Últimas indefectivações
segunda-feira, 28 de julho de 2025
Um 'novo' Benfica a dois tempos
"Encarnados apostaram em novos perfis no meio-campo e diferença foi notória, mas a segunda parte voltou a trazer os fantasmas do final de época. Que agradável surpresa foi João Veloso!
Afortíssima aposta do Benfica no meio-campo, com um investimento superior a 40 milhões de euros em Enzo Barrenechea e Richard Ríos, já teve, ontem, na primeira parte da Eusébio Cup frente ao Fenerbahçe, resultados visíveis e a dupla argentino-brasileira parece ser como o algodão: não engana. Bruno Lage, Rui Costa e a demais estrutura do futebol analisaram o que de muito mal correu em 2024/25 e terão percebido que havia muito por melhorar nesse plantel, sobretudo no meio-campo, a casa das máquinas por onde se constrói grande parte da supremacia das grandes equipas em relação às demais (ver o sensacional miolo do PSG, por exemplo, com Vitinha, João Neves e Fabián Ruiz).
Com Florentino e Kokçu, o Benfica não conseguia ser dominador de forma constante no meio-campo adversário: o primeiro, transferível até final do mercado, é útil no momento defensivo mas curto para o resto e o turco, em guerra aberta com Bruno Lage, já não cabia no plantel, apesar de reconhecida qualidade com bola. As ideias não parecem ser muito diferentes do passado, mas o perfil completamente diferente dos jogadores aproxima mais o Benfica daquilo que Bruno Lage quer.
João Veloso mostrou-se em excelente plano
Com Enzo e Ríos, a águia ganha, por exemplo, uma capacidade completamente diferente na primeira fase de construção. O argentino, ainda longe da forma física ideal, faz lembrar Weigl no critério na posse e o colombiano é uma autêntica vassoura naquela zona, mostrando, sem surpresa, andamento bastante diferente em relação aos demais, nada de estranhar tendo em conta que chega com meia época de Palmeiras nas pernas. Por aqui, Bruno Lage pode estar descansado, mas houve mais boas notícias. O menino João Veloso surgiu no onze e que boa conta do recado deu, mostrando excelente capacidade para fazer a ligação ao ataque e ser opção a ter em conta.
A segunda parte trouxe várias segundas linhas e a dinâmica do Benfica quebrou, também explicada pela melhoria evidente do Fenerbahçe, depois de Mourinho não ter, certamente, ficado agradado com o que viu até ao intervalo. Percebeu-se aí que a transição defensiva continua a ser um problema para os encarnados, que foram algumas vezes apanhados em contrapé. A Supertaça e o acesso à Champions serão teste bastante mais aferidor sobre a capacidade deste novo Benfica e também decisivos para um treinador que, como Roger Schmidt há um ano, arranca a época já fragilizado do passado."
Sporting-Benfica: a importância da Supertaça
"O tempo passa muito rapidamente. A sensação que tenho é que a última época acabou de terminar e já estamos a começar uma nova. Sporting e Benfica abrem a temporada com um jogo que vale um troféu. Um dérbi é sempre uma partida especial, mas o que está em jogo é a validação das opções e estratégias que os dois clubes estão a seguir, sendo que os dois estão a implementar mudanças importantes. No Sporting, a saída de Gyokeres gera apreensão. No Benfica, as eleições de outubro estão a gerar um ataque agressivo neste mercado de verão.
Sporting: a oportunidade
O Sporting parte para este jogo com uma mudança muito relevante: a saída de Gyokeres. A poucos dias da final da Supertaça e depois de finalmente ter este dossier fechado, o Sporting decidiu atacar o alvo que tinha referenciado no mercado: Luis Suárez. Em termos estratégicos esta opção peca por tardia. A partir do momento que todos percebemos que Gyokeres iria sair, estrategicamente, teria sido importante garantir Suárez numa fase mais prematura. Refiro isto porque o jogo da Supertaça pode ter uma influência muito relevante na temporada que agora começa.
