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quinta-feira, 18 de agosto de 2011

Ter ou não ter magia

"AINDA não foi desta que Co Adriaanse conseguiu ganhar ao Benfica. Quando treinou o FC Porto, em 2005/2006, conseguiu a proeza inédita de ganhar o campeonato perdendo os dois jogos com a equipa então comandada por Ronald Koeman.

Se calhar até foi por isso mesmo que passou por um grande aperto com uns meliantes locais que lhe vandalizaram o carro depois de um resultado menos airoso.

O FC Porto empatara a zero com o Rio Ave, em Vila do Conde, e à saída do centro de estágio do Olival, conduzindo já o seu próprio carro rumo a casa. Co Adriaanse viu-se atacado com grande violência.

Felizmente para todos que prezam a decência e desprezam o hooliganismo, tanto o amador quanto o profissional, o incidente foi relatado na imprensa e ficou muito claro que o Olival dispunha de câmaras de vigilância aptas a identificar os energúmenos e a levá-los a tribunal.

Certamente por distracção, não dei conta das posteriores notícias que surgiram com os pormenores da detenção e do julgamento dos agressores. Mas que foram todos identificados, condenados e proibidos de voltar a entrar em recinto desportivos, disso não tenham qualquer espécie de dúvidas...

Voltemos a Co Adriaanse, agora treinador do Twente com quem o Benfica jogou na terça-feira a primeira mão da decisiva eliminatória que abrirá, ou não, à equipa de Jorge Jesus as portas da Liga dos Campeões.

O resultado, 2-2, não é mau para as aspirações do Benfica sobretudo se Jesus tiver em conta e prestar a maior atenção às palavras de Adriaanse no fim do jogo, antevendo as possibilidades da sua equipa no jogo da segunda-mão:

-A defesa do Benfica joga em linha e é lenta - disse Co Adriaanse.

Sábias palavras.

Este primeiro Benfica de 2011/2012 apresenta-se assim mesmo como Adriaanse o definiu. É natural que o treinador holandês, sendo adversário do Benfica, olhe com maior argúcia para as debilidades da equipa que tem pela frente.

Já nos olhos dos adeptos do Benfica, sempre cáusticos quando as vitórias tardam, o panorama apresenta-se diferente:

-Estes tipos deslumbram-se com eles próprios e conseguem passar do espírito da goleada ao espírito da aflição numa questão de minutos.

Outras sábias palavras.

Como este estado de irregularidade permanente não garante a felicidade, é de crer que Jorge Jesus vá resolver rapidamente o assunto.



NOLITO é bom. É mesmo muito bom. E é esperto. A sua decisão de trocar o Barcelona, onde não tinha lugar, pelo Benfica, onde ninguém lhe tira o lugar, é a prova da sua esperteza.

O Benfica, tal como qualquer outro clube que sonhe alto, precisa contratar jogadores que dispensem liminarmente aquela coisa chamada de período de adaptação.

Nolito é um desses. Contra o Twente marcou mais uma vez. Foi o quarto jogo oficial de Nolito de águia ao peito e quarto golo de uma série de um golo por jogo.

Rezam os compêndios que, de águia ao peito, Mário Coluna também teve um arranque feliz: marcou 8 golos nos primeiros quatro jogos oficiais pelo Benfica, na época de 1954/1955. Nolito não conseguiu igualar o número de golos marcados por Coluna em quatro jogos.

No entanto, ainda tem mais um jogo para tentar igualar os registos da estreia de Eusébio que nos seus primeiros 5 jogos pelo Benfica marcou 9 golos.

Basta-lhe marcar 5 golos ao Feirense, com o devido respeito.

Mas não vai ser nada fácil...




NA véspera do jogo com o Twente, Jorge Jesus lançou a titularidade de Óscar Cardozo com uma frase curiosa: «Cardozo não tem magia mas é um jogador especial.»

Permito-me discordar do mister.

Cardozo não tem magia? Marcou 68 golos nos últimos quatro campeonatos e não tem magia? Quem é que o Benfica teve melhor do que Cardozo, mais certeiro, mais disponível, mais regular, nas duas últimas décadas?

Poderia concordar a cem por cento com Jorge Jesus, se ele tivesse dito: «Cardozo não tem magia nenhuma a marcar penalidades.»

Eis um facto indesmentível.




A magia do futebol são os golos, como concordarão. Há, no entanto, magias e magias... Para Paulo Bento, por exemplo, Nuno Gomes tem magia suficiente para estar na selecção nacional porque marca muitos golos e não lhe falta nada.

