"- Esteve quase a sagrar-se tetracampeão pelo Benfica em 1973/74, e depois em 1977/78...
- Pois foi. Comecei com o Jimmy Hagan, que na quarta época no Benfica, em 73/74, teve um desaguisado e ficou o sr. Fernando Cabrita à frente da equipa. Acabámos por não ganhar, mas são coisas que acontecem... O que correu mal? Aquilo que se pôde apontar, creio, foi essa mudança estrutural. Saiu um técnico que tinha ganho três anos seguidos e aconteceu o que aconteceu. Mas ainda era muito novo nessa altura.
- O tetra era palavra que ecoava muito pelo balneário do Benfica nessas ocasiões?
- Não, não se falava muito nem de tetras nem de tris's. Ganhava-se e pronto. Mas havia anos em que esperavam que ganhássemos e não conseguíamos. Felizmente ganhávamos muitas vezes.
- Como tem encarado, então, esta perspectiva de ver o Benfica fazer história com o primeiro tetra?
- Quem me conhece sabe que eu gosto das coisas certas e neste momento nada está certo. Faltam dois jogos, dificílimos. No nosso tempo, quando empatávamos em casa, os sócios quase viravam os carros dos jogadores. E houve um assim, com o Guimarães, em que empatámos... Cautelas e caldos de galinha nunca fizeram mal a ninguém. Não estou à espera de festejar, estou à espera que o Benfica ganhe. Se o fizer, festejamos.
- Esta euforia instalada entre os adeptos e o falar-se tanto da festa pode afectar a equipa?
- Acho que esta equipa tem os pés bem assentes no chão e o Rui Vitória, pelo que conheço dele, é terra a terra. Não vai fazer a festa antes do tempo. Há dois jogos ainda, nada está garantido.
- Como se costuma dizer, o Vitória de Guimarães, certamente, não quer fazer de bombo da festa...
- Nem vem cá passear. Vem fazer o seu papel, talvez colocar em prática algo tendo em vista a final da Taça. Foi das melhores equipas que vi esta época jogar à bola, por isso está onde está."
Entrevista a António Bastos Lopes, in A Bola
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