Por um lado, é importante que o jogo corra bem para o Sporting poder validar a forma como Frederico Varandas, e a sua equipa, estão a preparar a época, sendo que esta é a primeira temporada, em muitos anos, que o fazem sem a presença de Ruben Amorim. Por outro lado, se o Sporting vencer a Supertaça irá colocar uma pressão sobre um já pressionadíssimo Benfica.
Em termos estratégicos, para o Sporting, este jogo deveria ter sido preparado ao pormenor, uma vez que é uma clara oportunidade de criar instabilidade num adversário direto, que tem pela frente um ano de muitos desafios, dentro e fora do relvado. Por estes motivos, teria sido importante, para Rui Borges, ter contado mais cedo com Suárez nas suas opções. Tal possibilidade teria dado ao treinador leonino a adaptação, criação de rotinas e mecanização que a pré-época permite.
Benfica: tudo ou nada
Num ano eleitoral, estes próximos três meses são fundamentais para Rui Costa. O resumo do mandato não é positivo em várias áreas, mas todos temos a noção de que, para os adeptos, o mais importante é o que se passa dentro das quatro linhas. Assim, o jogo da Supertaça é realmente importante.
Depois de (mais) uma época abaixo das expetativas a revolução na Luz é real. O investimento que está a ser realizado nesta temporada pode ser o maior de sempre. Este facto apenas aumenta a pressão sobre todos. Rui Costa e a sua equipa diretiva estão a apostar tudo para poderem ser reeleitos.
Dentro do relvado, a bola passa para Bruno Lage que tem cada vez mais soluções à sua disposição. Adicionalmente, o jogo da Supertaça antecede a pré-eliminatória da Liga dos Campeões que é um objetivo fundamental do Benfica pela vertente financeira e desportiva. Desta forma, o Benfica só pode ter um resultado em vista. Uma vitória irá reforçar a confiança e corresponder às expetativas que estão a ser criadas.
Por outro lado, uma derrota poderá fazer com que instabilidade e dúvidas se apoderem da nação benfiquista. Para Bruno Lage, um cenário de derrota poderá ditar o seu afastamento. Para os jogadores, um cenário negativo trará maior pressão para os embates frente ao Nice. Para Rui Costa, uma derrota frente ao Sporting irá aumentar o descontentamento dos adeptos, o que poderá ter um impacto importante no resultado das eleições em outubro.
Por fim, depois do bicampeonato leonino, uma vitória do Benfica poderá também ser importante para criar dúvidas sobre a capacidade de Frederico Varandas tomar decisões sem a companhia de Ruben Amorim e Hugo Viana. Por todos estes motivos o jogo da Supertaça é, sobretudo, determinante para Rui Costa.
Parecer ou ser
Para se ter sucesso no desporto tem de se ser e não parecer. Dentro do relvado, das quadras ou das pistas só sobrevive quem tem valor e quem se dedica a 100%. A indústria do futebol tem vindo a crescer e a ser cada vez mais atrativa por todos os motivos: financeiro, entretenimento e social. Este facto faz com que cada vez mais pessoas queiram entrar neste mundo fascinante que é o futebol.
Para que o futebol continue a ser mágico e fascinante é importante que não se percam as suas bases e valores. Quero com isto dizer que o futebol não é política e que a política não se pode apoderar do futebol. Neste ponto refiro-me diretamente ao folclore que foi criado na apresentação do Benfica District, que se trata de uma ideia (e não de um projeto) conforme referiu Joana Almeida, vereadora do urbanismo de Lisboa. O evento teve como objetivo apresentar uma ideia (sem projeto apresentado e aprovado, sem financiador definido e sem entidades que irão explorar os espaços comerciais), que ainda está longe de ser efetivada, até porque não passa de um esboço bem-apresentado.
O que critico é o objetivo que lhe está associado, que é o de ganhar margem eleitoral, tanto de Rui Costa como de Carlos Moedas. Até porque, se pensarmos bem, esta ideia que foi apresentada terá de ser validada numa Assembleia Geral pelos sócios. Quando é que essa Assembleia será marcada? Antes ou depois das eleições? Logicamente será depois das eleições! Então se assim é, qual a justificação para toda a pompa e circunstância da apresentação de uma ideia como se fosse uma realidade?
