Últimas indefectivações

sexta-feira, 12 de maio de 2017

Obrigado, Pizzi

"Luís Miguel nasceu em Bragança em 1989. Começou a jogar futebol no clube da terra, assinou pelo Sporting de Braga, mas acabou emprestado ao Ribeirão, ao Sporting da Covilhã e ao Paços de Ferreira. Sucessivamente. Depois veio o Atlético de Madrid, em Agosto de 2011, anunciar que o transmontano ia passar a jogar de vermelho e branco. Nessa época, mas já em 2012, fez parte da equipa que acabaria por vencer a Liga Europa. Mudou-se para a Corunha, como emprestado, no verão desse ano e lá foi marcando o seu golo da praxe na Liga, mas o Deportivo desceu de divisão. Voltou a apresentar-se em Madrid para nova temporada, mas o SL Benfica chegou-se à frente e contratou-o por quatro anos. O primeiro dos quais foi emprestado ao Espanhol. Ficou toda a época em Barcelona e em 2014 voltou à Luz. Para ficar. E ganhar. E jogar. E encantar. E calar os críticos, os peritos em coisa nenhuma que pensam ter capacidade para chamar à atenção o grande herói da conquista do Tetracampeonato.
Calma lá! O Benfica ainda não é Tetra.
Pois não, mas vai ser. E sabem porquê? Porque ele merece. Por tudo o que tem feito esta época, por carregar o piano, por inventar soluções, por defender, por atacar, por jogar com cabeça, não responder a provocações e continuar a fazer valer cada centavo de cada euro gasto num bilhete.
Pizzi, obrigado."

Ricardo Santos, in O Benfica

So VAR so good

"A introdução do Video-árbitro (VAR) no futebol português é uma boa notícia e merece ser saudada. Está de parabéns a Federação Portuguesa de Futebol, sobretudo o seu presidente, Fernando Gomes, que dá mais uma prova cabal da sua competência.
Com o VAR haverá mais verdade desportiva? Sem dúvida! Com o VAR serão reduzidos vários erros de arbitragem? Não duvido! Com o VAR desaparecerão todos os problemas do futebol português? Claro que não! Concordo com Rui Vitória quando disse que quem está convencido de que o VAR vai ser o remédio para todos os males está redondamente enganado.
Se fizermos uma análise a todos os jogos do Sport Lisboa e Benfica nesta Liga, chegaremos à conclusão de que nas 32 partidas já disputadas não foram assinalados 22 penáltis a favor do líder da prova. Não se trata de uma gralha, leu bem - 22 penálties por marcar a nosso favor. Além dos três em Alvalade, outros três no Funchal, frente ao Marítimo. Curiosamente, os dois únicos jogos e que perdemos na Liga fomos claramente prejudicados por penálties não assinalados - em Setúbal (1) e no Funchal (3).
Na época anterior, em que conquistámos o Tricampeonato, ficaram 18 penálties por assinalar. Basta fazer as contas - em duas épocas, o Benfica foi espoliado em 40 penálties! Basta domar 18 e 22! 
Parece exagero, e lido desta forma chega a ser chocante. Mas é verdade! Ou seja, com o VAR o SL Benfica teria, neste momento, mais 12 pontos na Liga, e o Tetra estaria conquistado há várias jornadas. Por isso, quando ouço os demagogos de pacotilha a reclamar créditos em relação à introdução do VAR, só me apetece dizer - 'Venha ele!' "

Pedro Guerra, in O Benfica

Tão perto, tão perto

"Numa jornada extremamente importante, na qual muitos previam que o Benfica vacilasse, foi a nossa equipa que mostrou ter o estofo de que se fazem os campeões.
Outros falharam onde não queriam falhar. Nós entrámos com tudo, frente a um adversário difícil e combativo. Vestimos o fato-macaco, e ganhámos com inteira justiça, dando mais um passo rumo ao ambicionado “Tetra”.
Antes faltavam três finais. Agora pode faltar apenas uma. Foi esse o salto que a noite de Vila do Conde nos permitiu dar. Numa jogada, avançámos duas casas. Não mais que isso.
Estamos numa situação invejável, mas ainda não ganhámos nada.
Sei que é difícil conter as emoções quando se vê o objectivo tão próximo. É como o aluno que estudou, que se preparou bem, que sabe toda a matéria, que é o melhor da turma, mas ainda tem de fazer o exame final – no qual, obviamente, não pode falhar.
Não há, pois, espaço para deslumbramentos ou facilitismos. Se os nossos jogadores entrassem em campo a julgar-se já tetra-campeões, certamente perderiam com um Vitória de Guimarães forte e motivado. Tenho a certeza de que isso não irá acontecer. A concentração vai ser total, o desejo de vencer estará no nível máximo. Teremos de jogar com mesma fibra do Domingo passado para não ter dissabores, e para não carregar uma pressão supletiva para o último jogo - que nos pode custar muito caro, como um passado ainda recente bem demonstrou.
É um lugar na história que está em causa. Há que ser optimista, confiante, mas também prudente. 
Depois de muitos “jogos do título”, este sim pode vir a sê-lo. Acredito que vá sê-lo. Terá de ser jogado como tal."

