Últimas indefectivações

domingo, 5 de outubro de 2025

2.ª Supertaça

Benfica 3 - 0 Sporting
25-21, 25-14, 25-18

Aquela derrota com o Braga na pré-época, deixou-me preocupado, mas hoje a equipa não facilitou... Não se sentiu a mudança de treinador, bem pelo contrário! E ainda ficaram no banco várias jogadoras, que durante a época vão ser a 1.ª opção! As contratações, deixaram boas indicações...

7.ª Supertaça

 Benfica 21 - 7 Cascais
7-1, 6-0, 7-2, 9-4

Início da temporada, com mais um troféu, conquistado de forma inequívoca...

Bom arranque...

Benfica 89 - 76 Oliveirense
22-17, 16-19, 30-16, 21-24

Mesmo com alguns jogadores novos, ainda com pouco tempo de 'plantel', ainda sem o Betinho e o Makram, ambos lesionados, vencemos com relativa facilidade, uma das equipas mais fortes, logo a seguir aos principais favoritos! Apesar da péssima percentagem nos Triplos!!!

Destaque para o Poste Polaco, que nunca tinha visto, e que para consumo interno, parece-me bastante interessante... O Justice que seria o Americano mais duvidoso, acabou por ser o melhor... o Crandall a dirigir, mas longe do seu melhor... o Kobe, juntando os jogos da pré-época, ainda tinha convencido, hoje jogou bem! O Yussuf é isto: músculo!

Goleada pela manhã...

Benfica 8 - 0 Quinta dos Lombos

Excelente forma de começar o dia! Jogo às 11h da manhã, e um Higor inspirado!
A equipa está a regressar aos níveis de agressividade que apresentou o ano passado...

Por pouco!!!

Guimarães 31 - 32 Benfica
17-19

Demasiado apertado! Estivemos sempre em vantagem, mas na recta final permitimos uma aproximação perigosa...

Eliminadas na Europa...

Benfica 27 - 29 Savehof
15-16

Estivemos muito perto, mas a 'branca' no início da 2.ª parte, acabou por retirar margem de manobra, ainda recuperámos, empatámos, mas na recta final não deu... Algumas jogadoras a recuperar de lesões, e a ausência da Leitner foi fatal!
Até aqui, levamos com arbitragens inacreditáveis!

Antevisão...

BI: Antevisão - FC Porto...

BF: Isto não pode acontecer...

Apresentação do Voleibol, contra o Vice-Campeão Europeu...

Di Maria...

O 'preconceito Schjelderup' no Benfica


"Norueguês ainda não deu tudo, porém precisa de um contexto mais favorável para que possa ser 'julgado' com toda a justiça: a continuidade da aposta e mais gente que se associe ao seu futebol

Se o futebol reflete o resto da sociedade, vivemos dentro das quatro linhas rodeados de preconceitos. Dos que sobressaem das nossas fragilidades culturais e emocionais, e dos do próprio ecossistema. Há discriminação pela idade e dimensão física, seja altura ou musculatura, e as restantes emanam das nossas vivências, do que nos transmitiram na família e na escola e da nossa história. Se há racismo na sociedade, então existe no futebol. Os preconceitos, esse e muitos outros, estão latentes, até admito que de forma inconsciente, nas tomadas de decisão.
Tenho-me debatido contra o da idade há muito. Não é verdade que um jogador de 25 é obrigatoriamente mais maduro que um de 17 anos, só porque viveu e jogou mais tempo. Não só não é como nunca o será. Aqui, a idade é mesmo apenas um número. E, apesar de sermos constantemente confrontados com exemplos que o comprovam, tomam-se semana a semana decisões em sentido contrário. Nos mais variados clubes.
Já perguntei antes nestas páginas se Prestianni tinha bicho. Lage falava em plano, qualquer que este fosse, para o diminuto argentino, que de cada vez que entra em campo o faz de forma focada e provoca instabilidade no adversário. Mourinho nem isso tem e deixou-o seguir para o Mundial sub-20. Só que a sua utilização tem sido tão espaçada e ferida de lógica que mais tarde ou mais cedo vai começar a perguntar-se ‘para quê’ tanto esforço?
Também Schjelderup passou rapidamente a alvo. Tem cara de miúdo, é franzino, defensivamente não está sempre ativo, as suas diagonais não são imparáveis e por vezes trava mesmo o movimento, e o treinador, naquele jeito de quem não quer a coisa, acabou por deixá-lo desde já a arder. Não sei se vai atingir o potencial que o Benfica pagou, mas sei que raramente teve quem apostasse nele a sério.
O técnico disse, no início, e bem, que era importante deixar os jogadores confortáveis com o que lhes era pedido. Olha-se para Schjelderup, que já teve bons momentos, e tem de se perceber o contexto. Não é de 1x1, mas sim de desequilíbrio por associação. Acredito que tenha saudades de Carreras e das suas sobreposições, e precise que Sudakov e Pavlidis andem por perto, mais que não seja para abrirem bolsas de espaço por onde possa entrar. Depois, sim, a continuidade é tudo. Schjelderup foi-me convencendo. Mas o norueguês também não encaixa nos meus preconceitos."