O futebol é tão atrativo que todos querem tirar proveito deste fenómeno. Neste caso, estiveram presentes o Presidente da Câmara Municipal de Lisboa e a Ministra da Cultura, Juventude e Desporto que validaram, politicamente e publicamente, algo que não passa de uma ideia, ou de um esboço, e que ainda necessita de muitos passos para poder ser concretizada. Quem dirige um clube nunca se deveria levar pela pressão do momento e deveria ter a capacidade de separar o real do aparente.
Por outro lado, se quem dirige as instituições não tem essa capacidade, deverão ser os agentes políticos a ter a perceção do seu papel, algo que não aconteceu. A grande conclusão é que apresentação da ideia do Benfica District não foi mais do que um momento de propaganda eleitoral.
A valorizar: André Villas-Boas
A venda de Otávio foi incrivel, assim como a ultrapassagem ao Sporting na contratação de Alberto Costa.
A desvalorizar: Kokçu
Estreou-se com uma derrota em casa frente ao Shakhtar. Será que vai voltar a desapontar?"
Eusébio Cup conquistada
"O destaque desta edição da BNews é o triunfo benfiquista da 13.ª edição da Eusébio Cup.
1. Sinais positivos
No tradicional jogo de homenagem a Eusébio, o Benfica recebeu e venceu, por 3-2, o Fenerbahçe e conquistou a Eusébio Cup pela 6.ª vez.
2. Estreia vitoriosa
Richard Ríos, titular no triunfo por 3-2 ante o Fenerbahçe, considera: "Estamos no bom caminho." E afirma: "Este jogo deixa boas sensações, e agora é continuar a trabalhar." Sobre a estreia na Luz confessa que "é um sonho realizado".
3. Ângulo diferente
Veja, de outro ângulo, os três golos do Benfica apontados ao Fenerbahçe.
4. Homenagem
A chegada da equipa ao Estádio da Luz fez-se pela Praça Centenarium, onde está situada a estátua de Eusébio.
5. Informação clínica
O Sport Lisboa e Benfica esclarece a situação do atleta Bruma.
6. Campeã africana
Christy Ucheibe, futebolista do Benfica, é campeã feminina de África pela seleção da Nigéria.
7. Pré-época da formação
A equipa B realizou jogos-treino com Feirense e Rio Ave. Os Sub-23 defrontaram o Lusitano GC. Os Juniores enfrentaram os seniores do Juventude SC.
8. Elite Training Camps feminino
Veja a reportagem da BTV sobre a 6.ª edição."
Vai para o sítio certo
"PRINCIPEZINHO DAS ARÁBIAS
1. O João Félix ia ser recebido no Benfica como um príncipe, uma espécie de regresso de um filho pródigo que nunca mostrou vontade séria... de regressar sempre que ao longo dos anos essa hipótese foi colocada em cima da mesa. Vejam, por exemplo, como o Gyökeres obrigou o Varandas a fechar o negócio com o Arsenal.
2. Por onde passou desde que saiu do Benfica em 2019, o João Félix mostrou que não tem mentalidade de campeão, não tem mentalidade competitiva, não tem atitude, compromisso, não tem vontade de lutar por si mesmo, pela sua carreira, quanto mais pela equipa.
3. Nós precisamos de artistas, sim, e o João Félix é um artista dos bons. Mas nós precisamos é de artistas-guerreiros, não de artistas-príncipes. Nós precisamos, como que de pão para a boca, de jogadores que deixem tudo em campo, com altíssima atitude competitiva, com elevadíssimo grau de exigência para consigo mesmos.
4. O João Félix falhou em todo o lado desde que saiu do Benfica, a sua contratação seria, portanto, um risco. Um risco tanto mais elevado quanto se sabe que implicaria custos desproporcionais para os cofres do Benfica.
