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domingo, 5 de outubro de 2025

Portugal vai ganhar o tetra?


"A porta que Jorge Jesus abriu no Flamengo ao vencer o Brasileirão de 2019, com o melhor ataque e 16 pontos de avanço sobre o vice-campeão Santos, mesmo depois de ter recebido a equipa em sexto lugar à sexta jornada, Abel Ferreira escancarou-a em 2022 e 2023 pelo Palmeiras.
No primeiro desses campeonatos, venceu com oito pontos a mais do que o Internacional e a melhor defesa da prova; em 2023, com dois sobre o Grêmio, naquele ano em que o Botafogo foi deslizando até ao quinto lugar.
No ano seguinte, o Glorioso, sob as ordens de Artur Jorge, com a melhor defesa da competição, foi escalando até levantar a taça, 29 anos depois, contentando-se o Verdão de Abel, desta vez, com o vice-campeonato, a seis pontos do rival carioca.
Em 2022, 2023 e 2024, o Brasileirão, que apesar dos defeitos de calendário, sobretudo, e de relvados e de arbitragem, também, é dos mais competitivos e difíceis de ganhar do mundo, foi conquistado por treinadores made in Portugal. Somado o título inaugural de JJ, são quatro triunfos nos últimos seis anos, entremeados apenas pelos títulos de Rogério Ceni e de Cuca, ambos brasileiros, respetivamente pelo Fla e pelo Atlético Mineiro, em 2020 e em 2021.
E em 2025, a escola portuguesa vai conquistar o tetra? À superfície, a situação é simpática às pretensões lusas: embora o Flamengo, do local Filipe Luís, lidere à 26.ª jornada com 55 pontos, o segundo, Palmeiras, a três pontos mas menos um jogo, e o terceiro, Cruzeiro, com menos quatro pontos e o calendário em dia, são orientados por portugueses, o perene Abel e o estreante Leonardo Jardim.
Nas profundezas da matemática, a situação é ainda mais simpática: se o Flamengo tem 49% de probabilidades de conquistar o Brasileirão pela oitava vez, de acordo com os cálculos da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), o Palmeiras tem respeitáveis 37,3% de hipóteses e o Cruzeiro não desprezíveis 12,9%.
Ou seja, se somarmos os dois palestras (tanto verdão como azulão se chamavam assim até, em 1942, por motivo da segunda guerra mundial serem proibidas alusões à inimiga Itália), temos uma maioria de 50,2% de chances, segundo a citada UFMG. O campeão Botafogo e o surpreendente Mirassol não chegam a 1%. A matemática, pelo menos quando as contas ainda não estão concluídas, vale o que vale mas que o tetra é possível, é.
No entanto, há sempre um lado lunar nestas coisas: diz ainda a UFMG que o lanterna Sport tem 97,1% de probabilidade de cair, o penúltimo Fortaleza, 83,4%, e o histórico Santos, mesmo acima da linha de água, preocupantes 18,9%. E todos eles tiveram, a dado passo, portugueses ao leme, Pepa e António Oliveira no Leão de Pernambuco, Renato Paiva no Leão do Ceará, e Pedro Caixinha no Peixe."

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