Mas para o mesmo Paulo Bento, um tal João Tomás já não tem a magia requerida para a selecção nacional porque, embora marque muitos golos, falta-lhe qualquer coisinha...

João Tomás é tão português como Nuno Gomes, também jogou no Benfica, e é só um ano mais velho que o antigo número 21 da Luz. O avançado do Rio Ave foi, no ano passado, o melhor marcador de origem nacional no campeonato, com 16 golos apontados como que por magia.

Compreenda-se a insatisfação do jogador por Paulo Bento não lhe ligar nenhuma. «Será que é embaraçoso convocar um jogador do Rio Ave?», foi assim que João Tomás questionou publicamente a última lista de convocados de Paulo Bento.

É uma boa questão.




FALCAO diz que o Atlético de Madrid «tem uma grande claque» e que seria «uma boa oportunidade para a sua carreira». De facto, é importante para os jogadores sentirem que estão bem acompanhados. Quem é que gosta de jogar para pequenas claques ou para médias claques?

Falcao tem vindo a ser muito criticado na imprensa portuguesa por querer sair do FC Porto para o Atlético de Madrid.

Alguns analistas chegam a evidenciar um espanto total com esta recente mania do colombiano porque, dizem, no Atlético de Madrid o melhor marcador da última Liga Europa jamais ganhará os títulos que conquistou no FC Porto.

Parece-me uma conclusão bastante abusiva e patrioteira.

É verdade que o FC Porto foi o último vencedor da Liga Europa, vencendo o Sporting de Braga na final de Dublin. Mas convém não esquecer que o Atlético de Madrid foi o penúltimo vencedor da Liga Europa, vencendo o Fulham na final de Hamburgo.

Se a questão é a Liga Europa, vendo o historial da prova, Falcao não perde nada com a mudança de ares.

Se a questão se prende com as pequenas, as médias e as grandes claques, ai já o caso muda de figura.




O campeonato começou no último fim-de-semana e o Olegário Benquerença também começou no último fim-de-semana.




O Benfica empatou em Barcelos e só se pode queixar de si próprio porque o árbitro teve uma actuação que não merece o menor reparo. Os dois pontos perdidos frente ao Gil Vicente deprimiram um bocadinho a nação benfiquista mas, felizmente, há sempre quem veja as coisas pelo lado melhor.

-Com Roberto na baliza tínhamos perdido - ouvi dizer a um jovem adepto assim que João Ferreira apitou para o fim do jogo.

E é bem capaz de ter razão.




O Olhanense também começou no último fim-de-semana. Foi empatar a Alvalade. Com Carlos Xistra a apitar outra coisa não seria de esperar, não é? O Xistra é do Olhanense desde pequenino."


Leonor Pinhão, in A Bola

De génio e de louco

A última decisão do Witsel é de jogador de nível elevado. Só os grandes jogadores tomam decisões assim»

Jorge Jesus, sobre o segundo golo do Benfica na Holanda


Sempre gostei mais do número dez do que no número nove. Sobretudo no futebol. Admirei Van Basten, mas depois apareceu Zidane... e ficou encontrado o melhor jogador do Mundo após Maradona.

Hoje há Ronaldo e Messi, futebolistas extraordinários, mas ainda nenhum me entusiasmou como o francês. Não digo que sejam piores, é apenas uma questão de gosto. Também prefiro um bom robalo a um bom linguado, mas sou incapaz de dizer o que é melhor...

Bola no pé, de frente para a baliza, sete ou oito adversários à frente. Encontrar, nessas circunstâncias, uma nesga para passar a bola e isolar um companheiro é para mim um dos momentos mais altos do futebol.

Há uma diferença entre olhar e ver, a às vezes não é preciso fazer um para conseguir o outro.

Tudo isto leva-me a Witsel. Boloni comparou-o a Rui Costa e no Twente-Benfica percebi porquê. Quando apareceu de frente para o guarda-redes pensei: golo! Depois vi-o passar a bola para o vazio... tolo! E no vazio apareceu Nolito a empurrar para a baliza vazia: genial!

Jesus tem razão quando diz que só um grande jogador pode, num lance como aquele, não rematar à baliza - e isso ser uma decisão acertada. Mas o maior fascínio, para mim, chegou com a repetição: Witsel não perde tempo a olhar para o lado para ver se pode dar a bola; se olhou foi de soslaio, pelo canto do olho; talvez nem isso.

Pareceu-me que o médio belga viu toda a jogada antes dela acontecer. E terá pensado: se eu estivesse no lugar do Nolito ia acompanhar o lance desta maneira, fugia para este lado e só teria de empurrar. É outra característica dos génios - exigir o melhor dos outros. Às vezes corre bem. Ajuda que Nolito também tenha algo de genial..."

