"Ao contrário do que teria sido normal, não se abateu sobre o Benfica, ao longo da semana, a pressão mediática expectável perante a possibilidade de haver campeão nacional já amanhã. Rui Vitória, que assumiu como missão, mal o árbitro deu por terminado o jogo em Vila do Conde, meter na cabeça dos seus pupilos que nada estava ainda ganho, deve ter agradecido uma conjuntura que lhe permitiu trabalhar em paz.
Neste particular, as convulsões por que o Sporting está a passar saltaram com naturalidade para o topo da agenda mediática dos desportivos e abafaram as demais questões. E a visita papel a Fátima, por outro lado, recebeu justificada atenção e espaço dos generalistas, libertando o Benfica do foco principal. Só hoje se regressará ao tema do tetra com mais força, embora com as relações entre Sporting e FCP também a merecerem cuidada análise.
Em tese, há que aplaudir dois clubes que normalizam procedimentos, é esse o caminho que deve ser seguido. Porém, esta aproximação entre dragões e leões tem como pano de fundo uma indesmentível necessidade estratégica de marcharem em ordem unida contra um Benfica que está a impor um ciclo hegemónico no futebol nacional. Trata-se, sobretudo, de uma coligação negativa, susceptível de aprofundar o fosso entre clubes, promovendo soluções, musculadas (se houver força para tal).
Diz a história que destes acordos há sempre um clube que sai muito ais beneficiado que o outro. E diz a história também que Pinto da Costa, nesta universidade da política do futebol, tem licenciatura, mestrado e doutoramento. Bruno de Carvalho que se cuide."
José Manuel Delgado, in A Bola
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