5. Nas minhas participações nos programas do canal V+ - sempre nas noites de terças e sextas feiras - fui dizendo que não sabia se era o João Félix que precisava mais do Benfica, se o Benfica que precisava mais do João Félix. Na dúvida, prefiro que não venha.
6. A Arábia pode ser o destino de eleição para um principezinho que parece gostar mais de dinheiro do que de trabalhar. Mas cuidado que o Jorge Jesus não é para brincadeiras e o Cristiano Ronaldo, que manda naquilo tudo, faz da forma como se aplica ao trabalho um modo de vida."
🤷 Pensamento do Benfiquista comum (estranho!!):
"➡️ PSG oferece um salário 10x maior ao João Neves
✅ A direção quis foi vender para equilibrar as contas. Mau ato de gestão!
➡️ O Al Nassr oferece um salário 10x maior ao João Félix.
✅ O Félix é um traidor que só pensa em dinheiro!
Mais um jogador que a direção não consegue contratar
- Lembrar que o jogador pertence ao quadros do Chelsea e que estes vendem a quem oferecer mais.
- Lembrar que Félix é um peso morto para os londrinos, que querem é evitar perdas em relação ao que investiram no seu passe."
OBRIGADO EUSÉBIO!
"Benfica 3 - 2 Fernebahce
Dia de homenagear o maior de todos os tempos.
Dia de regresso à Catedral.
Dia de reencontro com os amigos Benfiquistas!
Dia de ver a nova equipa do Glorioso, os novos craques, à cabeça de todos eles Richard Ríos, mas também João Veloso, vamos miúdo!
E VENHA O JOGO!
00 a comunicação social especulou a todo o gás que o Trubin era para vender e ia ser o Samu o dono da baliza. Enfim...
05 Épá, temos um meio campo de meter respeito físico, de combate! E o que nós precisávamos disto.
10 este jogo tem VAR? Bem, esta queda do Otamendi na área...
13 bela defesa do Trubin, e depois estava aí um deles a dormir pra recarga. Obrigadinho, amigo...
15 ui, que abertura do Ríos! Estamos com boas movimentações atacantes. A dominar o jogo.
24 Ríos a marcar pontos com pormenores de craque, Barrenechea a mostrar serviço, João Veloso parece que está habituado à equipa A.
31 paragem para hidratação. Jogo mais para o nosso lado, mas sem grande esplendor. Lage a afinar a máquina com indicações. Estão quatro jogadores novos no onze. E o tempo de preparação foi curtíssimo.
37 João Veloso temporizou até encontrar Pavlidis em passe vertical, este isola Aktur e toma lá o um-zero. Parece fácil, e quando se joga assim é fácil.
42 aí está a melhor estreia para o Ríos: dois-zero! Mas o golo não foi dele, não faz mal, foi decisivo, é o que interessa. Carrega!!!
45 fodasss, má saída de bola do António... golo deles, remate rasteiro colocadíssimo! Onde é que eu já vi isto?
(ACRESCENTO, DEPOIS DE VER O LANCE NA TELEVISÃO: AS RESOONSABILIDADES DO LANCE SÃO MAIS DO BARRENECHEA DO QUE DO ANTÓNIO, O PASSE DO ARGENTINO SAIU CURTO E FOI INTERCETADO.)
46 várias alterações, vamos ver como corre.
Ríos a 6.
48 Rui Costa: é proibido vender o Akturkoglu, OK?
52 ui, ui, ui, Samu com os pés é um craque. E agora voou para uma bola no poste, penso que a defendia. Gosto deste miúdo.
55 as mudanças não nos fizeram bem. O jogo está deles.
60 dois-dois, exploraram bem as costas dos nossos centrais, homem isolado, toma lá Samu.
65 vêm aí mais uns tantos para o jogo. É o regresso do Henrique Araújo, força miúdo!!! Vamos ver também o Obrador. Prioste é outro dos que entra.
70 as indicações dos jogos de pré-época são basicamente as das primeiras partes. As de hoje não foram más para primeiro ensaio da época.
80 jogo confuso, sem interesse, nenhuma equipa a criar jogadas de perigo.
