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quinta-feira, 3 de dezembro de 2015

Lições do... Tonel

"Tonel pode ter uma certeza à semelhança de Manaca, será lembrado nos próximos 35 anos!

muitos anos, ainda no tempo em que o Belenenses sonhava ser Campeão Nacional (como haveria de o ser, em 1945/46), havia um programa de rádio - surgido em 1934, designado por O Senhor Doutor, com Henrique Samorano no papel de Tonecas e Oliveira Cosme como Professor.
Em 1945, no ano do Belenenses, nas Emissões Recreativas, são retomados os Diálogos do Menino Tonecas, com João Pereira e Sousa no papel do próprio.
Para, na década de 90, as Lições do Tonecas - já na memória de todos - surgirem na televisão, com Luís Aleluia no papel de Tonecas e Morais e Castro no papel de Professor.
Tudo isto a propósito de um jogo que mais parecia... uma verdadeira lição daquelas do Tonecas!!!
Era a 11.ª jornada, e o impossível aconteceu lá para os lados de Alvalade...
Há, por vezes, jogos assim...
As equipas até podem jogar o dia todo... mas nunca marcam.
O último Sporting-Belenenses seria um deles.
Para surpresa de todos, quando já ninguém acreditava - jogadores, equipa técnica, dirigentes, adeptos... e até as estrelinhas da árvore de Natal - já no período de descontos, um Tonecas da actualidade, Tonel de seu nome, comete uma falta decisiva, que originou... grande penalidade (convertida)!
Ironia do destino... não foi o Tonecas, mas, antes, o Tonel, a dar-nos uma grande lição!
Antes tínhamos as 'Lições do Tonecas'.
Pois, agora passamos a ter as... 'Lições do Tonel' - com António Leonel Nogueira Sousa no papel principal! 
Lições de tudo aquilo que um profissional não pode fazer... até mesmo pela experiência que deveria ter. Para a história desta jornada... o mais recente Tonecas.
Para a história do futebol... não o Túnel de Braga, nem o Túnel da Luz mas... o Tonel de Alvalade! 

Manaca/Tonel rei morto, rei posto...
O Caso Tonel lembra-me um outro... como lembra a todos os que gostam de futebol. Corria o dia 25 de maio de 1980, no fim da época 1979/80.
Para uns, um outro escândalo que marcou o futebol português; para os beneficiados, um erro compreensível! Nessa altura, Porto e Sporting estavam empatados na liderança. Na penúltima jornada, num jogo decisivo, Vitória de Guimarães-Sporting, discutia-se a atribuição do título de campeão nacional. O Sporting venceu o Vitória por 1-0 com... imagine-se... um autogolo do defesa do Vitória (para agradar aos meus amigos da Cidade Berço) Carlos Manaca, ex-jogador do Sporting e em final de carreira! Lembram-se???
Em comum com Tonel talvez o facto de ambos serem, nos jogos da polémica, ex-jogadores do Sporting, de estarem em fim de carreira, de atuarem na defesa da equipa adversária e, ainda, uma enorme destreza no lance decisivo...
Nada mais que... coincidências. Ou azares do destino, dependerá sempre da perspectiva!
Uma grande diferença é que numa época os benefícios a uma equipa aconteceram na recta final do campeonato e esta época as ajudas começaram bem cedo, praticamente deste o início! Outra, a postura do Porto: na altura protestou (apedrejando, até, em Campanhã, o comboio que levava os adeptos e a equipa de regresso a Lisboa, o que se condena sempre); hoje, o silêncio total!!!
Eu sei que não tem nada a ver com este caso, nem me passa pela cabeça levantar qualquer suspeita mas - outro azar dos Távoras (para quem sabe o que isso significa) - Tonel participou num dos jogos que mais suspeitas levantou do ponto de vista das apostas ilegais - o inesquecível Dínamo de Zagreb-Lyon, em 2012 - onde a equipa de Tonel, apesar de estar a ganhar 1-0 ao intervalo, foi despachada com o resultado de 1-7 final.
Precisamente, os seis golos de diferença que o Lyon precisava para ser apurado.
Até porque o Sporting, este ano, não está na UCL.
Coisas da vida!
Numa análise objectiva, poderemos sempre afirmar, em desfavor de Tonel (sou sempre justo...) que, no Caso Manaca, este até teve muito mais mérito.
Não se limitou a cometer uma pequena falta, com um levantar de braço... para saltar (deve tratar-se de única forma para conseguir um maior impulso) deixando a responsabilidade da marcação do penalty para outro.
Teve a coragem de arriscar - e a proeza de acertar na baliza. E, se a memória não me falha, a alguma distância e de um ângulo difícil!
Como é evidente, e face a esse escandaloso episódio em que foi considerado como vendido, até pelo próprio balneário, o Presidente do Vitória da altura determinou que Manaca não mais jogasse em Guimarães, fazendo com que ele desaparecesse da cidade, definitivamente, três dias depois do jogo. E, assim, durante 35 anos falou-se nele...
Há homens que para serem imortais têm de entrar para a Academia; outros há a quem basta estender - esforçadamente, reconheça-se - a mão na grande área! Por isso, Tonel pode ter uma certeza: à semelhança de Manaca será lembrado nos próximos 35 anos!