Ruben Amorim não tem as respostas


"«Se ele tivesse sido despedido no domingo, acho que todos teríamos dito: 'Sim, raios, já estava na hora, não é nenhuma surpresa'»
Paul Scholes, antigo jogador do Manchester United, no podcast The Good, The Bad & The Football

Ruben Amorim tem as orelhas a arder. As críticas sucedem-se, vindas de muitos lados, mas sobretudo do lado de antigas glórias do Manchester United.
A mais recente foi Paul Scholes, no podcast The Good, The Bad & The Football, onde pôs o dedo na ferida. «Não há sinais de que as coisas estejam a melhorar, pois não?», questionou-se.
A intensidade das críticas é de tal ordem que Amorim até foi confrontado com elas — especificamente com as de Wayne Rooney e Gary Neville —, na conferência de imprensa de lançamento do jogo deste sábado com o Sunderland.
«É normal e não podemos fugir aos resultados. E depois há o lastro da época passada, mas para mim a época passada não interessa. Se olhar para os jogos desta época, têm sido diferentes. Há coisas que são iguais, mas são coisas que não podemos mudar», assumiu.
E aí está o principal problema. Amorim até poderia começar a jogar com uma defesa a quatro, mas seria isso que iria acabar com os erros do guarda-redes, de Maguire ou De Ligt?
O treinador até poderia ter ficado com Garnacho ou Rashford, mas seria isso que faria com que Bruno Fernandes não falhasse penáltis?
A sucessão de disparates individuais mina qualquer trabalho coletivo que possa ser feito. E o pior é que o treinador português começa a dar sinais de resignação, como quem não consegue encontrar as respostas..."

Concordo em absoluto

Rola Bola #42 - Flop na Europa

5 Minutos: Diário...

Terceiro Anel: Diário...

Observador: E o Campeão é... - Benfica: virose ou mind games de Mourinho?

BI: Martim Mayer...

CMTV: Vieira...

NOW: Rui Costa...

Águia: Noronha...

Águia: Rui Costa...

Eleições do Benfica: processo eleitoral legítimo ou juridicamente vulnerável?


