Últimas indefectivações
terça-feira, 8 de julho de 2025
A candidatura de Luís Filipe Vieira
"Se Vieira for mesmo a jogo, a estratégia da restante oposição deverá ser repensada, porque passa a ter mais do que um alvo. Já Rui Costa irá preparar-se para outro tipo de ataques, tendo como principal trunfo um bom arranque do futebol do Benfica em 2025/26...
Se for desejo de Luís Filipe Vieira concorrer à presidência do Benfica nas eleições de 25 de outubro; se conseguir as assinaturas necessárias para o efeito; e se não houver qualquer impedimento estatutário; estaremos então em presença de uma candidatura tão legítima como as demais, mas que introduzirá elementos inesperados numa corrida que já se antevia extremamente renhida.
Presidente do Benfica entre 3 de novembro de 2003 e 15 de julho de 2021, Vieira viu-se então compelido a abandonar a liderança das águias, na sequência de problemas com a justiça que alegadamente envolveriam o clube da Luz. Quatro anos volvidos, e sem que os processos estejam encerrados, nada de concreto foi provado contra Luís Filipe Vieira, que viu o Benfica realizar, entretanto, uma auditoria forense aos anos da sua presidência.
Sem fazer juízos de valor quanto às motivações e méritos desta decisão de se apresentar novamente ao escrutínio dos sócios, e partindo do princípio de que a candidatura chegará a votos, é inevitável que seja feita uma extrapolação das consequências do regresso à ribalta encarnada do homem que esteve à frente dos destinos do clube durante quase 18 anos.
Do ponto de vista do próprio - e os votos dirão se a realidade onde entende estar a movimentar-se é real ou virtual – um ex-presidente que ergueu o clube das cinzas, dotou-o de infraestruturas de primeiro mundo, venceu seis Ligas e esteve em duas finais da Liga Europa, continuará a merecer o reconhecimento dos sócios. Quanto ao discurso que irá adotar, além de recordar tudo o que foi feito durante a sua gestão, Luís Filipe Vieira não deixará de atacar Rui Costa (chamem-lhe ‘vendetta’, se quiserem), como foi fazendo em algumas entrevistas ao longo dos últimos quatro anos, apostando sobretudo em alguma ‘inside information’ recolhida ao longos da coabitação na Luz com aquele que considerou ser o seu ‘delfim’.
Do ponto de vista dos outros oposicionistas a Rui Costa, a entrada de Luís Filipe Vieira na equação significará a impossibilidade de assestar todo o fogo no atual presidente, porque estão obrigados a guardar algumas munições para Vieira, sob pena de, se não o fizerem, estarem a dar uma vantagem estratégica ao antigo líder encarnado. E perante o que se espera do discurso da campanha de Luís Filipe Vieira, tentar colocá-lo no mesmo saco de Rui Costa, sob o chapéu do ‘vieirismo’, implicará o perigo de entrarem em incoerências várias.
Finalmente, Rui Costa, que por umas razões e outras vai estar no ponto de mira de todos os restantes candidatos (numas eleições que podem ter segunda volta...), o que pode fazer além de justificar-se das acusações, algo que em tempo de campanha tem escassa eficiência? Apresentar resultados desportivos será o seu melhor (e quiçá decisivo) argumento: resultados convincentes na recomposição do plantel, nas expetativas que serão criadas para a nova época e, acima de tudo, entrar na Champions e começar bem a Liga.
Mas a confirmar-se a entrada de Luís Filipe Vieira na corrida à presidência do Benfica, tenha ou não hipóteses de vencer, estaremos perante um daqueles factos que marcam o antes e o depois..."
Farioli, Bruma e as escolhas questionáveis
"Tentando perceber a lógica dos clubes, do FC Porto e o seu novo treinador ao Benfica e o seu futuro ex-jogador
Francesco Farioli foi oficializado este domingo como novo treinador do FC Porto, com contrato por duas temporadas.
Como principal cartão de visita apresenta a incrível forma como deixou escapar o título neerlandês, na última época, para o PSV...
Honra lhe seja feita. Com ele, efetivamente, o Ajax melhorou em relação ao ano anterior. E a cinco jornadas do fim do campeonato liderava com nove pontos de avanço sobre o rival de Eindhoven. Depois, nas quatro jornadas seguintes, somou dois pontos, o PSV fez o pleno e foi campeão.
Essa foi a única vez que o treinador italiano foi obrigado a jogar sempre para ganhar. No restante percurso como treinador a pressão foi sempre menor, pese os bons resultados na Turquia e no Nice, onde, no entanto, não venceu sequer metade dos jogos realizados.
E esse é o maior risco da aposta em Farioli. Quando não podia escorregar, escorregou. E no Dragão, atendendo ao desequilíbrio entre a classe alta e a classe média/baixa em Portugal, qualquer escorregadela pode custar muito cara. Anselmi nunca o percebeu, é bom que Farioli o faça, e depressa.