Luís Fialho, in O Benfica

A segunda alteração à lei da corrupção desportiva

"A Lei n.13/2017, de 2 de Maio, procedeu à segunda alteração ao regime de responsabilidade penal por comportamentos susceptíveis de afectar a verdade, a lealdade e a correcção da competição e do seu resultado na actividade desportiva.
A lei que criou este regime foi a n.º 50/2007, de 31 de Agosto, a 1.ª alteração foi feita pela Lei n.º 30/2015, de 22 de Abril, e agora veio a segunda alteração.
Esta última alteração é significativa. A redacção final de alguns artigos não foi a mais feliz, mas a ideia foi abranger todos os agentes desportivos na prática de crimes desta natureza, aumentar a pena de alguns crimes, permitir, à imagem da prisão preventiva, que seja aplicada preventivamente uma medida de suspensão de funções e criar um novo crime, para os agentes desportivos que, entanto envolvidos numa competição, façam apostas por si, ou mandem fazê-las.
Além de todas estas alterações que por falta de espaço nos abstemos de comentar, interessa-nos a criação do novo tipo de crime que nesta lei foi previsto.
Este tipo de crime foi agora inserido num novo artigo, o 10.º A, que reza assim:
Artigo 10.ª A
Oferta ou recebimento indevido de vantagem
1 - O agente desportivo que, por si ou por interposta pessoa, com o seu consentimento ou ratificação, solicitar ou aceitar, para si ou para terceiro, directa ou indirectamente, no exercício das suas funções ou por causa delas, sem que lhe seja devida, vantagem patrimonial ou não patrimonial, ou a sua promessa, de agente que perante ele tenha tido, tenha ou possa vir a ter pretensão dependente do exercício dessas suas funções, é punido com pena de prisão até 5 anos ou com pena de multa até 600 dias.
2 - Quem, por si ou por interposta pessoa, com o seu consentimento ou ratificação, der ou prometer a agente desportivo, ou a terceiro por indicação ou conhecimento daquele, vantagem patrimonial ou não patrimonial, que não lhe seja devida, no exercício das suas funções ou por causa delas, é punido com pena de prisão até 3 anos, ou com pena de multa até 360 dias.
3 - Excluem-se dos números anteriores as condutas socialmente adequadas e conformes aos usos e costumes.
Eu sei, o direito é assim chato, maçudo, pouco demagogo e muito 'frete', mas ressalta logo uma verdade, este tipo de crime que agora foi criado não existia.
Comparando com o art.º 10.º A não exige que a vantagem patrimonial de destine a alterar ou falsear um qualquer resultado desportivo. Basta dar ou receber!
Por isso é inquestionável que a história do Kit Eusébio não foi crime, porque, para existir este, exigia-se que a sua entrega visasse alterar ou falsear o resultado, o que manifestamente não era.
Mas seria agora?
Será crime apenas se essa oferta não couber nas condutas socialmente adequadas e conformes aos usos e costumes.
É muito criticável que, nunca matéria tão sensível como esta, o legislador continue a utilizar conceitos muito vagos e indeterminados, que não ajudam à pacificação do mundo do futebol e que permitem toda a demagogia, encenanologia e especulação. É que não existe, em lado nenhum, uma definição clara e concisa do que são usos e costumes e condutas socialmente adequadas.
Os esquimós, como forma de hospitalidade, oferecem as suas mulheres aos que os visitam. É verdade que não estamos no Circulo Polar Árctico, e por isso esta lei não se lhes aplica, mas os usos e costumes da Ilha da Madeira e dos Açores não são exactamente os mesmos que no continente.
Nessas ilhas, as pessoas são mais amistosas e menos traiçoeiras, e por isso temos, pelo menos, duas realidades para uma única lei.
Confesso que me irrita esta falta de definição, pois deixa ao critério da política e dos juízes definir o que é isso!
Como sempre, que está na linha da frente tem de fazer alguma coisa, mas o meu conselho é muito claro - Que ninguém mais peça, ou entregue nada a ninguém, pois mesmo bilhetes podem ser considerados como fora do uso e costumes, e, se estamos perante agentes desportivos, estamos todos feitos!
Entretanto, se descobrirem rivais a pedir, ou a entregar, não hesitem, cumpram o agora art.º 6.º do mesmo diploma, Denúncia Obrigatória. É obrigatório denunciar.