Ricardo Sá Pinto
Apesar do barulho à volta do Sporting-Belenenses, e da maneira como os rapazes ganharam, sublinhe-se a grande dignidade de Sá Pinto. Disputando o jogo pelo jogo, sem medo, contra o seu clube do coração. Normalmente não me revejo no seu temperamento... mas no jogo de segunda-feira teve uma grande e exemplar postura! Grande profissionalismo, reconheço!

A decisão do Belenenses
Não sei o que acontecerá, lá para os lados de Belém... Mas - disse e repito - se fosse Presidente da SAD do clube do Restelo, à imagem do que fez o Presidente do Vitória da altura, a decisão só poderia ser uma. Sem, porventura, razão nenhuma, mas para evitar discussões como as que ocupam o País do futebol desde aquele minuto 90+4.
Por isso, na perspectiva da SAD do Belenenses, o que mais poderia defender a sua imagem do que esse mesmo processo???
Porque trata-se, sem dúvida, de uma questão jurídica, mas, também, de uma questão de honra, de ética e de responsabilidade.
Casos como este (ou como o de Manaca) terão sempre, duas verdades. E, para citar Hannah Arendt, uma filósofa que encanta, muito, o meu querido Professor Manuel Sérgio, «conceptualmente, podemos chamar de verdade aquilo que não podemos modificar»...
E a verdade é que nesse jogo da 11.ª jornada foi grande penalidade...
Indiscutível!!!

Nota de pé de página (muito de pé de página...)
O clube que mais comunicados faz tornou público agora que foram feitas diversas participações disciplinares à Liga contra alguns elementos da estrutura do Benfica... inclusivamente contra mim. Pretendem que sejam averiguadas e apreciadas algumas «condutas», por, imagine-se, abuso de influência, coação sobre árbitros, declarações sobre arbitragem antes dos jogos, lesão da honra e da reputação dos órgãos da estrutura desportiva e dos seus membros, árbitros e demais agentes. Só podem estar a brincar!
Mas a brincadeira não fica por aqui, afirmando que «não se deixará coagir por estratégias de manipulação da opinião pública», dizendo mesmo que... luta pela verdade desportiva. E pela «dignificação de todos os agentes desportivos, desde os dirigentes aos árbitros», para que se obtenha a «credibilização e modernidade do futebol» !
Achei graça!
Porque será sempre bom relembrar a maneira como ganharam ao Tondela, com um penalty no último minuto, precedido de um lançamento feito dentro do terreno de jogo...
Ou como ganharam ao Estoril, em casa, com a tal grande penalidade que foi precedida de fora-de-jogo!
Ou como ganharam ao Arouca... onde decidiram que não se marcaria uma grande penalidade contra o Sporting!
Ou na Taça, onde cair sobre um adversário, dentro da área - jogada que percebo treinada de forma bem consequente - não dá penalty.
Ser bom não é ser parvo, como diria o Padre Américo (cito de memória) e repetiria, numa versão soft, Rui Vitória."