Mas o FC Porto não é o único responsável por escolhas altamente questionáveis. No Benfica, seis meses depois de ter sido contratado, Bruma já está na porta de saída.
O extremo quer jogar mais, as águias também não se importariam de vê-lo sair, desde que consigam recuperar o investimento de 6,5 milhões de euros feito em janeiro.
Mas o que mudou em seis meses? Não muito, tirando uma zanga com Bruno Lage. Quando chegou, parecia evidente que Bruma não teria lugar no onze do Benfica, de tal forma que, com quatro reforços e três vagas na UEFA Champions League, as águias optaram por deixar o internacional português de fora. Ainda fez uns jogos a titular, mas atendendo ao papel que tinha em Braga, e à idade, não me surpreende que já esteja a pensar sair.
O que me leva à escolha questionável. Em primeiro lugar, pagar 6,5 milhões de euros por um jogador de 30 anos; em segundo, pagar esse valor por um jogador de 30 anos que provavelmente não iria ser titular; em terceiro, pagar esse valor por um jogador de 30 anos que provavelmente não iria ser titular e dificilmente aceitaria ficar no banco; em quarto, pagar esse valor por um jogador de 30 anos que provavelmente não iria ser titular e dificilmente aceitaria ficar no banco e que jogava no SC Braga.
Depois da novela com Ricardo Horta, que o Benfica se tenha predisposto a dar aos bracarenses 6,5 milhões por Bruma, de 30 anos, para amuar no banco é algo que me custa aceitar."
A senhora da gadanha é implacável. E estúpida, já agora...
"Que interesse tem debatermos as razões pelas quais o homem não foi ao funeral? É como diz Abel Ferreira: estamos todos na fila. Ou como diz Jurgen Klopp: deve haver um desígnio, mas não estou a ver qual é...
A propósito das mortes de Diogo Jota e de André Silva, revejo-me nas palavras de Abel Ferreira: estamos todos na fila. E nas de Jurgen Klopp: deve haver um propósito maior, mas não consigo vê-lo. De resto, meus caros, de Ronaldo a Messi, de Trump a Putin, de Al Pacino a Madonna, somos apenas moscas a cheirar o cocó do cavalo do servo do rei do Butão.
Que interessa agora se Ronaldo foi ou não foi ao funeral? Que interessa se deu ou não deu as condolências à família? Que interessa se enviou ou não enviou flores? Que interessa se quis ou não quis interromper as férias? Que interessa se foi ou não ao funeral ainda por causa da dor que sentia pela morte do pai há quase 20 anos? Que interessa se ele decidiu não ir a Gondomar para evitar tornar a morte de dois jovens num circo mediático? É Ronaldo (e só Ronaldo) quem tem de gerir a melhor forma para lidar com a morte de Diogo Jota (e André Silva). É ele quem decide qual a maneira ideal para fazer o luto. Que interessa o que cada um de nós pensa sobre o facto de ele não ter ido ao funeral? Nada disso é importante. Nem sequer vagamente importante ou interessante: zero vírgula zero. Somos todos moscas a cheirar o cocó do cavalo do servo do rei do Butão. E estamos todos na fila. Indiana, presume-se. Uns mais na parte da frente da fila, sim, outros mais atrás. Mas todos, um dia, nos encontraremos com a senhora da gadanha.
Mas ela é implacável e, por vezes, atua de forma estranha e parva. Como neste caso. Deve haver um propósito, sim, deve haver. Mas, a não ser para quem é profundamente crente, o que não é o caso da mosca que assina este texto, é difícil vislumbrá-lo. Por vezes, dá sensação de que a senhora é uma espécie de marioneta nas mãos de quem manda nisto tudo. Seja Deus, Buda, Maomé ou Abraão. Tudo é indiferente para a senhora. Dean e Feher morreram aos 24; Pinto da Costa aos 87 e Manuel Sérgio aos 91. Rui Filipe aos 26 e Law aos 84. Senna aos 34 e Foreman aos 76. Diana aos 36 e a Rainha Isabel II aos 96. Aqui entre nós: faz sentido? Não. Talvez as mortes de jovens (famosos ou não) sejam apenas estaladas que a senhora nos dá simplesmente para estarmos alerta na fila indiana. Hoje, tu; amanhã, ele; depois de amanhã, vós, daqui a semanas, eles. E, um dia destes, eu ou nós. É por isso que digo e repito: que interesse tem estarmos a debater as razões pelas quais o homem não foi ao funeral? Acrescentará isso mais um dia a Diogo Jota ou André Silva? Atenuará a dor da família? Tenhamos sempre presente (embora seja difícil): somos apenas moscas a cheirar o cocó do cavalo do servo do rei do Butão."
Brad Pitt, a nova estrela da Fórmula 1
"O lançamento de “F1: O Filme” marcou um ponto de viragem no negócio da Fórmula 1, impulsionando o desporto para novos patamares de popularidade e valor comercial. O filme, protagonizado por Brad Pitt e realizado por Joseph Kosinski, não só liderou as bilheteiras mundiais com receitas de mais de 144 milhões de dólares no fim de semana de estreia, como também se tornou o maior sucesso de sempre da Apple Studios, com um impacto imediato na visibilidade global da modalidade.