Hugo Vasconcelos, in A Bola

Com Witsel muito muda...

"CHAMA-SE Witsel a mais importante aquisição do Benfica para esta temporada. Com imediatos reflexos no esquema táctico. Por causa deste jovem internacional A belga, ou graças a ele, acabou, ou pouco voltará a ver-se, o 4-1-3-2 enraizado por Jorge Jesus nos anteriores dois anos. Segue-se - já aí está - o 4-2-3-1, em que Witsel funciona como 2 em 1: é a primeira, e crucial!, muleta defensiva de Javi Garcia, e também possui capacidade para se assumir motor de arranque de boa parte das acções atacantes. Muito bom jogador e com substancial margem de positiva evolução: magnífica escola de clarividência táctica, alta qualidade técnica - a mais difícil e rara: sem grandes adornos, privilegiando eficácia na segurança de manter posse de bola e passá-la a preceito, amiúde inventando buracos nas linhas adversárias -, sólida estampa atlética, notória inteligência na versatilidade do seu futebol.

Não dá para enganar, Witsel enche o meio-campo. Javi Garcia muitíssimo agradece; já não necessitará de correr até à exaustão para segurar a linha média que, sem Witsel, amiúde foi débil no poder de choque. Imensamente grato também deverá ficar Pablo Aimar (já lá irei). E a gratidão acabará por estender-se ao quarteto atrás de Garcia-Witsel. Verdade que contra esta última ideia está o facto de o Benfica ter sofrido dois golos em Barcelos e, de enfiada, outros dois em Enschede...; mas, para fulminantes pontapés de longe, como aquele de Laionel, não há antídoto... - e o segundo golo holandês, para além de ter sido obtido em falta (de novo, pertinente pergunta: qual o raio de intervenção dos suplementares árbitros colocados atrás da baliza?), nada teve a ver com deficiente acção defensiva da linha média. Acontece que, na defesa, há, sim, rotinas a apurar (Garay e Emerson recém-chegados) e há, inevitável, enorme fadiga de Maxi Pereira.

Assumo erro: há semanas escrevi que Witsel e Aimar dificilmente caberiam no mesmo onze; afinal, parece que cabem, embora à custa de Saviola... ou de Cardozo... Jorge Jesus assim decidiu na segunda parte perante o Arsenal (sem Cardozo, dupla Aimar-Saviola na frente ofensiva). É aqui que também Pablo Aimar agradece a alteração táctica imposta pela aquisição do belga...; com Javi Garcia-Witsel no meio-campo, Pablo Aimar tem muito menos desgaste a defender e vê libertado o seu talento atacante a congeminar ofensivas e em mais próximo apoio ao ponta-de-lança.

No novo esquema, reforçando a linha média e tendo só um ponta-de-lança propriamente dito (quase de certeza, por regra Cardozo - Nélson Oliveira ou Rodrigo como alternativas na grande área? - o que põe Saviola em apuros...), o Benfica perde poder atacante? A ver vamos, mas não terá de ser assim. Certo: Aimar tem menor potencial de goleador, face a Saviola. Mas os jogos não se ganham só ao ataque... E a equipa deverá ficar mais sólida, com superior capacidade de rápida recuperação da posse da bola, o que pode/deve significar mais forte intensidade ofensiva. Sabe-se que Gaitán e o novato Nolito (veio do Barcelona B, mas parece mais próximo da antiga fúria espanhola...) são capazes de marcar não poucos golos... Se, um e outro, não caírem em deslumbramento... E essa também é referência existente em Enzo Perez, por ora em crise de adaptação... Estranho a dispensa à vista de Jara, pois já preencheu os quatro lugares da alargada frente atacante.


ARTUR promete ser o oposto de Roberto, o tal que substitui Quim porque o treinador queria um guarda-redes que desse pontos... Curiosíssimo: Roberto custou balúrdio; pela transferênica de Artur, nem um cêntimo o Braga recebeu... Claro que, como todos os guarda-redes, Artur acabará por dar o seu franguinho... (defesas, médios e avançados não escapam a grandes fífias...); mas ficará a léguas dos recordes de Roberto. No mínimo, garante isto aos colegas: acabou-se o tempo de tremerem de cada vez que a bola vai para a sua baliza."