"No próximo dia 25 de outubro, os sócios do Benfica vão às urnas para escolher os novos órgãos sociais. A ocasião deveria constituir o expoente máximo de afirmação da democracia interna do clube. Porém, o caminho até ao sufrágio está marcado por uma incerteza jurídica que não deve ser ignorada.
Para a legítima realização das eleições, impõem os Estatutos do clube (artigos 48.º e 96.º) a observância do regulamento eleitoral aprovado para o efeito, enquanto instrumento normativo que concretiza as condições do sufrágio e assegura a validade do ato eleitoral.
Sucede que, na Assembleia Geral realizada no passado sábado, 27 de setembro, destinada a aprovar o novo regulamento eleitoral, o resultado foi inequívoco: 69,86 por cento dos sócios rejeitaram a proposta apresentada.
Posto isto, convocados para votar a 25 de outubro, os sócios do Benfica enfrentam uma pergunta essencial: quais são afinal as regras do jogo?
E, nesta senda, a Mesa da Assembleia Geral (MAG) veio anunciar que estas eleições serão reguladas pelos estatutos do clube e pelas normas não revogadas do regulamento eleitoral de 2021.
Ora, os Estatutos do clube (aprovados a 8 de março deste ano e que entraram em vigor com a convocatória para a Assembleia Geral Eleitoral, divulgada no passado dia 30 de setembro) impõem expressamente (artigo 48.º) que as eleições para os órgãos sociais do clube se regem segundo o disposto em regulamento eleitoral, a aprovar em Assembleia Geral, sob proposta da direção.
Importa, por isso, recordar a origem deste regulamento eleitoral, cujas normas regularão o ato eleitoral de 25 de outubro, conforme comunicado pela MAG.
E, aqui chegados, verifica-se que o regulamento eleitoral de 2021 não nasceu de uma aprovação em Assembleia Geral, como impõem os estatutos já em vigor. Resultou de um diálogo entre a Direção, a MAG e o movimento «Servir o Benfica», criado com carácter transitório para as eleições de outubro desse ano e com o entendimento de que os futuros órgãos sociais decidissem sobre a necessidade de um novo regulamento para aprovação da Assembleia Geral. Passo esse que não se concretizou, já que a proposta do novo regulamento eleitoral foi reprovada na Assembleia Geral de 27 de setembro.
Ora, recorrer ao regulamento de 2021 agora, sem que este tenha sido aprovado em Assembleia Geral, significa ignorar o que está expressamente previsto nos estatutos em vigor. O Benfica avança assim para um ato eleitoral com regras de um regulamento que não passaram pelo crivo da Assembleia Geral, podendo colocar em causa a legitimidade e a segurança jurídica do processo.
Assim, salvo melhor opinião, a decisão da MAG em aplicar o regulamento eleitoral de 2021 pode resolver o vazio imediato, mas não elimina a fragilidade institucional que se instala quando, tudo o que não estiver explícito nos estatutos, depende de um regulamento eleitoral que não foi aprovado em consonância com o que determinam as normas estatutárias.
Parece-nos, portanto, que as consequências são evidentes: eleições realizadas nestes termos ficam, naturalmente, vulneráveis a contestações ou impugnações. O vencedor arrisca-se a carregar o ónus de ter sido eleito sob regras não legitimadas pelos sócios, o que compromete não só a credibilidade do resultado, mas também a coesão que deveria emergir das urnas.
E, neste sentido, salvo melhor opinião, não basta à Mesa da Assembleia Geral informar que assegura que as eleições serão «regulares, lícitas, transparentes e auditáveis». Continua a existir uma questão central que subsiste e deveria ser acautelada: existe legitimidade no processo eleitoral anunciado?
Estamos em crer que a transparência formal que se pretende assegurar, não substitui a necessidade legal de aprovação do regulamento eleitoral em Assembleia Geral.
Certo é que se os candidatos optarem por não reagir nem assumir uma posição clara antes das eleições, parece inevitável concluir que «vão a jogo» a aceitar, sem reservas, as regras que agora são impostas. Caso contrário, qualquer contestação após o sufrágio soará a uma conveniente desculpa de «mau perdedor».
Em conclusão, o ato eleitoral em causa, apresentado como a expressão máxima da democracia de um clube, vê-se agora envolto em incerteza normativa, com a sua credibilidade fragilizada e podendo vir a levantar dúvidas quanto à validade e ao reconhecimento dos futuros órgãos sociais."

Pimpim por Pimpim !!!