Rui Gomes da Silva, in A Bola

Enciclopédia do ludopédio

"O que não falta por cá são programas televisivos sobre desporto. Melhor dizendo, sobre ludopédio, vulgo futebol, que tudo domina. De tal sorte que canais noticiosos mais parecem canais de futebol. Tudo se discute ou, se nada houver para discutir, tudo se fabrica para gáudio das audiências amantes da balbúrdia, do fanatismo, do sangue. Há programas todos os dias: ou para antes, ou para conferências excitantes, ou para o depois. Verdade seja dita que nem todos são iguais, pois em alguns aprende-se com pessoas que sabem de futebol mais do que o comum mortal.
Vem isto a propósito de um programa desportivo que se iniciou na RTP3 e que é uma delícia. Refiro-me à Grandiosa Enciclopédia do Ludopédio, apresentada por Carlos Albuquerque e com Rui Miguel Tovar e João Nuno Coelho. É, de facto, um programa alternativo sobre futebol, uma espécie de insurreição contra a norma. Ou, como se diz - e bem - na apresentação do programa, é «um dicionário da tribo da bola, com histórias diferentes dentro e fora das quatro linhas».
Rui Miguel Tovar e João Nuno Coelho fazem da memória e do estudo uma verdadeira enciclopédia, tão gostosa de ouvir, como cativante para recordar. Com simplicidade, empatia, sabedoria e naturalidade. Vale a pena sairmos do circulo infernal, do quotidiano deste nosso futebol feito de casos, casinhos e similares e mergulhar na magia do que fica depois da poeira do tempo. Futebol e vida de mãos dadas.
Desaparecida a excelente Liga dos últimos, eis que temos esta oportunidade de serviço público, que está bem para além das aparências do dia-a-dia desportivo. Ao sábado à tarde."

Bagão Félix, in A Bola

PS: Só é pena que um dos principais intervenientes, auto-proclamado um dos grandes 'historiadores' do Futebol português, José Nuno Coelho, seja um daqueles que defende a mentira do Benfica ter sido  o Clube do Regime...!!!

Um negócio extraordinário

"A venda dos direitos de transmissão dos jogos por um período de 10 anos a troco de 400 milhões de euros é, de longe, o negócio mais volumoso algum dia feito no futebol português e reforça a condição de exímio negociador que há muito tempo se reconhece a Luís Filipe Vieira. Foi a sua rara visão que permitiu ao Benfica a realização do acordo com a NOS que ontem ficou a conhecer-se.
Houve dois momentos fundamentais para este desfecho. Primeiro, a aposta na criação da Benfica TV, seguindo-se a decisão de romper com o padrão de negócio que estava instalado para passar a ser o canal do clube a transmitir os seus próprios jogos - coisa que, até ver, continua a ser inédita. A força da marca foi, desde a primeira hora, o grande trunfo de Vieira. O presidente das águias teve o mérito de acreditar que, na hora certa, o mercado acabaria por ajustar-se àquilo que eram as pretensões da SAD encarnada.
Em 2012 o Benfica tinha recusado a última oferta da Olivedesportos para a renovação do contrato. A 'excentricidade' valeria então 111 milhões de euros por um período de 5 anos, de 2013 a 2018. Ou seja: 22,2 milhões por época. O líder das águias considerava que esse valor correspondia apenas a metade do "preço certo". O tempo viria a dar-lhe razão e a deixar muito claro que é o Benfica quem dita as leis no mercado nacional, por muito que isso custe aos rivais. Luís Filipe Vieira volta a acertar em cheio. Como já tinha acertado quando impôs Jesus contra a vontade da restante administração da SAD. E como está a acertar na destemida aposta na formação. A um ano de distância das eleições, Vieira é o 'jogador' do Benfica em melhor forma."