81 aí está o Henrique Araújo, que maravilha o oportunismo como aparece a meter o pé entre os centrais. Três-dois! Muito bem!!!
84 estádio de pé para aplaudir Otamendi na saída: é o nosso capitão, o nosso comandante, o nosso representante no relvado.
55.443 num amigável de pré-época! Esqueçam: somos enormes, crl! À atenção dos negociadores e decisores da centralização dos direitos televisivos.
90+1 que pena Henrique, assistência do Samu, era golo made in Seixal. Espera que o Henrique já aproveitou outra para o quatro-dois! Espetáculo!!! Dois golos do Henrique para dizer que devemos contar com ele. O VAR descobriu um fora de jogo? Habitua-te Henrique.
90+4 a confusão de jogo que para aqui vai, acabou, muito bem. A taça do Rei ficou em casa. Carrega Benfica."
O novo Benfica mudou a face sem ser (para já) muito diferente do velho Benfica
"As águias conquistaram a Eusébio Cup, derrotando (3-2) o Fenerbahçe de Mourinho. Com os reforços Dedic, Barrenechea e Ríos de início, Pavlidis e Aktürkoğlu destacaram-se antes de Henrique Araújo marcar o golo do triunfo
Vieram pelas novas aquisições, ficaram pelo Seixal. O futebol de julho pode assemelhar-se a um blind date para os adeptos, um encontro às cegas. Disseram-me que este tipo que vem do Brasil tem boa pinta, mas como será ele em pessoa?
Além de blind date, a bola do verão é, também, oportunidade para os mais novos provarem que são merecedores do lugar com que sonham desde que, em muitos casos ainda antes da adolescência, entrarem numa academia. Foi com uma equipa recheada desses miúdos que o Benfica terminou um jogo que começara com expetativas em torno de outros reforços.
Entre Gonçalo Oliveira, Joshua Wynder, Diogo Prioste, Rafael Luís ou João Rego, há já um quase veterano entre os jovens. Henrique Araújo estreou-se pela equipa principal do Benfica em janeiro de 2022 e, mais de três anos e meio depois, ainda não conseguiu estabilizar a carreira. À procura da confiança de Bruno Lage, entrou aos 66' da Eusébio Cup e fez o 3-2 final contra o Fenerbahçe.
No último teste antes da Supertaça, que realizar-se-á a 31 de julho, os encarnados entraram com aparência renovada. Enzo e Ríos no meio-campo fazem crer que este é um coletivo diferente, outra entidade desportiva, sensação agravada pela presença de Obrador ou Dedic nas laterais e de João Veloso, outro produto do Seixal, como titular no meio-campo.
Não obstante, um olhar mais atento nota que parte dos vícios do velho Benfica ainda estão aqui. A tendência para altos e baixos no jogo, característica normal face à época, mas também a falta de criatividade no meio-campo ou alguma permeabilidade defensiva.
O desafio que homenageia e figura maior da história do clube teve uma equipa local bem melhor no primeiro tempo. Aí, o velho Benfica notou-se pela universalidade de Pavlidis, que tanto olha para a baliza como para o jogo, e pela agressividade de Aktürkoğlu, disposto a marcar aos rivais do seu Galatsaray. As referências atacantes da época passada uniram-se para o 1-0, marcado pelo turco, com o grego a estar na génese do 2-0, um auto-golo de Brown.
Não há uma segunda oportunidade para causar uma primeira boa impressão e não se pode dizer que o primeiro encontro entre Nicolás Otamendi e Richard Ríos tenha gerado uma amizade. No calor de um encontro entre Argentina e Colômbia, os dois trocaram acusações, entre comentários sobre fitas no cabelo e insinuações quanto a veteranos que, alegadamente, já não correm.
Reunidos no Benfica, o clube aproveitou a contratação do médio para gerar conteúdo, à boa maneira do mercado de transferências de 2025, em que ser viral rivaliza com os golos nas métricas de importância. Feitas as pazes, chegou a outra face da moeda: em cima do intervalo, quando Amrabat fez uma entrada indigna de pré-época sobre Ríos, Otamendi correu para ir tirar satisfações ao adversário, protegendo o companheiro.