Reduzir para qualificar


"São 36 equipas profissionais no futebol português, atendo-nos, claro, ao conceito de competição organizada pela Liga Portuguesa de Futebol Profissional e ao cumprimento das premissas que legitimem a respetiva inscrição.
Portugal é um país periférico na Europa (também no futebol), e isso não tem nada a ver com a produção e exportação de talentos, sejam jogadores, técnicos ou até dirigentes.
É periférico também geograficamente, mas sobretudo porque tem apenas dez milhões de habitantes, entre a zona continental e as duas regiões autónomas, é de dimensão muito contida e com um dos níveis de vida e rendimento mais baixos da chamada Europa Ocidental.
Este número (36 equipas para duas divisões) espanta pelo excesso, mesmo sabendo-se que o futebol é uma indústria pujante e catalisadora de meios, recursos e investimentos aproveitados, muitas vezes, por quem nada tem a ver com ela para se projetar pessoal e socialmente e para encontrar novos caminhos de negócio e lucro.
Sejamos claros: 36 equipas é uma loucura para um pequeno país como Portugal. Não há outra forma de o dizer, e esse facto tem, de quando em vez, sido comprovado da pior forma, com brutais desequilíbrios orçamentais e profundas crateras abertas por gestão danosa (amadora ou não, mas definidora de uma falta de sensatez notável, e penalizando emblemas históricos. Os casos do Belenenses (embora a divisão entre clube e SAD tenha, felizmente, penalizado mais esta do que aquele…), do Vitória Futebol Clube, do Vilafranquense, do Boavista, são apenas os mais mediáticos de queda e quebra por força da incapacidade gestionária e ausência de estruturas basilares para o ataque ao verdadeiro profissionalismo.
Militar numa liga profissional de futebol suscita a obrigatoriedade de recursos de médio e longo prazo, seja assentes na capacidade formativa e subsequente venda de ativos, seja na obrigatoriedade de encontrar caminhos para receitas estáveis e para um quadro financeiro consistente.
A competitividade desportiva e a consequente geração de um produto com verdadeiro interesse e alcance não se coaduna com arrivismos ou oportunismos de ocasião, normalmente alicerçados em acordos de duvidosa estirpe e origem, e promessas que roçam o ridículo, de tão nitidamente inexequíveis à partida.
Por um lado, a sustentabilidade de cada clube ou sociedade desportiva tem de ser verificada e ratificada, um horizonte de rigor e de verdade que, muitas vezes, é negligenciado. Por outro, compete aos próprios clubes, imagens de marca do futebol nacional, a definição do que será, para eles, alta competição.
Há várias ideias lançadas à mesa de discussão ao longo do tempo.
Ideias que resultam da inadequação de um calendário sobrelotado, e que resumiria em algumas linhas, apenas para memória futura, porque creio que este é um assunto ao qual, mais cedo ou mais tarde, iremos inevitavelmente regressar… — A diminuição de 18 para 16 (ou para 14…) equipas profissionais em cada uma das provas de regularidade organizadas pela Liga Portugal, o que resultaria num total de 32 ou 28 equipas. Menos emblemas com necessidade de estruturar financeiramente o seu projeto, maior e melhor localização dos apoios e dos investimentos por parte de médios e grandes parceiros, que assim conseguiriam públicos-alvo bem mais definidos e focalizados.
— A abolição da Taça da Liga. Disputá-la nos moldes atuais é um verdadeiro frete para os emblemas envolvidos, é redutora e mentirosa em relação ao universo da Liga Portugal e dos seus integrantes, e não aproveita a ninguém. Não há campeões de inverno. Há um campeão, apurado em maio, e, por melhor que seja o marketing associado à pobre competição, ela não passa disso mesmo: um torneio colateral, insosso e sem horizontes.
— Um acordo urgente, envolvendo todos os interessados, sobre a necessária centralização dos direitos televisivos: modelo a seguir, distribuição de proveitos, enquadramento e horizonte mediático, condições de transmissão. — Caderno de obrigações financeiras de cada clube ou SAD com a garantia antecipada de obtenção de verbas para total financiamento de cada época desportiva. Ainda que a Liga 3 seja uma antecâmara do profissionalismo total exigido para a integração nas competições da Liga Portugal (foi, de resto, essa, uma das premissas que presidiu à sua criação e esteve na génese do seu modelo competitivo), há clubes e SAD envolvidos nas duas provas principais com evidentes dificuldades.
- Por fim, last but not least, uma reformulação do modelo competitivo das ligas profissionais, tomando como exemplo as ligas belga ou suíça, igualmente países periféricos. Mais jogos entre grandes equipas, maior equilíbrio e imprevisibilidade, eventual disputa a três voltas ou fases derradeiras com sistema de play-off aumentado para despromoção e promoção muito ajudariam à criação de emoção e receitas extraordinárias, por via da bilheteira e da presença de público nos estádios, condição essencial para o sucesso de qualquer competição.
Ficam as ideias, que aprofundarei daqui a algum tempo, na certeza de que, enquanto pensarmos que a liga portuguesa se pode juntar, em capacidade económica e desportiva, às competições dos Big Five, demoraremos ainda mais a fazer um diagnóstico profundo e a tomar medidas efetivamente necessárias para, à dimensão portuguesa, tornar o jogo mais atraente e mais próximo do adepto.

