunda vez que Benfica e Arsenal se encontram nas competições europeias. A estreia deu-se na temporada 1991/92, na 2.ª eliminatória da Taça dos Clubes Campeões Europeus, que ditou a passagem benfiquista à fase de grupos da prova no ano que marcou a inauguração desse modelo competitivo. O desafio disputado na Luz saldou-se por um empate a uma bola, ficando a decisão da eliminatória remetida para Londres, onde vencemos brilhantemente, após prolongamento, por 1-3. Houve ainda sete jogos particulares entre ambos os clubes (o primeiro, no Estádio Nacional, em 1948), com três triunfos e quatro derrotas para as nossas cores.
O Benfica já disputou 36 partidas com clubes ingleses nas competições europeias, das quais saiu vencedor de onze, empatou em seis e foi derrotado em 19. Nos percursos para as duas presenças na final da Liga Europa na última década, eliminou o Newcastle nos quartos de final (2012/13) e o Tottenham nos oitavos de final (2013/14).
O Arsenal será, indubitavelmente, um forte obstáculo ao Benfica, mas será com muita crença e ambição que a nossa equipa abordará a eliminatória.
De Todos Um, o Benfica!"

Especial: Arsenal...

Benfica Podcast #398 - Troopz from Barstool Sports

O Cantinho Benfiquista #33 - Rome, Our Home Away From Home

Modalidades: Semanada...

Benfica After 90 - Moreirense...

Benfica After 90 - Rival's Perspective Midway Checkin - Braga

Fever Pitch - João, Miguel & Pedro... Trio!

Fever Pitch - João & João... Espanha!

A revolução não poupou Miguel Durán


"Pololo como capitão do Atlético de Madrid cumprimentando o capitão do Real, Santiago Bernabéu. Gente distinta. Miguel Durán Walkinshaw era o diretor da Fábrica de Explosivos de_Coruño y_Santa Bárbara. Só tinha um filho homem e tinha um orgulho infinito no seu varão. Miguel Durán Terry nasceu em Lugones, nas Astúrias, no dia 5 de Agosto de 1901. Viveria pouco mais de 33 anos, mas a idade da morte não se estabelece à nascença. Nem as causas. Nem sequer algo bem mais corriqueiro, como as alcunhas. E a alcunha de Miguel Durán filho era Pololo. Enamorado? Pode funcionar como tradução. No futebol era defesa e jogou por duas vezes com a camisola da Espanha. As duas contra Portugal, em Madrid (1921) e em Sevilha (1923).
Miguel Durán pai tinha nome inglês mas não tinha grande vontade que o filho passasse muito tempo a brincar com uma bola. Preferia que gastasse as horas a preparar-se para o substituir no cargo que ocupava. Por isso, quando fez dez anos, Pololo seguiu viagem para Madrid onde tinha à espera um futuro como engenheiro de minas. Vendo bem, não chegou sequer a ter futuro, mas isso nem Durán pai nem Durán filho podiam adivinhar. O que Pololo podia afirmar concretamente é que, contra a vontade do pai ou não, iria ser jogador de futebol enquanto estudava engenharia. Dividia os seus dias entre a_Escuela Superior de Ingeniaria e o Athletic Club de Madrid, uma filial do Athletic Bilbao que se independentizaria com o nome bem mais castelhano de Atlético de Madrid. Durante oito anos vestiu a camisola de riscas vermelhas e brancas que faziam lembrar os velhos colchões de palha e que, por isso, deram aos jogadores e adeptos do clube o apodo de colchoneros.
Pololo era um tipo esperto. E dedicado. Cumpriu a promessa que fizera ao pai Durán e concluiu os estudos. Com o canudo de engenheiro regressou à Astúrias e entrou para a empresa da família. O futebol estava-lhe tão entranhado no sangue que não conseguiu dizer adeus ao Atlético. Na véspera dos jogos, montava na sua motocicleta e percorria quilómetros e quilómetros para ir ao encontro dos seus companheiros, jogassem eles onde jogassem. Era, de certa forma, um religioso. Cumpria a promessa feita a si próprio e ao Atlético.
Em outubro de 1934, Lugones estava no centro de uma rebelião. Um grupo de insurrectos levantou-se numa greve geral revolucionária, movimento que fazia parte do anarquismo espanhol e tinha como objetivo espalhar-se por todo o país sob o nome de Revolução de Outubro. O resto de Espanha não escutou o chamado dos anarquistas. A revolução não saiu das Astúrias e, como tal, a História registá-la-ia como Revolução das Astúrias. A Comuna Asturiana lutava pela implantação de um regime socialista e houve vários lugares onde a autodenominada República Socialista chegou a hastear a sua bandeira, como Mieres e Sama de Langreo.
A resposta do governo radical-cedista, que aglomerava as Direitas Autónomas, chefiado por Alejandro Lerroux, não se fez esperar. E foi bruta. Os espanhóis, do País Basco à Catalunha, da Galiza às Astúrias, não são povos a quem o sangue afete a sensibilidade por aí além. Foi à custa de rios de sangue que construíram o império. Foi à custa de sangue que a República Socialista das Astúrias se afogou. O general Francisco Franco nem se dignou a deixar o seu posto em Madrid. De ali mesmo orientou a movimentação do exército, recorrendo a um grande número de soldados marroquinos, os regulares do Ejército de África, bem como a membros de La Legión que tinham estado estacionados no que se chamava, ao tempo, o Marrocos Espanhol. As forças eram desiguais. Os anarquistas acabaram por ceder. Mas ainda hoje a Revolución de Asturias é vista como a Comuna de Paris ou o Soviete de Petrogrado, a última revolução social, ainda que fracassada, do continente europeu.
A Fábrica de Explosivos de Coruño y Santa Bárbara tornou-se num alvo óbvio para os revolucionários. Logo nos primeiros dias da insurreição uns poucos de Guardias Civiles e uma dúzia de operários fiéis ao patronato foram dominados por completo na defesa das instalações. Pololo fugiu. Conseguiu apoderar-se de uma camioneta, pegar na mulher e na filha, e tomar o caminho de Oviedo onde o ambiente estava controlado. Pelo caminho foram barrados por um pelotão de amotinados. Miguel Durán Terry não parou. Forçou a passagem por entre os revoltosos que responderam a tiro. Uma das balas acertou-lhe em cheio no peito, na zona do coração. Pololo ainda estava vivo quando o arrastaram para o quartel da Guardia Civil. Mas por pouco tempo. O tiro fora fulminante e esvaiu-se em sangue numa hora. Ao contrário dos heróis, ele que só queria salvar a vida, não proferiu uma última palavra. Os espanhóis têm um gosto especial pelo sangue. Dois anos mais tarde matavam-se uns aos outros numa das guerras civis mais selvagens de sempre..."