P.S. Festas de homenagens a ex-árbitros em outras funções, é crime!

Até para a semana."

Pragal Colaço, in O Benfica

A Encenagogia

"A imagem e o som são em directo. Sabedores desta realidade, todos se esforçam em círculo fechado por 'postarem' vídeos e sons que retratem situações que lhes interessam como justificadoras dos seus fracassos. Nada melhor o que o 'online' e possuírem um título de qualquer coisa importante na organização do clube/SAD, com a ajuda de uns quantos avençados nos meios de comunicação social. É esta a triste realidade dos nossos dias.
Demagogia é um termo de origem grega que significa 'arte ou poder de conduzir o povo'. Subjacente a esta técnica está uma vontade implícita de manipulação da massa popular, valendo-se da utilização de argumentos apelativos, emocionais ou irracionais, em vez de argumentos racionais, com objectivos pessoais muito definidos.
Mas pior do que a demagogia será a encenagogia! A encenagogia é a arte de manipular as situações da vida, criando-se à vontade do seu criador, com a finalidade de realizar objectivos pessoais muito bem definidos.
É a arte de criar factos da vida, utilizando as peças de cuja manobra são 'donos', para provocar os factos da vida que querem que aconteçam.
Esta ainda é mais perigosa e fulminante!"

Pragal Colaço, in O Benfica

«Nada está garantido»

"- Esteve quase a sagrar-se tetracampeão pelo Benfica em 1973/74, e depois em 1977/78...
- Pois foi. Comecei com o Jimmy Hagan, que na quarta época no Benfica, em 73/74, teve um desaguisado e ficou o sr. Fernando Cabrita à frente da equipa. Acabámos por não ganhar, mas são coisas que acontecem... O que correu mal? Aquilo que se pôde apontar, creio, foi essa mudança estrutural. Saiu um técnico que tinha ganho três anos seguidos e aconteceu o que aconteceu. Mas ainda era muito novo nessa altura.

- O tetra era palavra que ecoava muito pelo balneário do Benfica nessas ocasiões?
- Não, não se falava muito nem de tetras nem de tris's. Ganhava-se e pronto. Mas havia anos em que esperavam que ganhássemos e não conseguíamos. Felizmente ganhávamos muitas vezes.

- Como tem encarado, então, esta perspectiva de ver o Benfica fazer história com o primeiro tetra?
- Quem me conhece sabe que eu gosto das coisas certas e neste momento nada está certo. Faltam dois jogos, dificílimos. No nosso tempo, quando empatávamos em casa, os sócios quase viravam os carros dos jogadores. E houve um assim, com o Guimarães, em que empatámos... Cautelas e caldos de galinha nunca fizeram mal a ninguém. Não estou à espera de festejar, estou à espera que o Benfica ganhe. Se o fizer, festejamos.

- Esta euforia instalada entre os adeptos e o falar-se tanto da festa pode afectar a equipa?
- Acho que esta equipa tem os pés bem assentes no chão e o Rui Vitória, pelo que conheço dele, é terra a terra. Não vai fazer a festa antes do tempo. Há dois jogos ainda, nada está garantido.

- Como se costuma dizer, o Vitória de Guimarães, certamente, não quer fazer de bombo da festa...
- Nem vem cá passear. Vem fazer o seu papel, talvez colocar em prática algo tendo em vista a final da Taça. Foi das melhores equipas que vi esta época jogar à bola, por isso está onde está."

Entrevista a António Bastos Lopes, in A Bola

Os Papas, Bruno, Jesus e o Benfica

"Ao contrário do que teria sido normal, não se abateu sobre o Benfica, ao longo da semana, a pressão mediática expectável perante a possibilidade de haver campeão nacional já amanhã. Rui Vitória, que assumiu como missão, mal o árbitro deu por terminado o jogo em Vila do Conde, meter na cabeça dos seus pupilos que nada estava ainda ganho, deve ter agradecido uma conjuntura que lhe permitiu trabalhar em paz.
Neste particular, as convulsões por que o Sporting está a passar saltaram com naturalidade para o topo da agenda mediática dos desportivos e abafaram as demais questões. E a visita papel a Fátima, por outro lado, recebeu justificada atenção e espaço dos generalistas, libertando o Benfica do foco principal. Só hoje se regressará ao tema do tetra com mais força, embora com as relações entre Sporting e FCP também a merecerem cuidada análise.
Em tese, há que aplaudir dois clubes que normalizam procedimentos, é esse o caminho que deve ser seguido. Porém, esta aproximação entre dragões e leões tem como pano de fundo uma indesmentível necessidade estratégica de marcharem em ordem unida contra um Benfica que está a impor um ciclo hegemónico no futebol nacional. Trata-se, sobretudo, de uma coligação negativa, susceptível de aprofundar o fosso entre clubes, promovendo soluções, musculadas (se houver força para tal).
Diz a história que destes acordos há sempre um clube que sai muito ais beneficiado que o outro. E diz a história também que Pinto da Costa, nesta universidade da política do futebol, tem licenciatura, mestrado e doutoramento. Bruno de Carvalho que se cuide."