Cartão branco
João Pinheiro, depois de ter estado no Mundial de sub-17 da Indonésia, de ter sido 4.º árbitro da final da UEFA Champions League e de ter dirigido a Supertaça Europeia, está no Chile para o Mundial sub-20. Tem excelentes hipóteses de chegar muito longe na competição sul-americana. António Nobre e Luís Godinho vão ter, esta temporada, abertura de portas nas ligas Europa e Conferência, sendo lugares-tenente de Pinheiro em lugares também de destaque nas competições internacionais. Tiago Martins é dos mais requisitados, valorosos e experientes videoárbitros no seio da UEFA, com recorrentes chamadas a jogos de grande responsabilidade. Catarina Campos está na calha para uma presença na fase final do Mundial do Brasil, em 2027. São factos a nível internacional, que comprovam bem a qualidade da arbitragem portuguesa de futebol.

Cartão vermelho
A FIFA e a UEFA excluem ou não Israel das suas competições? Seguem ou não o mesmo critério utilizado para não permitir a presença das seleções e das equipas da Rússia nos torneios continentais e mundiais? É que, das duas, uma: ou se convenciona que o futebol é agregador e não se podem prejudicar sucessivas gerações de jovens atletas com uma exclusão (e se reintegra a Rússia), ou se define que, pela sua transversalidade e universalidade, o futebol deve ser exemplo de ação geopolítica, e se exclui Israel. Assim, sem ser carne nem peixe, é que não."

Ética entre emociones

Portugal vai ganhar o tetra?


"A porta que Jorge Jesus abriu no Flamengo ao vencer o Brasileirão de 2019, com o melhor ataque e 16 pontos de avanço sobre o vice-campeão Santos, mesmo depois de ter recebido a equipa em sexto lugar à sexta jornada, Abel Ferreira escancarou-a em 2022 e 2023 pelo Palmeiras.
No primeiro desses campeonatos, venceu com oito pontos a mais do que o Internacional e a melhor defesa da prova; em 2023, com dois sobre o Grêmio, naquele ano em que o Botafogo foi deslizando até ao quinto lugar.
No ano seguinte, o Glorioso, sob as ordens de Artur Jorge, com a melhor defesa da competição, foi escalando até levantar a taça, 29 anos depois, contentando-se o Verdão de Abel, desta vez, com o vice-campeonato, a seis pontos do rival carioca.
Em 2022, 2023 e 2024, o Brasileirão, que apesar dos defeitos de calendário, sobretudo, e de relvados e de arbitragem, também, é dos mais competitivos e difíceis de ganhar do mundo, foi conquistado por treinadores made in Portugal. Somado o título inaugural de JJ, são quatro triunfos nos últimos seis anos, entremeados apenas pelos títulos de Rogério Ceni e de Cuca, ambos brasileiros, respetivamente pelo Fla e pelo Atlético Mineiro, em 2020 e em 2021.
E em 2025, a escola portuguesa vai conquistar o tetra? À superfície, a situação é simpática às pretensões lusas: embora o Flamengo, do local Filipe Luís, lidere à 26.ª jornada com 55 pontos, o segundo, Palmeiras, a três pontos mas menos um jogo, e o terceiro, Cruzeiro, com menos quatro pontos e o calendário em dia, são orientados por portugueses, o perene Abel e o estreante Leonardo Jardim.
Nas profundezas da matemática, a situação é ainda mais simpática: se o Flamengo tem 49% de probabilidades de conquistar o Brasileirão pela oitava vez, de acordo com os cálculos da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), o Palmeiras tem respeitáveis 37,3% de hipóteses e o Cruzeiro não desprezíveis 12,9%.
Ou seja, se somarmos os dois palestras (tanto verdão como azulão se chamavam assim até, em 1942, por motivo da segunda guerra mundial serem proibidas alusões à inimiga Itália), temos uma maioria de 50,2% de chances, segundo a citada UFMG. O campeão Botafogo e o surpreendente Mirassol não chegam a 1%. A matemática, pelo menos quando as contas ainda não estão concluídas, vale o que vale mas que o tetra é possível, é.
No entanto, há sempre um lado lunar nestas coisas: diz ainda a UFMG que o lanterna Sport tem 97,1% de probabilidade de cair, o penúltimo Fortaleza, 83,4%, e o histórico Santos, mesmo acima da linha de água, preocupantes 18,9%. E todos eles tiveram, a dado passo, portugueses ao leme, Pepa e António Oliveira no Leão de Pernambuco, Renato Paiva no Leão do Ceará, e Pedro Caixinha no Peixe."