Em cima do descanso, Kahveci, após perda de bola dos lisboetas na saída, maquilhou uma má primeira parte dos visitantes e reduziu. Para a segunda parte entraram Samuel Soares, Leandro Santos, Barreiro e Bruma. Também foi lançado, do lado turco, John Duran, atacante que há meses custou uma fortuna ao Al-Nassr, mas que está no Fener por empréstimo. Aos 52', o colombiano protagonizou um lance digno de Mark Landers, com um remate de desenhos animados, que parecia levar uma chama acesa acoplada à bola. Bateu com estrondo no poste.
O Benfica realizava minutos tristes, desconexos. O sol já não brilhara, a temperatura descera, o futebol já não tinha tanto aroma a verão e parecia mais um rotineiro desafio de outono, só que com mais calor. Com os homens de Lage tentando encontrar a sua versão adaptada às trocas, os vice-campeões turcos empataram, fazendo valer a valia dos seus atacantes. Aos 60', En Nesyri, carrasco de Portugal no Catar, fintou o fora de jogo e apontou o 2-2.
Dizem as tradições da bola de pré-época que a parte final dos amigáveis é marcada por um entra e sai a fazer lembrar a escadaria de uma estação de metro. Com 2-2, Lage lançou Obrador, Henrique Araújo, Prioste, Prestianni e Schjelderup, Mourinho também foi realizando trocas, mas a noite foi perdendo um fio lógico. Aos 77', Bruma lesionou-se sozinho a receber uma bola, um bom resumo da felicidade que o tem acompanhado desde que chegou ao clube.
O velho Benfica tinha o eterno Otamendi a ganhar bolas em ambas as áreas. Este também tem. O argentino saltou aos 81' para assistir Henrique Araújo, que surgiu cheio de vontade em viver uma nova vida onde sempre sonhou brilhar. Da união entre reforços e gente do Seixal se fez a noite da Eusébio Cup, a tal Eusébio Cup onde não apareceu João Félix, um possível reforço que é, também, gente do Seixal."
Luz estava em Richard mas foi João Veloso a encher Ríos de fé
"Colombiano demonstrou ser um jogador muito rotativo mas ainda não encheu o campo. Miúdo saído da B impressionou e Henrique Araújo fez prova de vida
TRUBIN — O Fenerbahçe não atacou por aí além na primeira parte, quando o ucraniano esteve campo, mas ainda assim o keeper foi chamado a intervir aos 13' quando En-Nesyri lhe apareceu pela frente praticamente isolado e correspondeu a preceito. No primeiro golo dos turcos, nada poderia fazer, uma vez que o remate saiu muito chegado ao seu poste esquerdo.
JOÂO VELOSO -- Tem apenas 20 anos, na época passada apenas fez dois jogos pelos principais, foi a surpresa da Eusébio Cup e deu azo à fé benfiquista, uma vez que foi ele, saído da B, que, enquanto esteve em campo, demonstrou saber (quase) tudo do jogo, ter sentido posicional e capacidade de passe acima da média, como naquela trivela perfeita logo aos sete minutos para Akturkoglu, que acabou por desperdiçar na cara do guarda-redes. Mas, aí, a culpa não é dele. O seu trabalho foi feito. E bem feito.
ANTÓNIO SILVA — Desde a época transata que anda a navegar em mares revoltos e ainda não foi diante do Fenerbahçe que nadou em direção à acalmia. Ficou por dar essa braçada. Como ficou por dar aquele passo em direção a Kahveci que seria decisivo para encurtar o espaço e não permitir um tão grande à-vontade na hora do remate que redundou no primeiro golo turco.
OTAMENDI — Tem alma é verdade, aos 37 anos parece um miúdo a saltar às bolas na área contrária, mas no segundo golo dos homens de Istambul deu um passo para a frente na tentativa de deixar En-Nesyri fora de jogo, mas acabou por dar ainda mais espaço para o marroquino correr desenfreado rumo ao segundo golo da equipa de José Mourinho.