José Manuel Delgado, in A Bola

Das relações de conveniência

"Os casamentos por conveniência são o que são. Não têm amor. Neles não existe paixão, apenas interesse - de uma ou de ambas as partes. E por derem de conveniência têm destino traçado: acabam quando deixam de interessar - a uma ou a ambas as partes. Admito que uma vez por outra a conveniência até possa dar lugar ao amor, mas é raro. E não será, de certeza, o caso do reatar da ligação, mais ou menos sentimental, entre Sporting e FC Porto, que decidiram agora juntar-se depois de anos separados. A ideia - ou melhor, a base da ideia que nos é apresentada para oficializar a coisa, a pacificação do futebol português - até tem valor.
Mas não sejamos anjinhos. O reatar de relações institucionais entre leões e dragões serve (até pelo timing escolhido se vê isso) apenas como uma união de facto (porque falar em casamento seria de mais...) com um interesse comum: atacar a hegemonia do Benfica, à beira de se sagrar tetracampeões. Condenável? Nada disso. São estratégias, e no futebol português já percebemos que para ganhar todas as estratégias são válidas.
A questão é saber se terá efeito. Porque no fundo, aquilo que Sporting e FC Porto acabam por admitir - além da extraordinária admissão dos dragões de que os leões têm afinal mais quatro títulos de campeão nacional, uma luta que Bruno de Carvalho não dá por perdido - é que sozinhos não conseguem contrariar a máquina que Luís Filipe Vieira construí na Luz. Talvez uma aliança possa ajudar a resolver a questão. Talvez sim.
Mas há, nesta relação concreta, um problema que lhe vaticina um fim prematuro: mesmo que consigam acabar com a hegemonia do Benfica, Sporting e FC Porto não podem ganhar ao mesmo tempo - e nem Bruno de Carvalho nem Pinto da Costa estão em condições de adiar o título por muito mais tempo. Ou seja, quando (se) o primeiro objectivo for cumprido, vão começar as primeiras discussões.
E um casamento sem amor, já se sabe, não lhes resiste."

Ricardo Quaresma, in A Bola

PS: Tudo isto até podia fazer sentido, não fosse tudo falso!!! Já que este 'casamento' não passou de uma cortina de fumo, para 'esconder' mais uma reunião preparatória da cartilha anti-Benfiquista!!! Mas alguém acredita, que um casamento deste nível, seria discutido entre funcionários dos clubes e não Presidentes ou Vice-presidentes?!!!

Liga dos amigos

"Num momento em que se vive aparente estabilidade política nas organizações do nosso sistema desportivo, não existindo sinais de crispação, e quando a maioria teve eleições recentes, parecem estar reunidas as condições para uma reflexão sobre o nosso modelo desportivo.
Não valeria a pena sem a pressão dos resultados, sejam eles desportivos ou políticos, discutir e propor um plano estratégico para o desporto que incluísse a discussão do modelo?
Qual o papel do desporto no ensino e o seu papel como factor de inclusão e desenvolvimento?
Revisitar as funções do Comité Olímpico de Portugal (COP) e da Confederação do Desporto de Portugal (CDP) no nosso modelo organizacional. Sendo de todo essencial um interlocutor forte numa lógica construtiva e não colaboracionista para representar o movimento associativo junto da tutela e dos demais agentes. Será ele o COP, a CDP ou justifica-se a existência dos dois?
Avaliar as consequências para o desporto da fusão do Instituto Desporto de Portugal (IDP) e do Instituto Português da Juventude (IPJ). O Instituto Português do Desporto e Juventude (IPDJ) tem ou não os meios necessários para cumprir as suas funções e assegurar o seu papel fulcral no desenvolvimento do desporto nacional?
As Federações desportivas têm delegados poderes públicos, sendo necessário assegurar a sua correcta e eficiente utilização. As federações têm um modelo de funcionamento e controlo que assegurar o exercício dessas funções? Têm sido capazes de cumprir o seu papel? Com o actual modelo de financiamento será exequível?
Esta discussão deveria ser participada e aberta. Não estando condicionada à partida por um vício das estruturas desportivas nacionais e internacionais: o circuito fechado. À semelhança do modelo europeu do desporto deve ser aberta a todos e não fechada e na qual só se entra por convite."

Mário Santos, in A Bola

Benfiquismo (CDLXVI)

King & Duke !!!

Aquecimento... a caminhada ainda não acabou!

A voz da experiência...

Café da manhã !!!