O desporto informal como motor de desenvolvimento local


"Neste fim de semana, todas as atenções estão voltadas para o FC Porto – Benfica e para o muito aguardado confronto entre Farioli e Mourinho. O grande palco do futebol português monopoliza o debate mediático, mas há um outro lado do desporto, mais discreto, que raramente surge como prioridade quando falamos em desenvolvimento local. Ainda menos o desporto informal, aquele que nasce de forma espontânea, nas ruas, praças, parques, jardins, praias ou recintos improvisados, sem clubes, quotas ou campeonatos oficiais. No entanto, é precisamente nesse universo livre e acessível que encontramos um dos motores mais poderosos de coesão social, inclusão e dinamização comunitária.

Amanhã, no Dragão, o FC Porto recebe o seu eterno rival Benfica. Paralelamente, o país está em plena campanha para as eleições autárquicas e, como sempre acontece em momentos de escolha democrática, discutem-se prioridades e estratégias para o futuro dos municípios. Neste debate, o desporto informal deve ocupar um lugar central. Embora menos visível que o alto rendimento, é vital para a saúde das populações, para a coesão social, para o meio ambiente e até para a economia local.
As autarquias assumem hoje um papel decisivo na promoção do desporto. São as maiores financiadoras do associativismo e da prática desportiva, com responsabilidades específicas decorrentes da descentralização administrativa. Não se trata apenas de tradição: trata-se de estratégia. São as autarquias que criam condições para que o desporto seja verdadeiramente acessível a todos.
Quando se fala em desporto, a primeira imagem é quase sempre a da competição formal – clubes, campeonatos, seleções, atletas de elite. Mas existe outro lado, menos visível e igualmente poderoso: o desporto informal, praticado nos jardins, nos polidesportivos de bairro, nas ruas ou nas praias. Um desporto sem camisola oficial, longe dos holofotes, mas capaz de gerar laços sociais e oportunidades únicas.
O desporto informal é inclusivo por natureza. Não exige quotas nem inscrições. Precisa apenas de um espaço seguro e apelativo e da vontade de participar. Não distingue idades, géneros, origens ou condições económicas: todos cabem. É aí que reside a sua força transformadora.
Nos contextos locais, o desporto informal constrói comunidade. Dá oportunidade aos jovens de se conhecerem, partilharem regras e aprenderem a gerir conflitos. É espaço de reencontro entre gerações, onde avós, filhos e netos partilham memórias e tradições. Nas cidades, funciona como ponto de integração para quem chega de fora.
O impacto não é apenas social. É também económico. Atividades informais de lazer desportivo animam espaços, atraem visitantes, dão visibilidade ao comércio local, geram movimento em cafés, lojas, restauração e alojamento. Na maior parte das vezes, não são precisos grandes investimentos: basta organização, criatividade e vontade política.
O sedentarismo é um dos maiores problemas da sociedade contemporânea. O desporto informal combate-o de forma acessível e prazerosa, ajudando a reduzir custos futuros em cuidados de saúde. É, por isso, também uma medida preventiva de política pública. Do ponto de vista ambiental, investir em mobilidade ativa, reduz o uso de transportes motorizados, diminuindo poluição, reduzindo a pegada de carbono e aumentando a qualidade de vida. Ciclovias, pumptracks, parques de street workout, ginásios ao ar livre, circuitos geriátricos ou espaços polivalentes são investimentos que projetam um futuro mais verde e saudável.