Santos Neves, in A Bola

Obrigado Mário Palma

Portugal qualificou-se hoje para o EuroBasket, pela terceira vez, a segunda da nossa história após uma qualificação. Nos últimos 3 Europeus conseguimos a qualificação por 2 vezes, sendo que pelo meio, uma equipa composta pelos mesmos jogadores, mas treinada por um aldrabão, mais interessado em aliciar jogadores para o seu clube, do que em treinar a Selecção, falhou a presença no EuroBasket. Este 'pequeno' exemplo é demonstrativo da competência do tal aldrabão, que uma boa 'organização' às vezes disfarça, e isto é verdade para o Basket como para outro qualquer desporto...

Com a colaboração do Elvis (em forma), e do Minhava (...nem por isso!!!), (além do Tavares (com estilo)), com o Barroso 'perto' de entrar na equipa (possível entrada no plantel...), vencemos na Hungria por 57-66, e agora vamos defrontar as melhores Selecções Europeias na Lituânia... Obrigado Mário Palma!!!

Campeão Mundial Universitário




O nosso Nelson Évora renovou o título nas Universíadas 2011 que estão a decorrer na China, em Shenzhen, com a marca de 17,31m no Triplo Salto. Mais do que a vitória, a marca obtida, é uma excelente notícia, pois esta foi a primeira vez em competição, após o calvário da lesão, que o Nelson ultrapassou os 17m... sinal de que o melhor Nelson está de volta, e apesar do objectivo principal serem as Olimpíadas no próximo ano, os Mundiais da Coreia, que começam daqui a 11 dias, podem levar o Nelson novamente ao lugar que lhe pertence... no mínimo o pódio!!!


PS: A nossa Joana Vasconcelos, conseguiu também hoje, a qualificação para os Jogos Olímpicos de Londres nas provas de canoagem, fazendo parte da equipa Portuguesa de K4 500, que está a realizar neste momento o Campeonato do Mundo na Áustria.

Super-Catenacio






Os Portugueses foram sempre muito inventivos (e invejosos), e devido a esse impulso, os Italianos devem estar ruídos de inveja, pois nós (Tugas), criámos uma nova forma de catenacio, ainda mais radical do que a Italiana!!! A 15 minutos do fim da partida, abdicar de pontapés de canto?!!!... Mas não vou bater mais no ceguinho, afinal estamos na Final de um Mundial de Futebol, conseguida com muito esforço, suor e dor... esta meia-final foi provavelmente o jogo mais fácil que Portugal teve neste Torneio, o golo cedo de canto (marcado por um jogador formado no Benfica, que saiu, porque não quis assinar contrato com o Benfica), e depois uma decisão digna do Olarápio (penalty que para mim não existe), deu o 2-0 !!! Mesmo com dois golos escandalosamente falhados pela França, nunca temi a reviravolta, afinal Portugal ainda não sofreu golos, o Mika tem feito um extraordinário trabalho (defesa impossível a 5 minutos do fim, evitando um auto-golo de antologia!!!), e todos os santinhos (e não só!!!) do Mundo têm protegido a nossa baliza, portanto o penalty do Nelson (jogador que fará parte plantel do Benfica), para mim acabou com o jogo!!!

Os Franceses nas últimas décadas têm dominado (com a Espanha) o Futebol juvenil Europeu, grande parte dessa superioridade é essencialmente física, devido aos muitos Afro-Franceses nas suas equipas, mas desta vez, Portugal acabou por fazer provar aos Franceses o seu próprio veneno: a dupla Pelé, Danilo dá a esta equipa Portuguesa uma capacidade física difícil de igualar, e na minha opinião são estes os dois principais responsáveis pelo sucesso do esquema defensivo Português (apesar dos elogios irem todos para o Nuno Reis!!!).

Fala-se muito dos estrangeiros nos 'grandes' em Portugal (especialmente no Benfica), alguns tem aproveitado os resultados desta equipa para somar ainda mais criticas, mas recordo que esta Selecção Portuguesa tem vários jogadores nascidos na Guiné (Pelé, Danilo, Sana, Baldé), tem dois filhos de Brasileiros (Roderick, Júlio Alves), e dois filhos de emigrantes Portugueses (Mika - Sui, Cedric - Ale), podem achar que isto não quer dizer nada, mas para mim tem, não tenho nada contra a integração destes jovens nas Selecções Nacionais, até porque quase todos eles cresceram futebolistamente em Portugal, mas onde estão os Figos, e os Ruis Costas?!!! E recordo ainda as duas maiores promessas do Caixa Futebol Campus: Dino nasceu na Guiné, e o Diego Lopes é Brasileiro... Pessoalmente acho que os 'putos' Portugueses passam demasiado tempo a jogar Playstation (ou algo parecido) em vez de jogar futebol (ou outro desporto qualquer) na rua, hoje só nas Escolinhas, a pagar, podem pensar que é uma explicação demasiado redutora, mas é a minha opinião...