DEDIC -- Muito ofensivo pela faixa direita, mostrando que tem características de lateral de equipa grande. Com passada larga, ganha muitos metros logo no arranque. Na componente defensiva, não foi possível ver grande coisa, pois o Fenerbahçe foi muito comedido nas ações pela sua faixa na primeira parte. Mas deu bons indicadores para numa equipa que, na época passada, após a lesão do dinamarquês Alexander Bah, não teve muita profundidade pela ala destra.
DAHL — Um bloco de notas em branco nunca é bom sinal na apreciação de um jogador e foi isso que aconteceu com o sueco. Não foi exuberante a defender e a atacar cumpriu. Apenas e só.
BARRENECHE -- Tem um sentido posicional apurado e isso foi notório, servindo de pivô defensivo no meio-campo e a mostrar que sabe rodar bem o sentido de jogo, pois é dono de boa técnica individual. Não tem muita chegada à área contrária, mas com dois companheiros de setor tão ousados na componente atacante — João Veloso e Richard Ríos — convinha alguém mais comedido para segurar as pontas quando os turcos se balançassem no ataque. Foi o que fez. E bem.
AURSNES — Meio-extremo, meio-médio, ficou de novo a sensação de que o norueguês é um jogador de corpo inteiro mas para render num patamar elevado tem de jogar no meio.
PAVLIDIS — O grego continua sem uma sombra ameaçadora e pelo visto não precisa para continuar num nível alto em termos exibicionais. Fez um passe perfeito para Akturkoglu no primeiro golo e no segundo esteve lá, a abrir na faixa direita para levar materializar o perigo.
RICHARD RÍOS -- Na condição de reforço mais caro de sempre do Benfica, naturalmente os holofotes incidiam sobre si, mas o colombiano apenas deixou bons indícios e não encheu o campo como muitos esperavam. embora tenha demonstrado rotatividade ou não viesse dele de competição pelo Palmeiras. Porém, ainda participou ativamente no segundo golo. Tem muita plasticidade tática, tanto abrindo mais à direita como fechando em zonas interiores.
AKTURKOGLU — O Harry Potter voltou a agitar a varinha mágica em mais um golo e na fase inicial da segunda parte, quando a equipa parecia estar num sono lento e profundo foi ele a acordá-la com remates bem medidos a agitar as águas.
SAMUEL SOARES — A frio, uma bola do poste, já quente sem hipótese no segundo golo turco.
LEANDRO SANTOS — Muito enérgico na ala direita, mostrou-se disponível com algumas arrancadas.
LEANDRO BARREIRO — Parece demasiado curto para equipa grande.
BRUMA — O prémio de azarado da noite foi para ele: não entrou bem e ainda saiu lesionado...
HENRIQUE ARAÚJO — Voltou de empréstimo ao Arouca e fez prova de vida com mais um golo pleno de oportunidade. Pedir mais a um ponta-de-lança é complicado.
SCHJELDERUP — Muito buliçoso, sempre à procura de espaços, mas sem as melhores decisões.
OBRADOR — Mostrou-se algo preso de movimentos.
PRESTIANNI — Passes curtos com pouca progressão a meio-campo.
DIOGO PRIOSTE — Um belíssimo corte aos 70 e a prenda de ter acabado com a braçadeira de capitão.
TIAGO GOUVEIA — Pouco tempo em campo para mostrar algo de concreto.
JOSHUA WINDER — Ficou perto de participar num golo.
GONÇALO OLIVEIRA — Um poço de força, com físico de super-héroi.
RAFAEL LUÍS — A tempo de estar na festa.
JOÃO REGO — Duas corridas e... banho."
Os defeitos e as virtudes de sempre numa águia que não consegue evoluir
"Reforços convencem, mas não chega para pensar em melhorias com o 'puzzle' ainda incompleto. Falta rasgo e alguém que veja para lá do básico. E talvez até mais do que um.