O projeto Verão Ativo, da Câmara Municipal de Loulé e no âmbito do projeto europeu One Health 4 Cities, é um caso exemplar. Há cerca de 10 anos que promove workshops de alimentação saudável, sensibilizações para a ação climática, caminhadas, zumba, yoga, pilates, ginástica sénior, dança sénior, capoeira e muitas outras atividades. O programa não só incentiva à prática física como ativa espaços públicos como praças, jardins, calçadões em Loulé, Almancil e Quarteira, tornando-os polos de convívio, saúde e cidadania.
A nível europeu, multiplicam-se iniciativas semelhantes. Birmingham fecha ruas ao trânsito uma vez por mês para atividades como yoga, btt ou jogos de rua. Copenhaga promove o Open Streets, abrindo as ruas aos peões e às bicicletas nos fins de semana. Madrid transforma artérias centrais em espaços de lazer e atividade física aos domingos. Berlim cria ginásios pop-up em parques durante o verão. Paris organiza torneios de futebol 3x3, andebol ou basquetebol de rua nos bairros. Roterdão implementa o projeto Play Streets, fechando ruas temporariamente para brincadeiras e jogos. Barcelona, com os Superblocks, liberta quarteirões inteiros para skate, dança ou fitness ao ar livre. Viena acolhe o Street Sports Festival, juntando música, workshops e competições urbanas. Estes exemplos demonstram que o desporto informal pode transformar qualquer cidade num espaço vibrante de movimento, convívio e criatividade.
O desporto informal é também uma forma de educação não formal: ensina valores como cooperação, solidariedade, respeito pelas regras e pelas diferenças. Para muitas crianças, a rua ou o parque são a primeira escola desportiva e, ao mesmo tempo, a primeira escola de cidadania. Além disso, pode articular-se com eventos culturais e turísticos, criando momentos únicos de animação que reforçam a identidade local e a atratividade dos territórios.
Analisar o desporto no contexto municipal mostra a sua importância na dinâmica orçamental das políticas públicas. A intervenção autárquica deve assentar em cinco pilares: generalização do acesso à prática desportiva, criação e requalificação de infraestruturas, melhoria da qualidade das atividades, cooperação com a sociedade civil e modernização da gestão desportiva.
O desporto não vive apenas de grandes clubes e campeonatos. Vive, sobretudo, das pessoas, da sua vontade de partilhar movimento, alegria e convívio. É na atividade física informal, no jogo improvisado no bairro, na corrida ou caminhada com amigos, no yoga num jardim ou no voleibol na praia que se encontra, muitas vezes, o verdadeiro espírito desportivo.
Nas eleições autárquicas que se aproximam, os candidatos devem ter consciência desta realidade: apostar no desporto informal é apostar num país mais saudável, mais coeso e mais humano. Não é despesa: é investimento com retorno garantido.
Cabe às autarquias assumir o compromisso de integrar o desporto informal como prioridade, criando condições para que todos tenham acesso a espaços de atividade física e convívio. Ao fazê-lo, não estarão apenas a investir em desporto: estarão a gerar benefícios económicos, a investir no futuro das suas comunidades, no fortalecimento da coesão social e no bem-estar coletivo.
O desporto informal é, afinal, um poderoso instrumento de desenvolvimento local e merece ser tratado como tal."