O envolvimento direto de figuras reais da F1, como Lewis Hamilton, e a utilização de circuitos e carros autênticos deram ao filme um realismo raro, aproximando o público da experiência das pistas. Esta abordagem inovadora permitiu captar não apenas adeptos tradicionais, mas também novos públicos, especialmente jovens e espectadores de mercados não tradicionais, replicando e até superando o efeito da série “Drive to Survive” da Netflix.
O sucesso foi tão grande que até os chefes de equipa como James Vowles (Williams) e Fred Vasseur (Ferrari) destacaram que o filme tem potencial para abrir a Fórmula 1 a uma audiência ainda maior, reforçando a ligação emocional e cultural do desporto com o grande público.
Do ponto de vista comercial, “F1: O Filme” revolucionou a integração de marcas no universo da Fórmula 1. A criação da equipa fictícia APXGP, patrocinada por marcas reais, estabeleceu um novo paradigma de product placement, transformando parcerias em elementos centrais da narrativa e criando oportunidades inéditas de ativação de marcas dentro e fora do ecrã. Este modelo inovador foi considerado por executivos do setor como uma das melhores oportunidades de posicionamento de marca já vistas, com impacto duradouro na perceção e no valor comercial das empresas envolvidas.
O filme também contribuiu para o aumento do interesse de patrocinadores e do valor dos direitos de transmissão, ao demonstrar a capacidade da Fórmula 1 de atrair grandes audiências para além das corridas. O sucesso cinematográfico reforçou a imagem da F1 como plataforma de entretenimento global, onde desporto, cultura pop e negócios se cruzam de forma única.
“F1: O Filme” tornou-se assim um catalisador para a expansão comercial da Fórmula 1, elevando o desporto a um novo patamar de relevância cultural e económica. O impacto do filme vai além das receitas de bilheteira, traduzindo-se num aumento de audiência, valorização de patrocínios e fortalecimento da marca F1 junto de públicos cada vez mais diversos e globais"
“Espectáculo Desportivo Profissional”… E não Desporto!!!
"É triste ouvir, a toda a hora, em qualquer canal da televisão pública, ou não, locutores de serviço, aquando terminam as notícias, dizerem: “E agora o ‘desporto’”! e começam a falar de futebol.
A “comunicação social” não deve desinformar os seus leitores e contribuir para a sua iliteracia, já que é um mau serviço público e desajuda o esforço do Estado, através do Ministério da Educação. É triste ouvir, a toda a hora, em qualquer canal da televisão pública, ou não, locutores de serviço, aquando terminam as notícias, dizerem: “E agora o ‘desporto’”! e começam a falar de futebol. É, seguramente, falta de supervisão de chefias qualificadas academicamente ou, pior, desinformação propositada, o que ainda é pior num órgão de informação pública, que não pode, nem deve, estar ao serviço de interesses particulares… de “máfias”[1] do futebol profissional.
O que caracteriza o desporto amador é não ser pago, faz parte do “tempo livre”, da Educação na escola, tutelado pelo Ministério da Educação, e que tem objectivos educativos, correctivos, de socialização e de camaradagem. Quer isto dizer que o desporto profissional é um emprego, um “ganha-pão”, enquanto o desporto amador é pago, não é gratuito, é um investimento controlado pelo Estado e por ele subsidiado através do Orçamento do Estado. Convém não esquecer que o Estado é a Nação organizada. Confundir os dois planos é, talvez, uma forma de prejudicar e sabotar o trabalho árduo, diário e difícil do Ministério da Educação.
A Sociologia estuda e preocupa-se com a interacção entre a Sociedade e o cidadão, e vice-versa, e está ao serviço da Nação, para procurar uma boa, ou melhor possível, articulação entre todas as estruturas sociais com o único objectivo de servir, o melhor possível, o cidadão. É este, e deve ser esse, o único objectivo da Administração Pública, ou seja, servir a população, os cidadãos, que, por sua vez, devem cumprir todas as suas obrigações políticas, sociais e materiais para que tudo isso seja viável e funcione.
Convém, por isso, insistir, e persistir, em desfazer qualquer confusão entre o desporto profissional, que é apenas e tão só espectáculo desportivo profissional, que é um emprego pago “a peso de ouro” e que tem por objectivo distrair o povo da política e dar-lhe entretenimento para ter alguma saúde mental para trabalhar, e o desporto amador, que faz parte da cultura do Povo, a saber, a língua, usos, costumes e tradições.
Pede-se, pois, a melhor atenção aos órgãos de comunicação social que colaborem nesta “cruzada” de colocarem o desporto amador no seu “pedestal” apropriado e que não permitam que se chame ao futebol profissional desporto! Isso é um “sacrilégio”!!! Amén.
[1] Por “máfia” deve ler-se intervenientes não legais e ilícitos ligados ao futebol com “individualidades” presas…"
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