Nova época, três reforços no onze e até ao espaço se abrir, o que aconteceu aos 38 minutos, graças ao génio de Pavlidis, as dificuldades de sempre no ataque posicional.
É verdade que Bruno Lage não tem João Félix ou até um novo extremo para o lugar de Di María — bem necessários mostraram ser tendo em conta a amostra — e até imagino que tenha querido dar algum moral a João Veloso, no entanto, também não ajudou ter no onze quatro médios que, não sendo de perfil semelhante, não deixam de ser parecidos no momento de criar desequilíbrios. Todos somados, não valem um 10.
Não é que o jovem tenha estado mal, bem pelo contrário, juntando-se à primeira fase de construção, pressionando à frente, ao lado de Pavlidis, no 4x4x2 habitual sem bola, e até aparecendo pela esquerda no envolvimento do adversário ou numa segunda vaga, em transição ofensiva, mas não é, de todos, um fantasista. Também é preciso espaço para Aursnes e o lado direito pode até ser uma solução para algumas partidas, sobretudo se aquela dinâmica com Ríos a aparecer no seu lugar for trabalhada, já para não falar da forma como liberta o espaço para o aparecimento de quem se sente peixe em água nos momentos ofensivos como Dedic, porém para uma liga como a portuguesa, em que o domínio muitas vezes será muito grande, falta quem tenha rasgo.
Até Pavlidis descobrir o movimento para o qual Akturkoglu nasceu, o do ataque ao espaço nas costas da linha defensiva contrária, contando com a distração no lateral Archie Brown no momento do fora de jogo, o Benfica pouco incomodou o Fenerbahçe. Livakovic defendeu um cabeceamento de Otamendi, antes de três finalizações sem grande eficácia do grego, e pouco mais. Pelo meio, aos 13 minutos, em transição, como Mourinho também gosta, En-Nesyri ainda partiu os rins a Otamendi antes de Trubin entrar em ação.
Falávamos de Veloso e ele disse presente no segundo golo, apontado quatro minutos depois de ter sido inaugurado o marcador. É o miúdo quem descobre Pavlidis antes de a jogada se perder e de se voltar a reencontrar em Dahl, Ríos, Pavlidis e no desastrado calcanhar de Archie Brown, que introduziu a bola na própria baliza.
Não se esperava, depois de quebrado o gelo, que o resultado voltasse a ser ameaçado pelo Fenerbahçe, até aí apenas com uma ou outra saída para o ataque, mas um erro de Barrenechea, que falhou um passe e depois demorou a pressionar Kahveci à entrada da área, permitiu-o. O capitão colocou a bola longe de Trubin e festejou.
A mesma falta de proteção da zona da meia-lua voltaria a manifestar-se no segundo tempo, aos 53 minutos, quando Jhon Durán fez a bola embater com estrondo com poste esquerdo da baliza já à guarda de um muito confiante Samuel Soares, entrado ao intervalo.
Lage muda, Mourinho melhora
No Fenerbahçe, montou-se um esquema de três centrais, enquanto as quatro alterações do lado dos encarnados, sem que fosse esse o propósito, inverteram o triângulo a meio-campo, tornando-o escaleno. Porque Barreiro se colocou ao lado de Ríos e Aursnes se projetou mais, ainda que não pelo corredor central, mas pelos meios-espaços da direita, onde por perto andava Bruma. Havia espaço para aproveitar e os turcos não se fizeram rogados.
A controlar a partida, o Fener chegou ao empate. En-Nesyri atacou o espaço entre os centrais, com Otamendi a preferir dar um passo para o fora de jogo em vez de tentar seguir o avançado, que depois não perdoou.
Como é habitual, as substituições continuaram e as águias lutaram por mais um golo e pelo troféu, que tirando a justa homenagem a Eusébio pouco significa. Prestianni e Schjelderup mexeram com o jogo, Leandro Santos entrou com energia e Henrique Araújo esticou o pé, numa bola parada, para cumprir o tributo.
Os encarnados vencem, todavia, embora seja cedo, não parecem melhor do que na época passada."
Subscrever:
Comentários (Atom)