Nuno Farinha, in Record

O jogo segue dentro de momentos

"O extraordinário acordo do Benfica com a NOS abre um novo ciclo na gestão dos direitos desportivos em Portugal. O Benfica, que já inovara com a Benfica TV, rompendo o velho monopólio de Joaquim Oliveira, volta a dar cartas e a ditar novas regras no mercado. Este acordo, que é ainda muito equívoco e permite várias leituras, prova - no entanto - não só a força da marca Benfica como a sagacidade negocial de Luís Filipe Vieira. Se estamos a falar de 40 milhões por época, é um número astronómico para a realidade do nosso futebol.
Há dois anos, um pouco mais, Vieira foi acusado de fazer 'bluff' quando exigiu 40 milhões de euros a Oliveira. O tempo deu-lhe razão. A questão agora é: quanto valem exactamente os jogos do Benfica e quanto valem os outros conteúdos da BTV, como as ligas europeias? Ainda assim não valerão 15 milhões de euros: mesmo que desse pacote conste a Liga Inglesa, o que não é certo.
Ao dizer no sábado que "este ano é decisivo para a sustentabilidade do Benfica", é provável que Vieira não estivesse a pensar apenas na política para o futebol e no "novo paradigma" que passa pelo lançamento de novos talentos. Com a entrada de dinheiro fresco também temos que perceber onde se vai situar desportivamente o Benfica.
O acordo tem, para já, mais perguntas do que respostas. Desde logo, porquê dez anos? É uma eternidade. Depois, os jogos do Benfica continuarão na BTV? E se sim, por quanto tempo? Passam para a Sport TV? Esse dado não é um detalhe. A Sport TV, a atravessar - de acordo com informações não desmentidas - uma grave crise financeira, precisaria dos jogos do Benfica, mas não é suposto que a mais importante TV de desporto deixe de estar na MEO ou na Vodafone para ficar apenas na NOS.
Também não é claro o alcance internacional do acordo. Sendo o Benfica uma marca global, onde pode chegar nas mãos de uma empresa de grande dinâmica mas apenas presente em Portugal e na África que fala português?
Este movimento, verdadeira OPA hostil, vai lançar uma corrida aos direitos. A Altice, dona da PT e um 'player' mundial emergente (acaba de comprar a Liga Inglesa para França) deverá contra-atacar, e Sporting e FC Porto poderão estar, a prazo, na mira.
De onde vem tanto dinheiro para pagar um futebol apesar de tudo pobre, com um mercado limitado e escassos patrocínios é a pergunta a que, para já, neste tempo de pouca racionalidade, ninguém quer responder.
Para o espectador será bom porque os operadores tornarão os seus serviços mais atractivos, talvez mais baratos e com inúmeras promoções, numa tentativa de captar novos subscritores e receitas. Havendo bons gestores nas várias empresas, mesmo inebriados - efeito que o futebol provoca - eles terão feito as contas."

Nuno Santos, in Record

400 milhões!

"O Benfica fechou negócio, vendeu os direitos televisivos da transmissão dos seus 17 jogos em casa à NOS por 40 milhões de euros por cada um de dez anos, num total de 400 milhões de euros. O contrato está fechado por três anos, extensível a dez por decisão de qualquer das partes, e inclui a transmissão da BTV. Mas é, sobretudo, uma coisa: é maior negócio de sempre no futebol português. É muito dinheiro. O Benfica ganha por ano mais do que Porto e Sporting juntos (20,7 milhões no caso dos dragões, 15,5 milhões dos leões). O dinheiro cai como mel nas contas do clube, que estão em modo de austeridade por causa do elevado passivo. A NOS é o novo banco do Benfica. Está a financiá-lo. A dez anos.
Também Vale Azevedo vendeu direitos de transmissão a quem então financiou o Benfica, a SIC. Mas, naquela altura, o preço pago era mau, demasiado baixo. Este acordo tem um valor recorde para o momento em que vivemos. Resta saber se também o será dentro de dez anos. É isso que o Benfica cede, o seu valor futuro, em troca de um preço muito alto pelo presente.
Porquê tanto? Porque entraram em cena as operadoras de televisão, que até aqui não se tinham metido no negócio. A NOS jamais receberá em receitas de publicidade o valor que está a pagar por jogo: 2,35 milhões de euros. Mas fica com um atributo para captar e reter clientes imbatível, que também geram receita. Não se sabe ainda com que exclusividade ficará a NOS, ou se revenderá direitos a outras operadoras. Mas na guerra com o maior concorrente, a NOS pagou para ter, a MEO terá de pagar para ver."

Pedro Guerreiro, in Record

Vitória em Fafe...

Fafe 22 - 26 Benfica
(10-11)

Vitória esperada, mas apertada, muito por culpa do 1/4 nos Livres de 7 metros!!! As ressacas Europeias nunca são fáceis, e os dois jogos com os Islandeses foram durinhos, portanto o mais importante esta noite era mesmo a vitória...

PS: O sorteio Europeu, deu uma deslocação à Grécia...